sábado, 10 de setembro de 2016

As casas de Água: a triplicidade da alma, por Howard Sasportas


A água é o elemento associado com os sentimentos. As três casas de Água preocupam-se com emoções presentes abaixo do nível superficial da consciência. Elas lidam também com as respostas condicionadas do passado, agora instintivas, irrefletidas e criadas.

A primeira casa de Água é a 4ª, que também é angular. Ela descreve sentimentos ativos muito arraigados dentro de nós bem como o ambiente e as influências familiares em nosso primeiro lar, que modelam a identidade. Na segunda casa de Água, a sucedente 8ª Casa, nossos sentimentos são fortificados, aprofundados e agitados por relacionamentos íntimos com outra pessoa. Duas pessoas, cada uma com seu ambiente familiar e sua máscara emocional, tentam ser uma só. Maior segurança (uma qualidade sucedente) é buscada na ligação dos sentimentos de duas pessoas. Na 8ª Casa, nossos próprios sentimentos (diferenciados e reconhecidos na 4ª Casa angular) fluem para dentro dos sentimentos de outra pessoa. Na terceira casa de Água, a cadente 12ª, progredimos da união com alguns poucos selecionados (8ª) para um sentido de unidade com toda a vida. Tomamos conhecimento do inconsciente coletivo - o oceano coletivo do qual todos nós emergimos e o ambiente que compartilhamos com todos e com tudo.

Na 4ª Casa, sentimos nossa própria alegria e dor. Na 8ª, sentimos a alegria e a dor de um sócio próximo, e na 12ª sentimos a alegria e a dor do mundo. O desenvolvimento seqüencial das casas de Água, assim como com as casas dos outros elementos, é um movimento do pessoal para o interpessoal para o universal.

As três casas de Água estão simbolicamente em trígono umas com as outras e os planetas nessas casas podem literalmente estar em trígono uns com os outros.

O trígono 4°-8°

Este aspecto ajuda a pessoa a compartilhar seus sentimentos mais profundos com outra pessoa. Vai haver muita sensibilidade a influências latentes na atmosfera do lar. Quem tem esses posicionamentos tem um jeito todo especial para sentir as emoções ocultas e os motivos de outra pessoa. Com aspectos harmoniosos entre planetas da 4ª e da 8ª, existe a possibilidade de as experiências da primeira infância aumentarem a capacidade de satisfazer relações interpessoais mais tarde na vida. Às vezes o trígono 4ª-8ª indica heranças (8ª) de terras ou propriedades (4ª).

O trígono 8°-12°

Aspectos entre essas casas aumentam as descobertas de uma pessoa sobre tudo o que é sutil ou misterioso na vida. Eles vêem ou sentem coisas que os outros não têm sensibilidade para perceber, e tornam possível encontrar recursos capazes de transformar uma crise numa grande oportunidade de crescimento. Muitas vezes a ajuda aparece quando é mais necessária. Pessoas com tais aspectos são capazes de guiar outras quando estas estão melhorando na vida (8ª) e podem trabalhar com muito sucesso em instituições (12ª). Conheço uma senhora com Sol na 8ª em trígono com Netuno na 12ª que escapou da morte três vezes. Ela também trabalhava como advogada (8ª) para jovens prisioneiros (12ª) e levantava fundos (8ª) para fins caritativos (12ª). Recentemente uma herança de família (8ª) deixou-a livre para prosseguir mais profundamente com seus anseios humanitários (12ª).

O trígono 4°-12°

Os que têm trígonos entre a 4ª e a 12ª Casas são tão sensíveis que podem detectar emoções ocultas no ar e muitas vezes sentem a variação de humor e os sentimentos dos outros como se fossem seus. Verifica-se neles uma receptividade natural para as tendências e a moda coletivas, e às vezes são capazes de influenciar grupos de pessoas através do poder de suas emoções e sentimentos. Pode haver uma ligação psíquica com o pai (4ª), esteja ele vivo ou não. As possibilidades de experiências positivas através das instituições da 12ª Casa são aumentadas. Períodos de descanso e retiros da vida exterior são necessários a intervalos regulares e normalmente resultam muito benéficos. Paramhansa Yogananda, um místico oriental que fundou o Instituto de Auto-Realização, nasceu com Vênus e Mercúrio na 4ª Casa em trígono com a Lua na 12ª Casa.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

As casas de Ar: a triplicidade do relacionamento, por Howard Sasportas


Associa-se o ar à capacidade de destacar o eu e de ver algo objetivamente à distância e com perspectiva. Uma vez que nos tenhamos separado ou distinguido da matriz universal de vida, poderemos começar a nos relacionar com aquilo que encontramos. O elemento ar relaciona-se com o intelecto, a comunicação e a troca de ideias.

A primeira casa de Ar é a 3ª, que também é uma casa cadente. O movimento, o desenvolvimento mental e o conhecimento da linguagem nos capacita a nos reajustar e redefinir num sentido mais concreto do eu formado na 1ª e na 2ª Casa. A segunda casa de Ar é a 7ª, que é angular. Minha mente e minha perspectiva de vida (3ª) encontram a sua mente e sua perspectiva de vida (7ª). O encontro de duas pessoas gera uma grande quantidade de energia, e o fracasso ou o sucesso de um relacionamento pode ter influência sobre como nos sentimos em muitas outras áreas de nossas vidas. A terceira casa de Ar (11ª) é sucedente. Estabilizamos e reforçamos nossos pontos de vista olhando para os outros (grupos ou amigos) que compartilham de nossas ideias. As mentes se encontram na 11ª Casa. As ideias são "transformadas" em ideologias, e "ismos" são amplamente aplicados à sociedade e "assimilados" por um grande número de pessoas.

