sábado, 6 de agosto de 2016

A Forma e o Padrão dos Aspectos Planetários — Forma Objetiva — Aspectos Planetários, por Dane Rudhyar


A primeira condição para um domínio bom do assunto "aspectos" é um entendimento real de esfera, círculo e circunferência.

Já foi dito que "todas as formas buscam a condição de esfera" — que o círculo é a forma perfeita. Se, no entanto, forma significa a definição do particular com relação ao universal, então a esfera e o círculo (conforme se escolha considerar a existência tri ou bidimensional) não podem ser consideradas "formas". Em vez disso, são símbolos de existência universal. Mas, como seria um erro lamentável pensar na existência universal como "desprovida de forma" — a despeito do fato de isso se dar com freqüência —, podemos estender o conceito de forma e dizer que o círculo (ou a esfera) é a "forma universal", a somatória ou culminação da série evolutiva de formas particulares e portanto imperfeitas.

Ele é verdadeiramente "universal", por derivação etimológica, pois cada um de seus pontos está "voltando em direção ao um", em direção ao centro. Pela conveniência de nossa análise, podemos descrever um círculo como o total de um número infinito de circunferências infinitamente próximas com um centro comum. Lidamos portanto essencialmente com circunferência e centro; e a circunferência é uma curva cujos pontos são todos equidistantes de um centro comum. Isto simboliza um estado de ser no qual é atingida uma universalidade absoluta de concepções, em outras palavras, a Mente Universal, a Personalidade Perfeita, que os homens chamaram Deus. Deus não é desprovido de forma, mas Ele é o estado de equilíbrio de todas as formas, a harmonia ou integração total de todas as concepções. Uma Pessoa divina é aquela que, mesmo operando temporariamente em uma forma particular, tem seu ser espiritual tão equilibrado, que seu "corpo de luz" é uma esfera perfeita de ser e entendimento. Ela ultrapassou não a forma, mas o estado desequilibrado próprio de uma forma particular —, atingiu a condição de "forma universal". Na filosofia gnóstica, tal unidade é chamada Eon ou Esfera. Num certo sentido, é claro, ela não é apenas um "um". E uma Hoste absolutamente centrada, integrada, unânime.

Mas cada um de nós é uma hoste de vidas. É assim num sentido psicológico, e o Grande Trabalho psicológico é o de harmonização e integração das "forças-da-alma". E assim num sentido ainda mais profundo, pois nosso corpo físico é uma hoste de "vidas" — e no homem aperfeiçoado (o homem do "terceiro nascimento"), o indivíduo atrai para si, como para um centro, essa hoste e faz dela, por assim dizer, a substância de seu "corpo de luz" — a Esfera perfeita e radiante de substância-espírito.

Se passarmos agora do universal para o particular, veremos que aquele nascimento, como urna personalidade particular, significa estabelecimento de desequilíbrio linear ou angular dentro do circulo ou esfera. Um ser particular é um ser no qual alguns elementos (ou pontos de vista) são ressaltados, outros suavizados. Ele não é mais um indivíduo "perfeitamente arredondado", mas um ser angular, com pontos de tensão e concentração de energia, e zonas de relativo vazio.

Esta particularização do universal (que significa nascimento) pode ser simbolizada corretamente pela inscrição de um polígono dentro do círculo. Há uma infinidade de polígonos que podem ser inscritos num cfrculo, alguns regulares (com lados de comprimento igual), todos os outros irregulares. Polígonos regulares são figuras geométricas tais como o triângulo equilátero, o quadrado, o pentágono, o hexágono, o heptágono etc., tendo respectivamente 3, 4, 5, 6, 7, etc. lados. Se forem traçadas linhas a partir do centro até os pontos das figuras, formam-se ângulos no centro. O triângulo produz três ângulos de 120 graus; o quadrado, quatro ângulos de 90 graus; o pentágono, cinco ângulos de 72 graus; o hexágono, seis ângulos de 60 graus etc.

Se, por outro lado, considerarmos um polígono irregular, tal como o da ilustração, vemos que é composto de um número de lados desiguais formando arcos desiguais, que representam ângulos desiguais.

Se marcássemos numa circunferência os doze signos do zodíaco, considerados arquetipicamente como segmentos iguais do campo magnético circular que envolve a Terra, e ainda dividíssemos cada signo de forma a marcar os graus na circunferência; se, além disso, associássemos por linhas cada uma dessas marcas de 360 graus, obteríamos um polígono regular de 360 lados. Simbolicamente, isto representaria a forma perfeita de um ser ainda identificado com um corpo da Terra. Ele seria um ser particular — mas um ser no qual todas as "qualidades de vida" possíveis em nosso planeta estariam representadas.




O "Deus" de nosso planeta (aquilo que os teósofos chamam "Logos planetário"), entretanto, precisaria ser concebido não como um polígono completo como esse, mas como a circunferência (ou círculo) em si, considerada uma série completa de arcos, tendo cada qual significado universal. Isto simbolizaria a qualidade universal de Seu ser total. Desta posição podemos ver que os símbolos dos graus do zodíaco são tentativas de superar essa distância desse lado muito pequeno de um polígono regular de 360 lados e o arco (segmento da circunferência) que essa linha contém. Se considerarmos uma relação como essa entre linha e curva no horizonte, teremos um símbolo interessante. Pois obtemos a figura de um arco, sendo a linha do horizonte a flecha atirada por um arqueiro invisível. Como a linha do horizonte é a linha da autoconsciência e da intuição, temos uma ilustração gráfica do eterno esforço do ser humano, o arqueiro, atirando no Espaço — o Universal. Seu arco é o símbolo em si; a corda esticada, a imagem concreta apresentada no símbolo é a madeira curva o significado interno e universal do símbolo. Atirar é o ato de atravessar as aparências e atingir o self Universal, que aqui transforma-se em espaço, o círculo cujo centro está em todo lugar e cuja circunferência não está em lugar algum. Este é um símbolo antigo, muitas vezes encontrado na filosofia hindu e também incorporado ao simbolismo zodiacal do signo de Sagitário.

Numa carta de nascimento comum, se unirmos com linhas os pontos determinados sobre a eclíptica pela posição dos planetas, obtemos um polígono irregular de dez lados. Este polígono é a "forma objetiva" caracterizando simbolicamente a personalidade do indivíduo — do modo como usamos este termo. Traçando os raios que ligam os pontos do polígono ao centro, aparecem os ângulos entre todos os planetas. Esse polígono é aquilo que já chamamos de padrão planetário. A tarefa do astrólogo é analisá-lo para extrair dele seu significado vital.
Em termos teóricos, é claro que cada valor angular tem seu significado particular, tal como cada grau do zodíaco tem seu próprio significado. Como a natureza da relação entre dois planetas, nesta fase da análise astrológica, é caracterizada pelo ângulo que separa as posições zodiacais (longitudes) dos dois planetas, é evidente que urna distancia angular de 92 graus é tão significativa em si quanto uma de 90 graus.

No entanto, tal como dividimos a órbita da Terra (ou seu campo magnético) em apenas doze regiões, que chamamos "signos zodiacais", do mesmo modo e por razões filosóficas igualmente válidas, usamos apenas ou principalmente para o propósito de análise de forma os primeiros doze polígonos regulares e os ângulos que eles geram. Isto quer dizer, presumimos que existam doze (ou até mesmo seis) tipos básicos de relacionamento-forma entre as atividades vitais simbolizadas pelos planetas, e simbolizamos estes tipos pelos ângulos produzidos pela divisão dos 360 graus da circunferência total em três, quatro, cinco, seis — até doze partes. Dois planetas "estão em aspecto" quando separados por um ângulo medindo esse valor, por exemplo: 120°, 90°, 60° etc. A lista com nomes e características desses aspectos vem em seguida.

No entanto, é necessário acrescentar imediatamente que, com relação a "aspectos", estamos diante de uma situação não muito diferente da encontrada na discussão sobre "cúspides". Em outras palavras, precisamos estender o conceito de aspecto de modo a fazê-lo significar não apenas um valor angular exato (90°), mas uma "zona angular" (como de 85° a 95°). 0 aspecto de quadratura exato cobre uma distância angular de 90°. Mas também se diz que dois planetas formam uma quadratura quando sua distância angular é qualquer valor entre 85° e 95°. Isto vale para qualquer aspecto, especialmente os mais significativos.

Mas, com o propósito de um entendimento mais profundo do fator de relacionamento planetário ou da "forma da personalidade", obviamente é necessário considerar não apenas as "zonas angulares", e sim cada valor angular. Isto em grande parte pela mesma razão pela qual a substancia de ser não fica suficientemente analisada com a diferenciação do zodíaco em doze signos, requerendo muitas vezes uma diferenciação mais pormenorizada.

Em seu curso intitulado "Astrologia Pitagórica", Marc Edmund Jones abordou esse problema de como analisar todos os valores possíveis de relacionamento angular entre planetas, de uma maneira impressionantemente original e convincente. Depois de estudar os aspectos astrológicos básicos, ele passou a analisar o significado do grau de precisão (ou grau de separação) dos aspectos. Se a distância angular entre dois planetas é 85° ou 95°, estes dois planetas formam uma "quadratura", mas a quadratura não é exata. E uma quadratura de mais ou menos cinco graus. Se a distância entre os planetas fosse 88° ou 93°, o aspecto seria uma quadratura menos dois ou mais três graus.

