sábado, 25 de junho de 2016

Os Planetas. Por Helena Avelar e Luís Ribeiro

O que São os Planetas?

Os planetas são as peças chave em Astrologia. São eles que "encarnam" e canalizam as qualidades (energias) dos Signos. Cada Planeta representa um elemento da psique humana, uma parte da nossa consciência.

Os planetas dividem-se em vários tipos. O Sol e a Lua não sendo propriamente planetas são conhecidos como os luminares ou luzes. Eles representam as grandes polaridades humanas: Consciente - Inconsciente, Masculino - Feminino, etc. Seguem-se os planetas vitais (ou pessoais) que, juntamente com os luminares, representam os elementos básicos da personalidade. Depois temos os planetas sociais, que representam elementos de sociabilização e finalmente os transpessoais que simbolizam a nossa capacidade de transformação e transcendência.

Eis algumas características dos planetas:

Luminares (planetas vitais)

O Sol representa o Consciente, a capacidade de autopercepção e autoconsciência do ser humano. Ele representa num mapa astrológico o modo como tomamos consciência do mundo ao nosso redor e o nosso sentido de identidade.

A Lua simboliza a nossa capacidade de sentir, de nos sensibilizarmos ao meio ambiente. Representa a nossa vida emocional, o instinto e a autopreservação. Num mapa astrológico indica-nos o relacionamento com o feminino, com a imagem da mãe e com a procura de alimento (físico ou psíquico)

Planetas Vitais ou Pessoais

Mercúrio representa a nossa capacidade de comunicar e de "fazer pontes". Ele simboliza a fala, escrita e toda a capacidade de transmitir ou receber informação. Nele está expresso o modo como falamos, raciocinamos, etc.

Vênus simboliza a capacidade que temos de dar valor e qualificar. Representa a modo como valorizamos, a nossa vida afetiva, a troca e partilha de valores.
 
A Terra representa o nosso corpo, o lugar onde temos as nossas experiências. É o campo de testes onde vamos viver aquilo que vai ser transformado em consciência

Marte é o simbolo do desejo. Ele representa a nossa capacidade de ação, de movimento, de expressão física. No mapa astrológico indica a agressividade, a impulsividade e tudo o que diga respeito a atividade.

Planetas Sociais

Júpiter simboliza a capacidade de expansão. Indica o nosso sentido ético, filosófico, religioso e ideológico. Representa a capacidade que temos de percepcionar as leis e de nos relacionarmos socialmente através delas

Saturno é o último planeta visível da Terra. Ele representa o limite do pessoal, ou seja, os nossos próprios limites. Num mapa ele indica os medos, bloqueios e barreiras pessoais. No entanto, superados os obstáculos ele é também o símbolo da maturidade, da estrutura e solidez.

Planetas Transpessoais

Urano é o primeiro dos planetas transpessoais (ou modernos). Ele representa a capacidade de quebrar barreiras, ultrapassar os limites pessoais. A capacidade de individualização das massas e liberdade pessoal.

Netuno simboliza o contacto com o absoluto, representa todos os processos que nos unem emocionalmente ao colectivo. É tanto símbolo da união com o absoluto, da expectativa mística, como símbolo da ilusão, do engano e decepção.

Plutão representa a capacidade transformativa do ser. Simboliza a nossa capacidade de lidar com os aspectos mais sombrios da personalidade, tudo aquilo que está adormecido nas profundezas. Numa primeira fase indica também a nossa resistência à transformação e a nossa expressão de poder.

Num mapa astrológico ou horóscopo, cada planeta está colocado num dos signos o qual vai atribuir à qualidade psicológica representada pelo planeta uma qualidade e modo de expressão.

O Sistema Solar

Numa primeira abordagem, a Astrologia e a Astronomia parecem estudar os mesmos fenômenos: estrelas, planetas e outros corpos celestes
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Assim acontece, de facto. Existe, porém, uma diferença fundamental: a Astronomia estuda os aspectos físicos, objetivos e materiais dos corpos celestes, enquanto a Astrologia estuda o seu aspecto simbólico e mitológico.

É por isso que alguns termos comuns ganham sentidos diferentes. Uma dessas diferenças reside na própria palavra "planeta", que deriva do termo grego "errante" (ou em movimento). Em Astronomia, o termo planeta designa apenas os corpos celestes que orbitam em torno de uma estrela. Em Astrologia, por seu turno, o termo aplica-se a todos os corpos do Zodíaco.

Considera-se assim que num mapa astrológico estão representados dez corpos celestes genericamente designados "planetas". Oito deles são, de facto, planetas: Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno e Plutão orbitam em volta do Sol, tal como a própria Terra. Quanto aos outros, um deles - o Sol - é uma estrela, e o outro - a Lua - é um satélite ou planeta secundário. Estes dois corpos celestes recebem por vezes a designação de Luminares.

Alguns astrólogos utilizam também o planeta Terra como fator de interpretação. Outros incluem no mapa corpos celestes secundários, nomeadamente alguns asteroides e planetoides, dos quais Quíron é o mais conhecido. (Mais adiante, estudaremos alguns destes elementos.)

No simbolismo astrológico, os planetas representam diversas funções ou aspectos da natureza humana, de acordo com a sua posição relativa no Sistema Solar e de acordo com a mitologia que lhe está associada.

Diz-se que um planeta "está" num determinado signo. Por exemplo: Mercúrio está em Capricórnio. Significa isto que, visto a partir da Terra, o planeta Mercúrio (ao qual foi atribuída uma carga simbólica) está a passar por uma área específica da abóbada celeste, o signo de Capricórnio (que tem também um simbolismo associado).

Se compararmos um mapa astrológico a uma peça de teatro, podemos considerar os doze signos como outros tantos papéis ou formas de ser. Nesta comparação, os planetas seriam os atores que representam esses papéis.

Assim, o planeta Mercúrio está, simbolicamente, a representar o papel de Capricórnio. Mercúrio está associado, entre outras coisas, à comunicação e à aprendizagem. Capricórnio está associado à reserva, sobriedade e vontade de agir no colectivo. Assim, a capacidade de comunicar e de aprender está tingida pela reserva e pela sobriedade. A maneira de pensar é estruturada, prática e concreta com um senso de estratégia apurado.

Antes, porém, de passarmos à interpretação da posição dos planetas nos signos, vamos começar por estudar o Sistema Solar no seu todo e, seguidamente, os planetas um a um.

O Sistema Solar como modelo do ser Humano

O princípio "o que está em cima é como o está em baixo..." recorda-nos que o Homem é, do ponto de vista simbólico, um reflexo do próprio Sistema Solar.

Podemos, assim, encarar o Sistema Solar como um ser vivo gigantesco, cujos "órgãos" ou funções estão representados pelos planetas.

No centro do Sistema Solar encontramos o Sol. Tal como a consciência humana se expressa através de diferentes formas, também a energia solar se diferencia através dos planetas. A posição relativa de cada planeta define a função que simboliza.

Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. Liga a consciência central (Sol) ao exterior (o resto do Sistema). Define a forma como apreendemos o Universo e, por consequência, a forma como comunicamos.

A seguir a Mercúrio encontramos Vênus. Representa a nossa capacidade de qualificar (dar valor) a algo exterior a nós. É, por isso, frequentemente associado aos relacionamentos amorosos (só podemos gostar daquilo que valorizamos).

É na Terra que são vividas todas as experiências perceptivas e valorativas da Humanidade. É nela que as funções representadas pelos planetas se expressam. Representa o campo de experiência, o campo da vivência concreta.

Na órbita da Terra temos a Lua. Simboliza a receptividade, a sensibilidade ao exterior. Funciona também como um "amortecedor" das experiências físicas, indica os mecanismos de defesa, hábitos, acomodações e instintos. Representa os condicionamentos, a ilusão da forma. A experiência concreta (Terra) está protegida pela Lua, mas é por ela limitada e condicionada.

Seguidamente encontramos Marte, o primeiro planeta exterior. Simboliza todos os movimentos para "fora", a ação, a atividade exterior, a agressividade.

Passamos depois para o domínio de Júpiter. Relaciona a esfera pessoal com a esfera social, faz a ponte entre o indivíduo, como ser separado, e os outros seres humanos. Simboliza expansão, o alargar das fronteiras pessoais.

Complementando Júpiter temos Saturno. Simboliza a estrutura, a contenção. Marca o limite da experiência pessoal e social. É o construtor das formas. Define e dá existência material a todas as coisas. É o que restringe o Homem, o fecha em estruturas rígidas, o aprisiona e limita aos factores que já consciencializou.

Júpiter e Saturno são os planetas sociais.

Urano, Netuno e Plutão são planetas invisíveis a olho nu. Levam-nos para além dos limites da vivência humana "normal", para lá da personalidade. São os Planetas Transpessoais, que vêm "desafiar" a personalidade.

Urano é um apelo mental e ideológico. Representa a inovação, o inesperado, o original, o novo, o excêntrico, a individualização e a globalização.

Netuno representa um apelo emocional. É um anseio de absoluto e de transcendência. Simboliza a empatia, a dissolução do ego, o Amor Universal.

Plutão, último planeta conhecido, representa um apelo físico, "visceral", de transformação. Vem destruir ("matar") os padrões não funcionais do ego e fazer emergir ("renascer") tudo o que está oculto no inconsciente.


O Sol

 No horóscopo natal, o Sol é o símbolo da autoconsciência. É o principal ponto de síntese e o foco central que alimenta os restantes factores astrológicos. Representa o "self", o ego, a consciência central e a capacidade de autoconhecimento.

Para além da consciência, o Sol representa também a vitalidade. É a fonte de vida. Simboliza o princípio vital que anima todas as formas - o Espírito. Na mitologia, este astro corresponde quase sempre a uma divindade criadora, ou mesmo ao próprio deus principal.

O Sol é o arquétipo masculino. Num mapa astrológico está associado à vontade e vitalidade características da polaridade yang.

Tanto para homens como para mulheres, pode corresponder àquilo que tomamos como modelos de comportamento masculino. Esses modelos foram-nos transmitidos nos primeiros anos de vida pelo pai e, em certa medida, por outros homens que representem autoridade e poder. Algumas mulheres podem ainda projetar esta imagem no próprio parceiro, enquanto outras a interiorizam e integram, vivenciando-a na sua própria estrutura de personalidade.

Em Alquimia, representa o ouro, o mais nobre dos metais, produto final do processo alquímico. Ao transformar os outros metais em ouro, transformamos, por analogia, as experiências da personalidade em consciência (o outro aspecto simbolizado pelo Sol).

Como já referimos anteriormente, o movimento do Sol através do Zodíaco é fácil de entender - demora sensivelmente um mês em cada signo (com variações de um dia, nos anos bissextos) e leva um ano para dar a volta completa. O signo onde o Sol se encontra será, por isso, de grande importância para o horóscopo natal. No entanto, importa frisar que esta importância é relativa e que os restantes factores do mapa poderão acentuar ou atenuar a "mensagem" do signo do Sol.

Antes de "interpretar"...

Esta abordagem, contudo, não é suficiente para "descrever a personalidade" de quem quer que seja. Para tal, será necessário tomar em consideração outros aspectos igualmente importantes para além do signo. Há que analisar, entre outras coisas, a Casa onde o Sol se encontra e os aspectos que este forma com outros planetas e ângulos do mapa natal. Além disso, qualquer destas considerações terá um peso relativo no contexto geral do mapa. Nenhuma delas por si só é suficiente para uma interpretação válida.

Aliás, a "descrição da personalidade" é apenas um dos aspectos da interpretação astrológica e, de resto, um dos menos importantes.

