sexta-feira, 23 de junho de 2017

Curso de Iniciação à Astrologia Tradicional (Parte 3)

Curso de Iniciação à Astrologia Tradicional
Parte 3

Conteúdo:
- O Zodíaco
- Os Signos
- Representação e Símbolos dos Signos
- A Natureza dos Signos
- A Interpretação dos Signos

Acesse pelo link:
https://drive.google.com/file/d/0BwHlJGrC7JnqLUR4ZGpoX0JROVk/view?usp=sharing

O Movimento dos Planetas no Zodíaco, por Helena Avelar e Luis Ribeiro

O movimento dos planetas no Zodíaco segue o sentido dos signos. Assim, os planetas deslocam-se do signo de Carneiro para o de Touro, depois para Gémeos, etc.

Movimento dos Planetas nos Signos

No seu percurso normal o planeta vai aumentando o número de graus dentro de um signo até sair dele, transitando para o signo seguinte.

Exemplo: Movimento da Lua
Mercúrio e Vênus, ao contrário dos restantes planetas, nunca se afastam muito do Sol. Isto acontece porque (do ponto de vista heliocêntrico) as suas órbitas são interiores à da Terra. Assim, para um observador terrestre Mercúrio, cuja órbita é a mais próxima do Sol, nunca se afasta mais de 28° (um signo de distância) da posição zodiacal do Sol. Vénus, que possui uma órbita um pouco mais ampla, nunca se afasta mais de 48° (dois signos de distância). Este afastamento máximo é denominado elongação.

Afastamento Máximo de Mercúrio e Vênus do Sol, projetado no Zodíaco.

No seu percurso, Mercúrio e Vênus fazem duas conjunções ao Sol: uma quando passam do lado oposto ao da Terra (designada conjunção superior) e outra quando passam entre a Terra e o Sol (conjunção inferior). Na conjunção superior, o planeta está "do outro lado" do Sol, movendo-se portanto "acima" do Sol (daí o termo superior), enquanto na inferior passa entre a Terra e o Sol, estando portanto "abaixo" deste.

Num mapa astrológico, a conjunção inferior distingue-se por corresponder sempre ao movimento retrógrado do planeta.

Conjunções inferior e superior de Vênus


A velocidade

A progressão dos planetas ao longo dos signos dá-se a diferentes velocidades. O astro mais rápido, a Lua, movimenta-se em média cerca de 13º por dia, avançando cerca de 1° a cada duas horas e percorre um signo completo em cerca de dois dias e meio. Saturno, o mais lento dos planetas tradicionais, avança em média 2' por dia e demora cerca de dois anos e meio a atravessar um signo. Estas diferentes velocidades estão representadas no modelo das esferas planetárias através da ordem caldaica — Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vénus, Mercúrio, Lua.

Ordem Caldaica e a Velocidade dos Planetas
Tabela das Velocidades Médias dos Planetas
Cada planeta tem então um ciclo específico que é medido pelo tempo que demora a dar uma volta completa ao Zodíaco. A Lua demora cerca de 27 dias e meio a retornar ao mesmo ponto do Zodíaco; Mercúrio, Vénus e o Sol cerca de 1 ano (pois nunca estão muito afastados), Marte cerca de 2, Júpiter 12 e Saturno aproximadamente 29 anos.

No entanto, ao longo do seu percurso a velocidade aparente do planeta varia, devido à proximidade ou afastamento do planeta em relação à Terra. A tabela acima apresenta as velocidades médias diárias dos planetas.

Embora o Sol, Vénus e Mercúrio tenham velocidades médias idênticas, Mercúrio alcança uma velocidade máxima de pouco mais de 2°10' por dia. Vénus fica atrás com um máximo de 1°16' e o Sol de 1°01'.


Nota: a velocidade diária aparente da Lua oscila entre 11°41' e 15°23'; o Sol oscila entre um mínimo de 57'10" e um máximo de 1°01'10". Para os restantes planetas os máximos de andamento diário são aproximadamente 47' para Marte, 14' para Júpiter e 07' para Saturno.


Caso o andamento diário do planeta seja inferior à média apresentada na tabela, diz-se que o planeta está lento, acima da média diz-se que o planeta está rápido.

Considera-se que um planeta veloz tem uma ação mais rápida e mais efetiva, e que um planeta lento tem uma atuação mais demorada.


A retrogradação

Como já referimos, o movimento aparente de um planeta faz-se normalmente segundo a ordem dos signos zodiacais (Carneiro, Touro, Gêmeos, etc.). Este é denominado movimento direto.

No entanto, em determinados momentos do seu percurso celeste, o planeta abranda a sua velocidade até, aparentemente, parar, e em seguida inverte o movimento passando a deslocar-se no sentido contrário à ordem dos signos. Este fenômeno é denominado retrogradação e ocorre periodicamente durante o ciclo zodiacal do planeta.

Assim, um planeta diz-se retrógrado quando o seu movimento aparente na abóbada celeste é contrário ao dos signos zodiacais (Gêmeos, Touro, Carneiro, etc.).

Esta inversão aparente do movimento ocorre quando a Terra ultrapassa os planetas mais lentos e exteriores à sua órbita. Um fenômeno análogo ocorre quando um carro ultrapassa outro a deslocar-se na mesma direção mas a uma velocidade menor. Os passageiros do carro mais rápido têm a ilusão que o carro mais lento está andando para trás.

Exemplo: Retrogradação de Marte

No caso dos planetas interiores à órbita terrestre, Mercúrio e Vênus, a retrogradação aparente ocorre quando estes astros (movendo-se na sua órbita em volta do Sol) se aproximam da Terra, passando entre esta e o Sol (ver figura abaixo).

A retrogradação é um fenômeno aparente, causado pela mudança de perspectiva do observador, à medida que a própria Terra se movimenta ao redor do Sol. Na realidade, um planeta nunca pára o seu movimento de translação ao redor do Sol; é um fenômeno puramente geocêntrico.

Exemplo: Retrogradação de Vênus

Numa tabela ou num horóscopo um planeta retrógrado é indicado pelo um "R" traçado colocado junto do planeta:


O Sol e a Lua nunca apresentam movimento retrógrado. No caso do Sol, é a Terra que orbita em seu redor, pelo que o movimento aparente é contínuo. A Lua tem a sua órbita diretamente ao redor da Terra, o que impossibilita qualquer fenômeno de retrogradação aparente.


Efeitos de um planeta retrógrado

O movimento direto é aquele que o planeta assume normalmente no seu curso e é considerado normal, pois não interfere na expressão do planeta.

O movimento retrógrado, por fazer o planeta aparentar "andar para trás" é considerado uma interferência no seu desempenho. Assim, um planeta retrógrado é considerado debilitado pois a sua expressão está dificultada. As suas atuações são descontínuas e dadas a mudanças súbitas. Podem significar retrocesso, demoras e cancelamento de planos.


As estações

A mudança de direção não ocorre bruscamente — o planeta desacelera gradualmente, até chegar ao ponto de parecer totalmente imóvel. Começa então a mover-se lentamente na direção oposta, acelerando até atingir a sua velocidade normal.

Ao ponto de parada chamamos estação, e a um planeta que aparente estar parado chamamos estacionário.

Na passagem de direto a retrógrado e de novo a direto, o planeta faz duas estações. A primeira estação ocorre quando o planeta, em movimento direto, diminui progressivamente a sua velocidade até estacionar, para depois assumir o movimento retrógrado aparente. A segunda estação ocorre quando, estando em movimento retrógrado, o planeta desacelera, estaciona e depois retoma o movimento direto.