Então, se admitíssemos como considerável na "zona angular" de, digamos, sete graus de ambos os lados do aspecto exato, teríamos aspectos com um coeficiente de imprecisão variando de 0 a 7. De acordo com Marc Jones, o valor desse coeficiente é muito significativo e caracteriza a maneira pela qual o aspecto em si opera. O assunto é muito complexo para ser discutido aqui, mas foi mencionado para mostrar como cada valor angular pode receber significado.

A tabela de aspectos que se segue esclarecerá o assunto, pois veremos, por exemplo, que um "sextil" representa um valor angular de 60°, a "semiquadratura", de 45°. Se permitirmos uma zona de sete graus a cada lado dos valores exatos, na verdade teremos abrangido todos os valores angulares. Pois 53° é um sextil "coeficiente 7", e 52° é uma semiquadratura também "coeficiente 7". Por este método, cada valor angular em graus inteiros recebe um significado individual.


Destes aspectos, os comumente mais utilizados são: conjunção, oposição, trigono, quadratura, sextil, O semi-sextil geralmente é considerado uma subdivisão do sextil; a semiquadratura, uma subdivisão da quadratura. O quintilho — infelizmente — é muito pouco usado, e reptil, um nono e um onze avos praticamente nunca são encontrados em manuais astrológicos modernos.

Todos estes aspectos são gerados pela inscrição de polígonos regulares num círculo — salvo a conjunção e a oposição, que exigem alguma atenção especial. A conjunção essencialmente é o protótipo de toda manifestação particular, porque enfatiza o elemento de atividade de um modo particular ou pessoal. Poderíamos dizer que o próprio fato de um planeta estar localizado num grau significa que existe uma conjunção estabelecida entre o planeta e aquele grau. O grau, por si, é uma dentre 360 fases harmonizadas e integradas do ser universal. Mas quando um planeta chega àquele grau na carta de um determinado homem, a qualidade do grau é subitamente vivificada, energizada, enfatizada. A sequência harmônica dos 360 graus portanto é perturbada. Um dos graus adquire um destaque. A particularidade de ser é o resultado de um padrão de destaque; enquanto no ser universal não há destaques permanentes, não há pontos de elaboração de estrutura enfatizados. É este fato que foi mal elaborado como significando "ausência de forma".

Em qualquer carta, planetas são pontos de ênfase, destaques, liberações de energia, fontes de atividade. A qualidade significativa da energia liberada é determinada pelo símbolo do grau; o tipo de atividade, pelo planeta. Ele é o elemento de atividade que se transforma na matéria-prima da personalidade. Atividade significa esforço, tensão, desequilíbrio. Portanto, cada planeta representa um estado de desequilíbrio da totalidade zodiacal, tal como, para usar a frase de Goethe, "as cores são os sofrimentos e as alegrias da luz". O zodíaco é o ciclo harmonioso da totalidade. Os planetas introduzem desequilíbrio, diferenciação, sofrimentos e alegrias - que significam destaques para cima ou para baixo.

Um planeta localizado no espaço de um grau cria um destaque. Dois planetas na mesma localização podem ou aumentar ainda mais a tônica ou tornar difusa a liberação de energia implícita no destaque. Tudo depende: 1) da natureza dos planetas em conjunção; 2) do "coeficiente de imprecisão' da conjunção. Por exemplo: se dois planetas de polaridades opostas, como Marte e Vênus, estão conjuntos exatamente no mesmo grau, isto indica uma espécie de curto-circuito psicológico. Revela um tipo curioso de centralização em si e de inércia emocional — que podem produzir um tipo acentuado de narcisismo. Mas se estes dois planetas estiverem separados por vários graus, então, enquanto existe um senso peculiar de autoconfiança e com freqüência um tipo de "hermafroditismo" psicológico, isto contribui para o autocontrole emocional do tipo que é encontrado, por exemplo, em ocultistas. No entanto existe sempre a suspeita de um "complexo" escondido em toda conjunção de planetas masculino-femininos; na verdade ele se esconde em toda conjunção, especialmente conjunções múltiplas, ou stellium. Mas muitas vezes é através de "complexos" de algum tipo que se induzem fortes descargas de energia psíquica, talvez sempre seja assim.

Uma conjunção é um símbolo de uma certa tensão que libera atividade — às vezes explosivamente, como no caso de conjunções de Marte e Saturno, Urano e Saturno etc. Ela enfatiza o caráter único do ser particular, ou da atividade particular implícita. Não promove equilíbrio espiritual, mas gera impulso de um ou outro tipo. E uma aglomeração de energia concentrada. Se essa energia será liberada construtiva ou destrutivamente, se chegará a ser liberada, depende da natureza dos planetas e da distância real entre os planetas ditos "em conjunção'.

O aspecto de oposição é o oposto da conjunção e o antídoto para ela. Dois planetas em oposição localizam-se, em termos de longitude zodiacal, em direções exatamente opostas à luz do observador na Terra. Este portanto está, por assim dizer, sujeito a duas trações contrárias. Ele pode vir a ser de fato "dividido" pela oposição. Mas também, se os dois planetas opostos forem considerados dois polos de uma bateria, ele pode ser iluminado pela fagulha que pula de um polo para outro. Isto se dá em especial quando os dois planetas são basicamente de polaridades opostas.

Para compreender oposições é preciso captar plenamente o significado de polaridade. O Ascendente e o Descendente, o Zênite e o Nadir, em todo mapa, são pontos de oposição zodiacal. Consciência, que é percepção integrada, é o resultado dessas oposições básicas. Novamente, tudo depende de o indivíduo ter ou não a capacidade de "reconciliar os opostos", de atraí-los ou ser dividido por eles. No primeiro caso, sua consciência se expandirá e objetivará; no segundo, ele experimentará confusão psicológica e não será capaz de saber que direção tomar. E assim ele vai sentar-se e sofrer, torturado pela dúvida.

Na oposição, testemunhamos a operação mais ou menos simultânea de destaque e contra destaque. Se o aspecto não é exato, estabelece-se um ritmo rápido, que pode levar a uma intensa objetividade de consciência, uma compreensão quase absoluta. Mas se o aspecto é exato ou o nativo tem uma "velocidade de reação" muito lenta, um contra destaque neutraliza um destaque. Isto pode significar nirvana — a absorção do particular no universal —, e diz-se que o Buda atingiu o nirvana na Lua cheia de maio (oposição Sol—Lua). Mas pode também significar desintegração, esquizofrenia e coisas parecidas, daí o significado frequentemente nefasto do eclipse lunar.

Dificilmente se pode dizer que conjunção e oposição criem forma; como vimos, produzem destaque e contra destaque, os fenômenos básicos da vida da personalidade. Os outros aspectos, por assim dizer, distribuirão a ideia de destaque ou ênfase, e portanto transmitirão a ideia de propósito. Haverá destaque ou contra destaque tendendo na direção deste ou daquele propósito. O propósito em si será atendido se os aspectos envolvem a completação da forma poligonal, que é o fundamento do aspecto; o que quer dizer, quando se formam configurações chamadas "grande trígono" e "grande quadratura" — ou os muito raros "grande quintilho" e "grande sextil" —, como veremos adiante.

O que se quer dizer será entendido facilmente se compreendermos que as formas poligonais com as quais habitualmente lidamos em astrologia ou se baseiam no triângulo ou no quadrado. Trígono, sextil, semi-sextil (e quincunce) são essencialmente triangulares; quadratura e semiquadratura (e sesquiquadratura) são quadrangulares. A primeira série geralmente é considerada "feliz"; a segunda "infeliz". Mas uma valoração ética deste tipo, que encontra seu significado pleno na "astrologia horária", fica quase deslocada no tipo de astrologia que estamos estudando mais especificamente. Em seu lugar usaremos uma outra classificação de significados, e diremos que a série triangular lida com os vários estágios da idealização criativa (in-"formação"), enquanto a série quadrangular lida com a insubstanciação de formas.

Estes termos podem soar de modo estranho, mas são bastante simples. O trígono é um aspecto de "visão" e "perspectiva". Refere-se ao surgimento de ideias ou de pontos de vista na fase inicial de um novo plano ou de um novo propósito. A conjunção é ênfase. Quando esta ênfase começa a operar, toma forma de uma ideia, um projeto, um novo interesse no qual a personalidade possa fluir criativamente. Num estágio posterior, o sextil leva o projeto ou a ideia a um ponto em que é visto de fato em operação nas malhas da personalidade. Mais adiante ainda, o semi-sextil mostra a ideia decomposta em seus elementos polares e correlacionada com a rotina da atividade diária.

