A característica fundamental desta astrologia: ela é cristã.
Ela tem raízes e influências pré-cristãs, gregas, árabes e outras, mas é orientada pela visão de mundo cristã, assim como a nossa civilização, como eu disse acima.
Isso não quer dizer que astrólogos e estudantes de astrologia tenham que ser cristãos, da mesma forma que é possível viver dentro da civilização ocidental e ser ateu, ou ser praticante de outra religião, ou de nenhuma, como muitas pessoas fazem.
No entanto, o substrato comum a partir do qual a visão de mundo individual é construída é o conjunto dos valores da civilização ocidental, que são, no fundo, cristãos. Num exemplo grosseiro, mesmo a feitiçaria ocidental pressupõe a civilização (e a religião) cristã.
Esse arcabouço cristão está presente nos nossos valores, na base de como organizamos as coisas, e também está presente no simbolismo.
É importante salientar que não é um problema de valores morais, mas de antropologia e de cosmologia: o ocidente tinha uma ideia cristã do ser humano e do mundo, e a astrologia fincou raízes entre nós a partir dessas idéias.
A astrologia não é praticada no vácuo. Ela pressupõe uma visão de mundo, uma Tradição. A astrologia ocidental tradicional é tão cristã quanto a sociedade ocidental tradicional (e a deturpação moderna de uma se reflete na deturpação moderna da outra). O simbolismo astrológico brilha com um sentido muito mais claro quando se entende isso, quando se percebe em que ele se sustenta.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, pp. 11.
sábado, 29 de abril de 2017
Interpretando Dignidades e Debilidades (2), por Clélia Romano
Ora, os autores Helenísticos consideram a queda uma debilidade mas já não valorizam o detrimento da mesma forma. Segundo sua visão, de acordo com Robert Schmidt, um planeta em detrimento não se enfraquece, mas exagera em suas qualidades. Planetas na casa oposta aquela que regem são considerados longe de casa.
Como alguns estrangeiros saudosos da pátria, exageram em seu sotaque para não perder a identidade. Muitas pessoas quando vivem longe de seu país são zelosas pela sua cultura e por aquilo que foi deixado para trás: alguns hábitos aos quais não davam valor quando estavam em seu próprio lar, passam a ser cultivados.
Tornar-se "mais monarquista que o rei" pode produzir um resultado perverso: se Saturno em Capricórnio é responsável, Saturno em Câncer é extremamente rígido. Se Vênus em Libra busca o amor, Vênus em Aries exagera em enfeites e pode tornar-se promíscua.
É possível que existam diferenças entre a debilidade de queda e o detrimento e que o detrimento traga um desvio mais de ordem quantitativo que qualitativo.
No entanto, tais conceitos necessitam maiores estudos. Enquanto isso, tratarei os dois casos como sendo uma debilidade e uma corrupção da qualidade do planeta, quer seja pelo exagero quer seja pela falta de oportunismo na ação.
É muito importante ter em mente o efeito da debilitação, por isso vamos dar mais um exemplo.
Saturno tem seu domicílio em Aquário. Se ele estiver nesse signo pressupõe-se que ele levará a efeito suas qualidades de aprendizagem, desde que Aquário é um signo aéreo e irá canalizar as profundezas da filosofia secreta.
Em Leão, porém, onde ele está em seu detrimento, Saturno não realiza esse efeito. Ele fica desejoso de brilhar e não consegue levar a efeito sua capacidade de análise e de aprendizagem solitária.
Tudo isso ficará muito mais claro diante de exemplos práticos, conforme veremos mais adiante.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 51-2. http://www.astrologiahumana.com/
Como alguns estrangeiros saudosos da pátria, exageram em seu sotaque para não perder a identidade. Muitas pessoas quando vivem longe de seu país são zelosas pela sua cultura e por aquilo que foi deixado para trás: alguns hábitos aos quais não davam valor quando estavam em seu próprio lar, passam a ser cultivados.
Tornar-se "mais monarquista que o rei" pode produzir um resultado perverso: se Saturno em Capricórnio é responsável, Saturno em Câncer é extremamente rígido. Se Vênus em Libra busca o amor, Vênus em Aries exagera em enfeites e pode tornar-se promíscua.
É possível que existam diferenças entre a debilidade de queda e o detrimento e que o detrimento traga um desvio mais de ordem quantitativo que qualitativo.
No entanto, tais conceitos necessitam maiores estudos. Enquanto isso, tratarei os dois casos como sendo uma debilidade e uma corrupção da qualidade do planeta, quer seja pelo exagero quer seja pela falta de oportunismo na ação.
É muito importante ter em mente o efeito da debilitação, por isso vamos dar mais um exemplo.
Saturno tem seu domicílio em Aquário. Se ele estiver nesse signo pressupõe-se que ele levará a efeito suas qualidades de aprendizagem, desde que Aquário é um signo aéreo e irá canalizar as profundezas da filosofia secreta.
Em Leão, porém, onde ele está em seu detrimento, Saturno não realiza esse efeito. Ele fica desejoso de brilhar e não consegue levar a efeito sua capacidade de análise e de aprendizagem solitária.
Tudo isso ficará muito mais claro diante de exemplos práticos, conforme veremos mais adiante.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 51-2. http://www.astrologiahumana.com/
Das doze casas do céu, e alguns nomes e termos de astrologias, por William Lilly
A esfera do céu é dividida pelo Meridiano e pelo Horizonte em quatro partes iguais, que são os quatro Quadrantes, e cada quadrante de novo em três partes, de acordo com outros círculos desenhados pelos pontos de secção dos mencionados Meridiano e Horizonte; de forma que o céu inteiro está dividido em doze partes iguais, a que os astrólogos chamam Casas ou Mansões, considerando o seu início a partir do Leste.
O primeiro quadrante é descrito do Leste para o meio-do-céu, ou da linha da primeira casa à linha da décima casa, e contém as casas doze, onze e dei e é chamado o quadrante oriental, vernal, masculino, sanguíneo e infante.
O segundo quadrante é da cúspide do meio-do-céu à cúspide da sétima casa, contendo as casas nove, oito e sete, e é chamado o quadrante meridiano, estival, feminino, juvenil e colérico.
O terceiro quadrante é da cúspide da casa sete à cúspide da casa quatro, contém a sexta, quinta e quarta casas, e é chamado ocidental, outonal, masculino, melancólico, adulto, frio e seco.
O quarto quadrante é da cúspide da quarta à cúspide da primeira casa, contém a terceira, segunda e primeira casas e é setentrional, feminino, da velhice, da natureza do inverno, fleumático.
A primeira, décima, sétima e quarta casas são chamadas angulares, as casas onze, dois, oito e cinco são chamadas sucedentes, a três, doze, nove e seis são cadentes; as angulares são as mais fortes, as sucedentes são as seguintes em virtude, as cadentes são pobres e pouco eficazes; as casas sucedentes seguem as angulares, as cadentes vêem a seguir às sucedentes; quanto à força e à virtude apresentam-se por esta ordem:
1 10 7 4 11 5 9 3 2 8 6 12
O significado disto é o seguinte, que havendo dois planetas igualmente dignificados, um no ascendente e o outro da décima casa, julgar-se-á que o planeta no ascendente terá mais poder para efetivar aquilo de que é significador do que aquele que está na décima; fazer da mesma maneira com o resto conforme a ordem em que se apresentam, lembrando que os planetas nos ângulos mostram mais fortemente os seus efeitos.
Quando mencionamos o regente do ascendente, ou significador do querente, ou coisa inquirida, queremos apenas dizer aquele planeta que é regente do signo que ascende, ou o regente do signo de cuja casa a coisa demandada é requerida; assim, se for da sétima casa, o regente do signo na cúspide descendente é o significador, e assim com o resto; mas sobre isto falarei nos julgamentos seguintes.
Co-significador é quando se encontra outro planeta em aspecto ou conjunção com aquele planeta que é o principal significador; o dito planeta terá maior ou menor significação, e ajudará ou não na efetivação da coisa desejada, e assim terá algo a ver com o julgamento, e deverá ser considerado; se for um planeta benéfico, denota o bem; se for uma infortuna, o contrário, viz. a destruição da coisa ou uma perturbação nela.
Almuten de qualquer casa é o planeta que tem mais dignidades no signo ascendente ou descendente sobre a cúspide de qualquer casa da qual se requer julgamento.
Almuten da figura é o planeta que em dignidades essenciais ou acidentais é o mais poderoso em todo o esquema do céu.
A Cabeça do Dragão é por vezes chamada: Anabibazon.
A Cauda do Dragão: Catabibazon.
A longitude de um planeta é a sua distância do começo de Áries, numerada de acordo com a sucessão dos signos, até ao lugar do planeta.
Latitude é a distância de um planeta da eclíptica, para Norte ou para Sul, em virtude da qual dizemos que um planeta tem latitude setentrional ou meridional conforme se afasta da eclíptica para Norte ou para Sul.
Só o Sol se move continuamente na eclíptica e nunca tem nenhuma latitude.
Declinação de um planeta é a sua distância do equador e, conforme ele declina dele para Norte ou Sul, assim a sua declinação é denominada Norte ou Sul.
William Lilly, in Astrologia Cristã, ebook, p. 47-9.
O primeiro quadrante é descrito do Leste para o meio-do-céu, ou da linha da primeira casa à linha da décima casa, e contém as casas doze, onze e dei e é chamado o quadrante oriental, vernal, masculino, sanguíneo e infante.
O segundo quadrante é da cúspide do meio-do-céu à cúspide da sétima casa, contendo as casas nove, oito e sete, e é chamado o quadrante meridiano, estival, feminino, juvenil e colérico.
O terceiro quadrante é da cúspide da casa sete à cúspide da casa quatro, contém a sexta, quinta e quarta casas, e é chamado ocidental, outonal, masculino, melancólico, adulto, frio e seco.
O quarto quadrante é da cúspide da quarta à cúspide da primeira casa, contém a terceira, segunda e primeira casas e é setentrional, feminino, da velhice, da natureza do inverno, fleumático.
A primeira, décima, sétima e quarta casas são chamadas angulares, as casas onze, dois, oito e cinco são chamadas sucedentes, a três, doze, nove e seis são cadentes; as angulares são as mais fortes, as sucedentes são as seguintes em virtude, as cadentes são pobres e pouco eficazes; as casas sucedentes seguem as angulares, as cadentes vêem a seguir às sucedentes; quanto à força e à virtude apresentam-se por esta ordem:
1 10 7 4 11 5 9 3 2 8 6 12
O significado disto é o seguinte, que havendo dois planetas igualmente dignificados, um no ascendente e o outro da décima casa, julgar-se-á que o planeta no ascendente terá mais poder para efetivar aquilo de que é significador do que aquele que está na décima; fazer da mesma maneira com o resto conforme a ordem em que se apresentam, lembrando que os planetas nos ângulos mostram mais fortemente os seus efeitos.
Quando mencionamos o regente do ascendente, ou significador do querente, ou coisa inquirida, queremos apenas dizer aquele planeta que é regente do signo que ascende, ou o regente do signo de cuja casa a coisa demandada é requerida; assim, se for da sétima casa, o regente do signo na cúspide descendente é o significador, e assim com o resto; mas sobre isto falarei nos julgamentos seguintes.
Co-significador é quando se encontra outro planeta em aspecto ou conjunção com aquele planeta que é o principal significador; o dito planeta terá maior ou menor significação, e ajudará ou não na efetivação da coisa desejada, e assim terá algo a ver com o julgamento, e deverá ser considerado; se for um planeta benéfico, denota o bem; se for uma infortuna, o contrário, viz. a destruição da coisa ou uma perturbação nela.
Almuten de qualquer casa é o planeta que tem mais dignidades no signo ascendente ou descendente sobre a cúspide de qualquer casa da qual se requer julgamento.
Almuten da figura é o planeta que em dignidades essenciais ou acidentais é o mais poderoso em todo o esquema do céu.
A Cabeça do Dragão é por vezes chamada: Anabibazon.
A Cauda do Dragão: Catabibazon.
A longitude de um planeta é a sua distância do começo de Áries, numerada de acordo com a sucessão dos signos, até ao lugar do planeta.