Em termos práticos, considera-se que um planeta na primeira estação está mais debilitado do que um planeta na segunda estação, pois após nesta última o planeta reassume o movimento direto (considerado normal).

As Estações de Movimento dos Planetas

A latitude dos planetas

Como foi referido no início deste capítulo, a posição celeste dos planetas nem sempre coincide exatamente com a da eclíptica. Com a excepção do Sol, que "desenha" a eclíptica com o seu percurso aparente, a Lua e os planetas podem estar posicionados um pouco acima ou abaixo desta.

Isto acontece devido à existência de desfasamentos entre a órbita da Terra e a dos outros planetas. Este desfasamento é expresso noutra coordenada celeste, a latitude. Quando um planeta está "acima" da eclíptica, ou seja, na parte Norte, diz-se ter latitude norte; quando se localiza "abaixo", na parte Sul, diz-se ter latitude sul.

A Latitude dos Planetas
A latitude é também expressa em graus e minutos de arco, e oscila entre os 0° e os 90°. Em termos práticos, é representada por um número de graus e minutos e a indicação N se a latitude for norte e S, se for sul. Por exemplo, 5°N23' indicaria um planeta com uma latitude norte de 5 graus e 23 minutos.

O Zodíaco é definido como uma faixa de 16° (8° acima e 8° abaixo da eclíptica — a linha central), de forma a acomodar as variações de latitude que os planetas apresentam ao longo do tempo.

A latitude de cada planeta varia entre um máximo e um mínimo de afastamento. Dos planetas tradicionais, Vénus é o que apresenta uma maior variação de latitude, pois, o seu máximo chega quase aos 9°.

Latitudes Máxima e Mínima dos Planetas


Ao contrário da longitude zodiacal, a latitude dos planetas não vem representada diretamente no horóscopo. É geralmente colocada em tabelas anexas.

Na prática a latitude não é utilizada no corpo principal do sistema interpretativo, apenas se aplica pontualmente na interpretação, quando se faz estudos mais específicos dos planetas (por exemplo, como auxiliar na descrição física).

Regra geral, considera-se que quanto mais próximo um planeta está da eclíptica mais fortes e estáveis são considerados os seus efeitos. Tradicionalmente, um planeta com latitude norte é preferido a um com latitude sul, pois para um observador no hemisfério norte tem maior visibilidade (passa mais alto no céu e mantém-se mais tempo acima do horizonte). No entanto, como dissemos anteriormente, a aplicação destas regras é muito secundária, sendo ofuscada por elementos interpretativos de maior importância.


Os ciclos dos planetas

O movimento dos planetas no Zodíaco é de natureza cíclica, pois cada planeta repete o seu movimento aparente ao redor da Terra em períodos regulares de tempo. Estes ciclos são importantes para compreender a dinâmica do planeta, assim como parte do seu simbolismo.
Os planetas têm dois ciclos ou períodos principais: um ciclo zodiacal, também denominado sideral, e o um ciclo sinódico.


Ciclo zodiacal ou sideral

É o período de tempo no qual um planeta completa uma volta ao redor da Terra, ou seja, uma volta ao Zodíaco. A duração do ciclo zodiacal depende da velocidade do planeta.

Tabela dos Ciclos Zodiacais dos Planetas


Ciclo sinódico

Corresponde ao período de tempo que leva um planeta a retomar o mesmo ponto em relação ao Sol. Em termos práticos, consiste no período entre duas conjunções sucessivas de um planeta ao Sol.

A diferença entre este ciclo e o anterior reside no fato de contabilizar, para além da velocidade dos planetas, a velocidade do Sol.

No caso dos planetas mais rápidos que o Sol, quando o planeta retorna ao mesmo ponto do Zodíaco, o Sol já se movimentou e é necessário que o planeta percorra mais um tanto para o alcançar. Quanto aos planetas mais lentos, é o próprio Sol que os alcança.

Tabela dos Ciclos Sinódicos dos Planetas


O auge dos planetas

Este é um conceito tradicional, que surge no contexto do modelo das esferas e não tem aplicação direta ao modelo astronômico heliocêntrico. E frequentemente mencionado por autores tradicionais, razão pela qual decidimos inclui-lo, embora a sua importância na interpretação astrológica seja extremamente reduzida.

Durante o seu percurso ao redor do Sol os planetas podem estar mais próximos ou mais afastados da Terra. A fase de maior afastamento é designada auge. Quando um planeta se aproxima deste ponto, diz-se que "ascende para o seu auge" e considera-se que está favorecido; quando se afasta, diz-se que "descende do seu auge" e considera-se desfavorecido.

Num mapa astrológico, podemos determinar esta situação observando a conjunção dos planetas com o Sol.

Os planetas superiores (Saturno, Júpiter e Marte) atingem o seu auge perto da conjunção ao Sol; diz-se que ascendem para o auge quando o Sol se aproxima deles e que descendem quando o Sol deles se afasta.

Os planetas inferiores (Vénus e Mercúrio) estão no seu auge por alturas da conjunção superior ao Sol (ou seja, em movimento direto), encontrando-se mais afastados do seu auge quando fazem a conjunção inferior (em movimento retrógrado).

A Lua estará perto do seu auge quando a sua velocidade é menor, e afastada quando está mais rápida.

Podemos equiparar o auge ao apogeu e o ponto oposto ao perigeu. Embora estes conceitos sejam geralmente aplicados à Lua, na perspectiva geocêntrica podem ser aplicados aos restantes planetas.





Extraído de: Helena Avelar e Luis Ribeiro, in Tratado das Esferas. Editora Pergaminho. Cascais, Portugal, 2007.

Pode ser adquirido em nova edição aqui: https://www.facebook.com/prismaedicoes/


quinta-feira, 22 de junho de 2017

Sobre os Pais, por Ptolomeu

O modo de investigação, ao qual se deve aderir durante todo o tempo, é exposto anteriormente. Devemos, então, começar, seguindo a ordem já estabelecida, com a descrição dos pais, que vem primeiro.

O Sol e Saturno são, por natureza, associados à pessoa do pai e a Lua e Vênus à da mãe e, da forma como eles estiverem dispostos uns em relação aos outros e às outras estrelas, devemos julgar que está a questão dos pais. A pergunta sobre sua fortuna e riqueza deve ser investigada por meio da doriforia dos luminares; quando eles estiverem cercados por planetas benéficos e por planetas do seu próprio séquito, no mesmo signo ou no signo seguinte, as circunstâncias dos pais serão bastante brilhantes, principalmente se as estrelas da manhã servirem o Sol e as do entardecer servirem a Lua e os próprios luminares estiverem em locais favoráveis, do modo já descrito. Além disso, se Saturno e Vênus, da mesma forma, estiverem no oriente e nas suas faces, ou nos ângulos, devemos considerar esse fato uma previsão de felicidade conspícua, de acordo com o que é próprio e justo para cada pai. Por outro lado, se os luminares estiverem sozinhos e sem planetas assistentes, isso indica uma posição inferior e obscuridade para os pais, principalmente se Vênus ou Saturno não estiverem em posição favorável. Se, no entanto, eles tiverem assistentes, mas não planetas do mesmo séquito, como quando Marte ascende logo após o Sol, ou Saturno após a Lua, ou quando eles forem servidos por planetas benéficos em posição desfavorável ou que não sejam do mesmo séquito, devemos entender que uma situação moderada e sorte cambiante devam ser previstas para eles. Se a Parte da Fortuna, que explicaremos mais tarde, estiver de acordo, na natividade, com os planetas que, em uma posição favorável, assistem o Sol ou a Lua, as crianças receberão o patrimônio intacto; se, no entanto, ela estiver em desacordo ou em oposição, e não houver planeta servidor, ou se os planetas servidores foram maléficos, o patrimônio dos pais será inútil para os filhos, ou mesmo prejudicial.