As três casas de Ar estão simbolicamente em trígono umas com as outras, e os planetas que se encontram nessas casas podem estar literalmente em trígono uns com os outros.

O trígono 3°-7°

A 3' Casa está associada com a comunicação, e quando um planeta nessa posição faz trígono com outro na 7ª, existe facilidade de comunicação intima. Conseguimos fazer com que nos entendam, bem como somos capazes de compreender e avaliar os outros (pelo menos intelectualmente). Em geral, existe um vivo interesse e um bom grau de percepção do modo como uma pessoa ou uma coisa interage ou se relaciona com outra.

O trígono 7°-11°

Uma parceira tende a servir de base para expansão social ou intelectual. Pode ser um amigo (11ª) que apresenta essa pessoa ao seu futuro parceiro de casamento (7ª). Ou um importante relacionamento (7ª) pode ter início com alguém que a pessoa conhece através de um grupo ou de uma organização (11ª). Normalmente o parceiro (7ª) compartilha das metas e dos objetivos da pessoa e a ajuda a alcançá-los. Jean Houston, uma figura de liderança em psicologia humanística, tem Júpiter na 7ª em trígono com Plutão na 11ª. Ela e seu marido Robert Masters fundaram um instituto para pesquisas mentais e juntos desenvolveram numerosas técnicas para ampliação do conhecimento.

O trígono 3°-11°

Quando um planeta na 3ª Casa faz trígono com um planeta na 11ª, ocorre, em geral, um fácil relacionamento com grupos de pessoas. Pode haver uma compreensão intuitiva de como a mente individual (3ª) é ligada aos outros (11ª). A pessoa pode falar claramente (3ª) sobre amplos conceitos ou coisas que ela imagina (11ª). Amigos ou grupos (11ª) inspiram e ampliam o pensamento (3ª), e, reciprocamente, os pontos de vista e o conhecimento geral da pessoa afetam os outros. Albert Einstein tinha Urano na 3ª em trígono com Netuno na 11ª. Suas descobertas (Urano na 3ª) levaram a um maior entendimento da interconexão de toda a vida (11ª). Em outro nível, o trígono de 3ª-11ª pode significar que sociedades amigas de bairros (3ª) podem ser formadas para promover mudanças de cunho social (11ª), ou que um meio-irmão (3ª) pode apresentar a pessoa a novos amigos, ideias ou grupos (11ª).

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

As casas de Terra: triplicidade da matéria, por Howard Sasportas


O elemento Terra é associado com o plano de existência material: a condensação do espirito em formas concretas.

A primeira casa de Terra é a 2ª Casa, e ela é também uma casa sucedente. Por isso, a segunda casa representa a matéria tentando se tornar mais segura ou estável, resultando daí a associação da 2ª Casa com dinheiro, posses e recursos. Isso inclui coisas tais como o corpo — que gostamos de chamar de nosso. Em termos econômicos, é o capital.

A segunda casa de Terra é a 6ª, que é também uma casa cadente; por este motivo, a 6ª Casa ajusta e reconsidera o princípio terreno. Nesta casa nossos recursos e habilidades são comparados aos recursos e habilidades dos outros. Nossas habilidades especiais são aprimoradas e aperfeiçoadas. O corpo também necessita de atenção para funcionar de forma eficiente e uma doença pode ser entendida como uma tentativa de o corpo se reajustar. Em termos econômicos, representa a força do trabalho.

A terceira casa de Terra é a 10ª, uma casa angular. Neste caso, existe a necessidade de gerar matéria, isto é, a necessidade de produzir. Em certo sentido, a 10ª Casa representa as forças de administração que ativamente organizam e supervisionam o capital e o trabalho. Em termos pessoais mostra como nós, propositadamente, estruturamos e direcionamos nossa energia e habilidade para resultados concretos e definidos. Daí a associação da 10ª Casa com a carreira, a ambição e a maneira como gostamos de ser vistos pelo mundo. Mais amplamente, a 10ª Casa descreve o papel que o indivíduo interpreta perpetuando e mantendo o corpo da própria sociedade.

Na primeira casa de Terra (2ª), o corpo e a própria matéria se diferenciam da totalidade orobórica da vida. Na segunda casa de Terra (6ª), nosso corpo particular e os nossos recursos diferenciados na 2ª são mais especificamente delineados. Na terceira casa de Terra (10ª), nosso próprio corpo e habilidades práticas (diferenciadas na 2ª e mais claramente definidas na 6ª) se reúnem com os outros para formar e manter a existência material coletiva.
As três casas de Terra estão simbolicamente em trígono umas com as outras, e os planetas nessas casas podem literalmente estar em trígono uns com os outros.

O trígono 2°-6°

Se um planeta na 2ª Casa se encontra em trígono com um planeta na 6ª, o indivíduo está equipado com recursos e habilidades que ele utiliza prática e produtivamente e, em geral, com adequada remuneração financeira. Muitas vezes existe um eficiente e consumado manejo do mundo material.

O trígono 6°-10°

Com esse trígono existe a probabilidade da competência e do modo de. trabalhar dessa pessoa conduzi-la ao sucesso na carreira. É possível que algo herdado "via mãe" (10ª) contribua para o repertório de talentos ou habilidades (6ª). Filha de pais ligados ao mundo do espetáculo, Candice Bergen faz bom uso tanto de sua beleza quanto de sua inteligência em sua carreira de atriz e de repórter fotográfico. Ela nasceu com Vênus em conjunção com Urano em Gêmeos na 6ª Casa, em trígono com Júpiter em Libra na 10ª.