Latitude é a distância de um planeta da eclíptica, para Norte ou para Sul, em virtude da qual dizemos que um planeta tem latitude setentrional ou meridional conforme se afasta da eclíptica para Norte ou para Sul.
Só o Sol se move continuamente na eclíptica e nunca tem nenhuma latitude.
Declinação de um planeta é a sua distância do equador e, conforme ele declina dele para Norte ou Sul, assim a sua declinação é denominada Norte ou Sul.
William Lilly, in Astrologia Cristã, ebook, p. 47-9.
Sobre os Aspectos, por William Lilly
Quando dois planetas estão igualmente distantes um do outro sessenta graus, dizemos que eles estão em aspecto sextil.
Quando estão à distância de noventa graus um do outro, chamamos a esse aspecto um aspecto quartil.
Quando os planetas estão a cento e vinte graus de distância, dizemos que estão em aspecto trígono.
Quando dois planetas estão a cento e oitenta graus de distância, chamamos a esse aspecto uma oposição.
Quando dois planetas estão no mesmo grau e minuto de qualquer signo, dizemos que estão em conjunção.
Assim, se Saturno se encontrar no primeiro grau de Áries e a Lua ou qualquer outro planeta no primeiro grau de Gêmeos, dir-se-á que estão em aspecto sextil, pois estão à distância de sessenta graus um do outro, e este aspecto é sofrivelmente bom.
Se Saturno ou qualquer outro planeta estiver no primeiro grau de Áries e outro planeta estiver no primeiro grau de Câncer, deve-se dizer que estão em aspecto quartil, porque há noventa graus do zodíaco entre eles; este aspecto é de inimizade e não é bom.
Se Saturno estiver no primeiro grau de Áries e qualquer planeta estiver no primeiro grau de Leão, existindo assim a distância de cento e vinte graus, eles aspectam-se um ao outro com um trígono; e isto denota harmonia, concórdia e amizade.
Se se encontrar Saturno no primeiro grau de Áries, e qualquer planeta no primeiro grau de Libra, estando eles assim a cento e oitenta graus um do outro, diz-se que estão em oposição. É um mau aspecto; e deve-se ter o cuidado de saber quais são os signos que se opõem pois sem isso não se pode levantar uma figura.
Quando Saturno estiver no primeiro grau de Áries e qualquer planeta estiver no mesmo grau, diz-se então que estão em conjunção. E este aspecto é bom ou mau conforme a natureza da questão perguntada.
William Lilly, in Astrologia Cristã, ebook, p. 26-7.
Quando estão à distância de noventa graus um do outro, chamamos a esse aspecto um aspecto quartil.
Quando os planetas estão a cento e vinte graus de distância, dizemos que estão em aspecto trígono.
Quando dois planetas estão a cento e oitenta graus de distância, chamamos a esse aspecto uma oposição.
Quando dois planetas estão no mesmo grau e minuto de qualquer signo, dizemos que estão em conjunção.
Assim, se Saturno se encontrar no primeiro grau de Áries e a Lua ou qualquer outro planeta no primeiro grau de Gêmeos, dir-se-á que estão em aspecto sextil, pois estão à distância de sessenta graus um do outro, e este aspecto é sofrivelmente bom.
Se Saturno ou qualquer outro planeta estiver no primeiro grau de Áries e outro planeta estiver no primeiro grau de Câncer, deve-se dizer que estão em aspecto quartil, porque há noventa graus do zodíaco entre eles; este aspecto é de inimizade e não é bom.
Se Saturno estiver no primeiro grau de Áries e qualquer planeta estiver no primeiro grau de Leão, existindo assim a distância de cento e vinte graus, eles aspectam-se um ao outro com um trígono; e isto denota harmonia, concórdia e amizade.
Se se encontrar Saturno no primeiro grau de Áries, e qualquer planeta no primeiro grau de Libra, estando eles assim a cento e oitenta graus um do outro, diz-se que estão em oposição. É um mau aspecto; e deve-se ter o cuidado de saber quais são os signos que se opõem pois sem isso não se pode levantar uma figura.
Quando Saturno estiver no primeiro grau de Áries e qualquer planeta estiver no mesmo grau, diz-se então que estão em conjunção. E este aspecto é bom ou mau conforme a natureza da questão perguntada.
William Lilly, in Astrologia Cristã, ebook, p. 26-7.
Sobre os Signos, sua Longitude e os Aspectos, por William Lilly
Saiba-se que cada signo contém em longitude trinta graus, e cada grau sessenta minutos, etc. O começo é a partir de Áries e depois, por ordem, um signo atrás do outro, de forma que o zodíaco inteiro contém 360 graus; o segundo grau de Touro é o trigésimo segundo do zodíaco, o décimo de Touro é o quadragésimo, e assim por diante ao longo dos doze signos; contudo deve-se sempre contar os aspectos a partir do grau do zodíaco em que se encontra o planeta; assim, se Saturno estiver a dez graus de Gêmeos e eu quiser saber a que grau da eclíptica ele faz um sextil sinistro, calculando de Áries a dez de Gêmeos verifico que Saturno está no septuagésimo grau do zodíaco, de acordo com a sua longitude; se somar sessenta graus a setenta, perfazem cento e trinta, o que corresponde ao décimo grau do signo de Leão, ao qual Saturno lança o seu sextil, ou a qualquer planeta nesse grau.
William Lilly, in Astrologia Cristã, ebook, p. 26.
William Lilly, in Astrologia Cristã, ebook, p. 26.
sexta-feira, 28 de abril de 2017
Precauções para jovens estudantes, por William Lilly
Em primeiro lugar, que seja muito exato no conhecimento de como usar as suas efemérides, e no levantar do esquema do céu para todas as horas do dia ou da noite, e em como reduzir os movimentos dos planetas para a sua hora quando houver necessidade, e no conhecimento distinto e imediato dos seus símbolos.
Em segundo lugar, desejaria que o estudante tivesse um conhecimento muito perfeito da natureza das casas, de forma a melhor descobrir a que casa pedir julgamento sobre a pergunta apresentada, não vá confundir uma coisa com a outra por falta de verdadeira compreensão.
Em terceiro lugar, gostaria que fosse capaz de determinar e de perceber bem as debilidades e fortalezas de todos os planetas, tanto essenciais como acidentais.
Em quarto lugar, deve ser perito na definição da natureza do significador, o que ele significa naturalmente e acidentalmente, e como variar a sua significação conforme houver necessidade.
Em quinto lugar, que perceba bem a natureza dos signos, as suas propriedades e qualidades, e que forma, feitio e condições são por eles naturalmente significadas, e o que resulta da presença física de um planeta em qualquer deles.
Em sexto lugar, que seja hábil quanto ao aspecto e à descrição que cada planeta designa e como variar o seu aspecto conforme estão colocados por signo e casa, ou aspectados pela Lua ou qualquer outro planeta.
Em sétimo lugar, deve ler frequentemente os termos da arte e tê-los frescos na sua memória, especialmente o vigésimo e o vigésimo primeiro capítulos do primeiro livro.
William Lilly, in Astrologia Cristã, Extraído do prefácio "Ao Leitor".
Em segundo lugar, desejaria que o estudante tivesse um conhecimento muito perfeito da natureza das casas, de forma a melhor descobrir a que casa pedir julgamento sobre a pergunta apresentada, não vá confundir uma coisa com a outra por falta de verdadeira compreensão.
Em terceiro lugar, gostaria que fosse capaz de determinar e de perceber bem as debilidades e fortalezas de todos os planetas, tanto essenciais como acidentais.
Em quarto lugar, deve ser perito na definição da natureza do significador, o que ele significa naturalmente e acidentalmente, e como variar a sua significação conforme houver necessidade.
Em quinto lugar, que perceba bem a natureza dos signos, as suas propriedades e qualidades, e que forma, feitio e condições são por eles naturalmente significadas, e o que resulta da presença física de um planeta em qualquer deles.
Em sexto lugar, que seja hábil quanto ao aspecto e à descrição que cada planeta designa e como variar o seu aspecto conforme estão colocados por signo e casa, ou aspectados pela Lua ou qualquer outro planeta.
Em sétimo lugar, deve ler frequentemente os termos da arte e tê-los frescos na sua memória, especialmente o vigésimo e o vigésimo primeiro capítulos do primeiro livro.
William Lilly, in Astrologia Cristã, Extraído do prefácio "Ao Leitor".
Astrologia Ocidental, por Marcos Monteiro
Todo povo de que já ouvi falar, desde nômades até construtores de impérios (por exemplo, os babilônios, os persas, os árabes, os indianos, os judeus, os chineses, os índios do Alto Xingu, os gregos antigos), teve algum tipo de astrologia.
Este livro não trata dessas astrologias todas. Nenhum livro seria capaz de falar delas com propriedade; nenhum escrito por mim, pelo menos. Vou falar da astrologia ocidental, a que foi praticada na civilização ocidental durante praticamente toda a sua existência (e a única que conheço o suficiente para achar que o leitor possa ganhar alguma coisa prestando atenção no que tenho a dizer).
Ela tem raízes babilônicas e egípcias, foi bastante influenciada pelos gregos, romanos e árabes, mas parece ter nascido (como algo distinto das outras astrologias) no início da era cristã, sofrendo desenvolvimentos e passando por épocas de florescimento e decadência, até o presente.
Ou seja, a história da astrologia ocidental espelha a história do ocidente cristão.
Há diferenças de técnica entre os babilônios e os gregos, entre os gregos e outros gregos, entre os astrólogos antigos e os medievais, entre os medievais dos diversos países, entre estes e os da(s) Renascença(s)... não há dois astrólogos que trabalhem exatamente igual um ao outro, assim como não há dois mecânicos que mexam exatamente da mesma forma em um carro.
Mas parece haver uma continuidade de princípios e da noção do que seja a arte, e mesmo da técnica em linhas gerais. Ou seja, ao longo desses dois milênios, os astrólogos parecem sempre estar falando sobre a mesma coisa e se referindo ao mesmo quadro geral. Além, é claro, de terem a mesma ideia sobre o que o seu oficio oferece ao público.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, pp. 10-1.
Este livro não trata dessas astrologias todas. Nenhum livro seria capaz de falar delas com propriedade; nenhum escrito por mim, pelo menos. Vou falar da astrologia ocidental, a que foi praticada na civilização ocidental durante praticamente toda a sua existência (e a única que conheço o suficiente para achar que o leitor possa ganhar alguma coisa prestando atenção no que tenho a dizer).
Ela tem raízes babilônicas e egípcias, foi bastante influenciada pelos gregos, romanos e árabes, mas parece ter nascido (como algo distinto das outras astrologias) no início da era cristã, sofrendo desenvolvimentos e passando por épocas de florescimento e decadência, até o presente.
Ou seja, a história da astrologia ocidental espelha a história do ocidente cristão.
Há diferenças de técnica entre os babilônios e os gregos, entre os gregos e outros gregos, entre os astrólogos antigos e os medievais, entre os medievais dos diversos países, entre estes e os da(s) Renascença(s)... não há dois astrólogos que trabalhem exatamente igual um ao outro, assim como não há dois mecânicos que mexam exatamente da mesma forma em um carro.
Mas parece haver uma continuidade de princípios e da noção do que seja a arte, e mesmo da técnica em linhas gerais. Ou seja, ao longo desses dois milênios, os astrólogos parecem sempre estar falando sobre a mesma coisa e se referindo ao mesmo quadro geral. Além, é claro, de terem a mesma ideia sobre o que o seu oficio oferece ao público.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, pp. 10-1.
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Interpretando Dignidades e Debilidades, por Clélia Romano
Dependendo de sua condição zodiacal ou essencial os planetas cumprem ou negam o que prometem.
Fazendo uma analogia com a vida mundana, um planeta em regência é como um rei, um planeta em exaltação é um conquistador, em triplicidade está entre amigos, em termo é dono de seu pedaço de terra, em decanato tem uma honraria pequena.
Quando o planeta está em seu próprio signo ou em suas dignidades ele cumpre o que promete. Por exemplo, Vênus em Touro ou Libra produz um laço físico importante que pode ser subjacente ao amor. Além disso, os assuntos regidos por Vênus se beneficiarão, produzindo o que for prometido.