Outra questão a ter em conta é o carácter dinâmico dos próprios signos. Ao longo da vida, temos a possibilidade de viver e reviver o nosso signo (solar ou outro) de formas cada vez mais completas, apuradas e conscientes. Compreende-se, assim, que não faz grande sentido limitarmo-nos a associar uma série de "características de personalidade" a cada signo, passando a considerar esta lista de adjetivos como algo de estático, definitivo e "predestinado". Tal atitude viria negar um dos mais elevados aspectos da condição humana: a capacidade de evoluir.


A Lua

No simbolismo astrológico, a Lua é a contraparte do Sol.

Tal como o Sol ilumina o dia, a Lua ilumina a noite. Juntos, formam uma classe especial de corpos celestes: os Luminares.

O Sol é ativo e irradiante, a Lua é receptiva e refletora. Ao contrário do Sol a Lua não é sempre igual: a sua forma e luminosidade variam ao longo de um ciclo de 28 dias. A Lua simboliza, assim, tudo o que é cíclico, os ritmos naturais e biológicos.

Simboliza a imagem do Feminino e, em particular, a imagem de mãe, que nos gerou ao longo de dez ciclos lunares (9 meses). Desta ideia de geração surgem os conceitos de nutrição e forma - a nível físico, energético ou emocional.

A Lua representa também toda a "herança" familiar de condicionamentos biológicos que recebemos através da mãe. Dá-nos também indicações sobre a experiência emocional da infância, o "ambiente emocional" da família. As "mensagens" desses primeiros tempos determinam os condicionamentos emocionais, que nos ficam gravados no inconsciente.

Assim, a Lua simboliza também o Inconsciente, as respostas instintivas, as necessidades e carências, os hábitos pessoais e a capacidade de adaptação. Esta capacidade adaptativa protege-nos do desconhecido mas, ao mesmo tempo, limita-nos e restringe-nos a consciência.
Existe, um processo de aprendizagem associado à Lua: começamos ser inconscientes, defensivos e instintivos e, aos poucos, percebemos as inseguranças e começamos a refazer o padrão de comportamento. Assim, a Lua dá-nos indicações sobre o que nos deixa inseguros, mas também sobre o que nos protege e alimenta.


Mercúrio

Mercúrio é o planeta que orbita mais perto do Sol. Representa, por isso, a capacidade de perceber a realidade para além do Ser (Sol).

Liga a consciência aos outros aspectos da individualidade e, noutro nível, liga também a própria individualidade (o "Eu") a tudo o que lhe é exterior (o "não-eu"). Esta percepção eu e não-eu é a primeira dualidade, a primeira relativização.

Assim, Mercúrio estabelece vias de comunicação, tanto a nível interno (as várias facetas da personalidade), como a nível externo (eu e os outros). Mercúrio é o mensageiro dos deuses e o deus da comunicação.

Como planeta da comunicação, põe em contacto o Sol e os outros planetas. Sem este intermediário, não poderia haver a síntese de experiências em consciência.

É uma divindade dual, com uma faceta fútil e "trapaceira" e uma face profunda e transcendente. Por causa desta dualidade, pode "saltitar" entre a conversa trivial e a reflexão profunda. Reflexo desta dualidade é também a dupla função de deus dos comerciantes, ladrões e "pessoas comuns" e como o solene condutor das almas nos reinos subterrâneos.
Está associado aos vários aspectos da aprendizagem: linguagem, descrição, memória (a ponte entre o passado e o presente).

No mapa astrológico, Mercúrio define o modo como apreendemos a realidade. É a partir da nossa visão particular da realidade que descrevemos o mundo e com ele comunicamos. Mercúrio está, por isso, ligado à linguagem (gestual, falada, escrita, simbólica, etc.).
Indica o nosso modo particular de aprender e de comunicar e dá-nos indicações sobre os nossos processos de pensamento.

No seu aspecto negativo, Mercúrio divide em vez de ligar, faz intrigas, critica, disseca, engana e mente.


Vênus

Vênus é o segundo planeta a orbitar o Sol. Representa a capacidade individual de dar valor e de, desta forma, criar uma relação empática com o exterior.

Vênus vai mais além de Mercúrio: enquanto este faz pontes e põe em contacto, vénus une, através do valor e da empatia. É o planeta da coesão, da ligação, da harmonia e, nesse sentido, do Amor.

Vênus pode ser vivida a vários níveis.

No seu aspecto mais simples, pode simbolizar a atração física e o valor que se dá a objetos, relacionamentos ou pessoas. Define o que gostamos, o que não gostamos e o modo como o fazemos. Numa perspectiva mundana, a atração venusiana é vivida de forma material e concreta. Nesse sentido, representa o colectar e acumular de recursos físicos: posses e dinheiro. Quando Vênus está disfuncional, pode indicar superficialidade, sentimentos de posse e de inveja.

Num aspecto mais refinado, simboliza as relações amorosas de igualdade, prazer e respeito. Só nestes relacionamentos pode existir a verdadeira noção de valor, troca e reconhecimento.

Na sua expressão máxima, Vênus é a união para lá de emoções e sentimentos, a relação de compreensão, a fusão amorosa. Representa o sagrado, o valor na sua expressão divina e transcendental, o Arquétipo da Perfeição. É o "espelho" que reflete todas as potencialidades de ser e o incentiva à expressão mais refinada: a estética e a arte.

Tal como a Lua, Vênus é um arquétipo do feminino.

Enquanto a Lua é a imagem do Feminino (em particular da mãe), Vênus representa a mulher, enquanto companheira e amante. Alguns homens integram este símbolo, enquanto outros o projetam no exterior, dando origem ao conceito de "mulher ideal". Para as mulheres, é a imagem da "mulher perfeita", indicando as qualidades que devem ter para se sentirem bem com a sua feminilidade.

Vênus pode surgir no céu como Estrela da Manhã em certas épocas do ano e noutras como Estrela da Tarde, conforme nasce antes ou depois do Sol. Só pode ser vista de madrugada, antes da aurora, ou ao crepúsculo, pouco depois do poente.


Marte

Marte é o primeiro planeta exterior à órbita da Terra. Representa a energia, a atividade, o desejo e o movimento.

Em mitologia, Marte é o deus da guerra. Defende e define as fronteiras do pessoal. A sua função é o movimento que leva a novos estados de ser e a novos processos de consciência através do desejo.

Só podemos agir depois de termos alcançado alguma integração pessoal. Só quando a consciência do ser (Sol), os instintos protetores e necessidades emocionais (Lua), a percepção do exterior (Mercúrio) e a capacidade de relação e valoração (Vénus) estão em uníssono podemos entrar em ação. Sem esta condição prévia, qualquer ação seria desagregada e inconsequente.

Na sua expressão mais equilibrada, Marte serve os Luminares e os Planetas Pessoais, de forma a garantir a integridade e expansão da individualidade. A ação e o desejo, representados por este planeta, são postos ao serviço da consciência (Sol) e defendem as necessidades e inseguranças pessoais (Lua).

Quando disfuncional, a ação de Marte não é posta ao serviço dos outros planetas, tornando-se um entrave à expressão pessoal. O desejo pode tomar o comando da personalidade, tornando-a irracional, violenta e até animalesca, sem respeito por si nem por outros.
Tal como o Sol, Marte é um arquétipo do masculino.

Enquanto o Sol representa a imagem do Masculino e, em particular, a imagem do pai, Marte indica a imagem do Homem, no seu papel de companheiro, defensor e amante. Algumas mulheres integram esta imagem na sua personalidade, enquanto outras a projetam no exterior, fazendo surgir a imagem do "homem ideal". Para os homens, esta é a imagem do "homem perfeito", aquele que devem ser para se sentirem bem com a sua masculinidade.

Marte é também um indicador das reações sexuais e físicas. Juntamente com Vénus (o outro planeta relacional), indica a dinâmica relacional e sexual de um indivíduo.


Júpiter

Quando já atingimos uma boa integração pessoal e um sentido de independência pessoal, estamos prontos para nos expandirmos rumo ao exterior. Ao fazê-lo, vamos encontrar outros indivíduos, com características muito diferentes das nossas. Se cada indivíduo quisesse a todo o custo impor a sua vontade, a vida em sociedade seria impossível.

Júpiter, o primeiro planeta social, simboliza a expansão e os valores éticos, que reúnem e ultrapassam todas as preferências, necessidades e vontades pessoais em torno de um propósito comum.

Para agir em sociedade, é preciso primeiro interiorizar um valor colectivo, Júpiter apela para o que há de mais elevado em nós, é a ética, a Lei Universal. É também o ideal, a fé perante a qual vontade pessoal se submete de bom grado. Simboliza a autoconfiança, o sentido de aventura as viagens e o gosto pela aprendizagem. Em qualquer destas situações temos sempre possibilidade de conseguir uma expansão de consciência. Temos a possibilidade de passar do desejo pessoal, egoísta, à vontade de bem comum, altruísta.

Quando em desequilíbrio, Júpiter pode indicar exageros, abusos e "vigarices". O indivíduo é um juiz severo para os outros e um amigo indulgente para si mesmo. Pode ser irresponsável e ter o vício do jogo e da aventura gratuita.


Saturno

Durante muito tempo Saturno marcou o limite do Universo conhecido e também, em termos simbólicos, o limite da experiência humana.

Apesar da descoberta dos planetas transpessoais ter alargado estas fronteiras, o simbolismo de Saturno continua a manter-se. Este segundo planeta social marca ainda os limites pessoais e sociais da dimensão humana comum.

Saturno simboliza as barreiras, as estruturas, tudo o que põe limites e restringe. Trata-se, contudo, de uma limitação aparente: ao criar restrições, Saturno cria também a possibilidade de, através do esforço, ganharmos experiência e aperfeiçoamento. À medida que enfrentamos complexos e medos (de carácter pessoal ou colectivo), ganhamos responsabilidade sobre nós mesmos.

Saturno é, por isso, o planeta da Maturidade, do Tempo. É o planeta da Sabedoria, a única qualidade capaz de transformar limites e medos em experiência e solidez.

Saturno e Júpiter são complementares. Enquanto Júpiter representa a expansão, a ética, o optimismo e a fé, Saturno simboliza as dúvidas e os obstáculos que nos permitirão testar essa fé. Júpiter é a Lei interior, Saturno a lei exterior, as regras cujo não-cumprimento implica sanções. Saturno é, por isso, chamado o Senhor do Karma. Recorda-nos que somos responsáveis pelo nosso próprio destino e desafia-nos a crescer, vencendo medos e limitações.

O lado negativo deste planeta manifesta-se quando a rigidez e os medos ganham terreno, cristalizando toda a individualidade. Do ponto de vista psíquico, esta cristalização representa a paragem de algo que deveria ser dinâmico. Por este motivo, Saturno é por vezes representado como a própria figura da Morte.

Para lá de Saturno

Durante muito tempo, Saturno marcou o limite do Sistema Solar. A descoberta dos planetas para lá de Saturno só aconteceu depois de se desenvolverem telescópios suficientemente potentes.
Urano foi oficialmente descoberto em 1881, Neptuno em 1846 e Plutão em 1930.

Do ponto de vista simbólico, os trans saturninos representam desafios de transformação. Desafiam-nos a ultrapassar os limites pessoais e sociais e a transcender a personalidade. Têm, por isso, a designação de planetas transpessoais.

Como estão muito distantes do Sol, estes planetas têm ciclos muito lentos. Urano demora 7 anos a transitar por cada signo, Netuno leva 14 anos e Plutão tem um ciclo irregular, que varia entre 13 aos 30 anos em cada signo.

Assim, todas as pessoas de uma mesma faixa etária terão estes planetas aproximadamente na mesma posição zodiacal.

Desta forma, as várias "gerações" serão caracterizadas por diferentes combinações destes três planetas.

A dinâmica dos transpessoais indica, portanto, as grandes tendências transformativas globais.
Antes de qualquer interpretação pessoal, importa compreender a importância destes planetas na definição das temáticas das gerações. Eles definem, antes de mais, uma dinâmica colectiva de transformação.