O trígono 2°-10°

Neste caso, a carreira se coaduna muito bem com o temperamento e as habilidades. O dinheiro e o status podem ser conquistados naquilo que a pessoa naturalmente gosta de fazer. Algo valoroso é herdado via mãe ou o parente modelo (10ª). Sir Harry Lauder, o comediante e animador, tinha um público enorme e todos gostavam dele sobretudo por seu sotaque escocês. Ele nasceu com Mercúrio (o planeta da fala) na 2ª Casa (recursos) em trígono com Netuno na 10ª.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

As casas de Fogo: a triplicidade do espírito, por Howard Sasportas


O Fogo é a força viva que anima todas as formas vivas. É o elemento associado com o querer ser: a ânsia de exprimir o self de dentro para fora.

A 1a Casa é a primeira casa de Fogo. Ela também é angular. Se combinamos as qualidades de Fogo com a natureza das casas angulares (atividade e liberação de energia) chegamos a uma boa descrição da 1a Casa: a atividade de liberar a força da vida. A la Casa mostra o movimento inicial de ser dentro de nós, a ânsia de ser uma pessoa separada e distinta. Desenvolver os signos e os planetas na la Casa nos vitaliza e vivifica.

A segunda casa de Fogo é a 5a Casa. Ela é também uma casa sucedente. Por isso, a 5a Casa combina as qualidades associadas com as casas sucedentes e as qualidades associadas com o elemento Fogo. Casas sucedentes concentram, estabilizam e utilizam a energia gerada nas casas angulares. No caso da 5a Casa, o espírito puro da 1a Casa é focalizado e direcionado. Reforçamos nosso senso de identidade (la) perseguindo soluções e interesses que nos façam sentir mais vivos e estampando nossa individualidade naquilo que fazemos ou criamos (5a).

A terceira casa de Fogo é a 9ª. Ela é também uma casa cadente. Por isso, a 9ª Casa combina as qualidades associadas com as casas cadentes e as qualidades associadas com o elemento Fogo. As casas cadentes reconsideram, reajustam e reorientam a maneira como focalizamos nossa energia. Na 9ª Casa, reavaliamos nosso senso de identidade vendo nossa vida e a nós mesmos num contexto mais amplo. O fogo que reconhecemos queimando dentro de nós na lª e na 5ª Casa se espalhou para todo o mundo. Agora percebemos "o fogo" ou o espírito como um atributo universal que existe em tudo o que nos rodeia. Na 5ª Casa exploramos nossa própria criatividade pessoal, mas na 9ª vislumbramos o trabalho de uma inteligência criativa cósmica que concebe a vida de acordo com certas leis e princípios universais.

Na primeira casa de Fogo (1ª), nossa própria identidade é lançada. Na segunda casa de Fogo (5ª), nos consolidamos, confirmamos e expressamos essa identidade. Na terceira casa de Fogo (9ª), a natureza criativa do fogo e a ânsia de ser é vista expressando-se impessoalmente através de princípios arquetipais que governam e geram toda a vida.

As três casas de Fogo formam simbolicamente um trígono entre si. Planetas na 1ª, 5ª ou 9ª Casas podem literalmente estar em trígono uns com os outros, e formar ângulos de 120° cada um (permitindo uma órbita de aproximadamente 8 a 10 graus). No entanto, para encontrar aspectos temos de contar o número de graus existentes entre os dois planetas e não apenas o número de casas. Um planeta na lª Casa não forma automaticamente um trígono com um planeta na 5ª, e em alguns casos, dado o tamanho igual das casas nos sistemas quadrantes, os dois planetas podem até formar uma quadratura entre si. É preciso, entretanto, entender a afinidade básica entre os posicionamentos nas casas associados com o mesmo elemento no zodíaco natural.

O trígono 1ª-5ª

Se um planeta na 1ª Casa forma um trígono com um planeta na 5ã, o planeta da 1ª Casa encontra uma saída criativa através do planeta da 5ª Casa. Por exemplo, se Mercúrio está na 1ª Casa e forma um trígono com Júpiter na 5ª, a ânsia de se comunicar e trocar informações simbolizadas por Mercúrio pode encontrar uma saída através de alguma forma de expressão artística (Júpiter na 5ª Casa). Em contatos de trígono entre a 1ª e a 5ª Casas existe uma facilidade ou fluxo natural para abertamente expressarmos quem somos nós. O autor francês, Victor Hugo, que exprimiu sua preocupação humanitária através da literatura, tinha o simpático Netuno na 1ª Casa em trígono com Mercúrio na 5ª.

O trígono 5ª-9ª

Quando um planeta na 5ª Casa está em trígono com um planeta na 9ª Casa, aquilo que exprimimos ou criamos (5ª), muitas vezes influencia e inspira outras pessoas (a natureza expansiva da 9ª). Pode parecer que a criatividade flui através de nós vinda de uma fonte de inspiração mais elevada ou de uma visão "de fogo". Lord Byron, o romântico poeta inglês que revelou sua aguda sensibilidade à beleza através de sua obra, tinha Vênus na 9ª em trígono com Netuno na 5ª.