Por exemplo, se Vênus estiver em Libra, como ela rege Touro, Touro se beneficiará. Digamos que o nativo tenha as finanças regidas por Vênus: isto significará boa fortuna em relação a elas.
Agora, vamos supor que Vênus esteja em Escorpião: nesse caso podemos esperar que o laço físico seja corrompido pela promiscuidade. E se o lado financeiro entrar na configuração isso pode representar um nativo que use o sexo para produzir posses materiais, tudo dependendo do contexto da carta.
Vamos agora supor que Marte esteja em Câncer. Ora, Câncer é um signo lunar, relacionado com o cuidado e a nutrição. Marte se exalta em Capricórnio, pois se coloca ao serviço de Saturno, o grande maléfico, logo combinam em seus objetivos. O que podemos esperar de Marte em Câncer? Marte quer destruir, mas ele se vê limitado pela necessidade de nutrir e cuidar. Como Marte poderá entrar numa briga, inclusive necessária, se ele estará preocupado em ferir ou ser ferido? Seu calor fica arrefecido pela frieza e umidade do signo. Comporta-se como uma fera acuada, que, quando em liberdade ataca de forma implacável e exagerada.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 51. http://www.astrologiahumana.com/
Fazendo uma analogia com a vida mundana, um planeta em regência é como um rei, um planeta em exaltação é um conquistador, em triplicidade está entre amigos, em termo é dono de seu pedaço de terra, em decanato tem uma honraria pequena.
Quando o planeta está em seu próprio signo ou em suas dignidades ele cumpre o que promete. Por exemplo, Vênus em Touro ou Libra produz um laço físico importante que pode ser subjacente ao amor. Além disso, os assuntos regidos por Vênus se beneficiarão, produzindo o que for prometido.
Por exemplo, se Vênus estiver em Libra, como ela rege Touro, Touro se beneficiará. Digamos que o nativo tenha as finanças regidas por Vênus: isto significará boa fortuna em relação a elas.
Agora, vamos supor que Vênus esteja em Escorpião: nesse caso podemos esperar que o laço físico seja corrompido pela promiscuidade. E se o lado financeiro entrar na configuração isso pode representar um nativo que use o sexo para produzir posses materiais, tudo dependendo do contexto da carta.
Vamos agora supor que Marte esteja em Câncer. Ora, Câncer é um signo lunar, relacionado com o cuidado e a nutrição. Marte se exalta em Capricórnio, pois se coloca ao serviço de Saturno, o grande maléfico, logo combinam em seus objetivos. O que podemos esperar de Marte em Câncer? Marte quer destruir, mas ele se vê limitado pela necessidade de nutrir e cuidar. Como Marte poderá entrar numa briga, inclusive necessária, se ele estará preocupado em ferir ou ser ferido? Seu calor fica arrefecido pela frieza e umidade do signo. Comporta-se como uma fera acuada, que, quando em liberdade ataca de forma implacável e exagerada.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 51. http://www.astrologiahumana.com/
Sobre as Aplicações e Separações e os outros Poderes, por Ptolomeu
Em geral, aqueles que precedem são considerados como “se aplicando” a aqueles que se seguem, e aqueles que se seguem como “se separando” daqueles que precedem, quando o intervalo entre eles não é grande. Considera-se que uma relação como essa exista tanto se ocorrer uma conjunção corporal quanto se ocorrer um dos aspectos tradicionais, exceto que em relação às aplicações e separações corporais dos astros celestes é útil, também, observar suas latitudes, de modo que apenas aquelas passagens que forem do mesmo lado da eclíptica possam ser aceitas. No caso das aplicações e separações por aspecto, no entanto, essa prática é supérflua, porque todos os raios sempre caem de qualquer direção e convergem da mesma forma para o mesmo ponto, ou seja, para o centro da Terra. De tudo isto, então, é fácil ver que a qualidade de cada uma das estrelas deve ser examinada com relação tanto às suas próprias características quanto com relação aos signos que as incluem, ou do mesmo modo com relação à característica de seus aspectos com o sol e com os ângulos, da forma como explicamos. Seus poderes devem ser determinados, em primeiro lugar, do fato de que eles estejam orientais e aumentando seu próprio movimento – pois eles estão então mais poderosos – ou ocidentais e diminuindo em velocidade, pois então sua energia é menor. Em segundo lugar, deve ser determinada da sua posição relativa ao horizonte; pois elas estão mais poderosas quando estão no meio do céu ou se aproximando dele, e depois quando eles estão exatamente no horizonte ou no local sucedente, seu poder é maior quando eles estão no oriente, e menor quando eles culminam abaixo da terra ou estão em algum outro aspecto ao oriente; se eles não fizerem nenhum aspecto com o oriente, eles estão totalmente sem poder.
"Muitas vezes em que eu estava me sentindo de X maneira fui olhar meus trânsitos e interpretações diversas dizia o que eu estava sentido na hora."
Dizia porque você estava sentindo e não porque fazia você sentir. A Astrologia é simbólica. Os astros não influenciam. Não há, neste caso, uma relação de causa e efeito. Os antigos já sabiam disso. A ciência para ver causas e efeitos dos planetas e astros é outra, não é a Astrologia. Talvez a Astrofísica. O astrólogo Gilson Nunes postou um exemplo uma vez que ilustra bem isso. Vejamos uma questão de Astrologia Horária. Como bem se sabe, a Astrologia Horária responde a perguntas formuladas através da interpretação de um Mapa do momento da pergunta. Digamos que a pergunta seja "A fulaninha que eu namorava há 5 anos atrás me amava?". Então, o astrólogo que recebe a pergunta do querente interpreta o mapa do momento da pergunta e responde a questão. Responde sim ou não e diz o porquê. Agora, por acaso os astros estariam influenciando uma história de 5 anos atrás? Claro que não. Trata-se de uma leitura de símbolos representados no Mapa do Momento da pergunta. É assim também com Mapa Natal, com Trânsitos, Progressões ou Revoluções Solares. Sempre assim. A Astrologia é simbólica. Símbolos são símbolos, representam coisas mas não influenciam em nada. Mas o homem sábio atenta para os símbolos: como o motorista que vê a placa de rua avisando que há uma lombada e diminui a velocidade do veículo.
Dizia porque você estava sentindo e não porque fazia você sentir. A Astrologia é simbólica. Os astros não influenciam. Não há, neste caso, uma relação de causa e efeito. Os antigos já sabiam disso. A ciência para ver causas e efeitos dos planetas e astros é outra, não é a Astrologia. Talvez a Astrofísica. O astrólogo Gilson Nunes postou um exemplo uma vez que ilustra bem isso. Vejamos uma questão de Astrologia Horária. Como bem se sabe, a Astrologia Horária responde a perguntas formuladas através da interpretação de um Mapa do momento da pergunta. Digamos que a pergunta seja "A fulaninha que eu namorava há 5 anos atrás me amava?". Então, o astrólogo que recebe a pergunta do querente interpreta o mapa do momento da pergunta e responde a questão. Responde sim ou não e diz o porquê. Agora, por acaso os astros estariam influenciando uma história de 5 anos atrás? Claro que não. Trata-se de uma leitura de símbolos representados no Mapa do Momento da pergunta. É assim também com Mapa Natal, com Trânsitos, Progressões ou Revoluções Solares. Sempre assim. A Astrologia é simbólica. Símbolos são símbolos, representam coisas mas não influenciam em nada. Mas o homem sábio atenta para os símbolos: como o motorista que vê a placa de rua avisando que há uma lombada e diminui a velocidade do veículo.
Não existem influências advindas do céu que fazem a gente agir ou sentir coisas. Os astros não nos influenciam. O que vemos no céu são símbolos que nos permitem interpretar coisas que acontecem, aconteceram ou vão acontecer com a gente. Não existe uma ação física de causa e efeito dos astros sobre a gente.
Astrologia "Tradicional" ou "Moderna", por Marcos Monteiro
A astrologia que aprendi, a que estudo, pratico e tento ensinar, é chamada por grande parte dos astrólogos de astrologia "tradicional".
O motivo para esta nomenclatura está em haver, hoje, no ocidente, outros tipos de astrologia. Vamos ver rapidamente como esses outros tipos apareceram.
O fim do Renascimento (e o início da Idade Moderna) foi uma época bastante complicada para a astrologia ocidental. O número de praticantes diminuiu muito e o público passou a vê-la com descrédito cada vez maior. A arte que já havia sido usada por imperadores e papas (e que era considerada, à mesma época, sagrada em outras partes do mundo) passou a ser considerada como algo entre a superstição e o entretenimento de salão.
O que gerou este estado de coisas?
A visão de mundo antiga, que via o universo como um cosmos; que aceitava como óbvia a interconexão das criaturas, as analogias e simpatias entre as coisas; que, enfim, via o mundo de um jeito que tornava a astrologia algo fácil de entender, foi substituída por outra, incompatível com o modo de pensar astrológico.
O modelo explicativo do organismo foi substituído pelo do relógio. Noções como forma, ato, os quatro elementos e outras foram descartadas; as técnicas (chamadas de artes ou ciências tradicionais) que se baseavam nela perderam o sentido.
Coisas como astrologia e medicina tradicional passaram a estar no mesmo balaio que a feitiçaria: ou são demônios se metendo na vida humana, ou são superstições sem valor algum. A conexão entre o senso comum e o simbolismo natural foi cortada.
Essa mudança de mentalidade foi gestada muito antes, no fim da Idade Média, mas seus efeitos começaram a ser sentidos com mais força nesta época.
Para se adaptar a esta mudança de paradigma, uma nova versão da arte foi aparecendo aos poucos. A objetividade antiga, agora sem nada que a dê respaldo, passa a ser irracional: é preciso considerar a arte como uma investigação psicológica que aponte tendências gerais e mudanças nas disposições mentais internas, sem almejar nada muito concreto, nem dizer muita coisa sobre o mundo físico, fora da mente. Os conceitos astrológicos agora são aberrantes: é preciso simplificá-los e adaptá-los à nova sensibilidade. Nasce a astrologia moderna.
Essa tendência nova nunca suplantou de vez a outra, na verdade, mas, por corresponder, de alguma forma, à visão que se tinha do que ela deveria ser, se tornou, para o público em geral, "a astrologia".
De qualquer forma, já não existia mais só uma astrologia. Existia a astrologia comum, que existia antes (a que se chama hoje em dia de "tradicional") e a moderna.
Algumas décadas atrás, tivemos uma onda de "redescoberta" e "retomada" do ramo astrológico original tradicional; desde o século passado, começaram a aparecer cursos sobre o assunto, obras antigas foram reeditadas; algumas pessoas começaram a se definir domo astrólogos tradicionais (ou clássicos). Isso não foi gratuito; a mentalidade contemporânea, se não é "tradicional", é bem menos cientificista e mecanicista do que era há dois séculos. Isso gerou uma enorme confusão de novas formas de astrologia, mas também possibilitou que a astrologia conforme à Tradição ocidental voltasse a ter lugar no imaginário, até dos próprios astrólogos.
Essa retomada teve a aparência, por assim dizer, de uma nova onda dessa astrologia antiga; novas ondas precisam de nomes, logomarcas, slogans; surgiu a astrologia tradicional.
Embora a tenha usado durante muito tempo, hoje em dia acho que essa terminologia é enganadora. A astrologia "tradicional" — ou seja, astrologia normal — é tão moderna quanto qualquer outra coisa que exista hoje. Não estamos falando de uma curiosidade de museu que foi descoberta por arqueólogos. Mesmo tendo passado por este periodo de degeneração, ela nunca chegou a desaparecer.
Além disso, o uso dessa denominação faz parecer que ela seja mais uma opção entre outras. E como se estivéssemos numa loja e nas prateleiras houvesse as opções de astrologia moderna, pós-moderna, junguiana, cármica, construtivista e tradicional. Isso não acontece, da mesma forma que não temos astrologia com menta, nem com cobertura de chocolate.
Como eu falei acima: o que se chama de "astrologia tradicional" é a astrologia ocidental normal; as vertentes modernas é que precisam de qualificação.
É difícil definir com precisão o que é a astrologia moderna, ou o que são as astrologias modernas, porque há muitas variações, dissidências e novidades. No entanto, dessa mudança inicial, consigo identificar dois ramos principais, aos quais o resto parece subordinado.