Com relação à duração maior ou menor de sua vida, deve-se investigar a partir das outras configurações. No caso do pai, se Júpiter ou Vénus estiver em qualquer aspecto com o Sol e com Saturno, ou se o próprio Saturno estiver em um aspecto harmonioso com o Sol, seja em conjunção, sextil ou trígono, ambos estando com força, devemos conjeturar uma vida longa para o pai; se eles forem fracos, no entanto, a significação não é a mesma, embora isso não indique uma vida curta. Se, no entanto, esta condição não estiver presente, mas Marte estiver elevado com relação ao Sol ou Saturno, ou ascender logo após eles, ou quando, mais uma vez, Saturno não estiver em harmonia com o Sol, mas estiver em quartil ou em oposição, se eles estiverem declinando dos ângulos, os pais simplesmente serão fracos, mas se eles estiverem nos ângulos ou ascendendo após eles, eles terão vida curta ou serão passíveis de acidentes; de vida curta, quando estiverem sobre os dois primeiros ângulos, o oriente e o meio do céu, ou nos signos sucedentes, e passíveis de acidentes ou doenças quando estiverem nos outros dois ângulos, o ocidente e o meio do céu inferior, ou nos seus signos sucedentes. Marte, com relação ao Sol do modo descrito, destrói o pai de forma súbita ou causa danos à sua visão; se ele estiver relacionado a Saturno, o pai está em perigo de morte ou de tremores e febre ou de lesões por corte ou cauterização. O próprio Saturno em um aspecto desfavorável com o Sol traz a morte do pai por doença e enfermidades causadas pelo acúmulo de humores.

No caso da mãe, se Júpiter estiver em qualquer aspecto com a Lua e com Vênus, ou se a própria Vênus estiver em harmonia com a Lua, em sextil, trígono ou conjunção, quando elas estiverem com força, a mãe terá vida longa. Se, no entanto, Marte estiver relacionado com a Lua ou com Vênus, ascendendo após ela ou em quartil ou em oposição, ou se Saturno, da mesma forma, observar a própria Lua, quando estiverem diminuindo ou decaindo, mais uma vez a ameaça é apenas de infortúnio ou doença; mas se eles estiverem ascendendo ou angulares, a mãe terá vida curta ou será passível de dano. De forma parecida, ela terá vida curta quando eles estiverem nos ângulos do leste ou nos signos que ascendem após eles, e será passível de dano se eles estiverem nos ângulos do oeste. Quando Marte, desta forma, observa a Lua crescente, traz morte súbita e dano à vista para as mães; mas se a Lua estiver minguante, traz morte por aborto ou coisas semelhantes, e danos por cortes e cauterização. Se ele observar Vênus, causa morte por febre, enfermidades misteriosas e obscuras, e ataques súbitos de doença. Saturno observando a Lua causa morte e enfermidades, quando a Lua estiver oriental, por tremores e febre; quando ela estiver ocidental, por úlceras uterinas e câncer. Devemos levar em consideração, também, com relação aos tipos particulares de danos físicos, doenças, ou mortes, as características especiais dos signos nos quais os planetas que produzem a causa estão, os quais teremos ocasião mais apropriada para discutir na própria natividade e, além disso, devemos observar, de dia, em particular ao Sol e a Vênus, e de noite, Saturno e a Lua.

De resto, ao realizar essas investigações em particular, seria apropriado e consistente considerar o local do séquito paterno ou materno como um ascendente e investigar os tópicos restantes como se este novo mapa fosse a natividade dos próprios pais, seguindo o procedimento para a investigação das classificações gerais, tanto práticas quanto casuais, cujos títulos serão dados a seguir. No entanto, tanto aqui quanto em qualquer outro lugar é bom lembrar o modo de mistura dos planetas e, caso aconteça que os planetas que regem os locais sob investigação não sejam de um mesmo tipo, mas sejam diferentes, ou tenham efeitos opostos, devemos tentar descobrir os que têm mais direitos sobre o lugar e os modos nos quais eles se superam em força em um caso particular, para a regência dos eventos previstos. Isso é para que possamos, ou nos guiar em nossa investigação pelas naturezas desses planetas, ou, se os direitos de mais de um planeta forem de igual peso, quando os regentes estiverem juntos, possamos calcular de forma bem-sucedida o resultado combinado da mistura das suas diferentes naturezas; mas quando eles estiverem separados, devemos dar a cada um deles, por sua vez, no tempo adequado, os eventos que pertencem a cada um, primeiro para o mais oriental entre eles e então para o mais ocidental. Um planeta deve, desde o começo, ter familiaridade com o local no qual a investigação é feita, para exercer algum efeito nela, e, em geral, se esse não for o caso, um planeta que não tiver nenhuma parcela no início não pode exercer grande influência; no momento da ocorrência do evento, no entanto, a dominância original não é mais a causa, mas a distância do planeta que domina, de qualquer forma, a partir do Sol e dos ângulos do universo.


Do Tetrabiblos, de Ptolomeu

Antíscios dos Planetas, por William Lilly

Além destas e de muitas outras divisões dos signos, achei por bem apresentar de forma simples os antíscios dos planetas.

Os signos antíscios são aqueles que são da mesma virtude e estão igualmente distantes do primeiro grau dos dois signos tropicais, Câncer e Capricórnio, e em cujos graus, quando o Sol lá se encontra, os dias e as noites têm a mesma duração; por exemplo, será óbvio que quando o Sol está no décimo grau de Touro, se encontra tão distante do primeiro grau de Câncer como quando está no vigésimo grau de Leão; portanto, quando o Sol está a dez de Touro, tem o seu antíscio a vinte de Leão; ou seja, ele dá virtude ou influência a qualquer estrela ou planeta que naquele momento esteja no mesmo grau por conjunção, ou a ele faça qualquer aspecto.

Mas, para que se veja melhor e mais perfeitamente onde cai o antíscio em graus e minutos, observe-se a tábua seguinte:


Qualquer planeta em Gêmeos envia o seu antíscio para Câncer ou, estando em Leão, para Touro.

Se se quiser saber os graus e minutos exatos, devem ser calculados da forma seguinte: Vamos supor que Saturno está a vinte graus e trinta e cinco minutos de Leão, e eu quero saber em que parte do zodíaco está o seu antíscio. Em frente a Leão, encontro Touro, portanto concluo que o seu antíscio está em Touro. Para saber o grau e minuto, calcule-se assim:

Ver em que grau e minuto está o planeta, subtraí-los de 30 graus, e o restante indica o grau e o minuto. Como Saturno está a 20º 35' de Leão, subtraio-os de 30º00'.


Aqui subtraio 25 min. de um grau ou de 60 min. que tomo emprestado, e ficam 25 min. O grau que tomei emprestado tirado dos 10, restam 9 graus. Então o antíscio de Saturno cai a 9 graus e 25 min. de Touro, que é o signo que se vê em frente a Leão; mas esta tábua apresenta o cálculo mais rapidamente.


O uso é fácil; se se entrar com os graus inteiros do planeta, as duas primeiras colunas servem; assim, suponhamos que Marte está a 14 graus de um signo, procurar 14 na primeira coluna, em frente está 16, sendo a esse grau que ele envia o seu antíscio.