O trígono de 1ª-9ª

Aqueles que têm trígono entre estas duas casas naturalmente agem de acordo com uma visão maior da vida. Suas ações obedecem a tendências já presentes na atmosfera e que por isso encontram menos resistência na realização de seus desejos. Um vasto objetivo de existência (9ª) guia sua maneira de enfrentar o mundo (1ª). O perigo com este trígono está em o indivíduo identificar muito facilmente o self com a voz de Deus, e justificar suas ações na base de uma maior autoridade ou de um princípio condutor. Por exemplo, Francisco Franco, o ditador fascista, tinha a Lua, Netuno e Plutão na 9ª em trígono com Saturno na 1ª.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

As Casas Cadentes, por Howard Sasportas



As casas cadentes (3ª, 6ª, 9ª e 12ª) são associadas com os signos mutáveis de Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes. Enquanto as casas angulares geram energia e as casas sucedentes concentram a energia, as casas cadentes distribuem e reorganizam a energia. Em cada casa cadente, nos reconsideramos, reajustamos ou reorientamos com base naquilo que vivenciamos anteriormente na casa sucedente anterior. Na 3ª Casa cadente, aprendemos mais sobre quem somos comparando e contrastando-nos com aqueles que nos cercam. À medida que as capacidades mentais se desenvolvem, entramos num mundo além dos sentidos corporais e das necessidades biológicas (2ª Casa). A 6ª Casa cadente reflete o bom ou mau uso da emanação da energia da 5ª e se ajusta de acordo com ela. As explorações interpessoais e as lutas da 8ª conduzem a reflexões da 9ª Casa em leis mais profundas e processos que governam a existência e as regras que nos emaranham. A perspectiva do ego individual já mexido pela experiência da 11ª Casa de fazer parte de um grupo ou de um sistema maior, finalmente na 12ª cadente tomba de sua posição como rei da montanha.

As casas cadentes muitas vezes têm sido descritas como fracas ou insubstanciais, mas a pesquisa feita pelo casal Gauquelin sugere que posicionamentos nestas casas são mais fortes do que se acreditava antigamente. Michel Gauquelin e sua mulher Françoise, ambos psicólogos e estatísticos, estudaram a distribuição diurna dos planetas em milhares de mapas natais com hora exata. Analisaram em particular a posição dos planetas nas casas, nos mapas de determinadas profissões como atores, artistas, médicos, executivos, políticos, cientistas, soldados, campeões esportivos, escritores e outros. O resultado dessa pesquisa mostrou que os planetas naturalmente associados com cada uma destas profissões (tal como Marte para os esportistas, Saturno para os cientistas etc.) apareciam mais frequentemente nas casas cadentes do que nas casas angulares como esperaria a astrologia tradicional. Por exemplo, Marte no mapa de esportistas famosos aparecia com mais freqüência na 12ª e na 9ª casa: isto é, imediatamente após o nascimento e a culminação superior do planeta, em vez de imediatamente antes na 1ª ou na 10ª casa. A segunda posição mais frequente de casas de Marte entre os esportistas analisados, foi na 6ª e na 3ª Casa. Mais uma vez, elas estão imediatamente após o ocaso e a culminação inferior do planeta em vez de antes na 7ª ou na 4ª casa. A conclusão tirada do seu exame é que as casas cadentes são fatores mais importantes na determinação de caráter e de carreira do que se suspeitava.

Recapitulando em poucas palavras, eles encontraram as seguintes correlações:

1. Marte apareceu com mais frequência em casas cadentes nos mapas de médicos, líderes militares, campeões esportivos e altos executivos.

2. Júpiter apareceu com mais frequência em casas cadentes nos mapas de atores, teatrólogos, políticos, líderes militares, altos executivos e jornalistas.

3. Saturno apareceu com mais frequência em casas cadentes em mapas de cientistas e médicos.

4. A Lua apareceu com mais frequência em casas cadentes nos mapas de escritores e políticos.

Na discussão da 12a Casa expus a razão pela qual não achei estes resultados tão surpreendentes. Um raciocínio semelhante pode ser aplicado às outras casas cadentes. A 9a é onde procuramos a verdade e os princípios que guiarão nossas vidas. Por isso vamos ser altamente motivados a desenvolver e a dar expressão aos planetas que aí se encontram, como uma maneira de outorgar maior significado à nossa existência. Tanto a 6a quanto a 3a Casa descrevem nossos esforços para discernir nossa diferença dos outros. Por isso, desenvolver os planetas nessas casas é fundamental se queremos nos diferenciar inteiramente e nos definir como indivíduos separados. A ânsia de nos ligar a algo maior que o self (como foi mostrado pela 12a e pela 9a) e a ânsia de estabelecer e caracterizar nossas próprias identidades específicas (como foi mostrado pela 3a e pela 6a) são os dois princípios complementares que formam a cruz do dilema humano. Vistos por esse ângulo, os planetas nestas casas assumem grande importância.

Como no caso das quatro casas angulares e das quatro sucedentes, as quatro casas cadentes figuradamente se quadram ou se opõem. Cada uma representa uma visão de vida contrastante e um método diferente de adquirir e processar informações.

A oposição 3ª-9ª

A 3a Casa descreve a natureza da mente analítica e concreta, enquanto a 9a mostra um processo de pensamento mais abstrato e intuitivo. A 3a Casa vê as partes, a 9a olha primeiro para o todo. Quando os planetas se acham em oposição entre estas duas casas, isso poderia significar um bom equilíbrio e integração entre os hemisférios direito e esquerdo do cérebro. No entanto, em certos casos, a oposição pode mostrar uma pessoa que reúne fatos (3a) e depois tira deles as conclusões erradas (9a). Montanhas são feitas de morrinhos, ou uma pessoa pode aderir a alguma crença ou verdade (9a) e depois interpretar tudo à sua volta (3a) somente à luz desses princípios. Em outras palavras, os fatos são distorcidos para provar algo. A 3a Casa pode trabalhar durante muitas semanas preparando uma conferência, assegurando que cada palavra transmita o significado preciso. O conferencista da 9a Casa pode preferir esperar para ver quem está no auditório, confiando em que ele intuitivamente saberá o que dizer no devido tempo. Algumas vezes, com a oposição da 3a à 9a casas, existe um sentimento persistente de que o pasto do vizinho é mais verde.