A primeira é uma limitação brutal da arte tradicional, restringindo-se de forma arbitrária a sua área de atuação (o astrólogo, que antes analisava o mundo inteiro, passa a estar restrito às emoções e aos pensamentos humanos), ignorando-se sua capacidade de previsão (o que foi revertido em parte nos últimos tempos; mas ainda há muitos astrólogos praticantes que não acreditam que se possa prever nada com astrologia) e se jogando fora todas, ou quase todas, as técnicas antigas.
A segunda cresceu da primeira e da necessidade natural das pessoas por algum tipo de espiritualidade, que foi reintroduzida pela mistura com as mais variadas tendências new age e/ou com versões diluídas e "ocidentalizadas" de astrologias e conceitos espirituais distorcidos de outras civilizações (a hindu é um dos alvos prediletos).
Não é que essa mistura (ou alguma variante dela) não tenha dado certo e, portanto, não funcione. Perguntei a um estudante de astrologia moderna , certa vez, "Você vê a astrologia moderna que você pratica funcionando?". Recebi como resposta outra pergunta: "O que é `funcionar' para você?".
Em parte, a astrologia moderna foi feita para não funcionar, para não prever, para escapar das acusações relacionadas à adivinhação e ao charlatanismo que eram bastante comuns no final do século dezoito.
Isso não quer dizer que não haja astrólogos "modernos" que sejam competentes (nem que não haja astrólogos "tradicionais" que estariam melhor fora dos consultórios e dentro de instituições psiquiátricas). Conheço vários. O que percebi, no entanto, pelo meu contato com alguns é que eles têm, como guia para a sua prática, uma boa noção dos princípios ou da cosmovisão subjacente à astrologia normal.
De qualquer modo, neste livro não vou tratar de astrologia moderna e vou mencioná-la pouco. Essa diferenciação inicial é necessária simplesmente para que o leitor saiba do que estou falando.
Outro motivo para eu evitar a palavra "tradicional" é a conotação que ela passou a ter em alguns contextos, que poderia ser mais bem descrita como "tradicionalista".
Não rejeito inovações modernas porque não constam nos "textos clássicos" dos "autores tradicionais" (ou seja, os textos astrológicos antigos que sobreviveram ao tempo). Eu as rejeito porque (e quando) estão em contradição com os princípios astrológicos, ou quando são invenções gratuitas.
Essa mentalidade de reverência a um determinado corpo de escritos do passado, algo mais próximo do fetiche do que de qualquer estudo sério, não é, propriamente, tradicional e não era defendida por nenhum dos autores antigos; muitos deles, na verdade, viam a si mesmos como reformadores e inovadores.
O problema de fundo é uma incompreensão do que seja a Tradição. Na verdade, num certo sentido, a mentalidade moderna e a tradicionalista concordam quanto à Tradição astrológica: ambas acham que ela está morta. A única diferença é que, enquanto uma delas decide enterrá-la, a outra decide venerá-la.
Tradição é transmissão, é um processo vivo. Não é a preservação de um conjunto rígido de técnicas (ou, o que é pior, de um conjunto fixo de livros), mas a transmissão de um conhecimento vivo e das ferramentas de um oficio real. O astrólogo se insere na tradição astrológica (ou, no caso de astrologias diferentes da ocidental, em uma tradição astrológica) ou não, mas não é transportado para o passado, nem faz uso de relíquias sagradas ou talismãs desencavados de periodos históricos distantes.
Quando se entende isso, também é fácil entender porque gosto ainda menos de divisões como "astrologia clássica", "astrologia medieval", "astrologia renascentista". Como divisões pedagógicas para historiadores, isso é passável; mas não se pode transformá-las em coisas reais.
Se "astrologia medieval" é um termo limitado, mas que pode ter valor pedagógico, "astrólogo medieval" (quando aplicado a alguém vivo nos dias de hoje) não faz o menor sentido. É razoavelmente seguro afirmar que nenhum astrólogo vivo hoje nasceu na Idade Média.
O motivo para esta nomenclatura está em haver, hoje, no ocidente, outros tipos de astrologia. Vamos ver rapidamente como esses outros tipos apareceram.
O fim do Renascimento (e o início da Idade Moderna) foi uma época bastante complicada para a astrologia ocidental. O número de praticantes diminuiu muito e o público passou a vê-la com descrédito cada vez maior. A arte que já havia sido usada por imperadores e papas (e que era considerada, à mesma época, sagrada em outras partes do mundo) passou a ser considerada como algo entre a superstição e o entretenimento de salão.
O que gerou este estado de coisas?
A visão de mundo antiga, que via o universo como um cosmos; que aceitava como óbvia a interconexão das criaturas, as analogias e simpatias entre as coisas; que, enfim, via o mundo de um jeito que tornava a astrologia algo fácil de entender, foi substituída por outra, incompatível com o modo de pensar astrológico.
O modelo explicativo do organismo foi substituído pelo do relógio. Noções como forma, ato, os quatro elementos e outras foram descartadas; as técnicas (chamadas de artes ou ciências tradicionais) que se baseavam nela perderam o sentido.
Coisas como astrologia e medicina tradicional passaram a estar no mesmo balaio que a feitiçaria: ou são demônios se metendo na vida humana, ou são superstições sem valor algum. A conexão entre o senso comum e o simbolismo natural foi cortada.
Essa mudança de mentalidade foi gestada muito antes, no fim da Idade Média, mas seus efeitos começaram a ser sentidos com mais força nesta época.
Para se adaptar a esta mudança de paradigma, uma nova versão da arte foi aparecendo aos poucos. A objetividade antiga, agora sem nada que a dê respaldo, passa a ser irracional: é preciso considerar a arte como uma investigação psicológica que aponte tendências gerais e mudanças nas disposições mentais internas, sem almejar nada muito concreto, nem dizer muita coisa sobre o mundo físico, fora da mente. Os conceitos astrológicos agora são aberrantes: é preciso simplificá-los e adaptá-los à nova sensibilidade. Nasce a astrologia moderna.
Essa tendência nova nunca suplantou de vez a outra, na verdade, mas, por corresponder, de alguma forma, à visão que se tinha do que ela deveria ser, se tornou, para o público em geral, "a astrologia".
De qualquer forma, já não existia mais só uma astrologia. Existia a astrologia comum, que existia antes (a que se chama hoje em dia de "tradicional") e a moderna.
Algumas décadas atrás, tivemos uma onda de "redescoberta" e "retomada" do ramo astrológico original tradicional; desde o século passado, começaram a aparecer cursos sobre o assunto, obras antigas foram reeditadas; algumas pessoas começaram a se definir domo astrólogos tradicionais (ou clássicos). Isso não foi gratuito; a mentalidade contemporânea, se não é "tradicional", é bem menos cientificista e mecanicista do que era há dois séculos. Isso gerou uma enorme confusão de novas formas de astrologia, mas também possibilitou que a astrologia conforme à Tradição ocidental voltasse a ter lugar no imaginário, até dos próprios astrólogos.
Essa retomada teve a aparência, por assim dizer, de uma nova onda dessa astrologia antiga; novas ondas precisam de nomes, logomarcas, slogans; surgiu a astrologia tradicional.
Embora a tenha usado durante muito tempo, hoje em dia acho que essa terminologia é enganadora. A astrologia "tradicional" — ou seja, astrologia normal — é tão moderna quanto qualquer outra coisa que exista hoje. Não estamos falando de uma curiosidade de museu que foi descoberta por arqueólogos. Mesmo tendo passado por este periodo de degeneração, ela nunca chegou a desaparecer.
Além disso, o uso dessa denominação faz parecer que ela seja mais uma opção entre outras. E como se estivéssemos numa loja e nas prateleiras houvesse as opções de astrologia moderna, pós-moderna, junguiana, cármica, construtivista e tradicional. Isso não acontece, da mesma forma que não temos astrologia com menta, nem com cobertura de chocolate.
Como eu falei acima: o que se chama de "astrologia tradicional" é a astrologia ocidental normal; as vertentes modernas é que precisam de qualificação.
É difícil definir com precisão o que é a astrologia moderna, ou o que são as astrologias modernas, porque há muitas variações, dissidências e novidades. No entanto, dessa mudança inicial, consigo identificar dois ramos principais, aos quais o resto parece subordinado.
A primeira é uma limitação brutal da arte tradicional, restringindo-se de forma arbitrária a sua área de atuação (o astrólogo, que antes analisava o mundo inteiro, passa a estar restrito às emoções e aos pensamentos humanos), ignorando-se sua capacidade de previsão (o que foi revertido em parte nos últimos tempos; mas ainda há muitos astrólogos praticantes que não acreditam que se possa prever nada com astrologia) e se jogando fora todas, ou quase todas, as técnicas antigas.
A segunda cresceu da primeira e da necessidade natural das pessoas por algum tipo de espiritualidade, que foi reintroduzida pela mistura com as mais variadas tendências new age e/ou com versões diluídas e "ocidentalizadas" de astrologias e conceitos espirituais distorcidos de outras civilizações (a hindu é um dos alvos prediletos).
Não é que essa mistura (ou alguma variante dela) não tenha dado certo e, portanto, não funcione. Perguntei a um estudante de astrologia moderna , certa vez, "Você vê a astrologia moderna que você pratica funcionando?". Recebi como resposta outra pergunta: "O que é `funcionar' para você?".
Em parte, a astrologia moderna foi feita para não funcionar, para não prever, para escapar das acusações relacionadas à adivinhação e ao charlatanismo que eram bastante comuns no final do século dezoito.
Isso não quer dizer que não haja astrólogos "modernos" que sejam competentes (nem que não haja astrólogos "tradicionais" que estariam melhor fora dos consultórios e dentro de instituições psiquiátricas). Conheço vários. O que percebi, no entanto, pelo meu contato com alguns é que eles têm, como guia para a sua prática, uma boa noção dos princípios ou da cosmovisão subjacente à astrologia normal.
De qualquer modo, neste livro não vou tratar de astrologia moderna e vou mencioná-la pouco. Essa diferenciação inicial é necessária simplesmente para que o leitor saiba do que estou falando.
Outro motivo para eu evitar a palavra "tradicional" é a conotação que ela passou a ter em alguns contextos, que poderia ser mais bem descrita como "tradicionalista".
Não rejeito inovações modernas porque não constam nos "textos clássicos" dos "autores tradicionais" (ou seja, os textos astrológicos antigos que sobreviveram ao tempo). Eu as rejeito porque (e quando) estão em contradição com os princípios astrológicos, ou quando são invenções gratuitas.
Essa mentalidade de reverência a um determinado corpo de escritos do passado, algo mais próximo do fetiche do que de qualquer estudo sério, não é, propriamente, tradicional e não era defendida por nenhum dos autores antigos; muitos deles, na verdade, viam a si mesmos como reformadores e inovadores.
O problema de fundo é uma incompreensão do que seja a Tradição. Na verdade, num certo sentido, a mentalidade moderna e a tradicionalista concordam quanto à Tradição astrológica: ambas acham que ela está morta. A única diferença é que, enquanto uma delas decide enterrá-la, a outra decide venerá-la.
Tradição é transmissão, é um processo vivo. Não é a preservação de um conjunto rígido de técnicas (ou, o que é pior, de um conjunto fixo de livros), mas a transmissão de um conhecimento vivo e das ferramentas de um oficio real. O astrólogo se insere na tradição astrológica (ou, no caso de astrologias diferentes da ocidental, em uma tradição astrológica) ou não, mas não é transportado para o passado, nem faz uso de relíquias sagradas ou talismãs desencavados de periodos históricos distantes.
Quando se entende isso, também é fácil entender porque gosto ainda menos de divisões como "astrologia clássica", "astrologia medieval", "astrologia renascentista". Como divisões pedagógicas para historiadores, isso é passável; mas não se pode transformá-las em coisas reais.
Se "astrologia medieval" é um termo limitado, mas que pode ter valor pedagógico, "astrólogo medieval" (quando aplicado a alguém vivo nos dias de hoje) não faz o menor sentido. É razoavelmente seguro afirmar que nenhum astrólogo vivo hoje nasceu na Idade Média.