Se houver minutos, entrar nas quatro últimas colunas; se se entrar com 17 min. na quinta coluna, em frente encontra-se 43, ou primeiro procura-se o signo onde cai o antíscio, depois subtrai-se o número de graus e minutos em que está o planeta de 30, o que resta é o grau e minuto em que se encontra o antíscio; e tal como há antíscios, os quais sendo de bons planetas consideramos iguais a sextis ou trígonos, também há contrantíscios, os quais consideramos como sendo da natureza de uma quadratura ou oposição; e para saber onde se encontram, não é preciso mais do que ver em que signo e grau se encontra o antíscio, e no signo e grau opostos é onde se encontra o contrantíscio; tal como nos exemplos anteriores, estando o antíscio de Saturno a nove graus e 25 min. de Touro, o seu contrantíscio terá de estar a 9 graus e 25 min. de Escorpião.



William Lilly, in Astrologia Cristã.

O livro, em seu primeiro livro, pode ser adquirido aqui:
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Aspectos - Os Planetas se Movem, por Marcos Monteiro

Vamos falar de ação.

Os sete astros que consideramos como agentes no nosso modelo celeste se movem, cada um num passo diferente. À medida que se movem, eles se observam, se encontram e se opõem; essas interações simbolizam os eventos – ou, pelo menos, as oportunidades de evento – terrestres.

Esse capítulo vai repetir um pouco o que expliquei sobre os planetas, mas é necessário.


O Senhor dos Planetas

O Sol se move sempre mais ou menos na mesma velocidade e sempre, é claro, sobre a eclíptica, no meio do Zodíaco. Seu movimento é sempre da ordem comum dos signos.

A velocidade do Sol é em torno de 59' de grau por dia.


A Senhora do Céu

A Lua se move bem mais rápido que o Sol. Sua velocidade média é de 13º11' por dia, mas pode chegar a menos de 11º, ou avançar a mais de 15º, por dia.

Mesmo com essa variação, ela sempre está muito mais rápida que qualquer outro corpo.


A Lua e sua Dança – os Nodos Lunares

Outro movimento que a Lua apresenta é a variação de latitude celeste. Ela não se movimenta sobre a eclíptica, mas vai até o extremo norte da faixa do Zodíaco, retorna, cruza o círculo do Sol, avança até o extremo sul, retorna, cruza a eclíptica de novo, volta a se afastar para o norte, etc.

Esse movimento forma dois pontos opostos – o ponto de cruzamento entre as trajetórias da Lua e do Sol. Estes dois pontos são o que chamamos de Nodos Lunares.

O ponto no qual a Lua cruza a eclíptica indo em direção ao norte é o Nodo Norte (chamado também de Cabeça do Dragão). O ponto oposto, quando ela vai em direção ao Sul, é o Nodo Sul (a Cauda do Dragão).

Estes pontos são importantes, em primeiro lugar, porque é na proximidade deles que ocorrem os eclipses.

Se o Sol e a Lua se encontrarem longe dos Nodos, a Lua estará com latitude alta o suficiente para não se interpor ao centro do Sol. Assim, vamos ter uma Lua nova, quando a luminosidade do astro-rei a ofusca.

Da mesma forma, se eles se opuserem longe dos Nodos, o Sol ilumina completamente a Lua e temos uma Lua cheia.

Quando isso acontece perto dos Nodos, a Lua está alinhada com o Sol.
Quando estão juntos, ela bloqueia sua luz, temos o eclipse solar; quando estão opostos, a Terra bloqueia a luz, e temos o eclipse lunar.

O significado desses pontos, em resumo: o Nodo Norte está ligado à expansão, aumento, liberação, elevação, e o Sul à contração, diminuição, restrição, rebaixamento.


Perto do Sol – Mercúrio e Vênus

Há mais dois planetas com o movimento muito obviamente atrelado ao do Sol.

A velocidade média de Mercúrio é a mesma do astro-rei, 59' por dia, mas ele raramente anda neste passo.

Mercúrio se afasta do Sol, no máximo, a pouco menos de um signo. Quando chega a este ponto, ele está parado, a velocidade zero. Ele muda de direção, começa a se aproximar do Sol a velocidade crescente. Quando se encontra com o Sol, sua velocidade é máxima, podendo chegar a dois graus por dia. Ele desacelera a partir daí, a princípio muito pouco, mas quando chega à distâncias próximas de um signo, desacelera, para, e reinicia o movimento no sentido contrário.

Estar parado é o que chamamos de estar estacionário. Quando o movimento aparente planeta é na direção contrária dos signos, dizemos que ele está retrógrado.

Assim, a velocidade máxima de Mercúrio é de 2° por dia, mas pode ser positiva ou negativa. Quando ele está andando a menos de 20' por dia é considerado lento, acima de 01°30' minutos, rápido.

O movimento de Vênus é bastante parecido. Só que ela se afasta mais do Sol, e nunca chega a mais de 01°30' por dia. É considerada lenta quando anda a menos de 15' por dia, e rápida quando está a mais de 01°10'.


Lentos e Superiores – Marte, Júpiter e Saturno

Os três planetas têm uma maior independência do Sol. Eles mudam de direção por causa do Sol, mas podem estar a qualquer distância dele no zodíaco.

Marte anda com velocidade média de pouco mais de meio grau (31') por dia. É considerado lento quando está abaixo de 10', e rápido quando se desloca a mais de 40' diários. Ele também para e muda seu sentido (ou seja, ele também fica estacionário e retrógrado).

Júpiter anda a uma velocidade média de 05' minutos, é considerado lento a menos de 03' e rápido a mais de 12', em qualquer sentido do movimento.

Saturno, o mais lento dos sete, anda normalmente a 02' por dia. Qualquer coisa abaixo disso, em qualquer sentido, o deixa lento; acima de 06' por dia, ele está rápido.

Essas classificações de planetas rápidos e lentos são apenas generalizações didáticas. Não há um consenso com precisão absoluta sobre esses limites, e não há necessidade disso, porque a intenção é sempre comparar os planetas uns com os outros e comparar as velocidades de um mesmo planeta em momentos diferentes.

A velocidade real (em vez da média) dos planetas deve sempre ser conhecida, porque ela nos diz se um planeta, quando parece estar saindo de um signo, vai sair realmente ou está prestes a ficar estacionário, retrogradar e voltar pelo mesmo caminho que veio.

Também precisamos saber a velocidade real deles para saber se os encontros entre os planetas vão acontecer ou não.

Vamos falar sobre esses encontros agora.


Conjunções

Vimos no capítulo 12 que há relações entre os signos que chamamos de aspectos.

Não pode haver aspecto, é claro, entre um signo e ele mesmo. No entanto, dois planetas estarem no mesmo é algo importante, pelo mesmo motivo que estarem em signos que façam aspectos é importante – estão nas mesmas condições.

Em tese, dois planetas que estejam no mesmo signo, em qualquer grau, estão em conjunção (chamada também de cópula ou sínodo).

Na prática, quando mais próxima for a conjunção, mais relevante ela é. Isso vale para os aspectos entre planetas, também.

Também há uma grande diferença entre uma conjunção que vai acontecer no futuro (quando o movimento dos planetas nos diz que eles vão se encontrar no mesmo grau, minuto e segundo de grau), e uma que já aconteceu (quando o movimento dos planetas nos diz que eles já se encontraram e estão se separando).

O primeiro caso é chamado de conjunção aplicativa. O segundo, conjunção separativa. Se o primeiro caso significa eventos – ou oportunidades – futuros, e o segundo significa eventos passados, é claro que o evento é significado pelos dois planetas exatamente no mesmo ponto do zodíaco. Este momento é chamado de conjunção perfeita.