Se agora considerarmos a série quadrangular, vemos na quadratura o poder que força a idéia abstrata a tornar-se um corpo concreto. É o poder de encarnação, de nascer. Realmente é uma crucificação, do ponto de vista do espírito. Do ponto de vista da substância, significa extrair as pedras da pedreira e construir com elas as paredes perpendiculares do futuro edifício. A nota básica geral é mobilização. A semiquadratura simboliza a primeira percepção do self após ter sido envolto em substância. Pode ser uma constatação muito deprimente, mas pode ser também a primeira constatação do poder, pois o poder precisa de algum tipo de insubstanciação. Portanto a semiquadratura é um aspecto de poder para a alma que entende as leis da vida e do poder. Mas é um aspecto de desespero e de grande solidão para a alma, que lamenta sua "liberdade" espiritual. Se a quadratura significa "mobilização", a semiquadratura tem o significado de "ação", no sentido militar deste termo. O indivíduo está a serviço de propósitos coletivos.

No entanto existe uma outra série de aspectos que também é importante: a do quintilho, semiquintilho e semi-semiquintilho (18°). Esta série lida com a operação do fator individual por si mesmo, e como tal é muito pouco entendida. Baseia-se numa diferenciação quíntupla, e integra, por assim dizer, as duas séries precedentes. Quando dois planetas estão em aspecto de quintilho, vê-se que a relação entre eles libera um certo valor de significado individual. A partir dos quintilhos pode-se determinar, até certo ponto, o caráter do indivíduo. Entre a quadratura (90°) e o sextil (60°), o quintilho (72°) mostra a liberdade criativa do indivíduo para moldar materiais em formas fiéis à ideia que deviam expressar. Ali se encontra o "toque individual" do caráter, que transforma uma ação rotineira num desempenho inspirador e dotado de significado. O semiquintilho refere-se mais particularmente à técnica do desempenho. Sua metade ( 18°) sugere o ponto em que o mero destaque (conjunção) se orienta em direção ao desempenho significativo: os fatores de talento imponderáveis.

O septil é significativo apenas num sentido planetário. Devemos lembrar que ele é a divisão do Grande Ciclo Polar. Através do septil podemos ver, em casos raros, um ofuscamento do propósito planetário — na verdade, a fatalidade em operação, como diz Marc Edmund Jones. Quanto ao um nono, sua importância pode ser revelada numa era em que o número nove está assumindo significado crescente — como fica evidenciado pelo fato de ser o número sagrado do Bahaiísmo, e o número sobre o qual os templos Bahai devem ser fundamentados. Falamos antes do significado do número 40. 0 relacionamento entre dois planetas separados por um ângulo de 40° pode significar nascimento espiritual ou iniciação nos domínios a que os planetas se referem. Significa "nascimento para fora do cativeiro".

Todos esses aspectos foram tomados, por assim dizer, a partir do ponto de conjunção. Mas alguns deles também podem ser tomados a partir da oposição. Isto quer dizer, uma sesquiquadratura (135°) é uma oposição (180°) menos uma semiquadratura (45°). Um quincunce (150°) é uma oposição menos um semi-sextil (30°) etc. Nestes aspectos secundários vemos a operação do "contradestaque". Eles indicam, numa análise sutil, a reação à atividade pessoal: os resíduos de atividade. Também podem referir-se ao "retorno" da atividade à sua fonte: sublimação interna, transmutação espiritual. O assim chamado biquintilho (144°) também pode ser considerado uma oposição menos um semiquintilho (36°). Aqui podem ser vistas em operação as técnicas de introversão criativa. Mas, em termos negativos, isto também pode sugerir certos tipos de obsessões, um "complexo" criando suas alucinações.

Permitam-nos repetir mais uma vez que nenhum aspecto é feliz ou infeliz. Cada um pode ser visto como uma fase positiva ou negativa da personalidade. O que é ainda mais importante: nenhum aspecto isolado tem qualquer significado real a não ser que seja visto como urna parte integral do padrão planetário total. Precisamos analisar primeiro cada aspecto separadamente, para poder obter nossos elementos básicos de constatação sintética. Mas isto é meramente a fase preliminar da aquisição de uma técnica de interpretação. O verdadeiro intérprete lê o padrão planetário como um leitor lê uma palavra ou urna sentença. Só o principiante soletra as letras uma a uma.

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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

A Forma e o Padrão dos Aspectos Planetários — Forma Subjetiva, por Dane Rudhyar



O que consideramos sob este título., na verdade, é o fator de inclinação da Terra sobre o plano de sua órbita, como se manifesta nas cartas natais de indivíduos. Por causa desta inclinação, uma casa, na maioria dos casos, contém ou mais ou menos de trinta graus de longitude zodiacal, O acúmulo ou alongamento de espaço zodiacal no quadro fixo das doze casas cria um certo tipo de forma. O mesmo signo zodiacal pode aparecer em duas cúspides sucessivas, ou podem existir signos "interceptados". Isto revela elementos importantes de significado, que no entanto não podem ser facilmente entendidos a não ser que se dê maior atenção ao assunto de cúspides, muitas vezes mal-entendido.

Referindo-nos a capítulos anteriores, dificilmente precisaremos enfatizar o fato de a "roda de casas" dever ser considerada o mostrador de um relógio, que projeta no espaço um processo que na verdade ocorre no tempo. O circulo de doze casas esquematiza numa folha plana a rotação da Terra em torno de seu eixo, as mudanças sucessivas da posição do horizonte durante o dia. As duas cúspides opostas representam uma posição do horizonte a cada duas horas, enquanto a Terra gira em torno de seu eixo, cujos extremos são os polos norte e sul. Na carta natal, a linha formada pelas cúspides da primeira e da sétima casas é realmente o horizonte na hora e no lugar de nascimento. A linha das cúspides da segunda e da oitava casas dá a posição do horizonte duas horas mais tarde; a linha formada pelas cúspides das casas terceira e nona, a posição do horizonte quatro horas mais tarde etc. Assim, os conteúdos de uma casa são a soma total de fenômenos celestes que atingem o horizonte durante um período de duas horas, e cada cúspide deveria ser considerada como o horizonte leste — ponto de consciência do self — em momentos diferentes e com relação a fases sucessivas da existência individual e do destino.

Cada cúspide carrega o significado básico de "Horizonte Leste". Marca o começo de um novo período de consciência e é um momento de significado primordial com relação a tudo que virá a ocorrer durante o período que inicia. Cada cúspide é um momento de iniciação, um momento de nascimento. Aquilo de que o self do nativo, o "eu sou", toma consciência durante aquele momento, determina o significado do período de duas horas que se segue. Ele dá-se conta de uma certa parte, ou grau, do zodíaco — e todo o período (casa) é caracterizado, "regido", por aquele grau e signo do zodíaco — e, por extensão, pelo planeta cuja função corresponde à natureza do signo.

Em outras palavras, em cada cúspide o "eu sou" nasce em um de seus aspectos. Este momento de cúspide é um momento-semente, um momento de transição de um estágio de ser para outro. As doze cúspides representam doze grandes transições de vida, e portanto levam o significado daqueles momentos críticos na vida nos quais não apenas se dá uma lenta passagem de uma fase para outra, mas também quando ocorre uma coisa que é única e faz parte do significado do "nascimento" ou "semente".

Tais "momentos-semente" são pronunciamentos criativos do indivíduo todo. São fatos de manifestação do self: atos criativos, momentos de liberdade. O indivíduo é "livre" apenas em suas cúspides. E somente durante esses momentos de "transição de vida" que a pessoa não é intrinsecamente condicionada pelas consequências das ações passadas, pelos efeitos de causas prévias. E só então que ela pode operar verdadeiramente como um "indivíduo", pois em qualquer outro momento está submetida ao grupo ou coletividade de que passou a ser parte. Ela está engrenada em seu grupo, presa pela iniciativa que tomou durante o momento de cúspide e pelo ambiente que escolheu — mais ou menos deliberadamente — para pôr em prática sua iniciativa. Na cúspide, o indivíduo está, por assim dizer, "em ponto morto" — capaz de passar para qualquer marcha ou velocidade que escolha.

Por exemplo: na cúspide da sétima casa o indivíduo simbolicamente escolhe seu companheiro ou parceiro. A cúspide é o símbolo de sua iniciativa e de sua liberdade criadora, nesta particular fase de experiência de vida da sétima casa. Uma vez tendo escolhido, ele não é mais livre; precisa elaborar os resultados de sua iniciativa. As cúspides da oitava e da nona casas mostram os momentos secundários da escolha em relação a este assunto de parceria. Na primeira, a autorregeneração é possível na esfera do relacionamento; na última, autoexpansão e ampliação de perspectiva de vida.

O conceito de cúspide precisa ser estendido na prática ao de "zona de cúspide". Em algumas vidas, a velocidade das transições de vida é grande e as mudanças acontecem repentinamente; em outras, a transição é bem gradual. Como resultado, é difícil determinar as dimensões exatas dessas zonas de cúspide. Mas na maioria dos casos elas não deveriam abranger mais que três ou quatro graus. Planetas localizados nestas zonas têm um significado particularmente criativo. Enfatizam o elemento da liberdade individual e caracterizam, de acordo com sua própria natureza, a natureza e potencialidade da livre operatividade do "eu sou" com relação à fase de existência do self representada pela casa.

Planetas localizados exatamente no início de uma casa estão "nascendo" à luz da cúspide dessa casa e representam impulsos iniciantes. Planetas localizados exatamente ao foral de uma casa representam qualidades realizadoras, o recolher dos frutos da experiência relativa a uma certa fase da existência como self. Se estiverem na zona de cúspide, estes planetas indicam que o self manifestar-se-á criativamente e realizar-se-á poderosamente ou através do impulso iniciante ou da qualidade realizadora, conforme seja o caso.