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Marcos Monteiro
Muitos dos textos antigos falam de influência, ou de causa. Sem entrar em questões de tradução, há um problema conceitual: é difícil determinar o que eles queriam dizer com isso, se a intenção era afirmar que havia uma relação de causa e efeito, ou se eles estavam apenas mostrando a existência de uma relação. Pelos próprios textos, parece inclusive que não havia uma preocupação em diferenciar os tipos de causa.
De qualquer forma, mesmo se alguns dos antigos acreditassem de verdade em causa eficiente (ou numa relação de causa e efeito, no sentido científico moderno) entre o céu e os eventos terrestres, isso não torna essa relação mais real. Se há alguma coisa que a história nos ensina, é que as pessoas que vieram antes de nós também erravam.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2014, p. 23.
De qualquer forma, mesmo se alguns dos antigos acreditassem de verdade em causa eficiente (ou numa relação de causa e efeito, no sentido científico moderno) entre o céu e os eventos terrestres, isso não torna essa relação mais real. Se há alguma coisa que a história nos ensina, é que as pessoas que vieram antes de nós também erravam.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2014, p. 23.
quarta-feira, 26 de abril de 2017
E as influências dos astros?
O leitor deve ter percebido que, em nenhum momento, mencionei forças astrológicas, ou influências astrais: as forças emanadas pelos astros que modificam ou proíbem os eventos aqui na terra.
Elas não foram mencionadas porque não existem.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2014, p. 22.
Comentário de Claudio Fagundes: "Não existem exatamente influências advindas do céu que fazem a gente agir ou sentir coisas. Os astros não nos influenciam. O que vemos no céu são símbolos que nos permitem interpretar coisas que acontecem, aconteceram ou vão acontecer com a gente. Não existe uma ação física de causa e efeito dos astros sobre a gente."
O leitor deve ter percebido que, em nenhum momento, mencionei forças astrológicas, ou influências astrais: as forças emanadas pelos astros que modificam ou proíbem os eventos aqui na terra.
Elas não foram mencionadas porque não existem.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2014, p. 22.
Comentário de Claudio Fagundes: "Não existem exatamente influências advindas do céu que fazem a gente agir ou sentir coisas. Os astros não nos influenciam. O que vemos no céu são símbolos que nos permitem interpretar coisas que acontecem, aconteceram ou vão acontecer com a gente. Não existe uma ação física de causa e efeito dos astros sobre a gente."
As Debilidades Essenciais dos Planetas, por Clélia Romano
As Debilidades Essenciais ocorrem quando o planeta é:
— Peregrino: Não tem nem Debilidade ou Dignidade no signo em que está.
— Está em detrimento: Está no signo oposto ao que rege.
— Está em queda: está no signo oposto ao que se exalta.
Vamos encontrar relativamente poucas vezes em que um planeta esteja peregrino, pois a astrologia Medieval tem cinco dignidades e duas debilidades, o detrimento e a queda, sendo dessa forma raro que um planeta não ocupe alguma característica.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 50. http://www.astrologiahumana.com/
— Peregrino: Não tem nem Debilidade ou Dignidade no signo em que está.
— Está em detrimento: Está no signo oposto ao que rege.
— Está em queda: está no signo oposto ao que se exalta.
Vamos encontrar relativamente poucas vezes em que um planeta esteja peregrino, pois a astrologia Medieval tem cinco dignidades e duas debilidades, o detrimento e a queda, sendo dessa forma raro que um planeta não ocupe alguma característica.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 50. http://www.astrologiahumana.com/
As Dignidades Celestes dos Planetas - Faces ou Decanatos, por Clélia Romano
Por ultimo apresentaremos a tabela dos decanatos, isto é a dignidade chamada face ou decan, a menor de todas.
Observe a figura.
Este diagrama mostra os decanatos: Inicia-se a primeira coluna por Áries, a segunda por Touro, a terceira por Gêmeos, e assim por diante até Peixes.
São 36 faces ou decans e cada um deles têm 10°, existindo três faces por signo. Cada decan tem o sentido do planeta que o rege. A contagem inicia-se em Aries com Marte como o primeiro decan e termina em Peixes com Marte como último decan.
Segundo afirma Robert Zoller eles eram usados pelos egípcios para descrever a aparência do nativo.
Sua origem e uso são controvertidos.
Como se vê os decans seguem uma sequência que é bem diferente da moderna, que é baseada na triplicidade elemental do signo.
Em verdade, eles seguem a ordem caldaica dos planetas a começar por Marte que rege Aries, o primeiro signo: Na direção descendente, depois de Marte vem o Sol, a seguir Vênus, Mercúrio, Lua e depois tudo recomeça desde o planeta mais distante, Saturno, Júpiter, Marte, Sol, etc. até terminar com Marte. Esta é a ordem dos decans, vista na figura ao lado.
Assim como apresentamos todas as dignidades de um planeta agora daremos ênfase a suas debilidades celestiais.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 49-50. http://www.astrologiahumana.com/
Observe a figura.
Este diagrama mostra os decanatos: Inicia-se a primeira coluna por Áries, a segunda por Touro, a terceira por Gêmeos, e assim por diante até Peixes.
São 36 faces ou decans e cada um deles têm 10°, existindo três faces por signo. Cada decan tem o sentido do planeta que o rege. A contagem inicia-se em Aries com Marte como o primeiro decan e termina em Peixes com Marte como último decan.
Segundo afirma Robert Zoller eles eram usados pelos egípcios para descrever a aparência do nativo.
Sua origem e uso são controvertidos.
Como se vê os decans seguem uma sequência que é bem diferente da moderna, que é baseada na triplicidade elemental do signo.
Em verdade, eles seguem a ordem caldaica dos planetas a começar por Marte que rege Aries, o primeiro signo: Na direção descendente, depois de Marte vem o Sol, a seguir Vênus, Mercúrio, Lua e depois tudo recomeça desde o planeta mais distante, Saturno, Júpiter, Marte, Sol, etc. até terminar com Marte. Esta é a ordem dos decans, vista na figura ao lado.
Assim como apresentamos todas as dignidades de um planeta agora daremos ênfase a suas debilidades celestiais.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 49-50. http://www.astrologiahumana.com/
Sobre as Faces, Carruagens e Assemelhados, por Ptolomeu
Tais são, então, as afinidades naturais das estrelas e dos signos do zodíaco. Dizem que os planetas estão em sua “própria face” quando um planeta individual mantém com a Lua ou o Sol o mesmo aspecto que o seu domicílio mantém com os seus domicílios; por exemplo, quando Vênus está em sextil com os luminares, desde que ela esteja ocidental ao Sol e oriental à Lua, de acordo com o arranjo natural de seus domicílios. Considera-se que eles estejam em sua própria “carruagem” e “trono” e coisas similares quando acontece que eles tenham familiaridade em dois ou mais modos com os lugares nos quais se encontram; pois então a efetividade do seu poder aumenta bastante devido à similaridade e à cooperação das propriedades familiares dos signos que os contêm. Considera-se que eles se “regozijem” quando, mesmo que os signos que os contenham não possuam familiaridades com as estrelas em si, no entanto eles as possuem com estrelas do mesmo séquito; desta forma, a simpatia surge menos diretamente. Eles compartilham, no entanto, da similaridade da mesma forma; assim como, ao contrário, quando eles se encontram em regiões estranhas pertencentes ao séquito oposto, uma grande parte de seus próprios poderes é paralisada, porque o temperamento que surge da dissimilaridade dos signos produz uma natureza diferente e adulterada.
terça-feira, 25 de abril de 2017
Sobre Dignidades Planetárias, por Claudio Fagundes
Há lugares do Mapa, onde os planetas estão mais fortes ou mais fracos. Quando estão localizados no signo que têm regência estão mais fortes, estão dignificados. Em segundo lugar os planetas que estão em seus signos de exaltação também estão dignificados, mas não estão tão fortes quanto na regência. Em terceiro lugar, os planetas que estão nos signo em triplicidade, estão também dignificados, porém não tão fortes quanto na regência e na exaltação. Em quarto lugar, os planetas que estão em determinados graus dos signos, estão também dignificados por termos; só que não estão tão fortes quanto na regência, na exaltação e na triplicidade. Há, ainda, uma quinta dignidade que é a face ou decans (decanatos), que eu ainda vou apresentar o que os autores falam sobre esta; é uma dignidade que não é tão forte quanto a regência, a exaltação, a triplicidade e os termos.
Por outro lado, existem também signos onde os planetas estão fragilizados: nos signos que estão em detrimento (mais forte) e em queda.
Os planetas que não estão com nenhuma dignidade nem fragilidade são chamados de peregrinos.
Esses posicionamentos são importantes para diversos métodos da astrologia tradicional.
Por outro lado, existem também signos onde os planetas estão fragilizados: nos signos que estão em detrimento (mais forte) e em queda.
Os planetas que não estão com nenhuma dignidade nem fragilidade são chamados de peregrinos.
Esses posicionamentos são importantes para diversos métodos da astrologia tradicional.
As Dignidades Celestes dos Planetas - Termos, por Clélia Romano
Termo significa limite e pedaço, e é dito que um planeta que está em seus termos está em seu próprio domínio e pode agir como quiser.
Os termos não são divisões equânimes dos 30 graus de um signo. O Sol e a Lua não entram na divisão e observamos que muitas vezes os graus finais dos signos pertencem a Saturno e Marte.
A origem dos termos é muito antiga e certamente tem a ver com a tradição egípcia.
Existem três tipos de divisões dos termos: os egípcios, os ptolomaicos e os caldeus, que Ptolomeu introduziu e nunca usou. Aliás, não se conhece autor que os tenha usado.
Desde Dorotheus de Sidon, helenista do século I de nossa era, em seu Pentateuco, um poema sobre astrologia, os termos adotados eram os termos egípcios. Eles foram usados pela grande maioria dos autores tradicionais.
Ptolomeu acreditava, porém, que tal sistema era arbitrário por não se basear em coisa alguma a não ser na tradição imemorial. Daí ele propôs os seus próprios termos, que considerou mais lógicos.
Tais termos passaram a ser usados quando Ptolomeu foi descoberto pela civilização ocidental como a tábua de salvação para fugir à abominável corrupção árabe.
Faltou aos Ocidentais ter contato com a obra de Valens (entre outros), só disponíveis através dos persas que traduziram para o Pahlavi no século III de nossa era, os nove volumes da Antologia, os quais foram usados por Masha'allah e Abu Mashar.
Eles estão representados na figura a seguir.
Mas, como o árabe necessitava ser banido, os cristãos apegaram-se a Ptolomeu e o traduziram do grego. Ptolomeu foi a fonte áurea de onde bebeu a astrologia ocidental a partir de 1400.
Neste livro seguirei os termos egípcios, os mais usuais, usados por Firmicus Mathernus, Masha'allhah, Ibn Ezra, Al Biruni, Bonatti, etc.
Exemplificando: em Áries, Júpiter rege os primeiros 6°, Vênus os 6° seguintes, os 8° adiante ficam regidos por Mercúrio, a seguir outros 5° são regidos por Marte e os últimos 5° por Saturno, de forma que cada fileira perfaz 30 graus, os graus de um signo. A soma de todas as fileiras perfaz 360 graus.
Os termos tiveram muita importância em livros antigos, como o Liber Hermetis, onde de acordo com Robert Zoller, é dito que o status social dos pais do nativo tem a ver com o planeta que rege o termo do Sol (status do pai) e da Lua (status da mãe).
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 48-9. http://www.astrologiahumana.com/
Os termos não são divisões equânimes dos 30 graus de um signo. O Sol e a Lua não entram na divisão e observamos que muitas vezes os graus finais dos signos pertencem a Saturno e Marte.
A origem dos termos é muito antiga e certamente tem a ver com a tradição egípcia.
Existem três tipos de divisões dos termos: os egípcios, os ptolomaicos e os caldeus, que Ptolomeu introduziu e nunca usou. Aliás, não se conhece autor que os tenha usado.
Desde Dorotheus de Sidon, helenista do século I de nossa era, em seu Pentateuco, um poema sobre astrologia, os termos adotados eram os termos egípcios. Eles foram usados pela grande maioria dos autores tradicionais.
Ptolomeu acreditava, porém, que tal sistema era arbitrário por não se basear em coisa alguma a não ser na tradição imemorial. Daí ele propôs os seus próprios termos, que considerou mais lógicos.