A oposição 6ª-12ª

A 6a Casa examina as milhares de formas de existência relativa pesquisando em detalhes como uma coisa difere de outra. A 12a Casa, no entanto, abarca a essência da coisa - não quanto ela pesa ou mede, mas como ela é "sentida". A 6a mostra-se discriminativa e seletiva, definindo limites cuidadosamente. A 12a é simpática, inclui tudo e dissolve fronteiras. A 6a Casa é pragmática, lógica e se preocupa com as realidades do dia-a-dia da vida; a 12a aspira transcender tudo o que é mundano, e está ciente das ilusórias, desconhecidas e misteriosas nuanças da existência. A 6a Casa planeja a vida; a 12a flui com ela.

As oposições entre essas duas casas realçam essas maneiras contrastantes de ver a vida, mas permitem uma maior chance de realização da síntese dos vários modos de vida. Eu tenho visto oposições da 6a à 12a Casa, por exemplo, em mapas de pessoas espiritualizadas que também têm os pés firmemente no chão. Uma era um dentista com Lua em Capricórnio na 6a, oposição Júpiter em Câncer na 12a e devoto seguidor de um guru indiano. Outra era um carpinteiro que ofereceu seus serviços voluntários para treinar pessoas em países do Terceiro Mundo na sua profissão. Ele tinha três planetas na 6a em oposição a Urano na 12a.

As oposições entre a 6a e a 12a casas às vezes se manifestam em indisposições físicas de origem psicológica. Os reencarnacionistas acreditam que certos problemas de saúde (6a) podem ser conseqüência de comportamentos em vidas passadas (12a). Por exemplo, se um homem numa vida passada comeu e bebeu demais, nesta vida ele pode nascer com alergia a certos alimentos que o forçam a prestar mais atenção aquilo que põe para dentro de seu corpo. Ou, então, uma pessoa que habitualmente olhava de cima para baixo para outras pessoas numa vida passada, pode se achar anormalmente alta nesta vida, ou talvez nasceria extremamente pequena para saber como se sente uma pessoa para a qual se olha de cima para baixo. Em qualquer caso, com oposições da 6a à 12a casas, as origens de algumas doenças podem ser diagnosticadas com dificuldade, provindo de alguma origem nada fácil de ser detectada.

A quadratura de 3ª-6ª

Temos aqui, ligadas, duas casas diretamente relacionadas com o processo lógico e racional do lado esquerdo do cérebro. A tendência da mente é trabalhar demais. A 3a Casa gosta de saber um pouco de tudo, enquanto a 6a Casa quer saber o máximo possível a respeito de poucas coisas. Ponha as duas juntas e teremos alguém que quer saber o máximo a respeito de tudo. Com planetas nessas duas casas, é possível analisar alguma coisa a partir do que existe. Levado a extremos, poderia tratar-se de uma pessoa que insiste que a única diferença real entre as peças Otelo e Hamlet são as letras do alfabeto que estão colocadas de maneira diferente em cada peça.

Tomada mais positivamente, existe em geral a busca de informações (3a) para uso prático (6a). Pode haver muita disputa sobre detalhes e muita discussão sobre a maneira certa e apropriada de fazer algo. Consequentemente, aqueles que têm a combinação da 3a à 6a Casa não deixam os outros escapar sendo demasiado abstratos, caprichosos ou vagos. Se me aparece alguém com esses posicionamentos para uma consulta com leitura de mapa, eu lhe dou meia hora a mais para perguntas no final. (O que você quer dizer exatamente com ...?)

Com quadraturas entre essas casas, é possível que a saúde (6a) seja afetada na mobilidade física bem como no bom funcionamento da mente (3a). Algumas vezes conflitos não resolvidos com enteados (3a) reaparecem como problemas com colegas de trabalho (6a).

A quadratura de 6ª-9ª

A combinação da expansiva 9a Casa, sempre preocupada em buscar a verdade, com a mundana e prática 6a Casa pode produzir uma alma sem descanso que vai de uma preocupação a outra numa constante procura de algo que a preencha totalmente. A vantagem é que tais pessoas costumam julgar que aquilo sobre o qual estavam depositadas todas as esperanças de algum modo se desfaz antes de alcançado. Quando isso falha, outra coisa qualquer é perseguida fervorosamente com a habitual convicção de que tal coisa deveria propiciar "tudo". Em vez de olhar para algo como sendo a verdade total, essas pessoas deveriam se aproximar com a atitude de que isso poderia ser alguma versão ou ângulo da verdade. Explicando melhor, elas criam a impressão de alguma coisa como sendo o todo. Aí então encontram outra coisa para dar um pouco de verdade e outros tipos de realização. Desta maneira não se abrem a um desapontamento se um dos focos de atenção não entrega todo o alimento que almejam.

A quadratura entre a 6a e a 9a Casa pode ser vista historicamente no conflito entre maneiras indutivas de investigação científica (6a) e a espécie de conhecimento que aflora da fé e das crenças religiosas (9a). A tensão entre as Casas 6a e 9a também se manifesta nos tipos de disputas teológicas preocupadas com o número exato de anjos que conseguem dançar na cabeça de um alfinete. As Escrituras (9a) podem ser interpretadas de maneira fundamental: as leis e os rituais devem ser seguidos exatamente para assegurar que mesmo a mais humilde e comum expressão de existência (6a) faça parte do sagrado ou seja executado de acordo com uma lei maior (9a). Há também a habilidade de perceber o significado cósmico (9a) nos menores detalhes da vida (6a). Em outro nível, problemas de saúde (6a) podem acontecer em viagens (9a). É possível que haja diferenças de opinião sobre leis internas (9a) e sobre a administração de assuntos diários (6a).