Isto entendido, podemos resolver o problema dos "signos interceptados", isto é, o caso de um signo zodiacal que não aparece em nenhuma cúspide, mas está, por assim dizer, encerrado em uma casa. Quando um signo não aparece numa cúspide, isto mostra que o self individual do nativo não opera criativamente, ou não atinge consciência da qualidade vital simbolizada por aquele signo. O nativo, como ser espiritual, não exerce sua liberdade por meio do poder daquele signo, mas ele a exerce, por assim dizer, em dobro através do poder do signo que aparece em duas cúspides sucessivas. Com "em dobro" queremos dizer, com relação a duas fases básicas de seu ser e destino.

Em outras palavras, coisas importantes não surgem para ele positivamente através da qualidade representada pelo signo interceptado. Se, por exemplo, Aries estiver interceptado na décima casa, a qualidade impulsiva, pioneira de Aries não é um assunto vital na vida do nativo. Ele não tem escolha quanto a usá-la ou não. Como self individual, ele não se expressa através dela. O que acontece é que esta qualidade de Aries é, por assim dizer, dada por certa em todos os assuntos de décima casa. Pode ser vital em operação por detrás de todas as atividades públicas e profissionais do nativo — subsconsciente ou instintivamente. Isto poderá significar que a qualidade Aries opera como um "complexo" psicológico. Ela pode ter sido inibida, neste caso, talvez por causa da posição social do pai. Pode ter-se tornado a substância de um "complexo de inferioridade", e este complexo impulsiona o nativo poderosamente, mas fatal e talvez até tragicamente, em direção a conquistas públicas.
Portanto, a qualidade Aries domina os assuntos de décima casa, mas a dominação pode ser em alguns casos quase neurótica. Está enraizada em fatores inconscientes, fatores sobre os quais o indivíduo, como tal, tem muito pouco controle, e através dos quais ele nunca atinge verdadeira consciência nem se expressa criativamente. Isto talvez porque, em vidas passadas (caso nelas se acredite), a alma individual tenha obtido tudo o que poderia da qualidade do significado interceptado — e, neste caso, a qualidade está embutida na nova personalidade como um instinto não questionado. Ou então pode ser que a personalidade se tenha formado sob uma pressão externa que inibiu o desenvolvimento consciente e harmonioso (espiritual) da qualidade, tendo se desenvolvido um "complexo".

Os resultados externos serão bastante diferentes em cada caso, mas o que pode ser determinado astrologicamente é o fato de que há um certo fatalismo ligado à qualidade do signo interceptado — algo inerente ou subconsciente, que opera com inevitabilidade, e sobre o que o indivíduo praticamente não tem nenhum controle. Será compulsivo, se não patológico ou trágico. Sempre significará algum tipo de desequilíbrio, em termos psicológicos. Mas este próprio desequilíbrio poderá significar uma concentração de forças que impelirão o nativo a realizações surpreendentes. Como C. G. Jung muitas vezes ressalta, um "complexo" na verdade não é necessariamente "mau". Muitas vezes é o meio através do qual o indivíduo se eleva acima da média e da norma. Ele o esporeia às alturas das conquistas individuais — desde que se efetue um equilíbrio psicológico que seja individualmente significativo e estável.

Se a qualidade do signo interceptado tem um tal caráter de motivação inconsciente e fatalista, por outro lado, a qualidade do signo estendido em duas cúspides sucessivas mostra-se como sendo de importância decisiva na vida consciente e deliberada do nativo. Se, por exemplo, Leão reger as casas segunda e terceira, os assuntos pertinentes a ambas as casas serão resolvidos pelo indivíduo através da qualidade de Leão. Na lida com suas posses ancestrais bem como com seu meio ambiente imediato, por exemplo, o nativo vai-se expressar e encontrar a si mesmo por meio de afirmação poderosa, emocional e autoprojetiva.

Num capítulo posterior estudaremos o assunto das progressões, mas poderíamos dizer aqui que sempre que a Lua progredida (ou o Sol) ou o "ponto do self" passa por um signo interceptado, o ritmo de vida (externo ou interno, respectivamente) geralmente se acelera. O indivíduo se defronta com assuntos profundamente enraizados no passado, compulsivos. Por outro lado, quando esses índices móveis de desdobramento de vida passam por signos espalhados, o ritmo de vida desacelera ou passa a ser mais livre de compulsões. O indivíduo pode parecer estar fazendo um intervalo para respirar e indo atrás de alguma coisa de um modo mais quieto e deliberado.

Tais indicações, como as dadas por signos interceptados e signos abrangentes precisam naturalmente ser modificadas por outras indicações, com freqüência mais importantes, derivadas de posições planetárias, aspectos etc. Mas pela utilização de todos os vários elementos associados com as cúspides, o astrólogo intuitivo pode ler a história espiritual do indivíduo de um modo que provavelmente não pode ser repetido. Talvez seja por essa razão que é tão difícil determinar o grau exato das cúspides! Pois a história espiritual do desenvolvimento de um indivíduo deveria sempre permanecer um profundo mistério para o investigador superficial.

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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A Forma e o Padrão dos Aspectos Planetários, por Dane Rudhyar



Em termos gerais, forma é o elemento de existência que define o particular distinguindo-o do universal. Cada manifestação particular de vida tem uma forma, que a caracteriza essencial e espiritualmente, dando-lhe um significado determinável em termos da maneira pela qual ela se relaciona como um todo com a vida universal. Forma é uma abstração. Falar de forma como uma realidade tangível é utilizar mal o termo e confundi-lo com "corpo". Uma das práticas mais infelizes da teosofia moderna foi a de usar o termo forma ali onde se queria dizer "corpo". A confusão se origina, obviamente, numa antiga distinção comum na filosofia hindu, mas que muito provavelmente se deve a uma falha de tradução de palavras ou, talvez, mais ainda, a uma interpretação errônea ou a um mau entendimento do conceito que está por detrás das palavras. Nossa mente ocidental tem capacidade para materializar os conceitos metafísicos do Oriente e, ao fazê-lo, envolver-se com uma abordagem da vida que não é verdadeiramente integradora.

A forma é uma abstração. Significa a padronização essencial ou o relacionamento entre partes em um todo através do qual este todo é definido como uma entidade particular. A forma é um complexo de relações: a fórmula total de relações de partes com partes e partes com o todo. A individualidade desse todo, portanto, é totalmente definida e adquire significado através de sua forma.

O corpo é forma insubstanciada e substancia incorporada. A forma, em si, não tem implicações substanciais, apesar de ser determinada originalmente e em termos de propósito vital pela necessidade dos elementos substanciais que ela correlaciona e integra num corpo. O corpo é um aglomerado de elementos substanciais (átomos, moléculas etc.) que é tornado relativamente permanente e significativo pelo fato de ter uma forma. A forma é abstrata. E a planta do arranha-céu definindo genericamente sua estrutura e em todos os detalhes de seu funcionamento. O arranha-céu concluído é um corpo — substancial e tangível.

A forma define o significado e o propósito do corpo. Pode-se conceber um domínio de pura forma não-operacional, sem ligação com substâncias ou materiais: um domínio de plantas e fórmulas algébricas. Isto, num sentido, é o mundo dos arquétipos ou ideias — exceto por haver sempre energia associada àquilo que chamamos arquétipos ou ideias, enquanto não há energia normalmente ligada aos conceitos de fórmulas algébricas ou plantas. Poder-se-ia dizer que esta é a diferença entre idéia e conceito: a ideia é vital e carregada de energia de vida potencial; o conceito é puramente intelectual. A distinção poderia ser a mesma que a existente entre a álgebra (um sistema de simbolismo abstrato que "funciona", ou seja, que tem sido útil na interpretação de dados de experiências) e o algarismo (um sistema também perfeitamente lógico de simbolismo, mas que até agora nunca foi útil ou aplicado).

Neste sentido — que não é universalmente aceito — uma ideia é uma semente no nível psicomental. É uma semente, porque é tanto forma como energia. A ideia finalmente germinará e se tornará um corpo: um organismo individual ou um organismo racial social — um grande movimento humano, uma instituição que opera entre homens. Por outro lado, o conceito é uma mera estrutura intelectual, forma ainda não carregada de energia vital. Um conceito passa a ser uma ideia quando um ser — humano, supra-humano ou divino — se identifica com este conceito e nele coloca energia.

Temos, assim, a trindade básica: energia, forma, substância, simbolizada pelo quarto termo: personalidade. No entanto, a personalidade em si é a manifestação última de um termo mais universal: atividade. Quando a atividade se torna verdadeiramente criativa num sentido individual, nasce a verdadeira personalidade. Mas já usamos o termo personalidade como significando "um padrão de comportamento humano" e, assim, à medida que estamos considerando primeiramente o aspecto psicológico da astrologia, podemos usar o termo personalidade como o quarto termo, no qual energia, forma e substância são sintetizadas.