Tais termos passaram a ser usados quando Ptolomeu foi descoberto pela civilização ocidental como a tábua de salvação para fugir à abominável corrupção árabe.
Faltou aos Ocidentais ter contato com a obra de Valens (entre outros), só disponíveis através dos persas que traduziram para o Pahlavi no século III de nossa era, os nove volumes da Antologia, os quais foram usados por Masha'allah e Abu Mashar.
Eles estão representados na figura a seguir.
Mas, como o árabe necessitava ser banido, os cristãos apegaram-se a Ptolomeu e o traduziram do grego. Ptolomeu foi a fonte áurea de onde bebeu a astrologia ocidental a partir de 1400.
Neste livro seguirei os termos egípcios, os mais usuais, usados por Firmicus Mathernus, Masha'allhah, Ibn Ezra, Al Biruni, Bonatti, etc.
Exemplificando: em Áries, Júpiter rege os primeiros 6°, Vênus os 6° seguintes, os 8° adiante ficam regidos por Mercúrio, a seguir outros 5° são regidos por Marte e os últimos 5° por Saturno, de forma que cada fileira perfaz 30 graus, os graus de um signo. A soma de todas as fileiras perfaz 360 graus.
Os termos tiveram muita importância em livros antigos, como o Liber Hermetis, onde de acordo com Robert Zoller, é dito que o status social dos pais do nativo tem a ver com o planeta que rege o termo do Sol (status do pai) e da Lua (status da mãe).
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 48-9. http://www.astrologiahumana.com/
(Os Termos) Sobre os Lugares e os Graus, por Ptolomeu
Alguns ainda realizaram divisões mais finas de regência do que essas, utilizando os termos “lugares” e “graus”. Definindo “lugar” como a décima segunda parte de um signo, ou 2 1/2°, deram o domínio sobre eles aos signos, na ordem. Outros seguem outras ordens ilógicas; e novamente deram a cada “grau” a partir do começo a cada um dos planetas de cada signo de acordo com a ordem caldeia de termos. Iremos omitir esses assuntos, já que foram apresentados a seu favor argumentos apenas plausíveis e não naturais, mas ao contrário, sem fundamentos. Não devemos ignorar o assunto seguinte, no entanto, sobre o qual vale a pena permanecer um certo tempo, que é o fato de ser razoável que consideremos os inícios dos signos também a partir dos equinócios e solstícios, em parte porque os escritores deixaram este ponto bem claro, e em parte porque, a partir de nossas demonstrações anteriores, observamos que suas naturezas, poderes e familiaridades têm sua causa nos pontos iniciais dos solstícios e dos equinócios, e de nenhuma outra fonte. Pois, se outros pontos iniciais são presumidos, não seremos mais compelidos a utilizar as naturezas dos signos para prognósticos, ou, se as utilizarmos, estaremos errados, uma vez que os espaços do zodíaco que conferem os poderes aos planetas os passariam a outros e se tornariam, então, alienados.
(Os Termos) De Acordo com os Caldeus, por Ptolomeu
O método caldeu envolve uma sequência, simples, com certeza, e mais plausível, embora não tão auto-suficiente em relação ao governo das triplicidades e à disposição da quantidade, de forma que, ao contrário, ela fosse facilmente inteligível mesmo sem um diagrama. Pois na primeira triplicidade, Áries, Leão e Sagitário, que tem neste caso as mesmas divisões por signos que no sistema dos egípcios, o senhor da triplicidade, Júpiter, é o primeiro a receber termos, e então o senhor do próximo triângulo, Vênus, e então o senhor do triângulo de Gêmeos, Saturno, e Mercúrio, e finalmente o senhor da triplicidade restante, Marte. Na segunda triplicidade, Touro, Virgem e Capricórnio, que novamente tem a mesma divisão por signos, Vênus vem primeiro, então Saturno, e então Mercúrio, após esses, Marte, e finalmente, Júpiter. Esse arranjo de uma forma geral é observado também nas duas triplicidades restantes. Sobre os dois senhores da mesma triplicidade, no entanto, Saturno e Mercúrio, de dia é Saturno que toma o primeiro lugar na ordem de posse, e à noite, Mercúrio. O número designado a cada um também é uma questão simples, pois para que o número de termos de cada planeta seja sempre menor em um grau do que o precedente, para corresponder com a ordem descendente no qual o primeiro lugar é decidido, eles sempre dão 8° ao primeiro, 7° ao segundo, 6° ao terceiro, 5° ao quarto e 4° ao último; assim se completam os 30° de um signo. A soma do número de graus assim dados a Saturno é de 78 durante o dia e 66 à noite, a Júpiter 72, a Marte 69, a Vênus 75, a Mercúrio 66 durante o dia e 78 à noite; o total é de 360 graus.
Pois bem, desses termos aqueles que são constituídos pelo método egípcio são, como dissemos, mais dignos de crédito, tanto devido à forma na qual eles foram coletados pelos escritores egípcios que os julgaram dignos de registro devido à sua utilidade, quanto por causa de na maior parte do tempo os graus desses termos terem sido consistentes com as natividades que foram registradas por eles como exemplos. Como estes mesmos escritores, no entanto, não explicam em nenhum lugar a disposição de seus números, sua incapacidade de concordar em uma explicação do sistema pode bem se tornar objeto de suspeita e alvo de críticas. Recentemente, no entanto, chegou até nós um manuscrito antigo, muito danificado, que contém uma explicação natural e consistente de sua ordem e número, e ao mesmo tempo percebemos que os graus relatados nas natividades acima mencionadas e os números dados nas somas concordaram com a tabulação dos antigos. O livro era muito alongado em suas expressões, muito excessivo em suas demonstrações, e seu estado danificado o tornou difícil de ler, de modo que eu mal pude fazer uma ideia de seu propósito geral; e isso apesar da ajuda fornecida pelas tabulações dos termos, melhor preservadas porque estavam localizadas no fim do livro. Com relação ao seu arranjo dentro de cada signo, as exaltações, as triplicidades e os domicílios foram levados em consideração. Pois, de maneira geral, a estrela que tiver duas regências deste tipo no mesmo signo é posta em primeiro lugar, mesmo que ela seja maléfica. Entretanto, onde quer que esta condição não exista, os planetas maléficos são sempre postos por último, e os senhores da exaltação em primeiro, os senhores da triplicidade em seguida, e então os do domicílio, seguindo a ordem dos signos. E, novamente, em ordem, aqueles que têm duas senhorias têm preferência sobre os que têm apenas uma no mesmo signo. Uma vez que não se dá termos para os luminares, no entanto, Câncer e Leão, os domicílios do Sol e da Lua, são dados aos planetas maléficos porque eles foram privados de sua parte na ordem, Câncer a Marte e Leão a Saturno; nestes a ordem apropriada a eles é preservada. Com relação ao número dos termos, quando não há nenhuma estrela com duas prerrogativas, nem no signo mesmo nem nos que o seguem dentro do quadrante, são concedidos a cada um dos benéficos, ou seja, Júpiter e Vênus, 7º, aos maléficos, Saturno e Marte, 5º cada e a Mercúrio, que é comum 6º, de forma que o total perfaz 30º. Entretanto, uma vez que alguns sempre têm duas prerrogativas, pois Vênus sozinha se torna a regente da triplicidade de Touro, já que a Lua não participa nos termos, é dado a cada um dos planetas nesta condição, seja no mesmo signo ou nos signos seguintes no mesmo quadrante, um grau extra; esses foram marcados com pontos; os graus, no entanto, adicionados por causa da prerrogativa dupla são retirados dos outros, que têm somente uma, e de forma geral, de Saturno e de Júpiter porque eles têm o movimento mais lento.
Esses termos estão da seguinte forma:
Termos de acordo com Ptolomeu:
Áries : Júpiter = 6; Vênus = 8; Mercúrio = 7; Marte = 5; Saturno = 4;
Touro : Vênus = 8; Mercúrio = 7; Júpiter = 7; Saturno = 2; Marte = 6;
Gêmeos : Mercúrio = 7; Júpiter = 6; Vênus = 7; Marte = 6; Saturno = 4;
Câncer : Marte = 6; Júpiter = 7; Mercúrio = 7; Vênus = 7; Saturno = 3;
Leão : Júpiter = 6; Mercúrio = 7; Saturno = 6; Vênus = 6; Marte = 5;
Virgem : Mercúrio = 7; Vênus = 6; Júpiter = ; Saturno = 6; Marte = 6;
Libra : Saturno = 6; Vênus = 5; Mercúrio = 5; Júpiter = 8; Marte = 6;
Escorpião : Marte = 6; Vênus = 7 ; Júpiter = 8; Mercúrio = 6; Saturno = 3;
Sagitário : Júpiter = 8; Vênus = 6; Mercúrio = 5; Saturno = 6; Marte= 5;
Capricórnio : Vênus = 6; Mercúrio = 6; Júpiter = 7; Saturno = 6; Marte = 5;
Aquário : Saturno = 6; Mercúrio = 6; Vênus = 8; Júpiter = 5; Marte = 5;
Peixes : Vênus = 8; Júpiter = 6; Mercúrio = 6; Marte = 5; Saturno = 5.
Pois bem, desses termos aqueles que são constituídos pelo método egípcio são, como dissemos, mais dignos de crédito, tanto devido à forma na qual eles foram coletados pelos escritores egípcios que os julgaram dignos de registro devido à sua utilidade, quanto por causa de na maior parte do tempo os graus desses termos terem sido consistentes com as natividades que foram registradas por eles como exemplos. Como estes mesmos escritores, no entanto, não explicam em nenhum lugar a disposição de seus números, sua incapacidade de concordar em uma explicação do sistema pode bem se tornar objeto de suspeita e alvo de críticas. Recentemente, no entanto, chegou até nós um manuscrito antigo, muito danificado, que contém uma explicação natural e consistente de sua ordem e número, e ao mesmo tempo percebemos que os graus relatados nas natividades acima mencionadas e os números dados nas somas concordaram com a tabulação dos antigos. O livro era muito alongado em suas expressões, muito excessivo em suas demonstrações, e seu estado danificado o tornou difícil de ler, de modo que eu mal pude fazer uma ideia de seu propósito geral; e isso apesar da ajuda fornecida pelas tabulações dos termos, melhor preservadas porque estavam localizadas no fim do livro. Com relação ao seu arranjo dentro de cada signo, as exaltações, as triplicidades e os domicílios foram levados em consideração. Pois, de maneira geral, a estrela que tiver duas regências deste tipo no mesmo signo é posta em primeiro lugar, mesmo que ela seja maléfica. Entretanto, onde quer que esta condição não exista, os planetas maléficos são sempre postos por último, e os senhores da exaltação em primeiro, os senhores da triplicidade em seguida, e então os do domicílio, seguindo a ordem dos signos. E, novamente, em ordem, aqueles que têm duas senhorias têm preferência sobre os que têm apenas uma no mesmo signo. Uma vez que não se dá termos para os luminares, no entanto, Câncer e Leão, os domicílios do Sol e da Lua, são dados aos planetas maléficos porque eles foram privados de sua parte na ordem, Câncer a Marte e Leão a Saturno; nestes a ordem apropriada a eles é preservada. Com relação ao número dos termos, quando não há nenhuma estrela com duas prerrogativas, nem no signo mesmo nem nos que o seguem dentro do quadrante, são concedidos a cada um dos benéficos, ou seja, Júpiter e Vênus, 7º, aos maléficos, Saturno e Marte, 5º cada e a Mercúrio, que é comum 6º, de forma que o total perfaz 30º. Entretanto, uma vez que alguns sempre têm duas prerrogativas, pois Vênus sozinha se torna a regente da triplicidade de Touro, já que a Lua não participa nos termos, é dado a cada um dos planetas nesta condição, seja no mesmo signo ou nos signos seguintes no mesmo quadrante, um grau extra; esses foram marcados com pontos; os graus, no entanto, adicionados por causa da prerrogativa dupla são retirados dos outros, que têm somente uma, e de forma geral, de Saturno e de Júpiter porque eles têm o movimento mais lento.