A forma como cada indivíduo responderá a estes desafios depende de uma série de factores astrológicos e, em última análise, do próprio grau de autoconsciência pessoal.


Urano

Urano demora 84 anos a dar a volta completa ao Zodíaco e ocupa cada signo durante cerca de sete anos.

A sua descoberta oficial data de 1781, pouco depois da revolução francesa.

Representa um desafio mental de transformação ideológica.

Manifesta-se como uma súbita "onda" de descontentamento e impaciência colectiva. Este descontentamento, que se manifesta de forma súbita ou até excêntrica, leva ao debate, à abertura de novas possibilidades e ao progresso.

O signo de Urano num mapa natal indica os desafios de transformação ideológica.

Quando disfuncional, pode indicar imprevisibilidade, dificuldade em cooperar e excentricidade gratuita. Bem integrado, manifesta-se pela rapidez mental, abertura de espírito, ideias globais, originalidade e por vezes um toque de gênio.


Netuno

Netuno demora cerca de 164 anos a dar a volta completa ao Zodíaco; ocupa cada signo durante cerca de 13 anos.

Foi oficialmente descoberto em 1846, na época do movimento romântico.

Representa um anseio de transformação emocional.

Manifesta-se como uma idealização colectiva, uma visão de transmutação mística e absoluta que eleva ao Absoluto o tema do signo por onde transita. Segue-se uma fase de desilusões, que serão o ponto de partida para uma reformulação de base, mais abrangente e universal.

O signo de Netuno num mapa natal indica os anseios de transformação emocional e mística comuns a toda uma faixa etária ou "geração".

Quando disfuncional, Netuno pode indicar uma sensibilidade excessiva, ilusões, adicção a substâncias, fuga à realidade e perda de identidade. Bem ajustado, manifesta-se através da sensibilidade rica e criativa, sentimentos abrangentes e capacidade de sintonizar as vertentes transcendentes e místicas da vida.


Plutão

Plutão demora 248 anos a completar o seu ciclo Zodiacal. Como tem uma órbita irregular, a sua passagem pelos signos varia entre os 12 e os 30 anos.

Plutão, o último transsaturnino conhecido, foi descoberto em 1930, no período entre as duas guerras mundiais.

Representa um impulso intenso, compulsivo, de transformação total e definitiva.

Começa pelo intensificar das qualidades do signo por onde transita. Este tema terá de "morrer" nas suas antigas formas, para "renascer", numa expressão mais abrangente e poderosa.

A nível pessoal, a vivência disfuncional deste arquétipo poderá levar a obsessividade, compulsões e até violência. Quando bem integrado, indica uma poderosa capacidade de transformação, baseada no autocontrole.


A Terra como campo de experiência

Do ponto de vista astrológico, a Terra é um complemento do Sol.

No mapa natal, podemos considerar que se localiza no grau, signo e casa exatamente opostos ao Sol, formando com este um eixo.

Para quem estuda Astrologia, a Terra aparece como um conceito de teor mais simbólico do que prático. A sua interpretação é, portanto, diferente da dos outros planetas. Na verdade, só fará sentido quando considerada em função do Sol.

Como já vimos, o Sol simboliza a autoconsciência, a criatividade e a individualidade. A Terra, por seu turno, representa a manifestação concreta da consciência e a utilização prática da criatividade.

A vivência prática deste signo leva o signo do Sol a relativizar-se e tornar-se mais autoconsciente. Na verdade, só podemos realizar totalmente o signo solar quando tivermos experimentado em plenitude o seu oposto, ou seja, o signo da Terra.

Este eixo remete-nos para as polaridades dos signos e para a sua relação mútua - um signo só se define totalmente perante o seu signo complementar.

Num horóscopo natal, a Terra representa também o corpo físico, a base de operações, a existência física do ser. A Terra é o campo de experiência do Sol e, por extensão, de todo o mapa natal. Representa o corpo físico, a base de operações, a existência física do ser.

Num outra perspectiva, a relação Lua-Terra espelha a mobilidade face à permanência. A Lua simboliza tudo o que é móvel, variável, cíclico, moldável, enquanto a Terra indica a própria vida concreta. A Lua representa o sonho, a Terra indica a realização das coisas.

A relação entre a Lua e a Terra será, portanto, indicadora da capacidade materializar e tornar reais as sensibilidades, sonhos e necessidades do indivíduo.

Podemos também considerar a relação entre o Sol, a Lua e a Terra.

Estes três importantes pontos do mapa formam um triângulo simbólico, que representa o Espírito (Sol), a Alma (Lua) e o Corpo (Terra), ou, numa outra perspectiva, a consciência, a necessidade e a vivência concreta.

Torna-se, por isso, fundamental que a análise da relação Sol-Lua tome sempre em consideração o terceiro ponto: a Terra.

O símbolo da Terra mostra-nos um círculo com uma cruz sobreposta. Representa o Espírito na Matéria.


O eixo Sol-Terra

O campo de experiência e aprendizagem do Sol é a Terra.

É na Terra que temos oportunidade de testar na prática o nosso processo de consciência, simbolizado pelo Sol.

Este processo de aprendizagem manifesta-se pelo equilíbrio dos opostos: o eixo Sol-Terra.
Quando o Sol está num signo de Fogo, a Terra está num signo de Ar.

A identidade expansiva, enérgica e irradiante experimenta a comunicação e a relação com os outros, aprendendo assim a relativizar-se.

Sol em Carneiro, Terra em Balança: a ação e a impulsividade pessoais vão ser temperadas pelo relacionamento, o equilíbrio e a harmonização dos opostos.

Sol em Leão, Terra em Aquário: a expressão pessoal e autocentrada vai experimentar-se no grupo, confrontando-se com outras personalidades.

Sol em Sagitário, Terra em Gêmeos: a busca de identificação com ideais e filosofias é confrontada com outras formas de pensar e de comunicar.

Quando o Sol está num signo de Terra, a Terra está num signo de Água.

A expressão concreta e prática da identidade confronta-se com a profundidade e subjetividade do mundo do sentir.

Sol em Touro, Terra em Escorpião: a vivência da posse e acumulação, é dinamizada pela experiência da troca, partilha e perda.

Sol em Virgem, Terra em Peixes: a identidade definida, eficiente e perfeccionista aprende a lidar com a indefinição e inconstância dos sentimentos.

Sol em Capricórnio, Terra em Caranguejo: o ego ambicioso, austero e motivado para a expressão social sensibiliza-se para a necessidade de proteção e recolhimento juntos dos "seus".

Quando o Sol está num signo de Ar, a Terra está num signo de Fogo.

A capacidade de comunicar e estabelecer relações encontra identidades fortes e centradas, aprendendo assim a focar as suas energias.

Sol em Gêmeos, Terra em Sagitário: a relatividade e multiplicidade de ideias confronta-se com a busca de um propósito e de um sentido.

Sol em Balança, Terra em Carneiro: a expressão equilibrada, harmoniosa e virada para as relações é dinamizada pela ação direta e pessoal.

Sol em Aquário, Terra em Leão: a identidade focada no grupo e nas ideologias sociais complementa-se com a expressão assertiva de uma identidade bem definida.

Quando o Sol está num signo de Água, a Terra está num signo de Terra.

A identidade emotiva, vaga e fluida aprende a expressar-se de forma prática, eficaz e concreta.

Sol em Caranguejo, Terra em Capricórnio: a necessidade de alimento e proteção emocional é potenciada pelo suporte de estruturas sociais.

Sol em Escorpião, Terra em Touro: o poder e intensidade do ego são testados através da experiência de construção e gestão de formas.

Sol em Peixes, Terra em Virgem: a capacidade de sentir de forma total é temperada pela funcionalidade e eficiência.

O Signo Solar e o Signo Ascendente. Por Helena Avelar e Luís Ribeiro

O que é o Ascendente?

Para compreendermos este importante aspecto astrológico, vamos recordar que o mapa natal é o retrato simbólico do céu, visto a partir da Terra, num determinado dia, hora e local. O centro do mapa será o próprio local de nascimento, na Terra. A partir desse centro, é determinado um horizonte: à esquerda está o Este, Oriente, ou Nascente; à direita fica o Oeste, Ocidente ou Poente. O Ascendente é o signo que está a subir - ou a ascender -- no horizonte oriental (à esquerda, portanto) naquele momento.

Como o signo Ascendente muda de 2 em 2 horas (aproximadamente), só pode ser determinado através de cálculos matemáticos muito precisos.

Em termos simbólicos, o Ascendente representa o impulso inicial para a vida, o momento do nascimento, o primeiro choro do bebé. Indica a nossa forma imediata e genuína de reagir, a forma como entramos na vida.

O Ascendente simboliza a primeira impressão que damos aos outros e também a primeira mensagem que recebemos do mundo.

O signo que se encontra no Ascendente indica a primeira impressão que causamos e a forma como iniciamos as coisas. Refere-se às condições que encontramos quando nascemos: o "estado de espírito" do momento. Pode igualmente dar-nos pistas sobre o nosso aspecto físico, a "máscara" exterior (tanto física, como emocional e intelectual), o estado geral de saúde e alguns hábitos e maneirismos pessoais.

Como interage com o signo solar?

O signo onde se encontra o Sol representa o processo de autoconhecimento individual. É através das energias (do tema) do signo do Sol que crescemos em consciência. Simboliza aquilo que somos (no sentido mais básico e natural), e também aquilo que ao longo da vida aprendemos a expressar de forma cada vez mais consciente.

O Sol mostra a expressão natural e duradoura da individualidade, enquanto o Ascendente revela a forma como esta individualidade se expressa no imediato.

Por outras palavras: através do signo Ascendente "tocamos" o mundo, através do signo do Sol transformamos essa experiência em consciência.

À medida que amadurecemos, vamos aprendendo a integrar as energias totais do nosso mapa em torno do signo solar; todos os outros factores (incluindo o Ascendente) passam, assim, a enriquecer e fortalecer essa expressão global.

Esta integração não implica, contudo, a perda de importância do Ascendente ou de qualquer outro elemento do mapa. Pelo contrário: quando a personalidade se constela em torno do Sol central, cada factor astrológico ganha uma dimensão própria, única e dinâmica, capaz de contribuir para um todo harmonioso e criativo - uma personalidade integrada.

Os Signos e o Mapa Natal

Os signos representam as energias básicas da Astrologia. São os arquétipos (ou símbolos) primordiais, dos quais surge todo o conhecimento astrológico.

Num num mapa astrológico estão sempre representados todos os doze signos do Zodíaco. A nível individual, cada um deles representa um modo de ser, uma possível forma de expressão da Consciência.

Mais importante do que identificarmo-nos com este ou aquele signo específico é compreendermos cada um dos doze. Nenhum deles é "melhor" ou "pior" que qualquer outro: todos representam características e energias fundamentais da experiência humana. Cada um deles estará presente na nossa personalidade, embora alguns possam estar mais acentuados que outros.
Qual é o signo principal de um horóscopo?

O signo solar é, obviamente, um dos mais destacados.

Representa o processo de autoconhecimento de um dado indivíduo. Simboliza aquilo que somos, num sentido mais básico e natural, e também aquilo que ao longo da vida aprendemos a expressar de forma cada vez mais consciente.

O signo solar é, como o próprio nome indica, o signo onde o Sol se encontra num dado momento. Como o Sol tem um movimento muito regular (um signo por mês), é fácil saber em que ponto do zodíaco se encontra a cada dia.

Para conhecer o signo solar de uma determinada pessoa ou acontecimento basta-nos, portanto, saber o dia e o mês em que ocorreu esse acontecimento.

Por ser muito fácil de calcular, o signo do Sol tornou-se o mais conhecido de todos. A sua maior divulgação ficou a dever-se à publicação de almanaques que falavam das características do signo solar. Estas seriam, supostamente, compartilhadas por todos os nascidos num determinado período.