Quando estamos falando de influência de um planeta sobre o outro, basta estarem no mesmo signo, embora, a partir de uma dada distância, o efeito seja desprezível. Se estivermos pensando num evento, pelo contrário, ele só acontece se a conjunção, em algum momento, ficar perfeita.

Se um dos planetas ficar retrógrado e voltar antes de levar a conjunção à perfeição, ou se um dos planetas mudar de signo antes que a conjunção ocorra, ela não aconteceu. O evento simbolizado não ocorre.

Isto é importante, porque vale também para os aspectos.

Conjunção só ocorre no mesmo signo. Se um dos planetas mudar de signo, ela não acontece. Se o outro mudar de signo também e encontrar com o primeiro, vai acontecer outra conjunção, no futuro, entre os dois planetas, mas essa conjunção, no primeiro signo, não aconteceu. Se, dependendo do contexto, da área astrológica, do que estamos analisando, vamos considerar essa segunda conjunção ou ignorá-la, é outra história; mas a primeira não aconteceu.

O que a conjunção significa?

Literalmente, estar junto.

Isso é bom ou mau?

Depende do contexto. Não há como saber em abstrato. Encontrar minha amada e encontrar o meu assassino são eventos bastante diferentes em termos do quanto eu vou gostar e do que vai acontecer comigo, mas ambos são conjunções.


Combustão e Cazimi

Há duas conjunções especiais, que na maior parte dos casos têm uma significação mais bem definida.

Estar conjunto ao Sol normalmente é bem ruim para o outro planeta. A menos de 8 graus e meio do Sol, dizemos que o planeta está combusto (que quer dizer o que parece: está esturricado, queimado).

Pela natureza do Sol, a combustão carrega o sentido de destruição, anulação, ocultação e cegueira.

Quando um planeta está combusto e com muita dignidade essencial (no próprio domicílio ou exaltação), a combustão não tem essa conotação ruim, se assemelhando a uma conjunção comum, mas o sentido de cegueira – a depender do contexto – permanece.

Há uma pequena faixa de alívio neste deserto solar. Quando um planeta está a menos de 17 minutos e meio do Sol, ele está cazimi ou no coração do Sol. De novo, ele significa o que parece. A ideia aqui é que o planeta está nas graças do rei, e fica protegido de qualquer efeito ruim da proximidade com ele. Ele não se torna o rei, é lógico, mas abaixo dele, ele pode fazer o que quiser.

Eu acho que os capítulos sobre o céu e sobre os planetas deixaram claro a posição de primazia do Sol com relação aos outros planetas. Isso é bastante fácil de ver aqui. Quando mais próximo do Sol (sem estar cazimi, lógico), pior para o planeta; mesmo quando está fora da faixa de combustão, ele ainda é considerado como estando Sob os raios do Sol até que se afaste dele mais de 17 graus.

Isso vale para quando ambos estão no mesmo signo. Estar à uma distância do Sol equivalente à combustão, mas em signos diferentes, é estar sob os raios do Sol. O planeta pode estar sob os raios do Sol e em signo diferente, mas o efeito é bem mais fraco.

Essas distâncias não são gratuitas. O disco solar tem um diâmetro aparente médio de 35 minutos de grau no céu; seu raio, então, é de 17 minutos e meio.


Aspectos – estamos só olhando

Dois planetas que estejam em signos que fazem aspecto estão, em tese, em aspecto. Quando algum autor antigo menciona que dois planetas se observam (o termo em inglês é “beholding”), é disso que está falando.

No entanto, embora isso possa ser relevante em alguns casos, queremos saber de eventos, ou influência próxima. Aqui, vale exatamente o que falei para as conjunções.

Aspectos que vão acontecer no futuro são aplicativos. Aspectos que já aconteceram são separativos. Aspectos são perfeitos ou exatos quando acontecem. Se alguma coisa impedir o aspecto de chegar à perfeição, ele não aconteceu.

Eles são bons ou maus?

De novo, a pergunta não faz sentido (com uma exceção, vamos ver abaixo).
O que vai nos dizer se um aspecto é bom ou mau é o contexto. Eles podem ser classificados entre fracos e fortes, e entre fáceis e difíceis. O raciocínio por trás disso está no capítulo 12.

O sextil é fraco e fácil. É o mais fraco dos aspectos.

A quadradura é medianamente forte e difícil. Os eventos significados por ela não têm, a princípio, nada de ruim, mas – dependendo do contexto e do nível – podem ter alguma dificuldade ou atraso envolvidos.

O trígono é forte e fácil. Os planetas estão no mesmo elemento, a conexão é quase tão fácil quanto uma conjunção. Mas uma conexão fácil com o sujeito que vai roubar minha carteira não me deixa feliz, nem tem um desfecho positivo.

E a exceção?

A oposição. Ela é forte e extremamente difícil. Os eventos significados por ela, por tanto, não acontecem, ou acontecem de forma desfavorável, ou ainda acontecem e algo ruim acontece em seguida.

Desta forma, a menos que o contexto dê um bom motivo para ignorar uma dificuldade tão grande, este aspecto é difícil e ruim.


Aspectos “novos”

Como eu disse no capítulo 12, os signos não têm afinidade com os signos adjacente a eles e os adjacentes aos signos opostos a eles. Assim, aspectos entre planetas que estejam em signos adjacentes (ou entre um signo e um signo adjacente ao postos) não existem porque os signos não estão em aspecto.

Da mesma forma, um ângulo que una dois planetas que estejam em signos que fazem sextil não é um aspecto porque o único que eles podem fazer é o sextil.

Ou seja, os “aspectos Keplerianos” são divisões interessantes do Zodíaco, mas não são aspectos.

Latitude. Conta?

Não mencionei a latitude (distância entre os planetas medida perpendicularmente à eclíptica, em vez de medida ao longo da eclíptica), exceto quando falei dos nodos.

Isso é porque ela não é importante neste contexto.

Como eu disse no começo do livro, o simbolismo da eclíptica é claro. É o Sol, símbolo do Criador, atualizando ou lembrando as possibilidades da criação, ao longo dos signos. A posição com relação ao passo do Sol é extremamente importante, independente da latitude; estrelas bastante longe da eclíptica (mais de vinte graus fora do Zodíaco, por exemplo) são importantes, para se ter uma ideia. Não há motivos para desprezar aspectos entre planetas, que nunca se afastam mais de 10 graus da eclíptica, por causa da latitude.

Isso vale para a posição Cazimi, também, embora alguns autores importantes discordem. Estar no mesmo hemisfério celeste que o Sol é o bastante para deixar o planeta invisível; não são alguns grau de distância da eclíptica que fariam alguma diferença; o importante é estar naquele grau da trajetória do Sol exatamente junto com ele, a comunhão exata com relação às possibilidades do Cosmos.

O que posso apresentar como justificativa além do que disse acima é que, na minha experiência, Cazimi funciona independentemente da latitude.

A única exceção mencionada neste capítulo são os eclipses, e é fácil ver porquê. A Lua e o Sol têm discos visíveis no céu (o disco máximo normal da Lua é do mesmo tamanho que o do Sol, 35'); se eles não estiverem próximos em latitude, um não se interpõe ao outro e o eclipse não ocorre. Não faz nenhuma diferença para o Sol se Mercúrio está conjunto a ele a menos de 17', ou a mais de 6 graus, de latitude, então sua disposição com relação a ele não muda; mas a latitude da Lua na conjunção com ele faz diferença na imagem que ele apresenta no céu.



Marcos Monteiro, Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013.