Nos capítulos precedentes, estudamos os quatro fatores fundamentais da astrologia: a roda de casas, os signos do zodíaco, os planetas e os graus. Destacamos que os primeiros dois fatores foram gerados pelos dois movimentos primários da Terra, rotação axial e revolução orbital, e, como tais, correspondiam respectivamente aos elementos individual e coletivo de existência. O grau, sendo uma síntese dos dois movimentos, revelaria o elemento criativo, de significado. Além disso, referimo-nos aos planetas (considerados, em sua totalidade, o sistema solar visto da Terra) como indicadores de personalidade.

Estas caracterizações foram feitas em relação à psicologia humana. Mas, se desejarmos ampliá-las para incluir todas as manifestações possíveis de vida, precisaremos nos referir aos quatro termos acima mencionados: energia, forma, substância e atividade. Usando agora estes últimos termos, podemos redefinir nossos fatores astrológicos fundamentais, como segue:
O zodíaco representa a substância. Constitui a substância de todas as manifestações de vida na Terra, pois refere-se ao relacionamento variável entre a Terra e a fonte e origem de toda a vida. Os signos do zodíaco representam os doze tipos básicos de substância-vital, em todos os níveis de existência. Substância representa o coletivo. Cada fator astrológico é sempre remetido ao zodíaco, tal como toda manifestação individual de existência nasce de materiais coletivos e é uma combinação específica destes.

Portanto, a roda de casas representa a forma, aquilo que caracteriza essencialmente a "combinação específica" — isto é, o indivíduo. Enquanto o zodíaco é um fator espacial e objetivo, a roda de casas refere-se inerentemente ao tempo e aos valores subjetivos, à forma de existência do self, simbolizada primeiramente pela "cruz dentro do círculo" — sendo a roda astrológica conhecida uma diferenciação adicional, por divisão por três, da mandala básica da alma (cf. Astrology and Analytical Psychology, p. 113).

Mas forma pode ser considerada tanto à luz da existência como self quanto da personalidade ativa e criativa. Isto equivale a dizer que pode ser representada em termos astrológicos pela relação da Terra com o espaço zodiacal que a circunda — o campo magnético da Terra, ou pela relação da Terra com a totalidade do sistema solar que a circunda. Em outras palavras, minha orientação particular à vida como um indivíduo é um fator subjetivo. É o modo como me percebo, sinto, entendo e penso sobre mim mesmo. Este é o meu ponto de vista quanto à vida. Relaciona-me com a vida. A forma desse relacionamento é dada pelas casas.

Por outro lado, como personalidade humana envolvida em ações e reações vivendo com outras personalidades num vasto mundo de relacionamento, também tenho um certo ritmo de comportamento. Este ritmo é minha personalidade, e pode expressar exatamente minha opinião individual sobre a vida — ou não, Isto porque é uma tentativa de harmonizar ou de equilibrar os fatores individuais e coletivos em minha vida, assim, um certo tipo de compromisso — no melhor dos casos, de integração de tendências opostas. Em termos astrológicos, este ritmo complexo de comportamento é simbolizado pelo sistema solar como um todo, como é visto da Terra, o que quer dizer, pelas correspondentes posições de todos os planetas (sempre incluindo Sol e Lua) em minha carta natal. A isto chamamos padrão planetário. Ele nos dá um segundo tipo de forma — forma não em relação com o indivíduo per se, mas com referência à personalidade, ou ao termo atividade.

Temos assim, digamos, forma subjetiva — determinada pelo relacionamento entre os eixos da carta e a eclíptica, e forma objetiva — determinada pelas correspondentes posições de todos os planetas e também por suas posições em relação aos eixos da carta (horizonte e meridiano). Estudaremos rapidamente estes dois tipos de forma, mas há ainda mais um ponto a utilizar. Consideramos até agora os elementos "substância", "forma" e "atividades". Nada ainda foi dito sobre "energia".

Energia é o fator de movimento implícito em todos os outros fatores até agora discutidos. Movimento é o principio que dá energia à vida. Está no núcleo da substância zodiacal espalhada no espaço coletivo. É o poder de desdobramento no centro de todo self individual nascido do útero do tempo. É o poder vital na confusão de atividades nas quais e através das quais a personalidade se revela. Além disso, o significado nasce de uma combinação de movimentos. É quando o indivíduo interpreta a substância coletiva de todas as funções e de todas as atividades que surge o significado. O significado é simbolizado pelo "grau", que arquetipicamente é a distância de espaço orbital percorrida num dia pela Terra, a quantidade de substância universal (zodíaco) assimilada pelo indivíduo em seu ciclo básico de consciência (ciclo de rotação da Terra — dia).

No significado há ubiquidade, mas apenas em potencial. Todo símbolo astrológico não deve ser apenas interpretado em termos de sua posição num ou noutro signo zodiacal, mas está localizado num (ou sobre um) grau. Potencialmente, ao menos, tem, portanto, significado. Mas o domínio de significados não é apenas' "individual", é "coletivo" também. O número de graus do zodíaco é um número finito. E este número caracteriza o status espiritual do planeta como um todo. Portanto significado é um fator planetário aplicável a indivíduos. E o portal pelo qual o ser humano individual entra no ser, ou no estado de ser, do Indivíduo planetário. Em direção contrária, existe uma ação do Indivíduo planetário (chame-o Logos ou Deus) sobre o homem individual, tal como sobre a humanidade coletiva. Ela está revelada no que chamamos "grande círculo polar" — comumente chamado ciclo de precessão dos equinócios; a primeira pode ser encontrada numa simbolização dos "graus" daquele ciclo. O que se quer dizer com "graus" num ciclo desse tipo poderia ser sugerido indiretamente pelo movimento subsidiário dos polos (nutação) cujo ciclo se iguala ao ciclo dos nodos lunares.

Poderíamos acrescentar que a Lua e aqueles ciclos de energia que consideramos como "Luas superiores" representam um aspecto particular de energia em termos do fator "personalidade". A Lua é o símbolo visível daqueles ciclos de energia, porque é o satélite da Terra. Sua revolução ao redor da Terra representa movimento real centrado na Terra. Suas fases podem ser vistas afetando os processos de crescimento de vida. Em níveis superiores, as diversas "Luas" controlam as marés de energia psíquica, mental e espiritual.

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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Graus de Peixes, por Dane Rudhyar


PEIXES    XXIII. O MOMENTO DA INOCÊNCIA

1° FIM DE TARDE DE SÁBADO: MULTIDÕES ENCHEM OS MERCADOS PÚBLICOS
A natureza social das responsabilidades humanas. Correr na última hora, alegremente, para uma tarefa. Síntese-semente ao fim dos ciclos.

2° ESQUILO, DEMONSTRANDO AGUDEZA DE ESPÍRITO, ESCONDE-SE DO CAÇADOR
Instinto de autopreservação como base para maior compreensão. Elevação do si mesmo para bases mais seguras. Transferência.

3° UMA FLORESTA PETRIFICADA: REGISTRO PERMANENTE DE VIDAS ANTIGAS
Domínio da forma sobre a substância. Imortalidade arquetípica. Manejo consciente da existência. Participação de impulsos raciais.

4° CARROS APINHAM-SE NUM ISTMO ESTREITO ENTRE DOIS BALNEÁRIOS
Ligação na atividade de todos os valores comunitários. Fluxo livre de ideias para consumação. Senso de significado em relações.

5° UMA MULTIDÃO DE BOM CORAÇÃO REÚNE-SE NUMA QUERMESSE DE IGREJA
Intercâmbio de espirito e entendimento sobre os quais se constroem grupos. Novo autodesenvolvimento. Domínio do desencorajamento. Comércio.

6° UMA PARADA DE CADETES DE WEST POINT É FEITA AO PÔR-DO-SOL
Autoexaltação através da consagração à tarefa de defender valores coletivos. Autoteste. Percepção de metas elevadas.

7° NEBLINA ESCONDE A PRAIA; MAS, NUMA ROCHA VISÍVEL, REPOUSA UMA CRUZ
Concentração de valores dentre o caos da vida exterior. Luz clara de compreensão elevada. Aceitação dos limites da vida.

8° ESCOTEIRA, NO ACAMPAMENTO, SOPRA SUA CORNETA TRIUNFANTEMENTE
Plenitude de vida quando se manifesta no serviço ao todo. Socialização espiritual. Chamado à participação no trabalho da raga.

9° A CORRIDA COMEÇA: UM JÓQUEI INSTIGA SEU CAVALO PARA GRANDE VELOCIDADE
A capacidade de o homem atirar-se totalmente em qualquer tipo de atividade. Autoestimulação. Gasto prematuro de energia.

10° O AVIADOR NAVEGA PELO CÉU, SENHOR DE REGIÕES ELEVADAS
Transcendência de problemas normais. Obtenção de responsabilidades celestiais. Consumação dos ideais mais elevados. Coroação.

11° BUSCADORES DE ILUMINAÇÃO SÃO GUIADOS PARA DENTRO DO SANTUÁRIO
Introdução da mente consciente nas regiões intuitivas da alma. Autodedicação. Autodespertar; ou rendição a medos interiores.

12° CANDIDATOS ESTÃO SENDO EXAMINADOS PELA LOJA DE INICIADOS
Prova interior que se apresenta a todo buscador verdadeiro. O indivíduo enfrentando a sabedoria coletiva. Reafirmação de propósito. Revelação de Deus.