É interessante verificar que o signo solar tinha uma importância muito pequena para os astrólogos da Antiguidade, já que a sua análise astrológica levava em consideração muitos outros factores. Para eles, não faria sentido alguém afirmar "Eu sou Touro" ou "Eu sou Sagitário".

Que outros signos são marcantes num mapa natal?

O signo lunar - o signo onde se encontra a Lua num dado momento -- indica os condicionamentos, as emoções e as condições de receptividade que prevaleciam naquela altura. Para determinar o signo lunar é preciso uma tabela, já que a Lua demora apenas 28 dias a dar a volta ao Zodíaco.

O signo ascendente é signo que está a subir (a ascender) no horizonte oriental no momento em que o mapa é calculado. Simboliza a forma de expressão exterior, as primeiras impressões, as reações imediatas. Numa perspectiva espiritual, dá-nos indicações sobre o propósito do mapa astrológico. O Ascendente muda de 2 em 2 horas; é determinado através de cálculos matemáticos muito precisos.

Num horóscopo, será também marcante qualquer outro signo que contenha uma grande concentração de planetas.

Em resumo: de pouco serve escolher o signo "mais importante" e identificamo-nos com as suas características; há que manter sempre presente que todos os doze signos têm o seu lugar e a sua forma de expressão no mapa astrológico.

Em artigos futuros, veremos de que forma cada um deles se manifesta.

Os Signos. Por Helena Avelar e Luís Ribeiro

O Signo de Carneiro

Elemento: Fogo
Modo: Cardinal
Planeta regente: Marte.
Palavra-chave: "Eu ajo".
Disposição: Iniciar, ser ativo.

Este é o signo onde tudo começa: é o primeiro signo do Zodíaco.
O Carneiro marca o início de um ciclo completo de experiência. Está cheio de energia, vitalidade e força.

O seu principal impulso é direcionado para a ação. O tema do signo tem, por isso, a ver com os inícios, o pioneirismo, a coragem, a vontade de ser o primeiro. A outra face da ação é a luta, o combate e a conquista, estas também características deste signo.

O Fogo, elemento deste signo, confere-lhe a capacidade de expansão, a expressão de vontade e de identidade. Ao associar-se ao Modo Cardinal, toda esta expansão exterioriza-se de modo imediato, rápido, direto.

Por ser Fogo Cardinal, o Carneiro é o signo que mais diretamente se relaciona com o aspecto masculino da personalidade.

Quando o signo de Carneiro está muito acentuado num mapa natal, a necessidade de ação imediata e direta é parte integrante da personalidade.

A expressão é, muitas vezes, competitiva e bélica, mesmo em situações que requerem equilíbrio e diplomacia. Há uma resposta imediata, quase que uma reação às situações, que pode gerar atritos. Longe de serem temidos e evitados, estes atritos são, muitas vezes, desejados e vividos como desafios estimulantes.

A necessidade de ser sempre o primeiro pode levar a grandes vitórias e a importantes empreendimentos. Contudo, é esta mesma necessidade que constitui também um dos seus principais problemas: a sua impaciência leva-o a desvalorizar o que já conquistou, a deixar a meio o que começou. Procura, então, novas conquistas e novas batalhas.

Quando este signo está bloqueado no mapa, pode dar origem à dificuldade de tomar iniciativas, expressar a vontade e ser assertivo.

Como signo complementar ao Carneiro temos a Balança, onde as qualidades de diplomacia, tacto, equilíbrio e consideração aos outros temperam a impulsividade de Carneiro.

O regente de Carneiro é o planeta Marte que, como veremos mais adiante, é o indicador de ação, conquista, iniciativa e movimento.


O Signo de Touro

Elemento: Terra
Modo: Fixo
Planeta regente: Vénus
Palavra-chave: "Eu construo".
Disposição: Suster, ser aquisitivo.

Em Touro, a energia primordial começa a ser estabilizada e toma forma pela primeira vez. O impulso é para a estabilidade, para a vivência do lado "prático" da vida. Todo o tema do signo envolve posses, "lucro" e a segurança que surge da obtenção de um território pessoal e bem definido. Neste contexto, pode surgir um grande apego a formas (de pensar, sentir, objetos materiais, etc.) A outra face deste signo é a inércia, a preguiça, a indolência e a possessividade.

O elemento Terra que caracteriza este signo, confere-lhe o modo de funcionar concreto e prático. Há uma tendência a experimentar do mundo através dos sentidos - saborear, cheirar, sentir, etc. O Modo Fixo aumenta a tendência para a estabilidade e a "estática" associadas ao elemento Terra.

A combinação Terra Fixa exterioriza-se muitas vezes por uma resistência à mudança, forte ênfase no mundo concreto e muita teimosia.

Quando este signo está muito acentuado num mapa natal, existem valores muito concretos e práticos, grande capacidade de trabalho, persistência e paciência. O sentido estético e a sensualidade andam a par: há uma capacidade natural para apreciar a beleza e as "coisas boas" da vida. O exagero destas qualidades pode, contudo, gerar um forte apego à segurança e ao bem-estar, que acentuam a sensualidade de forma pouco saudável, impedem o progresso e estagnam a natural gestão dos recursos.

Quando este signo está de alguma forma bloqueado no mapa, pode haver uma falta de sentido prático, incapacidade de tomar forma ou dar forma; e uma dificuldade em "saborear" a vida.
No signo complementar, Escorpião, vamos encontrar a capacidade de reciclagem da segurança e das posses. A estabilidade de Touro é substituída por uma constante transformação.

O Planeta Vénus, que rege o signo de Touro, dá-lhe capacidade valorativa, capacidade de empatia, e sensibilidade à beleza e à estética.


O Signo de Gêmeos

Elemento: Ar
Modo: Mutável
Planeta regente: Mercúrio
Palavra-chave: "Eu comunico".
Disposição: Transmitir, ser volátil.

Em Gêmeos, vive-se pela primeira vez a dualidade e a comunicação.

O tema do signo é a troca de ideias, a relativização, a compreensão intelectual do meio próximo. A curiosidade e a vontade de comunicar, que estão sempre presentes, transforma-se, por vezes, num "saltitar" nervoso e desgastante.

Por ser o primeiro signo do elemento Ar, Gêmeos representa a comunicação próxima, pessoal e informal, sem grandes pretensões generalistas. O Modo Mutável acrescenta-lhe um toque de "nervosismo", indecisão e versatilidade.

O Ar Mutável confere ao signo de Gêmeos a sua característica vivacidade mental, leveza e capacidade adaptativa.

Quando o signo de Gêmeos está acentuado num mapa natal, toda a personalidade é permeada pela constante necessidade de comunicação, movimento e leveza.

A expressão natural tende a ser rápida, dispersa, juvenil e alegre. Há uma grande acentuação na comunicação verbal e na troca de ideias.

Esta tendência a verbalizar e a "intelectualizar" todos os aspectos da vida pode ser exagerada ao ponto de não deixar espaço para outras formas de estar. Nessa situação, o sentimento, a intuição e até a experiência concreta podem ser relegados para segundo plano.

Quando a vivência intelectual ganha primazia sobre tudo o mais, a capacidade valorativa pode perder-se; surge então a dificuldade em distinguir entre o "bem" e o "mal", entre o "sério" e o "fútil": há uma espécie de postura "amoral", que se recusa a tomar posição pessoal entre o enorme conjunto de conceitos e ideias que vai juntado ao longo das suas vivências quotidianas.

Quando este signo está bloqueado num mapa natal pode representar dificuldades em comunicar no meio próximo e em gerir os conceitos do dia a dia.

O signo complementar dos Gêmeos, o Sagitário, representa o contraponto que faltava: vem dar significado e direção a este mundo de ideias soltas e sem propósito comum.

O regente de Gêmeos é Mercúrio, planeta da comunicação e expressão em geral (em particular na sua forma falada e escrita).


O Signo de Caranguejo

Elemento: Água
Modo: Cardinal
Planeta regente: Lua
Palavra-chave: "Eu alimento".
Disposição: Conter/nutrir, ser defensivo.

No Caranguejo, signo com que se inicia o Verão, surge pela primeira vez a componente emocional. Neste quarto signo, a ênfase está nas qualidades de proteção, acolhimento, sustentação e carinho.

O tema geral do signo é a manutenção de um estado de proteção e segurança que é por vezes pode tornar-se excessivamente receoso e desconfiado.

Este primeiro signo de Água relaciona-se com a expressão primordial dos sentimentos; a emoção é vivida de modo simples, quase infantil. Esta emotividade, contudo, expressa-se através do Modo Cardinal, que lhe acrescenta uma nota de dinamismo e assertividade.

A Água Cardinal revela uma interessante combinação de fragilidade e força: a sua ação, que pode ser muito direta e assertiva, é basicamente motivada pela segurança emocional.

Se o signo de Caranguejo estiver muito destacado num mapa natal, há tendência a pôr as necessidades emocionais pessoais em primeiro lugar, em detrimento de quaisquer outras considerações.

Estas necessidades são, como já foi referido, principalmente direcionadas para a segurança e o conforto. O sentido de família e de "tribo" é muito forte assim como o sentimento de "pertencer" a um determinado grupo com características familiares.

Uma excessiva ênfase de Caranguejo pode indicar uma necessidade de segurança de tal ordem que tudo o mais fica relegado para segundo plano. O resultado extremo desta situação pode ser estreiteza de vistas (dificuldade em pensar para além do ponto de vista pessoal) e uma incapacidade total de responder emocionalmente a pessoas ou situações que não sejam conhecidas ou familiares.

Se houver alguma forma de bloqueio nas energias deste signo, a capacidade de reação emocional pode ser fraca ou estar inibida. Há dificuldade em apreciar um ambiente seguro e familiar e é quase impossível ter o sentimento de pertencer ou "estar em família".

Capricórnio, o signo complementar de Caranguejo, representa a estrutura e a organização necessárias para conter e dar rumo a todo este fluxo emocional.

A Lua, regente de Caranguejo, está ligada à temática do inconsciente, à sensibilidade e à receptividade.


O Signo de Leão

Elemento: Fogo
Modo: Fixo
Planeta regente: Sol
Palavra-chave: "Eu brilho".
Disposição: Exibir, governar.

No pino do Verão o impulso vital iniciado em Carneiro atinge a sua máxima expressão. É a época da realização das promessas iniciadas na Primavera e desenvolvidas ao longo da primeira fase do ano.

Assim, o quinto signo do Zodíaco tem como tema a expressão plena de um potencial. Esta expressão, que geralmente é forte, rica, diversificada e criativa, pode também tornar-se excessiva, descabida e pomposa.

O segundo signo de Fogo representa a expressão criativa da identidade; em vez de uma expressão direta e imediata, como em Carneiro, a identidade procura agora formas únicas, exuberantes e carismáticas de se manifestar. O Modo Fixo vem potenciar esta manifestação, conferindo-lhe força e estabilidade.

Por ser um signo de Fogo Fixo, o Leão corresponde à mais intensa, tenaz e exuberante expressão de identidade.

Se o signo de Leão estiver acentuado num mapa natal, a expressão da personalidade é viva, alegre, generosa e multifacetada. Há uma necessidade constante de enquadrar todas as circunstâncias da vida segundo um referencial próprio, único, pessoal.

Apesar de existir uma autoimagem forte e irradiante, há uma busca constante pela expressão total: o Leão procura no processo criativo o reflexo da sua própria criação - procura descobrir quem em através daquilo que cria.