O livro pode ser adquirido aqui:
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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Felicidade e Assessoria Astrológica, por Benjamin Dykes

Os astrólogos tradicionais estavam muito preocupados com a felicidade humana. Mas o que é felicidade, exatamente? Neste capítulo, descreverei duas filosofias importantes de felicidade que podem ser usadas até hoje para entender o mapa e ajudar os clientes. Cada um tem seus bons e maus posicionamentos, mas não vou tentar convencer você de que um é melhor do que outro - além disso, existem outras alternativas.

A coisa mais importante a entender é que, enquanto a felicidade envolve emoções e humor, não é exatamente uma emoção. Em vez disso, a felicidade é um estado de coisas em que uma pessoa é capaz de florescer: viver bem e fazer bem. Mas as opiniões diferem sobre o que se considera para uma vida boa ou o que é bom ou ruim e qual seria a vida emocional de uma pessoa feliz. Você pode ter muitos bens externos e convencionais, como riqueza e filhos, mas para realmente ser feliz requer um certo estado de caráter, no qual devemos cumprir adequadamente certas características e habilidades psicológicas como seres humanos e na sociedade. Vou explicar o que eu quero dizer abaixo.


Felicidade Tipo 1: Aristóteles e bens convencionais

A teoria do valor de Aristóteles se encaixa muito bem com o nosso senso normal de um mapa de nascimento. Como eu disse no último capítulo, os significados das casas mapeiam bens e males convencionais, como riqueza ou escravidão. Aristóteles acredita que, para ser feliz, devemos tentar maximizar os bens e minimizar os males: de acordo com nossa compreensão normal, as pessoas desabrigadas, anônimas e doentes são menos propensas a ser felizes do que aqueles que têm pelo menos alguma riqueza, status e saúde. Mas Aristóteles também reconheceu que não temos controle total sobre se podemos obter ou evitar essas coisas - nós ainda estamos sujeitos a sorte ou fortuna . É por isso que é importante ter uma boa educação e caráter, viver em uma sociedade justa, e assim por diante, de modo que o maior número possível de pessoas possam aprender habilidades e ter oportunidades positivas.

Então, quando olhamos para um mapa com esse espírito, a primeira coisa que podemos ver é a medida em que o mapa de alguém exibe esses bens e males convencionais: o gráfico mostra muitos bons amigos? Ou há perturbações na casa? Podemos também olhar para os senhores das casas: se o senhor de uma casa tipicamente boa está em uma condição muito ruim, pode mostrar uma área problemática da vida. Por exemplo, se o senhor da décima casa estiver na sexta, então a pessoa pode ter uma carreira estável, mas isso provavelmente ocorrerá através da obscuridade, trabalho e pouco reconhecimento. Todas essas coisas afetam a boa vida aristotélica.

Por outro lado, Aristóteles deixa muito claro que essas coisas não são suficientes para criar felicidades ou infelicidades. A felicidade é um estado da alma, e resulta de como a alma gerencia escolhas e emoções sobre esses bens externos. Uma pessoa rica pode ser miserável porque o estado de sua alma é desequilibrado e caótico; uma pessoa bastante pobre poderia ser feliz porque ele tem um caráter muito forte e equilibrado. Então, o que torna o caráter bom ou ruim? Para Aristóteles, uma noção chave é a do "meio". Quando enfrentamos coisas convencionalmente boas ou más e temos emoções sobre elas, é importante que usemos (1) julgamento racional para alcançar (2) um significado apropriado em nossas emoções, E que (3) essas escolhas se tornam habituais. Não basta fazer uma boa escolha ocasional ou sentir emoções apropriadas de forma intermitente: para sermos felizes, devemos nos habituar a viver uma vida de acordo com esse juízo racional e sóbrio, para ganhar um caráter firme. O melhor estado de caráter em relação a alguma emoção e situação, é chamado de "virtude" - por exemplo, existem virtudes preocupadas com dinheiro, prazeres, raiva e assim por diante.

Deixe-me dar-lhe dois exemplos simples. Suponha que eu bebi um par de martinis e quero outro. Divertir-se enquanto se bebe com os amigos pode ser considerado um bem, e então eu quero continuar a fazê-lo, e sei que vou ter prazer quando eu beber. Mas há duas coisas a considerar. Primeiro, há um equilíbrio entre prazer e dor que estão envolvidos. Não sentiria muita dor se não tiver o prazer, e não devo estar excitado demais com o prazer se eu o tiver. Em segundo lugar, há a questão de saber se é racionalmente certo para mim parar agora ou continuar bebendo, dependendo de outros interesses e necessidades da minha vida. Eu tenho que levantar cedo (o que sugere que eu não deveria continuar a beber)? Ou estou no casamento de um amigo em um resort tropical, sem outras responsabilidades (o que sugere que eu poderia facilmente continuar com o prazer)? Estas questões têm a ver com a virtude da temperança, que abrange os prazeres e as dores no que diz respeito ao consumo, à alimentação e ao sexo. Idealmente, eu me habituei para que eu possa parar de beber com um mínimo de dor se eu precisar parar, ou posso continuar sem sentir-me ganancioso pelo prazer se eu precisar. Os bebedores inexperientes dificultam esse tipo de decisão, enquanto os bebedores experientes e equilibrados não o fazem. O bebedor experiente que é facilmente capaz de tomar uma decisão e ter essas emoções equilibradas, provavelmente tem essa virtude de temperança.

Depois, há a coragem, que é um algo que envolve sentimentos de medo e confiança em situações perigosas: o soldado corajoso sabe como continuar lutando apesar do perigo, mas também sabe quando é hora de se retirar. Mas ele não sucumbe nem à temeridade excessiva nem ao terror, e ele sabe como agir habilmente com base nessas emoções e as necessidades da situação.
Mas a maioria de nós tem essas virtudes em apenas um par de áreas da vida. Existem duas condições contrastantes em que não atingimos o equilíbrio médio ou adequado na emoção e na ação. O primeiro é um "vício". Os vícios são estados em que atingimos consistentemente um extremo em vez de uma média bem pensada. Um soldado que segue consistente e deliberadamente apenas seus sentimentos confiantes, torna-se uma pessoa impiedosa; aquele que sempre segue o medo é um covarde. Um alcoólatra furioso segue o prazer de beber (por muitas razões, tenho certeza) e se sente extremamente doloroso quando ele não está bebendo. Os anoréxicos tornaram-se habituados a odiar alimentos e bebidas. Alguém que sente muita angústia ao não comer uma segunda sobremesa não pode ser tão feliz e equilibrado como alguém que sente pouca ou nenhuma angústia.

A segunda condição é chamada de "falta de autocontrole". A maioria de nós se enquadra nesta categoria em várias áreas. Aqui, há uma verdadeira inconsistência e confusão em julgamentos, emoções e ações. A maioria de nós teve a experiência de botar para quebrar e tomar mais algumas bebidas a mais e pagá-la no dia seguinte com uma ressaca no trabalho. Bulemia é um bom exemplo dessa condição, com seus contrastes selvagens de engolir e vomitar. Alguém que constantemente vacila de forma inadequada entre confiança e medo é outro exemplo.