13° ARMAS ANTIGAS NUM MUSEU: NUMA CAIXA DE VIDRO, UMA ESPADA SAGRADA
Coragem e destemor necessários na busca do espírito e da compreensão real. Fé real em si próprio; ou o vazio do medo.

14° JOVEM SENHORA, ENVOLTA EM PELES, EXIBE SUPREMA ELEGÂNCIA
Anúncio superficial necessário do valor interno. Certificado de mérito verdadeiro. Estima educada. Fortuna embaraçosa.

15° UM OFICIAL EM UNIFORME DE CAMPANHA, DESALINHADO, TREINA SEUS HOMENS
Sujeição das aparências externas a necessidades reais. Compulsão poderosa de uma grande tarefa a ser cumprida. Oportunidade bem aproveitada.

PEIXES    XXIV. O MOMENTO DE PROTEÇÃO

16° NUM MUSEU SILENCIOSO, UM ESTUDANTE DE ARTE ABSORVE INSPIRAÇÃO
Fonte subjetiva de força em torno de toda manifestação. Comunhão com força racial acumulada. Compreensão profunda, vibrante.

17° PÁSCOA: RICOS E POBRES MOSTRAM IGUALMENTE O MELHOR QUE POSSUEM
Um símbolo de "momentos elevados" na vida, quando o homem desafia a si mesmo e renova sua fé em circunstâncias. Automelhoria.

18° NUMA TENDA ENORME, UM FAMOSO MISSIONÁRIO CONDUZ SUA REUNIÃO
Reforço da fé que pode abrir um novo ambiente. Uma revisão de ideias de volta As origens. Pesquisa crítica da vida.

19° MESTRE E ALUNO UNEM FORÇAS NUMA LONGA CAMINHADA
Função de fortalecimento do corpo que a alma tem. Libertação do carma racial. Transmutação de fatos cotidianos em inteligência.

20° NA QUIETUDE DA NOITE, O JANTAR DO FAZENDEIRO ESPERA POR ELE
Riqueza abrangente de experiência sempre que um certo problema passa. Nutrição espiritual. Aquisição de forças.

21° CRIANÇA OBSERVADA POR CRIADO CHINÊS ACARICIA UMA OVELHA BRANCA
Ávida sondagem da alma acerca de suas muitas potencialidades e objetivos mais elevados. Autoexpansão; ou recusa a crescer em Espirito.

22° DESCENDO UMA SIMBÓLICA MONTANHA DE INDÚSTRIAS, VEM UM NOVO MOISÉS
O sucesso do homem em fazer face ao desafio de uma nova ordem. Codificação de novos valores. Apego a padrões mais elevados.

23° UM "MÉDIUM MATERIALIZADOR" CONVOCA ESTRANHAS FORMAS FANTASMAGÓRICAS
Demonstração de poderes que, mesmo físicos, transcendem nossa consciência normal. Domínio subjetivo de forças vitais ou passividade a elas.

24° NUMA MINÚSCULA ILHA PERDIDA, HOMENS CONSTROEM ALEGREMENTE SEU PRÓPRIO MUNDO
Adaptabilidade e criatividade inerente do ser humano. Extremo de segurança em autoexpressão. Centralização de forças superiores.

25° APÓS MUDANÇAS DRÁSTICAS, UM CLÉRIGO REABILITADO VOLTA A OFICIAR
Capacidade de eliminar periodicamente todas as impurezas egoístas dos canais para serviço espiritual. Visão verdadeira. Reforma da alma.

26° DOIS NAMORADOS EXTASIADOS E UM FILÓSOFO OBSERVAM A LUA NOVA
Polifonia de valores quando a pessoa vive em vários níveis de consciência. Chamado interno à compreensão. Transmutação de significado.

27° A LUA DA COLHEITA SE ELEVA EM TRANSLÚCIDOS CÉUS DE OUTONO
O poder da visualização criativa pelo qual os grandes sonhadores transcendem a realidade externa. Domínio completo de circunstancias.

28° SOB A LUA CHEIA, OS CAMPOS PARECEM ESTRANHAMENTE VIVOS
Poderes normalmente não percebidos liberados na fruição de processos naturais. Chamado da mente universal ao coração. Plenitude.

29° CIENTISTA ESTÁ FAZENDO TESTES POR MEIO DE ANÁLISES DO ESPECTRO
Capacidade da mente de transferir seus poderes à maquinaria. Alargamento da percepção. Aproximação da visão. Análise sutil.

30° O SONHO DE UM VIDENTE VIVE AGORA: UMA FACE ESCULPIDA EM IMENSAS ROCHAS
Manifestação concreta final de todas as imagens poéticas mais elevadas e de verdades duradouras da raça. Culminação segura do esforço.

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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Graus de Aquário, por Dane Rudhyar



AQUÁRIO    XXI. O MOMENTO DA DEFENSIVIDADE

1° VELHA MISSÃO DE ADOBE SE ANINHA NAS MONTANHAS MARRONS DA CALIFÓRNIA
Domínio do ser humano sobre o meio ambiente ao se tornar parte integrante dele. Reconhecimento de valores estabelecidos. Impressionabilidade.

2° TEMPESTADE INESPERADA ALIVIA CAMPOS QUEIMADOS
Libertação de condições adversas através de desenvolvimentos espetaculares violentos. Galvanização à ação. Visitação cósmica.

3° UM DESERTOR PERCEBE REPENTINAMENTE A FALSIDADE DE SUA CONDUTA
Capacidade de resgatar a experiência passada e fazê-la valer. Autoexame penetrante. Novo destemor despertado. Decisão.

4° UM HINDU PANDITA REVELA-SE REPENTINAMENTE, UM GRANDE CURADOR   
Supremacia das faculdades insuspeitadas escondidas profundamente no interior. Uso consciente de poder divino. Revelação do si-mesmo.

5° UM LÍDER MUNDIAL É VISTO SENDO GUIADO PELOS ESPÍRITOS DE SEUS ANCESTRAIS
A rica herança ancestral de cada indivíduo, que é a base mais forte do caráter. Inspiração direta, real.

6° NUM RITUAL ALEGÓRICO DE MISTÉRIO, UM HOMEM CELEBRA SOZINHO
Impulso compulsivo de toda alma de expressar o desconhecido e o mais-que-físico. Sensibilidade a propósitos elevados. Conflito.

7° FORA DO OVO CÓSMICO, A VIDA NASCE FRESCA E VIRGINAL
Nova atuação de esforço pelo poder de propósitos não realizados. Autoexpressão além de todas as expectativas. Proteção espiritual.

8° FIGURAS DE CERA MOSTRAM BELAS VESTIMENTAS EM VITRINAS DE LOJA
Necessidade de demonstração pública de virtudes e padrões de vida. Exteriorização de valor, para que possa ser dividido com outros.

9° EM MEDITAÇÃO, É VISTA UMA BANDEIRA QUE SE TRANSFORMA NUMA ÁGUIA
Processo da realização espiritual quando progride de padrões exteriores para padrões interiores. Renascimento ou rebelião contra trabalhos penosos.

10° INTOCADO PELA POPULARIDADE, AGORA DECRESCENTE, UM HOMEM VOLTA A PLANEJAR
Capacidade de elevar-se acima das vicissitudes da sorte que passa. Fé em si próprio. Dependência de dotes inatos. Projeção.

11° ARTISTA, AFASTADO DO MUNDO, RECEBE NOVA INSPIRAÇÃO
O poder criativo do homem: seu relacionamento com comportamento social. Autocristalização numa forma de poder; ou, então, autoexploração.

12° A GRANDE ESCADA DA VIDA: CADA PATAMAR, UM NOVO GRAU DE VIDA
Pontos de pausa e transição, em que a alma pode avaliar seu progresso. Esforço graduado. Necessidade de separação do passado.

13° UM BARÔMETRO PENDURADO SOB O PÓRTICO DE UMA TRANQUILA HOSPEDARIA RURAL
Ponto privilegiado de consciência, em que a vida pode ser observada e medida em paz. Recolhimento interno de uma alma em busca de verdade.

14° NUMA SUBIDA ÍNGREME, UM TÚNEL OFERECE O CAMINHO MAIS CURTO PARA UM TREM
O caminho interior para o sucesso exterior. Alívio seguro para o trabalhador disposto a enfrentar os fatos. Penetração e realização direta.

15° DOIS PERIQUITOS CANTAM NUMA CERCA SUA FELICIDADE PURA
Contagiosidade da felicidade em associações humanas. Revelação de realidade construtiva. Radiação de fé espontânea.

AQUÁRIO    XXII. O MOMENTO DA PERSPECTIVA

16° ADMINISTRADOR DE NEGÓCIOS ESTUDA EM SUA MESA UM PROJETO COMPLEXO
O controle central de operações necessário em todo empreendimento organizado. A função da cabeça. Segurança na decisão. Administração.

17° CÃO DE GUARDA ATENTO ENQUANTO MINERADOR DE OURO DORME PERTO DA SUA MINA
Faculdades protetoras nascentes em todas as pessoas quando se ajustam a novas condições. Organização competente de assuntos.

18° NO BAILE DE MÁSCARAS, O ÚLTIMO HOMEM TIRA A MÁSCARA, INCITADO PELAS GAROTAS
O desejo do introvertido de proteger-se do julgamento social. Aferrar-se à autoavaliação. Conservação de experiência.