O excesso de energia leonina num mapa natal é bastante fácil de identificar: a expressão pessoal é tão forte (e por vezes tão exagerada) que raramente permite que qualquer outra se manifeste. Em casos extremos, esta tendência pode chegar ao egocentrismo total, acompanhado de mania das grandezas e pomposidade. Pode haver uma autoimagem exageradamente positiva, levando à total falta de perspectiva do valor próprio e das capacidades pessoais.

Se houver algum bloqueio deste signo, a expressão da identidade pode ficar bastante debilitada; a autoimagem pode ser vaga, fraca ou confusa.

O signo de Aquário, com a sua acentuada consciência de grupo, apresenta o complemento direto à postura egocentrada de Leão.

O signo de Leão é regido pelo Sol, planeta da autoconsciência e da irradiação.


O Signo de Virgem

Elemento: Terra
Modo: Mutável
Planeta regente: Mercúrio
Palavra-chave: "Eu analiso".
Disposição: Analisar, ser discriminativo.

É chegado agora o momento de experimentar, classificar e apurar o sentido do ego, que atingiu o seu máximo desenvolvimento na etapa anterior.

O tema deste signo é a funcionalidade e a visão pragmática, mas também busca da perfeição na forma e o serviço aos outros.

O segundo signo de Terra vai, tal como o primeiro (Touro), experimentar o mundo num nível prático e concreto; contudo, aquilo que no primeiro signo de Terra era vivido como pura sensação passa agora a ser testado, descriminado e qualificado. O Modo Mutável vai conferir vivacidade e mobilidade a este pragmatismo: há uma grande capacidade classificar e apurar tudo o que é experimentado.

A combinação Terra Mutável representa a experiência do concreto; este signo é, por isso, o que melhor representa a eficiência e a capacidade de agir no mundo material.

Se o signo da Virgem estiver forte num mapa natal, a personalidade é naturalmente propensa à busca de perfeição. Todas as ações e empreendimentos estão submetidos a um sentido de propósito prático e de eficiência. Neste sentido, a Virgem (signo de Terra e, portanto, ligado à matéria e à realização concreta), pode chegar à visão da perfeição na forma.

Excesso de energia neste signo poderá levar a uma tão forte preocupação com os detalhes que se perde de vista o foco central. A necessidade de perfeição em todos os aspectos da vida pode envolver e dominar completamente a personalidade, exigindo-lhe esforços constantes e cada vez mais pormenorizados. Este "mergulho" na matéria e nas suas imperfeições leva a um constante criticismo, que pode tornar-se paralisante.

Quando a energia deste signo se encontra debilitada ou bloqueada, a eficiência e capacidade de descriminar pode estar enfraquecida; o trabalho pode ser atabalhoado ou confuso.
O signo complementar, Peixes, representa a capacidade de ver - e de sentir - o Todo, sem se perder em pormenores.

Mercúrio, planeta regente de Virgem, rege também o signo de Gêmeos. Na Virgem, contudo, Mercúrio está mais ligado à capacidade de análise e de raciocínio direto, e não tanto à comunicação e expressão (como em Gêmeos).


O Signo de Balança

Elemento: Ar
Modo: Cardinal
Planeta regente: Vénus
Palavra-chave: "Eu relaciono-me".
Disposição: Equilibrar, ser apreciativo.

Completo que está o primeiro ciclo da experiência humana, surge agora a Balança, signo de relação e equilíbrio. A sua temática, aparentemente ligeira e harmoniosa é, talvez, das mais subtis e complexas: a Balança representa o ponto de equilíbrio entre a perspectiva pessoal e a perspectiva relacional - o Eu perante o Outro.

Balança, segundo signo de Ar, está ligado (tal como Gêmeos) à comunicação e à relativização.

Contudo a comunicação rápida e a atenção "saltitante" de Gêmeos dá agora lugar a uma ponderação diplomática e à atenção ao outro. O Modo Cardinal confere uma boa dose de assertividade e esta dinâmica, de que outra forma poderia ser algo incaracterística.

O Ar Cardinal apresenta, assim, uma curiosa mescla de indecisão e assertividade, hesitação e força, indecisão e focagem.

Balança representa a passagem da esfera pessoal à esfera relacional. O eu, que já vivenciou um vasto leque de experiências, procura agora definir-se em relação ao outro (parceiro) e aos outros (meio social).

Esta busca de parceria traduz-se, na maior parte dos casos, por uma capacidade de "funcionar" com naturalidade e elegância nos meios mais diversos, aptidão espontânea para negociar situações de forma diplomática e um grande sentido estético.

Como a afirmação pessoal cede facilmente lugar à relação, pode haver alguma dificuldade com o conceito de independência (só existe em relação a alguém).

O excesso de energia em Balança pode assumir formas um tanto contraditórias. Por um lado, há grande indecisão nas escolhas pessoais, o que leva à dependência da aprovação e da iniciativa dos outros. Por outro lado, podem surgir inesperados "picos" de assertividade, em que se tomam súbitas decisões, seguidas de esforços ativos para levar os outros a apoiar e acompanhar essas escolhas.

Se este signo estiver de bloqueado num mapa natal, a capacidade negociar situações e de entrar em sintonia com os outros está debilitada. O mesmo pode acontecer com o sentido estético e a capacidade de se sentir à vontade em diferentes meios sociais.

O Carneiro, com o característico sentido de individualidade, assertividade, independência e pioneirismo, vem complementar a diplomacia, hesitação e necessidade de equilíbrio da Balança.

Vénus, o planeta regente de Balança, rege também o Touro. Em Balança, a valorização, empatia, e sensibilidade estética de Vénus manifestam-se mais no plano das ideias e conceitos do que no mundo dos sentidos (como acontece em Touro).


O Signo de Escorpião

Elemento: Água
Modo: Fixo
Planeta regente: Marte (Plutão)
Palavra-chave: "Eu transformo-me".
Disposição: Escrutinar, ser intenso.

Este signo representa uma fase de morte e transformação que deverá ser intensamente vivenciada, para dar lugar à última etapa do ciclo. O seu tema, muitas vezes mal entendido, é a mudança profunda e definitiva. Esta mudança é quase sempre temida e evitada a todo o custo: só acontece após uma luta demorada e por vezes dolorosa.

Neste segundo signo de Água, a vivência dos sentimentos é intensa, profunda e, muitas vezes, inconsciente. Os sentimentos "infantis" do Caranguejo, dão agora lugar a uma expressão mais interiorizada e secreta, com um toque de imposição e extremismo. O Modo Fixo vem acrescentar a esta intensidade emocional uma grande tenacidade, bem como uma necessidade de continuidade e segurança.

A Água Fixa de Escorpião é a que mais se apega aos sentimentos, procurando segurança, mas é também a que tem maior capacidade de transformá-los.

Quando o signo de Escorpião está acentuado num mapa natal, toda expressão da personalidade é permeada por uma forte intensidade. Existe carisma, poder de sedução e capacidade de descobrir as motivações ocultas nos outros. Numa primeira fase, estas capacidades podem ser usadas de forma defensiva e algo manipuladora, tendo em vista a preservação emocional. Quando se atinge uma certa maturidade interior, estas mesmas características tornam-se os principais auxiliares da transformação.

Quando o Escorpião compreende que não tem de estar sempre a defender-se, inicia a verdadeira descoberta de si mesmo: um ser em permanente mudança.

Uma excessiva ênfase de energia escorpiônica num mapa natal pode indicar uma emocionalidade imperativa, presa de motivações inconscientes. O mal-estar interior pode ser tão forte que se torna incomodativo não apenas para a própria pessoa, mas para as demais - esta situação pode complicar-se ainda mais se todas as partes se mantiverem inconscientes do processo.

O bloqueio destas energias pode indicar dificuldade em transformar-se. Pode haver uma espécie de apatia ou estagnação emocional: como não têm capacidade de se regenerar, os sentimentos não têm poder transformativo.

Touro, o signo complementar, representa a capacidade de manter, estabilizar e construir, dando assim sentido à morte e transformação escorpiônica.

Escorpião tem o mesmo planeta regente que Carneiro: Marte, planeta do guerreiro, da ação e da luta. No primeiro signo do Zodíaco, esta luta é projetada para o exterior e vivida "às claras"; em Escorpião, contudo, a luta torna-se interior, secreta e por vezes inconsciente - o guerreiro é aqui levado a confrontar e a transformar os seus demônios interiores. Alguns astrólogos atuais atribuem a regência deste signo a Plutão, planeta associado à morte e à transformação.


O Signo de Sagitário

Elemento: Fogo
Modo: Mutável
Planeta regente: Júpiter
Palavra-chave: "Eu busco".
Disposição: Estender, ser explorador.

O nono signo transporta consigo uma mudança de fase. Após os dolorosos processos transformativos vivenciados em Escorpião, a necessidade de sentido e de propósito torna-se o foco principal.

O terceiro signo de Fogo volta a viver a temática da identidade. Já não se trata, contudo, da expressão imediata de Carneiro, nem da expressão exuberante de Leão; O Fogo de Sagitário traz consigo a busca - não da identidade - mas do significado dessa identidade. É um fogo de aventura e procura. O Modo Mutável traz versatilidade, mobilidade e vivacidade a esta busca.

A combinação Fogo Mutável indica uma identidade que se experimenta e descobre através de um referencial sempre em expansão.

Sagitário é um signo que se expressa através de um ideal ou padrão ideológico -existe sempre um referencial filosófico e ético que serve de linha condutora.

A faceta exuberante (característica dos signos de Fogo) é muito marcante. Expressa-se geralmente em forma de popularidade, expansividade e "à vontade" em todas as situações. A jovialidade e optimismo estão muito presentes, assim como um natural sentido de ética e retidão.

Se este signo estiver demasiado acentuado num mapa natal, esta exuberância torna-se exagerada, chegando mesmo a superar as referências éticas e gerando um comportamento "amoral": vive segundo conceitos de moralidade próprios e mutáveis de acordo com as circunstâncias. Em casos extremos, coloca-se na posição de juiz, condenando tudo o que não se enquadre no seu critério "moralista" mas, ao mesmo tempo, considerando-se acima da lei.

Pode ser fanático nas suas crenças ou atitudes e ter a tentação de impor aos outros esses pontos de vista.

Um bloqueio das energias sagitarianas implica uma falta de direcionamento e de sentido na existência. O optimismo é fraco, assim como a fé nos sonhos e ideais. Há dificuldade em viver o aspecto lúdico, divertido e aventureiro da vida.

O signo complementar, Gêmeos, age aqui como a capacidade de relativizar todas e qualquer crença ou ideologia: mostra a outra face e põe as situações na devida perspectiva.

Júpiter, planeta regente de Sagitário, representa a capacidade de expansão, fé e espírito de aventura; é também o significador dos padrões morais e éticos que predominam este signo.


O Signo de Capricórnio

Elemento: Terra
Modo: Cardinal
Planeta regente: Saturno
Palavra-chave: "Eu estruturo".
Disposição: Construir, ser estratega.

É agora chegada a altura de focar todas as energias rumo a uma meta. O tema deste signo a concentração de esforços tendo em vista a realização de objetivos concretos. Esta concentração leva à conquista de grandes metas mas pode também transformar-se em ambição exagerada.

O terceiro signo de Terra está, tal como os outros signos do mesmo elemento, ligado à vivência do mundo concreto mas, desta vez, a tônica é colectiva, social. Aquilo que em Touro foi vivido a nível pessoal (como experiência sensorial) e em Virgem foi qualificado (como experiência funcional) vai ser agora empregue para fins colectivos (como experiência social).

O Modo Cardinal confere a esta vivência uma tônica de ação e assertividade.

A Terra Cardinal de Capricórnio reúne, assim, as qualidades necessárias para a concretização direta e ativa de objetivos concretos.

Quando o signo de Capricórnio está acentuado num mapa natal, há a tendência para encarar a vida como se se tratasse de uma escalada: a abordagem é séria, estratégica, ambiciosa e programada.