Assim, na filosofia de Aristóteles, temos estados de um meio estável (virtudes), de extremos estáveis ​​(vícios) e vacilação inconsistente. Se aplicarmos isso ao mapa, podemos usar dignidades e outras condições planetárias para identificar hábitos e pessoas que exibam esses traços. Por exemplo, podemos comparar um planeta em seu domicílio com alguém com uma virtude; em sua exaltação, a alguém que possa ter um vício de autoconfiança excessiva; um planeta em queda como tendo certos vícios ou mesmo falta de autocontrole, porque o planeta em queda muitas vezes mostra uma luta para ser notado, o que pode levar a comportamentos extremos.. Um planeta em um aspecto difícil com Saturno pode mostrar problemas de autoestima, embora possa ser, simplesmente, uma área da vida cujos bens convencionais são difíceis de obter. Os benéficos tendem a mostrar estados equilibrados, enquanto os maléficos geralmente mostram extremos. Poderia haver muitas maneiras de observar essas condições, mas estas são algumas das minhas sugestões.


Felicidade Tipo 2: Estoicos e valores seletivos

A teoria do valor estoico é em parte uma resposta aos valores aristotélicos, por isso era importante lidar primeiro com Aristóteles. Os estoicos têm insights sobre valores e emoções que Aristóteles realmente não traz, mas, uma vez que fazemos, podemos ver que o estoicismo tem uma dimensão mais "espiritual" que valoriza a libertação, a confiança pessoal e um engajamento emocional positivo com a vida. Deixe-me explicar alguns pontos básicos sobre a teoria do valor estoico, e então faça o contraste com Aristóteles. Isso ajudará você a entender o que está em jogo em suas visões de mundo.

A imagem estoica do universo começa com a ideia de que o universo é a Mente Divina. Deus não fica fora do universo, Deus é o universo. Isso tem três importantes consequências. Primeiro, significa que todas as coisas estão conectadas em um cosmos integrado e orgânico. Em segundo lugar, significa que o universo é organizado e gerenciado de forma inteligente - não de fora, mas de dentro. Tudo o que você e eu somos e fazemos e pensamos é, em última instância, parte e ação da atividade da Mente Divina. Terceiro, isso significa que todas as coisas estão determinadas e destinadas a ser o que são, e fazem o que fazem, no decorrer da atividade do universo. Dito de outro modo, tudo age de forma inevitável de acordo com a sua natureza: não há nada que "não deveria acontecer", da perspectiva cósmica.

Esta última parte pode ser um pouco difícil de engolir, então deixe-me explicar um pouco mais. Do ponto de vista cósmico, tudo inevitavelmente acontece como é, precisamente porque as coisas não podem ajudar a fazer o que fazem, e tudo no mundo está implicado de alguma forma em como as coisas acontecem. Uma nuvem segue sua natureza e às vezes libera chuva, uma pedra cai, e assim por diante. A partir de nossa limitada perspectiva humana, não podemos realmente dizer exatamente como as coisas acontecerão, porque não podemos descrever todo o estado cósmico a qualquer momento. Mas já sabemos que as pessoas irritadas - por causa de seu caráter - farão isso ou aquilo. Uma pessoa amorosa ama. Se eu disser a você para levar um guarda-chuva porque vai chover, mas você é o tipo de pessoa que não ouve conselhos, então você não vai levar um guarda-chuva e vai se molhar. Não há nenhum sentido culpando o universo por se molhar, porque as nuvens agiram de acordo com sua natureza, e você também. Mas talvez eu possa convencê-lo a carregar um guarda-chuva: nesse caso, seu estado mental teria mudado e você se comportaria de maneira diferente.

Agora, o universo está configurado de tal maneira que existem confrontos inevitáveis entre as coisas (como o seu desejo de ser teimoso e não se molhar, e a nuvem derramando chuva). No caso humano, esses conflitos são especialmente rígidos, porque a maioria das pessoas tem distorções mentais sobre quem realmente são e o que estão tentando fazer. Essas distorções de compreensão resultam em infelicidade. Assim, na visão estoica, o objetivo da vida-felicidade - envolve "viver de acordo com a natureza" e ter "um fluxo suave de vida". Isso significa que devemos alinhar-nos com a nossa verdadeira natureza e a natureza cósmica, então como para abraçar a bondade do universo, sem ficar perturbado pelo que acontece quando outras coisas agem de acordo com suas naturezas?
Aqui é onde a teoria do valor estoico vem. Lembre-se de que, para Aristóteles, as coisas normais, como a riqueza e a reputação, são bens, e devemos tentar maximizá-los, mesmo que ele também diga que a felicidade deriva oficialmente da nossa capacidade mental de gerenciá-los (e nossas emoções sobre eles) corretamente. Os estoicos têm uma visão mais estrita: somente o estado de sua mente e suas emoções é responsável pela felicidade, e essas coisas externas não são boas ou más. Em vez de ter valor moral, eles têm o que os estoicos chamam de valor "seletivo". Em vez de a riqueza ser boa, é algo que em circunstâncias normais você deve "selecionar"; Mas em outras circunstâncias, você deve "desmarcá-lo". O que Aristóteles chama de "bom", os estoicos chamam "de acordo com a natureza"; O que ele chama de "ruim", eles chamam de "não de acordo com a natureza".

Isso pode soar estranho, mas é assim que funciona na prática. Se você acha que a riqueza é boa, então você está fazendo-a responsável (em parte) pela sua felicidade. Você quer isso. Você deseja isso. Quando você ganha riqueza, você está satisfeito, mas quando você não tem isso, você pode ficar desesperado. Isso faz de você um escravo de coisas que você realmente não pode controlar, e muitas vezes faz você reagir com alegria exagerada (quando você obtém) ou desespero (quando você não obtém). Em outras palavras, se você atribuir valor moral a coisas que não são você e realmente não pertencem a você, então você se torna automaticamente investido emocionalmente nelas e agirá como se realmente fosse parte de você. Esta não é apenas uma visão falsa do que realmente lhe pertence, mas coloca você em uma montanha-russa emocional que o obriga a negociar emoções opostas - é disso que Aristóteles está falando quando fala do meio e de gerenciar as emoções.

Mas se você mudar seu sistema de valores para que coisas como riqueza só tenham valor "seletivo", então ele imediatamente o separa emocionalmente das coisas, para que você não seja escravo delas. Você é capaz de se sentir mais centrado e calmo em si mesmo, tanto quando você as recebe, mas também quando as perde. Suponha que um homem atribua valor moral ao seu carro amado como algo bom. Mas um dia ele encontra um amassadona porta. Ele fica devastado, fica de mau humor, sente uma sensação de perda, e talvez descarregue em outra pessoa mais tarde no dia (esse tipo de coisa acontece com as crianças o tempo todo). Agora, se ele fosse um aristotélico, ele tentaria negociar seus sentimentos de raiva para que eles fossem coordenados com a importância do carro: o carro é um bem, mas não um bem supremamente importante, e também um amassado é um mal, mas apenas um mal menor. Então talvez ele fique um pouco irritado ou um pouco triste. Mas, da perspectiva estoica, este não é um caso de raiva bem administrada, é um caso de alguém com valores distorcidos que está deixando um objeto inanimado controlar sua mente - é uma espécie de doença emocional. Ele deve fazer o que pode para "selecionar" manter o carro seguro, mas não acreditar que o carro esteja, em última instância, com poder ou capacidade de controlar sua felicidade. Infelizmente, um tal homem provavelmente não apenas pensa que um carro é bom, mas ele é emocionalmente um escravo de muitas outras coisas da mesma forma - espero que elas não se danifiquem!