19° DOMINADO UM INCÊNDIO DE FLORESTA, OS BOMBEIROS CANSADOS SENTEM-SE JUBILOSOS
Exagero dos problemas da vida, que revela ao homem sua real estatura e a expande. Desafio impaciente. Ascendência.

20° POMBA BRANCA CIRCULA NO ALTO; DESCE, TRAZENDO UMA MENSAGEM
A bênção que o "Espírito Santo" do significado revelado dá a todos os esforços. Exaltação de todos os esforços individuais. Celebridade.

21° UMA MULHER ESTÁ DESAPONTADA, ENQUANTO UM HOMEM DEIXA SEU QUARTO
Capitalização do infortúnio através do qual se ganha justificação espiritual. Supremacia sobre experiência. Retiro interior.

22° CRIANÇAS EM ALGAZARRA SOBRE O TAPETE NOVO DO SEU QUARTO
Calor e riqueza da vida dados àqueles que aprendem avidamente a viver. Autoconhecimento imponente, ou autoapreciação. Conforto.

23° UM GRANDE URSO TREINADO SE APRESENTA, SENTADO NUMA CADEIRA ENORME
Necessidade de construir um veículo concreto adequado para o poder cósmico. Desempenho além dos dotes nativos. Um desejo de equilíbrio.

24° AGORA, LIVRE DA PAIXÃO, UM HOMEM ENSINA PROFUNDA SABEDORIA
Utilização de experiência e paixão pela inteligência, que permanece não-envolvida. Conquista do si mesmo. Desapaixonamento genuíno.

25° UMA BORBOLETA EMERGE DE SUA CRISÁLIDA, PRIMEIRO A ASA D1REITA
Avanço necessário da volição sobre os elementos reflexos. Abordagem voluntária dos problemas de ser. Ajustar-se a ideias estranhas. Escolha.

26° UM MECÂNICO É VISTO PRONTO PARA TESTAR A BATERIA DE UM CARRO
Capacidade do si mesmo assumir e liberar poder espiritual. Liberação controlada de poder através das emoções. Comedimento.

27° ENTRE LIVROS RAROS, UMA VELHA TIGELA DE CERÂMICA COM VIOLETAS FRESCAS
Realidade de valores espirituais ou estéticos ligando gerações de buscadores do que é mais elevado. Acrescentamento ou comprometimento com o valor.

28° ENORME PILHA DE MADEIRA RECOLHIDA ASSEGURA CALOR PARA O INVERNO
Rica contribuição da natureza a todos os que trabalham com previsão. Preparação inteligente. Fé tranquila, mas poderosa, na Providência.

29° COMPLETADA A METAMORFOSE, UMA BORBOLETA ABRE SUAS ASAS
Imortalidade do verdadeiro si-mesmo. Graduação para um novo estado de ser. Projeção confiante do si-mesmo; falta de autoconfiança.

30° CAMPOS ENLUARADOS, ONDE OUTRORA EXISTIU BABILÔNIA, ESTÃO FLORINDO, BRANCOS
Poesia interior da vida que refresca a alma. Sentimento espiritualmente alimentado que ilumina o coração. Vozes do passado.

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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Graus de Capricórnio, por Dane Rudhyar


CAPRICÓRNIO    XIX. O MOMENTO DA ILUSÃO

1° CHEFE ÍNDIO EXIGE PODER DA TRIBO EM ASSEMBLEIA
Domínio de uma situação através do planejar e aventurar-se propositado. Enfrentamento ousado de oportunidades. Extremo de autoconfiança.

2° ROSÁCEAS NUMA CATEDRAL GÓTICA; UMA, DANIFICADA PELA GUERRA
Subjacente resistência a mudanças em alicerces vitais. Fé em si mesmo. Testemunho do belo contra a força bruta.

3° A ALMA, COMO UM ESPÍRITO RONDANDO ÁVIDO PELA AQUISIÇÃO DE EXPERIÊNCIA
Motivação interior e pura. O poder de se manter acima de limitações físicas; de demonstrar livre vontade. Desapego.

4° FOLGAZÕES EMBARCAM NUMA CANOA GRANDE NO LAGO ILUMINADO POR LANTERNAS
Externalização dos impulsos coletivos da raga através de indivíduos. Tolo amor ao prazer. Exploração do si mesmo.

5° UM ACAMPAMENTO DE ÍNDIOS AMERICANOS: COMEÇA UMA DANÇA DE GUERRA FEROZ
Mobilização de energias latentes para autoesforço determinado. Obsessão por forças elementais. Violento despertar para a realidade.

6° DEZ TORAS DEITADAS SOB A ABÓBADA DÃO PASSAGEM PARA FLORESTAS MAIS ESCURAS
Não-limitação da experiência quando a pessoa passa de completação para uma plenitude cada vez maior. Pureza em conhecimento. Perfeição.

7° HIEROFANTE PESADAMENTE VELADO LIDERA UM RITUAL DE PODER
Reunião do poder de um grupo para um propósito e numa vontade individual. "Avatar"-ismo. Responsabilidade.

8° NUMA SALA DE ESTAR AMPLA, INUNDADA DE LUZ SOLAR, CANTAM CANÁRIOS
A felicidade que irradia de uma personalidade integrada. Auto-estabilização firme em conforto social ou respeitabilidade.

9° UM ANJO PORTANDO UMA HARPA ATRAVESSA UMA ALAMEDA CELESTE
A harmonia básica do eu realizado. Percepção de harmonia na vida cotidiana através de compreensão desapegada e elevada.

10° NUM VELEIRO OS MARINHEIROS ESTÃO ALIMENTANDO UM ALBATROZ MANSO
Superação de medos instintivos através de persuasão branda. Conquista gentil. Cultura de valores espirituais. Inofensividade.

11° FAISÕES MOSTRAM SUAS CORES BRILHANTES NUM GRANDE PRADO
Riqueza latente de recursos naturais exibidos através de processos seletivos. Capitalização de oportunidade. Luxo.

12° MARAVILHAS NATURAIS SÃO DESCRITAS NUMA AULA DE CIÊNCIAS
Ver através das aparências; desvendar o esplendor mágico do núcleo das coisas. Um toque de vida universal. Visão precisa.

13° SOB PICOS COBERTOS DE NEVE, UM ADORADOR DO FOGO ESTÁ MEDITANDO
Estabelecimento fume sobre princípios muito antigos. Consciência de unidade absoluta. Profundidade de penetração de alma. Autoconquista.

14° NA SELVA FECHADA, UM BAIXO-RELEVO MAIA PERFEITAMENTE PRESERVADO
O poder do ser humano de deixar registros permanentes de suas conquistas. Imortalidade pessoal. Fecundação do futuro pelo passado. Segurança.

15° NUM HOSPITAL, UMA ENFERMARIA INFANTIL CHEIA DE BRINQUEDOS
A bondade da vida nos testes trágicos das primeiras tentativas de autorregeneração. Responsabilidade administrada; ou fuga.

CAPRICÓRNIO    XX. O MOMENTO DA DEPENDÊNCIA

16° QUADRAS ESCOLARES REPLETAS DE JOVENS EM ROUPAS DE GINÁSTICA
Dependência normal de estimulação física. Entusiasmo robusto na abordagem dos desafios da vida; ou impulsividade imatura.

17° MULHER REPRIMIDA ENCONTRA ALÍVIO PSICOLÓGICO NO NUDISMO
Fuga da escravidão as inibições sociais. Reajuste da relação entre espirito e corpo. Autopurificação. Autoconfrontação.

18° A BANDEIRA DE PROA DA UNIÃO TREMULA NUM NOVO DESTRÓLER BRITÂNICO
Extremo de objetificação de recursos internos. Desafio à vida. Autocompreensão esplêndida. Total consciência de competição.

19° MENINA DE CINCO ANOS ORGULHOSAMENTE FAZ AS COMPRAS DE SUA MÃE
Capacidade de se colocar além dos padrões normais. Autoconfiança ampliada. Espera de condições para alcançar o si mesmo.

20° NA IGREJA VAZIA, OUVE-SE O CORAL, ENSAIANDO
A não percebida plenitude de vida que existe mesmo nas horas mais vazias. Preparação para atividade. Raio de esperança através de todas as dificuldades.

21° UMA CORRIDA DE REVEZAMENTO. CADA CORREDOR SE COLOCA ANSIOSAMENTE EM SEU LUGAR
Extremo de cooperação e troca nos relacionamentos da vida. Total rendição de si mesmo ao serviço. Comportamento de grupo planejado.

22° GENERAL VENCIDO ENTREGA SUA ESPADA COM DIGNIDADE NOBRE
Derrota aparente que significa vitória espiritual real. Render-se ao costume. Conquista através de conformidade à norma estabelecida.

23° UM SOLDADO RECEBE DE MODO DECOROSO DOIS PRÊMIOS POR BRAVURA
Prêmio ofertado pela sociedade pelo atendimento à responsabilidade individual. Reconhecimento de valor; boa sorte desmerecida.