A quadratura de 9ª-12ª

Neste caso, temos duas casas de natureza expansiva relacionadas uma com a outra. Nenhuma destas esferas gosta de fronteiras e limitações, e aqueles que têm planetas nestas casas não se sentem muito bem dentro das restrições de uma existência mundana. Normalmente predomina um interesse em matéria filosófica ou religiosa: em casos extremos eles vivem num mundo de símbolos, sonhos e imagens, passando por uma grande experiência após outra, muitas vezes esquecendo-se completamente de ir ao dentista. Eles podem ter uma fonte interminável de inspiração transpessoal mas nenhum veículo capaz de expressar ou relacionar sua visão à vida do dia a dia. Nada inclinados ao pensamento analítico, conseguem engolir qualquer crença e vivê-la fervorosamente até que ela seja cuspida fora e algo novo seja encontrado e engolido. Alguns se desviam tanto achando-se Napoleão ou Cristo que acabam internados em instituições para doentes mentais (12a). Falando mais positivamente, pessoas com forte ênfase de 9a a 12a servem para abrir os olhos de outras para realidades além do alcance da vista de um pensador típico de 3a e de 6a Casa.

Existem diferenças de abordagem a "entendimentos maiores" entre a 9a e a 12a Casa. A 9a Casa acredita que os modelos e princípios básicos que governam a vida podem ser conhecidos e compreendidos. A 12a Casa sente algo que é muitas vezes insondável e desconhecido. A 9a Casa se preocupa principalmente em escalar novas alturas. A 12a encontra inspiração não só nas alturas mas também nas profundezas — êxtase e dor, bem-aventurança e sofrimento estão intimamente ligados. Em nível mais mundano, pode haver estranhas e inexplicáveis ansiedades para viajar para diversos países e o perigo de prisão (12a) em país estrangeiro (9a).

A quadratura de 3ª-12ª

Falando claramente, a 12a Casa é a mente inconsciente e a 3a, a mente consciente. A 12a Casa é o domínio do que está escondido e invisível, enquanto a 3a percebe aquilo que é imediato e está disponível no ambiente. Uma ação ou exposição pode ser apreciada pelo seu valor nominal (3a) ou pode ser sentida como ocultando sentimentos ou motivações (12a). Em psicologia, isso é conhecido como meta-significado. A 3a Casa observa as ações e faz o sentido das palavras, mas a 12a "prende" e é sensível a outros níveis do que está sendo dito ou feito. A combinação 3a-12a percebe muitos níveis de realidade ao mesmo tempo. Isso confere ou um fantástico insight das pessoas e situações, ou uma grande confusão mental. Devem elas acreditar naquilo que ouvem ou veem, ou naquilo que sentem ou percebem?

Esse tipo de mensagens cruzadas não é anormal com meio-irmãos (3a). Em geral, meio-irmãos mais velhos se acham ambivalentes diante de irmãos mais novos. Eles sabem que devem amar o novo bebê, mas o ciúme e o lado destrutivo também estão presentes. O mais novo percebe que o mais velho age carinhosamente em relação a ele, mas também sente algo menos agradável se passando entre eles. Qual nível deve ser tomado como certo? Para o caso em questão, conheci uma mulher com Saturno e Plutão na 12a Casa em quadratura com a Lua em Escorpião na 3a. Sua irmã mais velha era excepcionalmente simpática com ela, mas por dentro se ressentia da intromissão da irmã mais nova. Mais tarde, a irmã mais nova tornou-se uma mulher com enormes dificuldades em acreditar no que os outros lhe diziam. Tudo o que se dizia ou fazia era interpretado de maneira negativa como uma ameaça intencional a ela. Misteriosamente, ela ficou surda de um ouvido e viveu uma vida solitária e isolada.

Problemas passados não resolvidos (12ª) com meio-irmãos (3ª) impediram-na de se relacionar naturalmente com as pessoas à sua volta. Com quadraturas entre a 12ª e a 3ª, a capacidade de tomar decisões ou a habilidade de perceber perfeitamente a vida pode ser distorcida por complexos inconscientes muito arraigados. Estes precisam ser examinados e trabalhados através de uma análise consciente (3ª) de imagens e fantasias ocultas abaixo do nível superficial da psique (12ª).



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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.




segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Casas Sucedentes, por Howard Sasportas




As forças colocadas em movimento nas casas angulares são concentradas, adornadas, utilizadas e desenvolvidas mais tarde nas casas sucedentes, a 2a, a 5a, a 8a e a 11a. Estas casas são naturalmente associadas aos signos fixos de Touro, Leão, Escorpião e Aquário que consolidam a energia que gera os signos cardeais. A 2a Casa sucedente adiciona substância à identidade pessoal (1a), definindo nossas posses, recursos, condições e limites. Na 5a Casa sucedente nos afirmamos e reforçamos o sentido do "Eu" purificado da 4a angular exprimindo quem somos e impressionando aos outros. Na atividade de relacionamento com os outros (7a Casa angular), aumentamos nossos recursos e nos aprofundamos mais em nós mesmos (8a sucedente). Participando da manutenção e funcionamento da sociedade (10a angular), ampliamos o conhecimento sobre nós mesmos como seres sociais e formamos a base para expandir nosso sentido de identidade, o que nos leva a englobar maiores e mais livres limitações (11a sucedente).