A atitude geral pode ser muito simples, despojada, quase espartana: a simplicidade concentra esforços, evita dispersões de energia e mantém o foco nos objectivos previamente definidos.

Estes são, geralmente, de carácter concreto e exterior: situação econômica e social, carreira, etc. Contudo, a tendência inata ao despojamento pode levá-lo (em geral na maturidade) a desinteressar-se do que alcançou, virando-se para a sua vida interior, que é reservada, quase secreta, mas também muito rica e intensa.

Excesso de energia capricorniana sugere que os aspectos sociais e exteriores da vida deixam pouco espaço para o sentimento. A tristeza e (em casos extremos) a depressão ameaçam instalar-se. A tendência será a procurar compensações materiais para uma emocionalidade carente, imatura e, muitas vezes, inconsciente.

Se as energias deste signo estiverem bloqueadas, pode haver falta de ambição social e dificuldade em estruturar a vida em função de objetivos concretos.

O signo complementar, Caranguejo, representa aqui as necessidades emocionais, a segurança da intimidade, que o Capricórnio tende a esquecer, na sua escalada rumo a metas exteriores (sociais).

O regente de Capricórnio, Saturno, é o planeta do Tempo e das dificuldades, mas também da maturidade e da Sabedoria.


O Signo de Aquário


Elemento: Ar
Modo: Fixo
Planeta regente: Urano (Saturno)
Palavra-chave: "Eu globalizo".
Disposição: Inovar, ser observador.

Atingidas que estão as metas pessoais, é agora o momento de levar em contra as necessidades e anseios comuns a toda a Humanidade.

O tema geral do Aquário é o da comunicação grupal das correntes ideológicas e comunitárias. Esta tendência generalizante, contudo, corre o risco de se tornar excessivamente desprendida, excêntrica e distanciada da realidade.

Em Aquário, terceiro signo do Ar, a comunicação e a troca de ideias ganham uma dimensão global. Para além da curiosidade despreocupada e informal (Gêmeos) e da ponderação diplomática dos relacionamentos (Balança), temos agora a constante busca por novos conceitos, mais abrangentes e expansivos. O Modo Fixo acrescenta uma nota de estabilidade e persistência a esta busca.

O Ar Fixo de Aquário está, portanto, equipado para estabelecer e seguir uma linha de pensamento impessoal, tendo em vista a liberdade e o bem comum.

Quando o signo de Aquário está acentuado num mapa natal, toda a personalidade ganha uma expressão viva, eléctrica e original. A forma de estar é cooperativa, idealista e dinâmica, um pouco avessa a exibições emocionais mas, ainda assim, solidária e prestativa.

O indivíduo parece responder a estímulos e apelos diferentes dos demais. Pode haver muito interesse pelo futuro, em especial pelo progresso ideológico e tecnológico. É possível que exista um equilíbrio dinâmico entre a necessidade de ser único e a preocupação com os interesses e direitos da comunidade, entre a necessidade de liberdade pessoal e o empenho por causas comuns.

Um excesso de energia aquariana poderá levar a uma postura excêntrica, teimosa e rebelde, completamente inadequada à cooperação grupal. A necessidade de ser diferente e "livre" sobrepõe-se a tudo, gerando comportamentos de excentricidade gratuita e irresponsável. Podem estar presentes algumas dificuldades emocionais, prontamente disfarçadas por uma capa de desprendimento intelectual e pretenso individualismo.

Com um bloqueio das energias do signo de Aquário, a dificuldade está em viver a liberdade pessoal e a interação grupal como elementos da vida quotidiana. Pode haver uma situação de conformismo, em que se abafam as capacidades pessoais, seguida de momentos de revolta súbita e inconsequente.

Leão, o signo complementar de Aquário, vem acrescentar uma nota de individualidade e expressão pessoal a esta tônica grupal. A vivência do "Nós" equilibra-se com a expressão do "Eu".

Muitos astrólogos consideram que o atual regente de Aquário é Urano, um dos "planetas modernos". Urano tem a ver com tudo o que é novo, imprevisto, progressista, rebelde e revolucionário. Na Antiguidade a regência deste signo estava atribuída a Saturno.


O Signo de Peixes

Elemento: Água
Modo: Mutável
Planeta regente: Júpiter (Neptuno)
Palavra-chave: "Eu redimo".
Disposição: Fundir, ser impressionável.

Chegamos agora ao final de um ciclo. É tempo de sentir todas as experiências anteriores, redimir o que tem significado e, ao fazê-lo, formar a semente do ciclo futuro. O tema dos Peixes é o da síntese emocional de toda a gama de experiências humanas. Esta síntese pode ser muito abrangente, criativa e inspirada mas também pode cair no caos, na falta de sentido e na perda de identidade.

Peixes é o terceiro signo de Água, representando, por isso, a totalidade dos sentimentos colectivos. Da sentimentalidade simples do Caranguejo passamos à expressão intensa de Escorpião e chegamos agora a um sentir total, globalizante, indiferenciado. O Modo Mutável vem acrescer a esta globalidade mais uma nota de variedade, dispersão e mudança.

A Água Mutável dos Peixes representa a maior capacidade de percepção sensível do Todo: é o sentir mais abrangente, o único capaz de abarcar toda a experiência emocional humana.

Quando o signo de Peixes está muito acentuado num mapa natal, a expressão pessoal tende a ser interessante e criativa, mas também vaga e dispersa. A pessoa parece responder a estímulos diferentes e reagir em tempos diferentes dos outros. Estes estímulos, por vezes inconscientes, são de carácter emocional (no signo anterior, Aquário, os estímulos eram mentais).

Excesso de energia pisciana pode levar a uma indefinição da identidade. Esta poderá ficar "à mercê" dos sentimentos e ilusões do colectivo. O indivíduo pode ser de tal forma sensível aos outros que perde a noção dos limites pessoais, tornando-se caótico, dependente e pouco funcional.

Se houver um bloqueio destas energias, pode verificar-se alguma dificuldade tornar-se sensível ao colectivo (a nível emotivo).

Virgem, o signo complementar, vem colocar uma nota de definição, lucidez e eficiência na sensibilidade e criatividade de Peixes.

Júpiter, o planeta regente de Peixes, rege também o Sagitário. A capacidade de expansão e de fé (que em Sagitário estava dirigida para a ação e para o exterior) torna-se em Peixes interiorizada e meditativa. Alguns astrólogos atuais atribuem a regência de Peixes a Neptuno, planeta da universalidade, sonhos e ilusões.

Os Signos e os Ciclos Naturais. Por Helena Avelar e Luís Ribeiro

Nos tempos antigos, quando as comunidades humanas viviam segundo os ritmos da Natureza, a sequência das estações marcava o ritmo da vida.

Vejamos, então, como o ritmo sazonal determina as energias de cada signo. Importa realçar que estas energias dizem respeito ao próprio signo e não às pessoas desse signo, já que a personalidade de que um ser humano resulta de uma combinação complexa de factores e não de um único signo.

Há que ter em conta que as datas apresentadas para cada signo são aproximadas: devido à existência de anos bissextos e a outros factores, estas datas podem antecipar-se ou atrasar-se um dia.

Primavera - Época de esperanças e promessas. Plantar as sementes.

Carneiro - de 21 de Março a 20 de Abril - Fogo Cardinal.
Equinócio da Primavera: o verdadeiro início do ano. A vida em "hibernação", retorna à atividade: a seiva volta a circular. Um novo ciclo começa.
Forte impulso vital, afirmação, "agressividade", vontade de avançar.

Touro - de 21 de Abril a 21 de Maio - Terra Fixa.
Meio da Primavera: fecundação da terra fértil; a vida desponta, cria raízes.
Estabilização do impulso vital: experiência centrada na sensação física (sentidos).

Gêmeos - de 22 de Maio a 21 de Junho - Ar Mutável.
Fim da Primavera: as plantas estão em flor e trocam pólen. As sementes já fertilizadas começam a dividir-se. Trocas, divisões, intercâmbios.
Transformação do impulso vital: curiosidade, variedade, comunicação.

Verão - Época de crescimento e plenitude. Nutrir de plantas e frutos.

Caranguejo - de 22 de Junho a 23 de Julho - Água Cardinal
Solstício de Verão: nutrição das plantas, formação e crescimento dos frutos.
Impulso de exteriorização: gestação protegida; a vida adquire forma.

Leão - de 24 de Julho a 23 de Agosto - Fogo Fixo.
Meio do Verão: frutos na sua total expressão, amadurecimento.
Máximo da exteriorização: crescimento e expressão pessoal, auto- afirmação.

Virgem - de 24 de Agosto a 23 de Setembro - Terra Mutável
Fim do Verão: época das colheitas, da organização e do armazenamento; sementes e frutos como símbolo de perfeição e de esperança no futuro.
Transformação da exteriorização: sentido do trabalho feito, da ordem alcançada.

Outono - Época de colheita. Ceifar, guardar e armazenar.

Balança - de 24 de Setembro a 23 de Outubro - Ar Cardinal
Equinócio do Outono: meio do ciclo. Ponto de equilíbrio: as colheitas estão feitas, é tempo de trocas, dádivas, festas e romarias (pontos de convívio).
Impulso de interiorização, virado para o equilíbrio e a harmonização.

Escorpião - de 24 de Outubro a 22 de Novembro - Água Fixa
Meio do Outono: tempos dos frutos secos (sementes); as folhas caem e apodrecem; cortam-se os ramos velhos; fermentação e transformação: prepara-se o humos que fertilizará e sustentará uma nova Primavera.
Máximo da interiorização: tempo de fazer o luto de tudo o que morreu neste ciclo; libertar-se de emoções do ciclo passado, aceitar a transformação.

Sagitário - de 23 de Novembro a 22 de Dezembro - Fogo Mutável
Fim do Outono: todos os frutos colhidos, últimas folhas secas, últimas sementes, época de abundância e preparação para a escassez futura.
Transformação da interiorização: antecipação do Inverno, tempo pensar no sentido da vida, para fazer o balanço de tudo o que se aprendeu neste ciclo.

Inverno - Época de proteção da vida latente. Abrigar e conservar.

Capricórnio - de 23 de Dezembro a 20 de Janeiro - Terra Cardinal
Solstício de Inverno: culminar do ano, o auge do frio; altura de proteger a vida latente nas sementes que jazem adormecidas na terra.
Impulso de proteção e recolhimento: começam a consumir-se os recursos armazenados; tempo fazer o balanço material do que foi obtido neste ciclo, gozando o êxito e reputação social alcançados.

Aquário - de 21 de Janeiro a 19 de Fevereiro - Ar Fixo
Meio do Inverno: escassez de recursos, vive-se agora quase exclusivamente do que foi acumulado no Verão anterior; trocam-se e partilham-se recursos.
Máximo da proteção: tempo para recolher-se, meditar e libertar-se de ideias e conceitos do ciclo passado e preparar o futuro. Vida em comunidade.

Peixes - de 20 de Fevereiro a 20 de Março - Água Mutável
Fim do Inverno: gastam-se os últimos recursos; altura do degelo; redenção, fim de um ciclo, o fechar do ano "natural".
Transformação da proteção: à medida que o ciclo termina, aumenta o sentimento de perda, de fatalidade, de términos; contudo, se todas as etapas anteriores tiverem sido devidamente vivenciadas, este fim pode ser sentido como uma libertação emocional profunda; estão, assim, criadas as condições para que as sementes deste ciclo nasçam enfim, na Primavera que se seguirá.

Nota: Os signos relacionam-se com as estações do ano no Hemisfério Norte, uma vez que foi aqui que nasceram e floresceram todas as civilizações que contribuíram para a sua simbologia. Contudo, são também aplicáveis aos nascidos no Hemisfério Sul, uma vez que a sua simbologia é universal.