24° UMA MULHER CAMINHANDO PARA O PORTO SEGURO DE UM CONVENTO
Gentileza protetora da vida aos corações cansados. Silenciosa influência oculta da existência real. Ajuda conseguida à força. Salvamento a tempo.

25° MENININHOS BRINCAM SOBRE TAPETES MACIOS NUMA LOJA ORIENTAL
Primeira compreensão dos valores culturais por meio de prazer sensual. Refinamento de sensações. Enriquecimento psicológico.

26° FADA RADIANTE DANÇA NA BRUMA DE UMA CACHOEIRA Transcendência do espirito sobre corpo e meio ambiente. Clareza de entendimento. Recursos de alma inesgotáveis. Efervescência.

27° HOMENS ESCALANDO UM PICO SAGRADO; ABAIXO, O MUNDO — ACIMA, PAZ
Ligação necessária entre acima e abaixo na experiência pessoal do buscador. Dualismo equilibrado de vida subjetiva-objetiva.

28° O AVIÁRIO DE UMA MANSÃO RURAL, CHEIO DE AVES CANORAS
Aperfeiçoamento da personalidade pela familiaridade com valores espirituais. Alegrar-se no significado das coisas; ou confusão mental.

29° UMA CIGANA LÊ A SORTE NAS CHÁVENAS DE SENHORAS DA SOCIEDADE
A procura de entendimento interior através de todo condicionamento da vida. Primeira abordagem da realidade. Desejo de transcender a rotina.

30° OS DIRETORES DE UMA GRANDE EMPRESA REÚNEM-SE EM CONFERÊNCIA SECRETA
Atividade de elementos interiores formativos da personalidade real. Agrupamento de energias da alma numa emergência. Liderança espiritual.


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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar.


domingo, 31 de julho de 2016

Graus de Sagitário, por Dane Rudhyar



SAGITÁRIO    XVII. O MOMENTO DE RECEPTIVIDADE

1° VETERANOS APOSENTADOS DO EXERCITO REÚNEM-SE PARA REAVIVAR VELHAS LEMBRANÇAS
Poder de coesão da experiência social. Companheirismo nascido de conquistas coletivas que estimulam o si mesmo. Reunião ardente.

2° ONDAS DE PENACHOS BRANCOS DANÇAM RITMICAMENTE SOB OS VENTOS
Resposta grata a um chamado vital à atividade. Poder de agitar e impor o próprio ritmo sobre materiais. Adornamento orgulhoso.

3° DOIS HOMENS SÓBRIOS, FUMANDO CACHIMBOS EM CONFORTO, JOGAM XADREZ
Recriação de um mundo de manifestação através de símbolos e inteligência. Confiança experiente no julgamento do self.

4° OBSERVADA POR PAIS FELIZES, UMA CRIANÇA DÁ SEUS PRIMEIROS PASSOS
A gentileza da vida ao criar oportunidades seguras de crescimento. Plena valorização da oportunidade. Crise em autodesenvolvimento.

5° NO ALTO DE UMA VELHA ÁRVORE, UMA CORUJA SOLITÁRIA EMPOLEIRADA COM SERIEDADE
Observação equilibrada do drama da vida. Julgamento brando. Confiança arraigada na situação e no valor de si mesmo.

6° UM JOGO DE CRÍQUETE ESTÁ SENDO ASSISTIDO POR UMA PLATEIA COLORIDA
Socialização dos impulsos competitivos do homem. Solidariedade instintiva construindo consciência de raça. Capitalização da habilidade.

7° CUPIDO BATE SORRIDENTE À PORTA DO CORAÇÃO HUMANO
A felicidade que espera por todo homem disposto a aceitar sua totalidade, Aperfeiçoamento da experiência. O chamado à festa do amor.

8° NO CALDEIRÃO DO UNIVERSO, OS METAIS ESTÃO SE FORMANDO
Determinação irresistível de ser. Capacidade infinita para trabalho duro. Cristalização do propósito e da vontade a partir de experiência.

9° UMA MÃE LEVA SEUS FILHOS PARA CIMA NUMA LARGA ESCADARIA
Avanço consciente da individualidade de plano a plano. Coragem verdadeira em todas as abordagens da vida. Guia interno em todo crescimento.

10° UMA TEATRALIZAÇÃO DA "DEUSA DA OPORTUNIDADE"
Poder de significado criativo, como ele transforma meros fatos em símbolos universais. Exteriorização de impulsos internos.

11° UMA LÂMPADA ETERNA ILUMINA UM ÍDOLO ANTIGO
Influência da massa social sobre o indivíduo. Poder de "imagens primordiais do Inconsciente", Atividade dominada por destino.

12° UMA BANDEIRA VIRA UMA ÁGUIA; A ÁGUIA, UM GALO ORGULHOSO
Desenvolvimento da consciência do abstrato ao concreto, do geral ao pessoal. Domínio crescente. Extrema boa sorte.

13° UMA VIÚVA JOVEM É SURPREENDIDA NUM NOVO NASCIMENTO DE AMOR
O eterno chamado à realização através do amor que supera a sensitividade pessoal e os padrões estabelecidos. Revisão de atitude.

14° ESFINGE E PIRÂMIDES PERMANECEM, REMANESCENTES DE UM PASSADO GLORIOSO
Conquista baseada em grandeza passada. Poder dos inúmeros mortos sobre os vivos. Grandes recursos na individualidade. Antecedentes.

15° MARMOTA, FORA DE SUA HIBERNAÇÃO, PROCURA SUA SOMBRA
Revelação de propósitos vitais e ciclos básicos através de presságios. Padronização universal da relação de vida. Adivinhação penetrante.

SAGITÁRIO    XVIII. O MOMENTO DE DESAPEGO

16° OCEANO CALMO; UM NAVIO PARADO; GAIVOTAS VOANDO, PREGUIÇOSAS
Os momentos de pausa que encorajam e pressagiam mudanças. Prontidão alerta para ação; ou angústia por não saber o que está por vir.

17° GENTE SE REÚNE ANTES DO ALVORECER PARA UM RITUAL DE PÁSCOA AO AR LIVRE
Vida espiritual em conformidade com a lei natural. Sair da dúvida e do desespero. Fé inabalável num poder superior próximo.

18° CRIANÇAS BRINCAM NA PRAIA QUENTE, PROTEGIDAS POR CHAPÉUS DE SOL
O agente protetor que assegura o comportamento livre de indivíduos. Contato vivificante com energias vitais coletivas.

19° PELICANOS, PERTURBADOS POR HOMENS, MUDAM PARA LUGARES DESCONHECIDOS
Reenfatização interna de fundamentos. Recuperação mediante o retirar-se para dentro. A fuga do introvertido. Movimentando-se para reorientação.

20° HOMENS CORTANDO O GELO DE UM LAGO CONGELADO, PARA USO NO VERÃO
Profundidade de operação necessária ao preparo para a fase de vida seguinte. Sacrifício do presente pelo futuro. Ação completa.

21° CRIANÇA E CACHORRO BRINCAM SERIAMENTE, COM ÓCULOS EM SEUS NARIZES
Utilidade do fazer-de-conta. Chegar à situação através de imaginação. Assumir um papel adiante do desenvolvimento natural.

22° FECHADA A LOJA, TINTUREIROS CHINESES VOLTAM AO TIPO RACIAL
Retirar-se ao mundo interior do self após conquistas externas. Retorno seguro aos padrões ancestrais de comportamento. Equilíbrio fácil.

23° EM NOVA YORK, A ILHA ELLIS RECEBE OS IMIGRANTES
Novas aberturas que vêm a todos os que estão dispostos a se arriscar por uma individualidade mais ampla. Reorientação. Presunção.

24° O "PÁSSARO AZUL" SIMBÓLICO POUSA SOBRE UMA PEQUENA CABANA
As bênçãos concedidas a todos que são fiéis a si mesmos. Ajuda inesperada. Felicidade. Pura boa sorte.

25° GAROTINHO RICO CAVALGA SEU CAVALO DE CORES VIVAS
Crescimento através de experiências indiretas, imaginativas, que a vida nos pode negar. Desapego da realidade. Autoconservação.

26° PORTA-BANDEIRA DISTINGUE-SE NUMA BATALHA CORPO A CORPO
Exaltação do valor físico como suporte necessário para idéias raciais elevadas. Esforço espetacular. Dotes naturais além da compreensão.

27° A VISÃO DO ESCULTOR ESTÁ TOMANDO FORMA SOB SUAS MÃOS
Domínio da inteligência formativa sobre a substância. Caracterização e compreensão seguras. Autoexpressão permanente.

28° A ANTIGA PONTE É TESTEMUNHA DA HABILIDADE DE HOMENS ESQUECIDOS
Elementos duradouros na compreensão como símbolos da comunidade invisível de homens, mortos e vivos. Coordenação permanente.

29° MENINO GORDO TRANSPIRANDO, ANSIOSO POR REDUZIR PESO, ESTÁ CEIFANDO A RELVA
Desejo de boa forma inerente a todos os seres vivos. Determinação constituída conscientemente, portanto confiável. Empenho persistente.

30° O PAPA DÁ UMA AUDIÊNCIA NUM SALÃO DO VATICANO
Riqueza de recursos espirituais que podem ser extraídos para a glorificação de qualquer relacionamento. Forma concreta de ideais.