Como as casas angulares, as quatro casas sucedentes representam esferas da vida potencialmente em conflito umas com as outras.

A oposição 2ª-8ª

Os conflitos aparecem entre aquilo que a pessoa possui e vale versus aquilo de que outra pessoa gosta. A 2ª Casa preserva e mantém as formas. A 8ª Casa derruba tudo para dar lugar a algo novo. Sacrificamos nossas limitações (2ª) para entrar completamente em outras (8ª). A 2ª Casa vê o valor de alguma coisa, enquanto a 8ª olha por baixo numa tentativa de encontrar significados ocultos. A 2ª Casa tende a satisfazer os apetites e as necessidades corporais, enquanto a 8ª tenta ganhar domínio sobre os processos instintivos.

A oposição 5ª-11ª

Na 5ª Casa criamos para nossa própria satisfação pessoal, tal como decorar nossa própria papelaria. Na 11ª devotamos nossa energia a algo maior que nós, tal como desenhar um poster para promover uma conferência para um grupo ao qual eventualmente pertençamos. Outro tema refere-se à nossa vontade de gerar uma criança ou uma obra artística (5ª) no mundo (11ª). Pode manifestar-se um dilema entre "aquilo que eu quero fazer" e o consenso do grupo do qual eu faço parte. Peço a eles que estejam de acordo comigo (5a) ou aceito a opinião do grupo (11a)?

A quadratura 2ª-5ª

Os conflitos podem ser tumultuados se os planetas na 2a Casa estiverem em quadratura com os da 5a. A necessidade de segurança e de uma entrada regular de dinheiro (2a Casa), pode interferir com um tempo maior dedicado a atividades mais criativas e de recreação (5a Casa). Inversamente, o esforçado artista ou o folgado ator (5a) sofre muitas vezes com a falta de uma entrada de dinheiro estável (2a). Algumas pessoas com quadraturas entre a 2a e a 5a derivam sua sensação de poder, valor e importância (5a) somente através do que têm e possuem (2a). Crianças (5a) podem ser tratadas como posses (2a) ou vividas como um escoadouro de recursos.

A quadratura 5ª-8ª

Na 5a Casa gostamos de ser vistos como pessoas brilhantes, positivas, criativas e especiais. O valor é colocado nas coisas que aumentam a alegria e a dignidade da vida. A 8a Casa descreve os elementos mais sombrios, intensos e destrutivos ocultos na personalidade. Se tivermos essas duas casas acentuadas poderemos nos ver engajados numa cruel batalha entre forças de luz e de sombra na psique. Os tipos de crises associados à 8a Casa podem momentaneamente romper a espontaneidade e entusiasmos de vida da 5a Casa. Em vez de acharmos que tomamos conta de nossas vidas (5a), podemos ser dirigidos por complexos inconscientes (8a) a agir de formas sobre as quais tenhamos pouco controle. Uma conquista sexual poderia ser usada para afirmação de nossa autoimportância. Quadraturas entre a 5e e a 8a casas podem eventualmente manifestar-se em conflitos intensos com suas crianças. A criatividade pessoal (5a) é associada com tensão emocional e frustração (8a). Do lado positivo, períodos de renovação e higiene psicológica (8a) libertam a força da vida para se expressar com mais pureza (5a). A expressão criativa (5a) pode ser um meio de aclarar as coisas de um sistema (8a). Excessos destrutivos (8a) podem ser romanceados (5a), como no caso do torturado poeta francês Arthur Rimbaud, que tinha Saturno na 8a em quadratura com Netuno na 5a.

A quadratura 8ª-11ª

A 11a Casa pode ter a visão de uma sociedade melhor, mas será que levou em consideração complexos muitos arraigados (8a), em pessoas que não têm habilidade para se relacionar com outras de forma franca e objetiva? A criança zangada e carente que há em nós (8a) pode fazer grandes estragos em nossos relacionamentos com amigos ou grupos (11a). O reformador social com quadratura entre a 11ª e a 8ª pode ser despedido com tal convicção que quaisquer meios justificam a realização dos seus fins. Influências sexuais ocultas (8ª) podem introduzir-se numa amizade (11ª). Por fim, emoções muito fortes podem inibir a facilidade com que nos relacionamos com uma unidade maior da sociedade. É possível que apareçam conflitos entre nossos ideais humanitários, políticos e sociais (11ª) e os ideais de nosso parceiro (8ª).

A quadratura 11ª-2ª

A 11ª Casa pode propor ideias liberais, tais como distribuição equitativa de bens, mas a 2ª Casa deseja ter as coisas pessoalmente e contradiz isso. A 2ª Casa precisa estabelecer fronteiras individuais certas, que entram em conflito com a ansiedade da 11ª Casa por um maior número de sócios no grupo. O idealismo da 11ª Casa não está sintonizado com a Terra, a Terra da 2ª Casa. Problemas tendem a resultar de negócios financeiros (2ª) com amigos (11ª). É possível que fiquemos extremamente empenhados (2ª) na realização de certas metas e objetivos (11ª); para isso empregaremos energia em excesso, visando sua obtenção, e tendemos a nos fixar em demasia (2ª) a estas ideias (11ª). Pensando mais positivamente, pode haver um senso prático e alguma habilidade (2ª) para realizar estas esperanças e estes desejos (11ª).

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.


domingo, 4 de setembro de 2016

Casas Angulares, por Howard Sasportas



As casas, tradicionalmente, são classificadas como sendo angulares, sucedentes ou cadentes.