O Zodíaco. Por Helena Avelar e Luís Ribeiro

O Zodíaco é uma estrutura celeste muito antiga. Foi, provavelmente, definida pelas civilizações mesopotâmicas à 7.000 anos.

Podemos encontrar representações do Zodíaco em quase todas as civilizações antigas, mesmo as mais orientais. Apenas muda o seu nome e o das 12 constelações (ou signos) que o constituem.
Do ponto de vista Astronômico o Zodíaco é uma faixa de constelações na qual a partir da Terra se podem observar os movimentos do Sol (através da linha imaginária chamada eclíptica), da Lua e dos planetas.

Ao observar isto, os antigos definiram nesta faixa doze constelações, que representariam "lugares" ou "terrenos" por onde os vários astros estariam situados e que lhes dariam diferentes características. Estas doze divisões foram provavelmente originadas pelas estações do ano (ver próximo artigo) e pelo movimento lunar.

Constelação versus Signo

Em Astrologia falamos de signos e não de constelações. Qual a diferença? Na antiguidade os astrólogos decidiram (porque a Astrologia é um conhecimento basicamente simbólico) associar e definir o Zodíaco a partir dos ciclos naturais do nosso planeta.

Assim sendo, os signos passaram a ser definidos pelos equinócios e solstícios e não pelas constelações. Esta definição foi introduzida pelos gregos na época clássica. Parte da razão pelo qual isto aconteceu foi a discórdia geral de onde começava e terminava cada constelação.

O signos foram definidos como divisões de 30º do Zodíaco (ou melhor da eclíptica) começando os 0º ou zero de Carneiro (ou ponto vernal) com o equinócio da Primavera e fazendo divisões sucessivas de 30º, tendo como marcadores os 0º de Caranguejo (solstício de Verão), 0º Balança (equinócio de Outono) e 0º de Capricórnio (solstício de Inverno).

É devido ao facto de haver esta diferença entre Signo e Constelação que o movimento celeste conhecido por Precessão dos Equinócios faz com que atualmente as constelações e signos não coincidam.

Quando alguém diz que que nasceu no Signo da Balança (referindo-se, portanto, ao signo solar) ficará, talvez, surpreso ao descobrir que, do ponto de vista astronômico, o Sol estava, afinal, na Constelação de Virgem.

Este facto não invalida a Astrologia, como tantas vezes se afirma, apenas realça uma diferença substancial de método e de abordagem em relação à Astronomia.

A Astronomia estuda os astros enquanto corpos físicos e a Astrologia estuda esses mesmos astros numa perspectiva simbólica.

Os Signos e o Zodíaco. Por Helena Avelar e Luís Ribeiro

Os Signos são o grande pilar da Astrologia. Eles representam os 12 modos de ser, os 12 modos de expressão da energia, as 12 fases do ciclo anual.

Tecnicamente são sectores de 30º da eclíptica - o caminho aparente do Sol ao redor da Terra. É nesta faixa que circulam também os planetas e a Lua.

A divisão é feita a partir do Equinócio da Primavera. Este evento marca os 0º de Carneiro. A partir daqui, fazendo divisões em sectores de 30º cada, surgem os restantes Signos. O Caranguejo marca o Solstício de Verão, a Balança (oposto a Carneiro) marca o Equinócio de Outono e finalmente Capricórnio (oposto a Caranguejo) o Solstício de Inverno.

Existem portanto 3 Signos por cada estação:

• Primavera: Carneiro, Touro e Gêmeos

• Verão: Caranguejo, Leão e Virgem

• Outono: Balança, Escorpião e Sagitário

• Inverno: Capricórnio, Aquário e Peixes

A este conjunto ou faixa de 12 Signos chamamos Zodíaco, que significa disco da vida ou disco dos animais, devido a muitas das suas constelações representarem animais.

No entanto, é importante frisar que um Signo não é o mesmo que uma constelação, embora existam signos e constelações com os mesmos nomes. Uma constelação é um conjunto ou agrupamento de estrelas, enquanto que um Signo é, como dissemos, um sector de 30º da eclíptica cuja divisão surge dos ciclos do próprio planeta Terra.

Houve um tempo em que Signos e constelações coincidiram; contudo devido a um fenômeno complexo, chamado Precessão dos Equinócios,começou a haver um desfasamento entre estes dois factores. Este desfasamento, que se vai acentuando ao longo dos séculos, dá origem às Eras Astrológicas.

Qual é então o significado prático dos Signos?

Cada Signo representa um modo de expressão, um processo. Nenhum Signo é igual a outro, assim como nenhum é bom ou mau, cada um tem característica bem definidas.

- Carneiro representa a ação impulsiva baseada numa necessidade de exprimir um desejo, a identidade. Simboliza tudo o que é impulsivo, imediato, desde a precipitação não pensada ao pioneirismo.
Elemento: Fogo, Modo: Cardinal

- Touro representa a fase de estruturação, do adquirir de forma e substância. Simboliza todos os processos em que o sentido de ter e de valor estão envolvidos. A estabilidade é um tema deste Signo que tanto se pode manifestar por possessividade e teimosia ou como resistência e perseverança.
Elemento: Terra, Modo: Fixo

- Gêmeos é o Signo da diversidade, da comunicação e do movimento constante. Caracteriza-se por uma necessidade de relativizar do Universo, uma constante conceptualização da vida e de todas as coisas. Os processos deste Signo são maioritariamente cerebrais, sendo a comunicação, a informação e entendimento uma parte muito importante. As manifestações podem variar desde a leveza e futilidade até à curiosidade e comunicação.
Elemento: Ar, Modo: Mutável

- Caranguejo é o Signo da maternidade, do conforto emocional, o nutrir e ser nutrido. Neste Signo as coisas vão ser vivenciadas através das ligações emocionais de conforto e desconforto com as experiências de vida. Este é o Signo do apego e da dependência e também da maternidade e proteção.
Elemento: Água, Modo: Cardinal

- Leão relaciona-se com a expressão criativa do ego. Representa todos os processos de procura de identidade. Todas as experiências de vida do Leão são vistas como uma transformação de identidade, um desafio à estrutura pessoal. É tanto o Signo da vaidade e egoísmo com o da dignidade e generosidade.
Elemento: Fogo, Modo: Fixo

- Virgem representa o processo da purificação e da busca da perfeição. Neste Signo vive-se a procura de eficiência e funcionalidade. Há nele uma necessidade inata de "arrumar, limpar e organizar" o Universo e a Vida. Neste Signo encontramos tanto a "piquinhice" e o criticismo como a eficiência e a ordem.
Elemento: Terra, Modo: Mutável

- Balança representa o confronto e a comparação entre o Eu e o Outro. Neste Signo, a busca do equilíbrio e a harmonia com o exterior são peças fundamentais. Há um forte impulso para os relacionamentos, pois os outros vão servir de espelho e de "válvula reguladora" a essa necessidade de harmonia.
Elemento: Ar, Modo: Cardinal

- Escorpião tem como temática o desejo e as suas consequências. Aqui o indivíduo vai ao encontro das suas motivações mais profundas (as "forças ocultas" que o movem) e também dos resultados dos seus actos. Este processo, que é um "teste de poder", implica uma transformação profunda da natureza emocional, uma "morte" de padrões comportamentais. É tanto o Signo da manipulação como o da purificação e regeneração.
Elemento: Água, Modo: Fixo

- Sagitário é o Signo da aventura e dos ideais. Expressa o processo de busca de uma identidade maior, que relaciona o indivíduo não apenas com ele próprio mas com um significado mais colectivo e abrangente. Neste Signo tudo vai ser vivenciado segundo filosofias, valores e padrões de ética, que tanto podem ser dogmáticos e doutrinadores, como altamente idealistas e éticos.
Elemento: Fogo, Modo: Mutável

- Capricórnio representa o processo de estruturação e hierarquização da Vida e de todas as coisas. Neste Signo, há uma necessidade de compreender as estruturas de poder geralmente associadas a uma vivência do social muito intensa. O posicionamento na estrutura geral de forças (status) é muito importante. São expressão deste Signo a avareza e a rigidez mas também a estratégia, a sobriedade e a estruturação.
Elemento: Terra, Modo: Cardinal

- Aquário representa o processos de individualização e de reconhecimentos dos "papéis" sociais face ao colectivo. Neste Signo há uma tendência ideológica revolucionária que procura o entendimento do colectivo humano. Podemos também encontrar um certo orgulho intelectual e uma resistência em "ser como os outros". Sâo expressão deste Signo o humanismo, a fraternidade e a globalização, assim como a rigidez mental, o orgulho arrogante e a excentricidade sem sentido.
Elemento: Ar, Modo: Fixo

- Peixes é o último Signo do Zodíaco e, assim sendo, é nele que se sintetizam os processos de todos os Signos anteriores. Há uma tentativa de apreender emocionalmente o Todo: as coisas são vividas com grande sensibilidade emocional ao Universo. Como as fronteiras emocionais são difusas, existe a possibilidade de transcendência e "iluminação" mas também a de perda e desagregação do Eu. São expressões deste Signo a confusão e a "vaguez", assim como a intuição e a empatia.
Elemento: Água, Modo: Mutável

Estas doze qualidades (Signos) ou modos de ser vão "colorir" e qualificar os planetas, casas e outros pontos de um mapa natal. São o fator mais abstrato na Astrologia, mas também o mais importante e fundamental.

O Signo solar

Quando dizemos que somos do Signo de Balança (por exemplo), estamos, na verdade, a dizer que quando nascemos o Sol estava posicionado nesse Signo. A importância do Signo solar é muito relativa, pois há que ter em conta não só a Lua e os outros planetas, mas também outros factores astrológicos, que podem estar posicionado em Signos completamente diferentes. Significa isto que saber o Signo solar não basta, de maneira nenhuma, para ter uma ideia, mínima que seja, da estrutura psicológica de um indivíduo. Assim, qualquer afirmação (seja uma interpretação de personalidade ou uma previsão) baseada apenas no Signo solar, é, sempre, extremamente incompleta e descontextualizada. (Assim, podemos compreender que os chamados "horóscopos de revista" que são derivados do Signo solar são uma forma simplista e redutora de dar informação astrológica e em nada contribuem para a correta divulgação da Astrologia).

Individuação, por Dane Rudhyar

Para entender o significado completo deste termo, é necessário primeiro compreender a situação criada, filosófica e praticamente, pela divisão junguiana da psique em dois domínios positivos: consciente e inconsciente. O inconsciente de Freud não oferecia nenhum problema especial, exceto o de livrar-se dele. Era uma sombra negativa, quase patológica, dissipada ao menos teoricamente pela luz da consciência ampliada e normalizada. Mas o inconsciente coletivo de Jung não é para ser dissipado, e sim para ser assimilado. É o mar de onde emerge o ego consciente, um mar que pode afogar esse ego mas que, por outro lado, uma vez funcionando dentro da estrutura de um ser orgânico consciente e completo, um self, se transforma em seu sangue — um sangue que é água do mar individualizada.

É óbvio que isto é um símbolo. Mas contém alguma verdade quanto à natureza do relacionamento do consciente com o grande inconsciente. Este último deve ser integrado ao primeiro, e esse processo de integração, que reúne as duas polaridades da psique, é uma constante assimilação de conteúdos inconscientes pelo consciente. Através dele, que também é o processo de "casamento" psicológico no ser individual, o ego — o centro do consciente — cresce como que para além de si mesmo e torna-se o self plenamente integrado — o centro da totalidade do ser humano plenamente desenvolvido. Esta consumação (que num certo sentido nunca é foral, pois é possível conceber ou postular a existência de esferas dentro de esferas de inconsciente coletivo) é individuação: o "tornar inteiro", ou "tornar perfeito" dos sistemas de desenvolvimento espiritual mais antigos.— mas com uma diferença devido ao novo nível mental atingido pela humanidade.