Esses termos estão da seguinte forma:
Termos de acordo com Ptolomeu:
Áries : Júpiter = 6; Vênus = 8; Mercúrio = 7; Marte = 5; Saturno = 4;
Touro : Vênus = 8; Mercúrio = 7; Júpiter = 7; Saturno = 2; Marte = 6;
Gêmeos : Mercúrio = 7; Júpiter = 6; Vênus = 7; Marte = 6; Saturno = 4;
Câncer : Marte = 6; Júpiter = 7; Mercúrio = 7; Vênus = 7; Saturno = 3;
Leão : Júpiter = 6; Mercúrio = 7; Saturno = 6; Vênus = 6; Marte = 5;
Virgem : Mercúrio = 7; Vênus = 6; Júpiter = ; Saturno = 6; Marte = 6;
Libra : Saturno = 6; Vênus = 5; Mercúrio = 5; Júpiter = 8; Marte = 6;
Escorpião : Marte = 6; Vênus = 7 ; Júpiter = 8; Mercúrio = 6; Saturno = 3;
Sagitário : Júpiter = 8; Vênus = 6; Mercúrio = 5; Saturno = 6; Marte= 5;
Capricórnio : Vênus = 6; Mercúrio = 6; Júpiter = 7; Saturno = 6; Marte = 5;
Aquário : Saturno = 6; Mercúrio = 6; Vênus = 8; Júpiter = 5; Marte = 5;
Peixes : Vênus = 8; Júpiter = 6; Mercúrio = 6; Marte = 5; Saturno = 5.
segunda-feira, 24 de abril de 2017
Sobre a disposição dos Termos, por Ptolomeu
Com relação aos termos, dois sistemas principais estão mais em circulação; o primeiro é egípcio, o qual está baseado primeiramente no governo dos domicílios, e o segundo é caldeu, que se baseia no governo das triplicidades.
Pois bem, o sistema egípcio dos temos comumente aceitos não preserva de forma alguma a consistência nem da ordem nem da quantidade individual, pois, em primeiro lugar, na questão da ordem, eles às vezes deram o primeiro lugar para os senhores dos domicílios e às vezes para os senhores das triplicidades, e às vezes ainda para os senhores das exaltações. Por exemplo, se é verdade que eles seguiram os domicílios, porque eles deram precedência a Saturno, por exemplo, em Libra, e não a Vênus, e porque a Júpiter em Áries, e não a Marte? E se eles seguiram as triplicidades, porque deram a Mercúrio, e não a Vênus, o primeiro lugar em Capricórnio? Ou caso tenham seguido as exaltações, porque dar a Marte, e não a Júpiter, a precedência em Câncer; e se eles observaram os planetas que tem o maior número dessas qualificações, porque deram o primeiro lugar em Aquário em Mercúrio, que tem apenas a sua triplicidade ali, e não a Saturno, pois ele é tanto o domicílio quanto a triplicidade deste planeta? Ou porque eles deram o primeiro lugar a Mercúrio em Capricórnio, acima de tudo, uma vez que ele não tem nenhuma relação de governo com este signo? É possível encontrar o mesmo tipo de coisas no resto do sistema.
Em segundo lugar, o numero de termos manifestamente não possui consistência, porque o número derivado de cada planeta a partir da adição de seus termos em todos os signos, de acordo com o que eles dizem que os planetas determinam anos de vida, não fornece nenhum argumento adequado ou aceitável. No entanto, mesmo se confiarmos no número derivado desta soma, de acordo com essa simples proposição dos egípcios, descobriríamos que a soma seria a mesma, mesmo que as quantidades, signo a signo, frequentemente mudem de várias formas. E em relação à afirmação espúria e sofista sobre eles que alguns tentam fazer, ou seja, que o número de vezes dados a cada planeta individual pelo esquema de ascensões em todos os climas se soma a essa mesma quantia, ela é falsa, pois, em primeiro lugar, eles seguem o método comum, baseado em aumentos regularmente maiores nas ascensões, o que não está nem perto da verdade. De acordo com este esquema, os signos Virgem e Libra, no paralelo que corta o Baixo Egito, ascenderiam, cada um, em 38 e 1/3 unidades de tempo, e Leão e Escorpião, cada um, em 35, embora esteja demonstrado pelas tabelas que esses signos ascendem em mais de 35 e Vigem e Libra em menos. Além do mais, aqueles que tentaram estabelecer esta teoria nem mesmo parecem seguir o número comumente aceito de termos, e são compelidos a realizar diversas falsas afirmações, e ele até mesmo utilizaram a parte não inteira das frações em uma tentativa de salvar sua hipótese, que, como dissemos, nem é em si mesma verdadeira.
No entanto, os termos mais geralmente aceitos sob a autoridade da tradição antiga são dados da seguinte forma:
Termos de Acordo com os Egípcios.
Áries: Júpiter = 6; Vênus = 6; Mercúrio = 8; Marte = 5; Saturno = 5;
Touro: Vênus = 8; Mercúrio = 6; Júpiter = 8; Saturno = 5; Marte = 3;
Gêmeos: Mercúrio = 6; Júpiter = 6; Vênus =5; Marte = 7; Saturno = 6;
Câncer: Marte = 7; Vênus = 6; Mercúrio = 6; Júpiter = 7; Saturno = 4;
Leão: Júpiter = 6; Vênus = 5; Saturno = 7; Mercúrio = 6; Marte = 6;
Virgem: Mercúrio = 7; Vênus = 10; Júpiter = 4; Marte = 7; Saturno = 2;
Libra: Saturno = 6; Mercúrio =8; Júpiter = 7; Vênus = 7; Marte = 2;
Escorpião: Marte = 7; Vênus = 4; Mercúrio = 8; Júpiter = 5; Saturno = 6;
Sagitário : Júpiter = 12; Vênus = 5; Mercúrio = 4; Saturno = 5; Marte = 4;
Capricórnio : Mercúrio = 7; Júpiter = 7; Vênus = 8; Saturno = 4; Marte = 4;
Aquário : Mercúrio = 7; Vênus = 6; Júpiter = 7; Marte = 5; Saturno = 5;
Peixes : Vênus = 12; Júpiter = 4; Mercúrio = 3; Marte = 9; Saturno = 2;.
Pois bem, o sistema egípcio dos temos comumente aceitos não preserva de forma alguma a consistência nem da ordem nem da quantidade individual, pois, em primeiro lugar, na questão da ordem, eles às vezes deram o primeiro lugar para os senhores dos domicílios e às vezes para os senhores das triplicidades, e às vezes ainda para os senhores das exaltações. Por exemplo, se é verdade que eles seguiram os domicílios, porque eles deram precedência a Saturno, por exemplo, em Libra, e não a Vênus, e porque a Júpiter em Áries, e não a Marte? E se eles seguiram as triplicidades, porque deram a Mercúrio, e não a Vênus, o primeiro lugar em Capricórnio? Ou caso tenham seguido as exaltações, porque dar a Marte, e não a Júpiter, a precedência em Câncer; e se eles observaram os planetas que tem o maior número dessas qualificações, porque deram o primeiro lugar em Aquário em Mercúrio, que tem apenas a sua triplicidade ali, e não a Saturno, pois ele é tanto o domicílio quanto a triplicidade deste planeta? Ou porque eles deram o primeiro lugar a Mercúrio em Capricórnio, acima de tudo, uma vez que ele não tem nenhuma relação de governo com este signo? É possível encontrar o mesmo tipo de coisas no resto do sistema.
Em segundo lugar, o numero de termos manifestamente não possui consistência, porque o número derivado de cada planeta a partir da adição de seus termos em todos os signos, de acordo com o que eles dizem que os planetas determinam anos de vida, não fornece nenhum argumento adequado ou aceitável. No entanto, mesmo se confiarmos no número derivado desta soma, de acordo com essa simples proposição dos egípcios, descobriríamos que a soma seria a mesma, mesmo que as quantidades, signo a signo, frequentemente mudem de várias formas. E em relação à afirmação espúria e sofista sobre eles que alguns tentam fazer, ou seja, que o número de vezes dados a cada planeta individual pelo esquema de ascensões em todos os climas se soma a essa mesma quantia, ela é falsa, pois, em primeiro lugar, eles seguem o método comum, baseado em aumentos regularmente maiores nas ascensões, o que não está nem perto da verdade. De acordo com este esquema, os signos Virgem e Libra, no paralelo que corta o Baixo Egito, ascenderiam, cada um, em 38 e 1/3 unidades de tempo, e Leão e Escorpião, cada um, em 35, embora esteja demonstrado pelas tabelas que esses signos ascendem em mais de 35 e Vigem e Libra em menos. Além do mais, aqueles que tentaram estabelecer esta teoria nem mesmo parecem seguir o número comumente aceito de termos, e são compelidos a realizar diversas falsas afirmações, e ele até mesmo utilizaram a parte não inteira das frações em uma tentativa de salvar sua hipótese, que, como dissemos, nem é em si mesma verdadeira.
No entanto, os termos mais geralmente aceitos sob a autoridade da tradição antiga são dados da seguinte forma:
Termos de Acordo com os Egípcios.
Áries: Júpiter = 6; Vênus = 6; Mercúrio = 8; Marte = 5; Saturno = 5;
Touro: Vênus = 8; Mercúrio = 6; Júpiter = 8; Saturno = 5; Marte = 3;
Gêmeos: Mercúrio = 6; Júpiter = 6; Vênus =5; Marte = 7; Saturno = 6;
Câncer: Marte = 7; Vênus = 6; Mercúrio = 6; Júpiter = 7; Saturno = 4;
Leão: Júpiter = 6; Vênus = 5; Saturno = 7; Mercúrio = 6; Marte = 6;
Virgem: Mercúrio = 7; Vênus = 10; Júpiter = 4; Marte = 7; Saturno = 2;
Libra: Saturno = 6; Mercúrio =8; Júpiter = 7; Vênus = 7; Marte = 2;
Escorpião: Marte = 7; Vênus = 4; Mercúrio = 8; Júpiter = 5; Saturno = 6;
Sagitário : Júpiter = 12; Vênus = 5; Mercúrio = 4; Saturno = 5; Marte = 4;
Capricórnio : Mercúrio = 7; Júpiter = 7; Vênus = 8; Saturno = 4; Marte = 4;
Aquário : Mercúrio = 7; Vênus = 6; Júpiter = 7; Marte = 5; Saturno = 5;
Peixes : Vênus = 12; Júpiter = 4; Mercúrio = 3; Marte = 9; Saturno = 2;.
Dos 120 Aforismos de Ibn Ezra (97)
A 97ª é que o planeta que está depois do Sol (ocidental) é como um homem que está triste.
Dos 120 Aforismos de Ibn Ezra (96)
A 96ª é que o planeta que está antes do Sol (oriental) é como um homem que espera poder fazer a sua vontade.
Dos 120 Aforismos de Ibn Ezra (95)
A 95ª é que o planeta rápido no seu movimento é como um homem jovem que está a correr.
Dos 120 Aforismos de Ibn Ezra (94)
A 94ª é que o planeta lento no seu movimento é como um homem que se encontra cansado e não pode andar.
Dos 120 Aforismos de Ibn Ezra (92)
A 92ª é que o planeta retrógrado é como um homem que se rebela manifestamente.
domingo, 23 de abril de 2017
Sobre os Signos Disjuntos, por Ptolomeu
Signos "disjuntos" e "estranhos” são os nomes aplicados para aquelas divisões do zodíaco que não têm quaisquer das familiaridades mencionadas acima uns com os outros. Esses são os signos que não pertencem nem à classe dos signos Comandantes ou Obedientes, nem à classe dos que se observam ou que têm o mesmo poder, e além disso eles estão completamente desprovidos dos quatro aspectos mencionados acima, oposição, trígono, quartil e sextil, e estão um ou cinco signos distantes um do outro, pois aqueles que estão um signo distantes uns dos outros são como se tivessem aversão uns aos outros, e, embora sejam dois, estão ligados ao ângulo de um, e aqueles que estão cinco signos distantes uns dos outros dividem o círculo inteiro em partes diferentes, enquanto que os outros aspectos perfazem uma divisão equitativa do perímetro.