Casas Angulares (figura 8)


No sistema quadrante de divisão de casas, as casas angulares são as que ficam imediatamente após os quatro ângulos: a 1a Casa começa com o Ascendente, a 4a Casa com o Fundo-do-Céu, a 7a com o Descendente e a 10ª com o Meio-do-Céu. No zodíaco natural, as casas angulares correspondem aos signos cardeais de Áries (equinócio da primavera), de Câncer (solstício de verão), de Libra (equinócio de outono) e de Capricórnio (solstício de inverno). Os signos cardeais geram e desencadeiam novas energias. Do mesmo modo, as casas angulares nos estimulam para a ação e representam quatro áreas básicas de vida que têm forte impacto em nossa individualidade: identidade pessoal (1ª Casa), o lar e o ambiente familiar (4ª Casa), relacionamentos pessoais (7ª Casa) e a carreira (10ª Casa).

Os signos da cruz cardeal quadram ou se opõem figurativamente uns aos outros. Do mesmo modo, as quatro casas angulares representam quatro esferas da vida que estão potencialmente em conflito uma com a outra.


A compreensão dos paradoxos e dos dilemas apresentados pelas diferentes casas angulares vai ajudar na interpretação de possíveis quadraturas e oposições que os planetas podem fazer uns aos outros nestas casas.

A oposição da 1ª à 7ª

Alguma condição de identidade e liberdade pessoal (1ª) tem de ser sacrificada para funcionar num relacionamento (7ª). Uma oposição entre essas duas casas mostra o clássico dilema da vontade versus o amor; quanto de nossa individualidade mantemos e quanto ajustamos àquilo que os outros necessitam ou requerem. Existe o temor de que, se nos ajustamos demais, perdemos nossa própria identidade separada mas, inversamente, se somos por demais centrados em nós mesmos e exigentes, os outros não nos amarão.

A oposição da 4ª à 10ª

Há aqui um possível conflito entre ficar em casa e participar da união da família (45) versus ficar longe da família a fim de seguir carreira (10a). O homem coberto pelas responsabilidades de uma carreira não tem tempo para estar com a família ou poucos momentos tem para refletir sobre o significado mais profundo da vida. A mulher com oposições entre estas duas casas pode ver-se dividida entre o desejo de ter uma profissão e seu papel como esposa e mãe. A criança em nós (4a) poderia entrar em conflito com o comportamento de adulto, esperado na vida profissional (10a). O homem de negócios, por exemplo, vê-se impedido a dar um xeque-mate na frente do cliente quando a negociação pode falhar no último momento.

Nosso condicionamento infantil (4a) influencia a nossa função mais tarde, na sociedade (10a). E possível que tenhamos sido tão difamados quando crianças que julgamos não ter nada para oferecer à sociedade? Ou somos a criança rejeitada, determinada a mostrar a todos o nosso próprio valor no mundo? Fomos tão mimados e protegidos por nossos pais que nos falta retaguarda ou ímpeto para nos aventurar fora do lar? Essas saídas podem aparecer quando há oposições entre planetas na 4a e na 10a casas.

A quadratura da 1ª-4ª

Nascemos como indivíduos separados e únicos (1a), porém em que grau a vida no lar (4a) sustenta ou reprime nossa individualidade florescente? Tive oportunidade de analisar o mapa de um jovem com Júpiter em Leão na 1a quadratura com Netuno em Escorpião na 4a. Sua espontaneidade e entusiasmo naturais (Júpiter na 1a Casa) tinham de ser contidos a fim de não perturbar um pai doente (Netuno na 4a). Podemos querer ser independentes e livres (1a), mas pressões morais para que fiquemos com o que é seguro e já conhecido nos inibem (4a).

A quadratura da 4ª-7ª

Nas quadraturas entre a 4a e a 7a casas, existe a probabilidade de projetar "assuntos não-resolvidos" sobre um dos pais (geralmente o pai) ou sobre o parceiro. Padrões estabelecidos no começo da vida (45) muitas vezes obscurecem nossa habilidade de ver claramente outras pessoas (7a). Problemas em estabelecer um lar (4a) com um parceiro (7a) podem manifestar-se quando planetas nestas casas estão em quadratura entre si. A capacidade de ser objetivo e justo com outros sofre a interferência de necessidades e de complexos infantis.

A quadratura da 7ª-10ª

Os conflitos podem aparecer entre a carreira (10a Casa) e o relacionamento (7a Casa). Se estivermos muito ocupados seguindo uma carreira, poderemos ter menos tempo para relacionamentos últimos. Nossa atração por um parceiro (75) pode ser contingente do nosso status no mundo (10a) ou o parceiro pode ser visto como aquele que melhora nossa posição social. E possível que problemas com nossa mãe façam com que não vejamos claramente o nosso parceiro.

A quadratura da 1ª-10ª

A autodisciplina é necessária para desenvolver uma carreira (10a Casa), e invariavelmente isso limita nossa liberdade e espontaneidade pessoal (la). Aquilo que a sociedade aprova e acha válido (10a) pode impor restrições ao que somos naturalmente inclinados a fazer (1a). Algo que a mãe representa (10a) pode inibir a expressão do planeta que se encontra na 1a Casa. Um homem com Vênus em Leão na 1a quadratura com a Lua em Touro na 10aesforça-se por ser artista (Vênus em Leão na 1a); sua mãe, no entanto, insiste para que ele escolha uma carreira mais prática (Lua em Touro na 10a). Muitas vezes, somos classificados somente pelo que fazemos no mundo (10a), em vez de o ser por outras qualidades que possamos ter (1a).

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.