Jung é cuidadoso ao distinguir entre o ideal de individualismo (especialmente o "individualismo rude"!) e o de individuação. Ele escreve:

Individuação significa tornar-se um ser único, distinto e, d medida que o conceito de individualidade abarca esta qualidade intima, última e incomparável do nosso ser, ela também inclui a ideia de nos tornarmos o nosso verdadeiro self. Portanto individuação também poderia ser traduzida por "atingir o estado de ser si mesmo" ou "realização de si". ...O individualismo é uma tentativa propositada de ressaltar e fazer notar alguma peculiaridade ostensiva em oposição a considerações e obrigações coletivas. Mas individuação significa precisamente uma realização melhor e mais plena dos planos coletivos da humanidade, uma vez que a consideração adequada da peculiaridade do indivíduo é mais conducente a uma melhor realização social do que quando essa peculiaridade é negligenciada ou reprimida. Pois a qualidade única de um indivíduo não deve ser entendida meramente como uma qualidade estranha ou singularidade de sua substância ou componentes, mas sim como uma combinação peculiar de elementos, ou como uma diferenciação gradual de funções e capacidades que, em si, são universais. ...A individuação s6 pode significar um processo psicológico evolutivo que realiza a disposição de dado indivíduo. Em outras palavras, é um processo pelo qual o homem pode criar a partir de si mesmo aquele ser definido, único, que ele no fundo sente ser. Ao fazer isso, ele não se torna "autocentrado" no sentido comum da palavra, está apenas realizando a particularidade de sua natureza, coisa muitíssimo diferente do egoísmo do individualismo.

À medida que o indivíduo humano, como unidade viva, é composto de fatores universais, esta unidade é totalmente coletiva, e portanto não se opõe d coletividade em nenhum sentido. ...A individuação tem por meta uma cooperação essencial de todos os fatores.

(Two Essays on Analytical Psychology)

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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Os Modos ou Qualidades. Por Helena Avelar e Luís Ribeiro

Em Astrologia existem três estados possíveis para cada Elemento: Cardinal, Fixo e Mutável. Estes estados caracterizam o tipo de ação ou "movimento" que o elemento apresenta. Cada um dos signos resulta, portanto, da combinação entre um Elemento - Fogo, Terra, Ar ou Água - e um Modo - Cardinal, Fixo ou Mutável.

Estes três modos de movimento representam as três qualidades da matéria segundo a metafísica: Rajas - Atividade, Tamas - Inércia, Sattva - Equilíbrio.

Representam as três fases da energia: o impulso inicial (Cardinal), a estabilização e concentração (Fixo) e a transformação e adaptabilidade (Mutável).

Como surge esta divisão?

Para melhor compreender estes três modos, podemos compará-los às estações do ano: ele representam o princípio, meio e fim de uma sequência sazonal. Cada uma das quatro estações (Primavera, Verão, Outono e Inverno) divide-se em três tempos, ou melhor, em três signos.

O primeiro signo é sempre Cardinal, pois representa o impulso inicial que começa a estação.

O signo seguinte representa o meio da estação e é aquele que melhor a define (ou "fixa"); temos então um signo Fixo.

O último momento é o de transição entre duas estações, temos então um signo Mutável, durante o qual a estação "muda".

Assim, a Primavera, por exemplo, teria início com o Carneiro, seria fixada em Touro e mudaria em Gêmeos. A sequência repete-se para as restantes estações. (Falaremos deste assunto, com mais pormenores, nos próximos artigos).

Os modos também são conhecidos por Quadruplicidades, pois existem quatro signos de cada modo.

Cardinal: Carneiro, Caranguejo, Balança e Capricórnio

Todos estes signos marcam o início de uma estação. Todos se caracterizam pela necessidade de iniciar coisas. São geralmente impulsivos e ativos. Concentram-se no imediato e no momento. Dão mais importância ao movimento do que ao resultado.

Fixo: Touro, Leão, Escorpião e Aquário

Estes signos marcam o meio das estações. Todos apostam na estabilidade e necessitam de bases sólidas. Têm tendência à permanência, sendo por vezes um pouco inertes. Resistem à mudanças mas, quando se "movimentam" ou transformam, fazem-no com grande intensidade.

Mutável: Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes

Este quatro signos surgem no fim das estações. Têm em comum uma forma de estar variável e "instável", como resultado da sua necessidade de adaptação. Mudam constantemente de forma de expressão, oscilando entre o extremamente preciso e o incrivelmente vago.

Note-se que estas características base são alteradas e "mascaradas" pelos Elementos presentes no mapa astrológico. Tal como para estes, uma análise das Qualidades ou Modos requer um "contagem" dos planetas em cada signo.


O Modo Cardinal

O Modo ou Qualidade Cardinal indica ação, atividade, afirmação, assertividade e energia direccionada. A abordagem é lenta e segura: precisa de um tempo para assimilar novos acontecimentos e situações.

Os signos cardinais são o Carneiro, o Caranguejo, a Balança e o Capricórnio.

A presença de energia Cardinal num mapa astrológico dá-nos a noção da capacidade de impulso e de iniciativa desse indivíduo. É o motor da energia pessoal. Os processos mentais manifestam-se de forma franca e simples, passando facilmente do plano das ideias ao da ação.

Excesso de Modo Cardinal indica atividade, impulsividade, impaciência, dificuldade em respeitar limites, recursos e pessoas. Há uma grande atividade, que começa muitos projetos, mas dificilmente acaba algum.

Falta de Cardinal sugere falta de iniciativa, dificuldades em agir e pôr as coisas em movimento.

No Carneiro, signo de Fogo, a energia Cardinal manifesta-se primariamente na área da individualidade, do ser: é a identidade (Fogo) em ação (Cardinal). A expressão da identidade é direta, franca, aberta e imediata. Quando em desequilíbrio pode também ser demasiado ativa, agressiva, susceptível, incapaz de entender o ponto de vista alheio e de fazer compromissos.

No Caranguejo, signo de Água, a atividade Cardinal tem como área de expressão a vida afetiva, as memórias e os sentimentos: é o sentimento (Água) em ação (Cardinal). A expressão é geralmente reservada e defensiva mas, quando ameaçada, pode tornar-se extremamente agressiva.

Na Balança, signo de Ar, o tom Cardinal manifesta-se sobretudo a nível da comunicação e dos relacionamentos: é a relacionalidade (Ar) em ação (Cardinal). Tendo como motor os relacionamentos (tanto pessoais como sociais), a energia Cardinal pode tornar-se muito ativa no estabelecimento de pontes e vias de comunicação. Em excesso, pode ser inconsequente e superficial, por ser demasiado focado nos relacionamentos, esquecendo o propósito dos mesmos.

No Capricórnio, signo de Terra, o tema Cardinal vai manifestar-se através do que é físico, experienciável, prático, mensurável: é a ação (Cardinal) concreta (Terra). Há uma necessidade de estruturação, planeamento e atividade estratégica. Em excesso, pode gerar uma atividade muito rígida, demasiado virada para os fins mas sem olhar a meios, e "materialista" (focada na forma exterior e não na essência das coisas).


O Modo Fixo

O Modo ou Qualidade Fixa indica concentração, fixidez, necessidade de segurança e de "saber onde pisa".

Os signos fixos são o Touro, o Leão, o Escorpião e o Aquário.

A presença de energia Fixa num mapa astrológico mostra-nos uma forte motivação para a segurança, a defesa e o autocontrole. Há uma certa rigidez e alguma dificuldade em fazer compromissos ou ceder.

Excesso de Modo Fixo sugere reações lentas, receosas, defensivas, muito controladoras e fechadas. Há tendência para manter tenazmente os seus pontos de vista, sendo por vezes incapaz de compreender outras ideias e perspectivas.

Falta de energia Fixa pode indicar pouca estabilidade, insegurança, medos e, por vezes, em certo grau de descontinuidade afetiva: é difícil manter o mesmo nível de interesse e motivação nos relacionamentos.

O Touro, signo de Terra, é fixo ao nível da experiência concreta: procura segurança na vivência do que é palpável, sólido, passível de ser possuído. Aproveita os prazeres da vida mas receia largar o que possui (quer a nível material, quer na área das ideias e dos relacionamentos). Pode tornar-se muito apegado e "avarento".

O Leão, signo de Fogo, é fixo ao nível da identidade: procura segurança na autoexpressão exuberante, viva, expansiva. É muito criativo e generoso mas não quer abandonar o seu "teatro", por medo de perder a personalidade. Pode tornar-se demasiado teatral e exibicionista.

O Escorpião, signo de Água, é fixo ao nível emocional: procura segurança no reviver de emoções intensas, mesmo as mais dolorosas e negativas. Vive de forma intensa e profunda mas teme "largar" velhas emoções e sentimentos, por receio de perder-se e de ficar "vazio". Corre o risco de se tornar rancoroso, amargo ou mesmo destrutivo.

O Aquário, signo de Ar, é fixo ao nível das ideias: procura segurança em ideologias e pontos de vista. Tem dificuldade em largar as suas ideias e não se deixa "convencer", para não ser "privado de liberdade e autonomia". Goza de grande liberdade e originalidade de pensamento mas pode tornar-se teimoso, excêntrico e "rebelde sem causa".


O Modo Mutável

O Modo ou Qualidade Mutável indica variedade, dispersão, adaptação, experimentação e flexibilidade.

Os signos Mutáveis são os Gêmeos, a Virgem, o Sagitário e os Peixes.

A presença de energia Mutável num mapa astrológico indica vivacidade, curiosidade e poder de síntese. Há uma tendência natural para a adaptação e para a experiência direta: é muito virada para a aprendizagem.

Excesso de modo Mutável pode revelar falta de concentração, desgaste nervoso e dificuldade em levar os projectos até ao fim.

Falta de Mutável sugere pouca curiosidade, pouca motivação para a troca de ideias e um certo grau de estagnação intelectual.

Devido à sua grande adaptabilidade e poder de síntese, os Signos Mutáveis podem, em certas situações, apresentar características do seu oposto polar. Assim, Gêmeos pode "trocar de papéis" com Sagitário, o mesmo acontecendo entre Virgem e Peixes.

Para os Gêmeos, signo de Ar, a mutabilidade expressa-se através dos relacionamentos e das trocas intelectuais: é a aprendizagem das ideias e do quotidiano. Relaciona-se com o estabelecimento de "pontes" e de vias de comunicação. É muito curioso e diversificado mas, se se apegar demasiado à variedade, pode tornar-se fútil, instável, superficial e pouco profundo.

Na Virgem, signo de Terra, a energia Mutável manifesta-se através do que é concreto e palpável: é a aprendizagem do trabalho e do serviço. Funciona de forma meticulosa, procurando sempre a exatidão e a correta funcionalidade das coisas. O seu desejo de perfeição pode, contudo, gerar criticismo desnecessário, que leva à perda da visão global das situações.

A qualidade Mutável do Sagitário, signo de Fogo, expressa-se sobretudo através da expressão da identidade: é a aprendizagem do Ser. Procura identificar-se com algo maior: um sistema de referências social, ético ou religioso. Esta procura, que o leva a horizontes mais vastos, pode também degenerar em dogmatismo, opiniões excessivas e descabidas e arrogância intelectual.

Para os Peixes, signo de Água, a energia Mutável encontra o seu campo de expressão na emotividade: é a aprendizagem do sentir. Há uma enorme sensibilidade, muitas vezes "osmótica" e uma permeabilidade a tudo o que é sentimento e emoção. Esta faculdade pode gerar muita empatia e compaixão mas, nalguns casos, é também fonte de autopiedade, dispersão e caos emocional.

Para determinar o excesso ou a falta de um modo num mapa natal há que ter em conta a distribuição das principais energias desse mapa (Sol, Lua, planetas e o Ascendente) nos signos e também nas casa.