Sobre os Signos que se Observam e sobre os Signos de Mesmo Poder, por Ptolomeu
Mais uma vez, dizem que as partes que estão igualmente afastadas do mesmo signo tropical, qualquer que seja, têm o mesmo poder, porque quando o Sol entra em qualquer um deles, os dias são iguais aos dias e as noites às noites, e as durações das suas próprias horas são iguais. Eles também são considerados como “observando” uns aos outros tanto pelas razões apresentadas quanto pelo fato de que o par ascende pela mesma parte do horizonte e se põe na mesma parte.
Sobre Os Signos Comandantes e Obedientes, por Ptolomeu
Da mesma forma, os nomes “comandantes” e “obedientes” se aplicam às divisões do zodíaco que se dispõem em distâncias iguais do mesmo signo equinocial, qualquer que seja, porque eles ascendem em um período igual de tempo e estão em paralelos iguais. Destes, os que estão no hemisfério de verão são chamados de “comandantes”, enquanto os que estão no hemisfério de inverno, “obedientes”, porque o sol faz o dia mais longo que a noite quando ele está no hemisfério de verão, e mais curto no inverno.
Sobre os Aspectos dos Signos, por Ptolomeu
Das partes do zodíaco, as que são mais familiares umas com as outras são as que estão em aspecto. Estes são os que estão em oposição, que compreende dois ângulos retos, seis signos, e 180 graus; os que estão em trígono, que compreende um ângulo reto e um terço, quatro signos, e 120 graus; os que se diz que estão em quartil, compreendendo um ângulo reto, três signos, e 90 graus, e finalmente os que ocupam a posição de sextil, que compreende dois terços de um ângulo reto, dois signos e 60 graus.
Iremos aprender, do que se segue, porque apenas estes intervalos foram levados em consideração. A explicação da oposição é imediatamente óbvia, porque ela faz com que os signos estejam em uma linha reta. Mas se tomarmos as duas frações e os dois super particulares mais importantes em música, e se as frações um meio e um terço forem aplicadas à oposição, compostas de dois ângulos retos, o meio faz o quartil e o terço o sextil e o trígono. Dos super particulares, se o sesquialter e o serquitertian forem aplicados ao intervalo de quartil de um ângulo reto, que se posiciona entre eles, o sesquialter produz a proporção do quartil para o sextil e o sesquitertian a proporção do trígono para o quartil. Destes aspectos, o trígono e o sextil são chamados de harmônicos porque eles são compostos de signos do mesmo tipo, tanto completamente de signos femininos ou completamente de signos masculinos; enquanto o quartil e a oposição são inarmônicos porque são compostos de signos de tipos opostos.
Iremos aprender, do que se segue, porque apenas estes intervalos foram levados em consideração. A explicação da oposição é imediatamente óbvia, porque ela faz com que os signos estejam em uma linha reta. Mas se tomarmos as duas frações e os dois super particulares mais importantes em música, e se as frações um meio e um terço forem aplicadas à oposição, compostas de dois ângulos retos, o meio faz o quartil e o terço o sextil e o trígono. Dos super particulares, se o sesquialter e o serquitertian forem aplicados ao intervalo de quartil de um ângulo reto, que se posiciona entre eles, o sesquialter produz a proporção do quartil para o sextil e o sesquitertian a proporção do trígono para o quartil. Destes aspectos, o trígono e o sextil são chamados de harmônicos porque eles são compostos de signos do mesmo tipo, tanto completamente de signos femininos ou completamente de signos masculinos; enquanto o quartil e a oposição são inarmônicos porque são compostos de signos de tipos opostos.
Sobre os signos Solsticiais, Equinociais, Sólidos e Bicorpóreos, por Ptolomeu
Após a explicação destas matérias o próximo assunto a ser exposto seriam as características naturais dos próprios signos zodiacais, da forma que foram estabelecidas pela tradição. Pois, embora seus temperamentos mais gerais sejam, cada um, análogos às estações que ocorrem neles, algumas qualidades peculiares suas surgem de sua relação com o Sol, a Lua e os planetas, como iremos relatar no que se segue, primeiro expondo os poderes isolados dos próprios signos sozinhos, considerados tanto absolutamente como em relação uns com os outros.
As primeiras distinções, então, são entre os assim chamados signos solsticiais, equinociais, sólidos e bicorpóreos. Pois existem dois signos solsticiais, o primeiro intervalo de 30° a partir do solstício de verão, o signo de Câncer, e o primeiro a partir do solstício de inverno, Capricórnio; e eles receberam seus nomes do que ocorre neles, porque o Sol retorna quando ele está no começo de um desses signos e reverte seu progresso latitudinal, causando o verão em Câncer e o inverno em Capricórnio.
Dois signos são chamados de equinociais, o que é o primeiro a partir do equinócio da primavera, Áries, e o que começa com o equinócio do outono, Libra; e eles também recebem este nome devido ao que acontece neles, porque quando o sol está no começo destes signos ele faz as noites terem exatamente a mesma duração dos dias.
Dos signos restantes, quatro são chamados sólidos e quatro são chamados bicorpóreos. Os signos sólidos, Touro, Leão, Escorpião e Aquário, são aqueles que seguem os signos solsticiais e equinociais; e eles são chamados assim porque, quando o Sol está neles, a umidade, o calor, a secura e o frio das estações que começam nos signos precedentes nos toca de forma mais firme, não que o clima seja naturalmente de qualquer modo menos ameno nesta época, mas nós é que estamos mais acostumados com ele e por esta razão somos mais sensíveis ao seu poder.
Os signos bicorpóreos, Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes, são aqueles que seguem os signos sólidos, e são chamados assim porque eles estão entre os signos sólidos e os solsticiais e equinociais e compartilham, por assim dizer, no começo e no final, as propriedades naturais dos dois estados do clima.
As primeiras distinções, então, são entre os assim chamados signos solsticiais, equinociais, sólidos e bicorpóreos. Pois existem dois signos solsticiais, o primeiro intervalo de 30° a partir do solstício de verão, o signo de Câncer, e o primeiro a partir do solstício de inverno, Capricórnio; e eles receberam seus nomes do que ocorre neles, porque o Sol retorna quando ele está no começo de um desses signos e reverte seu progresso latitudinal, causando o verão em Câncer e o inverno em Capricórnio.
Dois signos são chamados de equinociais, o que é o primeiro a partir do equinócio da primavera, Áries, e o que começa com o equinócio do outono, Libra; e eles também recebem este nome devido ao que acontece neles, porque quando o sol está no começo destes signos ele faz as noites terem exatamente a mesma duração dos dias.
Dos signos restantes, quatro são chamados sólidos e quatro são chamados bicorpóreos. Os signos sólidos, Touro, Leão, Escorpião e Aquário, são aqueles que seguem os signos solsticiais e equinociais; e eles são chamados assim porque, quando o Sol está neles, a umidade, o calor, a secura e o frio das estações que começam nos signos precedentes nos toca de forma mais firme, não que o clima seja naturalmente de qualquer modo menos ameno nesta época, mas nós é que estamos mais acostumados com ele e por esta razão somos mais sensíveis ao seu poder.
Os signos bicorpóreos, Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes, são aqueles que seguem os signos sólidos, e são chamados assim porque eles estão entre os signos sólidos e os solsticiais e equinociais e compartilham, por assim dizer, no começo e no final, as propriedades naturais dos dois estados do clima.
Sobre os Efeitos das Estações e dos Quatro Ângulos, por Ptolomeu
Das quatro estações do ano, primavera, verão, outono e inverno, a primavera excede em umidade por causa da sua difusão após o frio ter ido e porque o aquecimento está se estabelecendo; o verão, em calor, por causa da proximidade do sol com o zênite; o outono, em secura, por causa da absorção da umidade durante a estação quente que a precedeu; e o inverno excede no frio, porque o sol está no ponto mais distante do zênite. Por esta razão, embora não haja um início natural do zodíaco, sendo ele um círculo, assume-se que o signo que começa com o equinócio vernal, ou seja, o de Áries, seja o ponto inicial de todos, tornando a umidade excessiva da primavera a primeira parte do zodíaco, como se ele fosse uma criatura vivente, e tomando por ordem em seguida as estações remanescentes, porque em todas as criaturas, as idades mais jovens, como a primavera, tem uma maior quantidade de umidade e são mais tenras e ainda delicadas. A segunda idade, até o ápice da vida, excede em calor, como o verão; a terceira, quando o ápice já passou e se está no início do declínio, há um excesso de secura, como no outono; e a última, que se aproxima da dissolução, excede no frio, como o inverno.
De forma similar, das quatro regiões e ângulos do horizonte, dos quais, a partir dos pontos cardeais, os ventos se originam, o leste do mesmo modo excede em secura porque, quando o sol está nesta região, qualquer coisa que tenha sido umedecida pela noite começa então a secar, e os ventos que sopram desta região, os quais chamamos de Apeliotes, em geral, são sem umidade e de efeito secante. A região ao sul é a mais quente por causa do calor abrasivo das passagens do sol pelo meio do céu e porque essas passagens, por causa da inclinação do nosso mundo habitado, se voltam mais para o sul, e os ventos que sopram de lá são chamados pelo nome geral de Notus e são quentes e rarefeitos. A região ao oeste é ela mesma úmida, porque quando o sol está lá as coisas que secaram durante o dia começam então a se umedecer; da mesma forma, os ventos que ventam desta parte, que chamamos pelo nome geral de Zephyrus, são frescos e úmidos. A região ao norte é a mais fria, porque através da inclinação do nosso mundo habitado ela é muito afastada das causas de aquecimento que surgem pela culminação do sol, e quando o sol está lá, também está em sua culminação mínima; e os ventos que ventam de lá, que são chamados pelo nome geral de Boreas, são frios e de efeito condensador.
O conhecimento destes fatos é útil para permitir que se forme um julgamento completo das temperaturas em exemplos individuais. Pois é facilmente reconhecido que, junto com condições como essas, de estações, de idades, ou de ângulos, há uma variação correspondente na potência das faculdades das estrelas, sendo que em condições similares a elas sua qualidade é mais pura e sua eficiência mais forte, como por exemplo aquelas que por sua natureza aquecem, por exemplo, no calor, e aquelas que por sua natureza umedecem, na umidade, enquanto que sob condições opostas seu poder fica adulterado e mais fraco. Assim, as estrelas que aquecem, nos períodos frios, e as estrelas que umedecem, nos períodos secos, ficam mais fracas, e de forma similar nos outros casos, de acordo com a qualidade produzida pela mistura.
De forma similar, das quatro regiões e ângulos do horizonte, dos quais, a partir dos pontos cardeais, os ventos se originam, o leste do mesmo modo excede em secura porque, quando o sol está nesta região, qualquer coisa que tenha sido umedecida pela noite começa então a secar, e os ventos que sopram desta região, os quais chamamos de Apeliotes, em geral, são sem umidade e de efeito secante. A região ao sul é a mais quente por causa do calor abrasivo das passagens do sol pelo meio do céu e porque essas passagens, por causa da inclinação do nosso mundo habitado, se voltam mais para o sul, e os ventos que sopram de lá são chamados pelo nome geral de Notus e são quentes e rarefeitos. A região ao oeste é ela mesma úmida, porque quando o sol está lá as coisas que secaram durante o dia começam então a se umedecer; da mesma forma, os ventos que ventam desta parte, que chamamos pelo nome geral de Zephyrus, são frescos e úmidos. A região ao norte é a mais fria, porque através da inclinação do nosso mundo habitado ela é muito afastada das causas de aquecimento que surgem pela culminação do sol, e quando o sol está lá, também está em sua culminação mínima; e os ventos que ventam de lá, que são chamados pelo nome geral de Boreas, são frios e de efeito condensador.
O conhecimento destes fatos é útil para permitir que se forme um julgamento completo das temperaturas em exemplos individuais. Pois é facilmente reconhecido que, junto com condições como essas, de estações, de idades, ou de ângulos, há uma variação correspondente na potência das faculdades das estrelas, sendo que em condições similares a elas sua qualidade é mais pura e sua eficiência mais forte, como por exemplo aquelas que por sua natureza aquecem, por exemplo, no calor, e aquelas que por sua natureza umedecem, na umidade, enquanto que sob condições opostas seu poder fica adulterado e mais fraco. Assim, as estrelas que aquecem, nos períodos frios, e as estrelas que umedecem, nos períodos secos, ficam mais fracas, e de forma similar nos outros casos, de acordo com a qualidade produzida pela mistura.
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