A maior parte da humanidade está sujeita a esses delírios. Para os estoicos, isso permite que eles digam algo que possa vir a ser um choque no dia que "possuir nossas emoções" e acreditar que "todo sentimento é válido". Ao contrário da maioria das pessoas (e Aristóteles), os estoicos não acreditam que as emoções são totalmente pré-estabelecidas como raiva, medo e luxúria. Em vez disso, todas as emoções derivam de julgamentos de valor. Atrás de cada emoção, há algum julgamento de valor que nos faz buscar algo, evitá-lo ou reagir em nossa alma quando queremos e não o temos. Mas, como os julgamentos de valor podem ser verdadeiros ou falsos, isso significa que as emoções podem ser falsas ou verdadeiras. Suponha que eu pense que algo como riqueza é um bem real: isso configura um impulso para ir atrás dela. Mas esse desejo é um falso desejo, pois meu julgamento sobre a bondade intrínseca da riqueza é falso. Agora suponha que eu obtenha riqueza: isso cria um inchaço irracional de orgulho na minha alma, porque eu acho que consegui algo que é realmente meu e me fará feliz: isso também é uma falsa emoção.

Agora, você pode ter a ideia de que os estoicos são contra as emoções. Este é um mal-entendido comum. Na verdade, os estoicos defendem a mudança do seu sistema de valores para que, em vez de ser um escravo das coisas externas e experimentar a montanha-russa de emoções (ou tentar encontrar um meio termo entre emoções concorrentes), você transforma suas más emoções para o que eles chamam de "bons sentimentos". Os bons sentimentos emergem quando você encontra a fonte da felicidade em si mesmo, atribui valor seletivo para outras coisas e começa a abraçar todo o cosmos como parte de sua vida - ou melhor, você abraça sua vida como algo integrado com o cosmos . Desta forma, os estoicos dizem que você pode se elevar espiritualmente acima dos valores convencionais.

Deixe-me dar-lhe alguns exemplos dessas emoções dos textos estoicos autênticos. Na classe de emoções que têm a ver com buscar algo, as falsas emoções "normais" incluem raiva, luxúria, ânsias de todo tipo e amor de riquezas. Mas os sentimentos estoicos "verdadeiros" envolvem bondade, generosidade, calor e carinho. As falsas emoções que fazem evitar ou temer as coisas envolvem hesitação, angústia, vergonha, superstição e terror. Mas as correspondentes emoções estoicas são o respeito e a limpeza. Limpeza? O que isso poderia significar? Meu senso é que é como manter uma casa limpa: ter um calmo evitar de coisas que poderiam poluir seu senso de auto-integridade e paz de espírito.

Espero que você veja que essa forma de desacelerar e se afastar emocionalmente de coisas que não estão sob seu controle, permite que você fique confiante e envolvido no mundo, sentindo simpatia e generosidade por outras pessoas e não sendo um joguete do que a vida lhe apresenta. Um estoico abraça, mas tenta melhorar o mundo em que vivemos, percebendo que às vezes ele deve selecionar certas coisas, ao mesmo tempo que não aponta os outros, mesmo que sejam o que as pessoas normais chamariam de boas ou más. As duas principais diferenças entre as emoções aristotélicas e estoicas são estas: (1) Aristóteles acredita que algumas emoções são principalmente irracionais e pré-administradas, enquanto os estoicos acreditam que resultam de julgamentos de valor; e (2) Aristóteles acredita que devemos gerenciar e equilibrar emoções, enquanto os estoicos acreditam que devemos transformá-las.


Aconselhamento Astrológico

Ambos os sistemas éticos aristotélicos e estoicos são compatíveis com a previsão astrológica e são igualmente capazes de ver os mesmos eventos e sentimentos em uma figura astrológica. Mas a compreensão da natureza humana, dos valores e da felicidade faz com que eles vejam esses eventos e sentimentos em diferentes termos morais. Conseqüentemente, um astrólogo que leva uma ou outra visão oferecerá diferentes tipos de conselhos para um cliente. Embora cada escola de pensamento queira (a) oferecer caminhos de ação aos clientes e (b) ajudar os clientes a se preparar para eventos, cada um o fará de maneira diferente e com diferentes expectativas de como o cliente pode ir adiante. Os aristotélicos aconselharão o gerenciamento das emoções sobre coisas que são realmente cruciais para a nossa felicidade, enquanto os estoicos aconselharão a transformação de nossos valores e a sábia seleção ou não seleção dos mesmos. Ambas as escolas nos avisarão para agir, fazer certas coisas e evitar certas coisas, usando delineação e previsão para preparar os clientes. Mas a atitude que tomamos em relação a tudo isso pode fazer toda a diferença.

Aqui estão alguns passos que eu sugiro ao olhar para um mapa:

Avalie bens e males convencionais. Aqui, podemos usar técnicas de interpretação normais para avaliar a presença de bens e males convencionais (ou coisas de acordo com a natureza ou não). Qual é o status social do cliente? Ele ou ela tem amigos e de que tipo? Como os filhos do cliente se classificam? Como serão as relações? Desta forma, podemos ajudar as pessoas a se preparar para eventos que não estão totalmente sob seu controle. Isso inclui fazer mapas eletivos para eventos importantes, de modo a maximizar bens ou coisas convencionais de acordo com a natureza. Ou, suponha que você veja um mapa com muitos planetas em detrimento, ou com muitos planetas cadentes: esses gráficos sugerem eventos e planos que começam bem, mas não são duradouros, ou vivem onde não parece que haja muita energia e impulso. Sua capacidade de se conectar com o cliente no nível de valores irá ajudá-lo a formar estratégias para ajudá-los.

Avalie as habilidades mentais e emocionais típicas. Tanto a astrologia moderna como a tradicional têm técnicas para isso, envolvendo frequentemente o Ascendente e seu senhor, Mercúrio e a Lua. Que tipo de equilíbrio existe entre as emoções e os apetites do cliente e as faculdades racionais? Quais valores o cliente possui, e como suas crenças desencadeiam reações emocionais e afetam sua capacidade de lidar com a vida? Aqui podemos identificar as formas padrão nas quais as pessoas respondem de forma intelectual e emocional à vida, de modo a recomendar uma moderação em bens e emoções, ou mudar para valores seletivos e transformação emocional. Mas em nenhum caso devemos recomendar mera passividade e reivindicações de vitimização. Em vez disso, devemos incentivar os clientes a fazer escolhas conscientes sobre as coisas, possuir e fortalecer seu poder em relação às emoções e seu senso de confiança e auto-integridade.

Previsão e preparação. Ninguém nasce um sábio. Mas a previsão pode desempenhar um papel importante no aconselhamento, porque permite que as pessoas cultivem preparação, paciência e calma para as pessoas que enfrentam eventos futuros. Isso nos permite ter uma distância crítica de nossas vidas para que possamos avaliar de forma realista o que acontecerá e o que isso significa para nós, além de perceber que tudo o que acontece de ano para ano é apenas uma fase temporária no processo cósmico.




Capítulo 5
Benjamin Dykes, in Traditional Astrology for Today - An Introduction, Cazimi Press, Minneapolis, Minessota, EUA, 2011. Tradução de Claudio Fagundes.

O livro está à venda aqui:
https://www.amazon.com/Traditional-Astrology-Today-Benjamin-Dykes/dp/1934586226/ref=sr_1_4?ie=UTF8&qid=1497110339&sr=8-4&keywords=benjamin+dykes

terça-feira, 20 de junho de 2017

A Interpretação dos Signos, por Helena Avelar e Luis Ribeiro

Os signos são como divisões num tabuleiro de jogo. Só se tornam relevantes na interpretação quando algo lá está posicionado. Assim, o signo tinge com as suas qualidades qualquer planeta (ou outro fator do horóscopo) que nele se encontre posicionado. A expressão desse planeta ou fator é então modulada pelo signo e adquire um conjunto de características que condicionam a sua manifestação. Os planetas possuem naturezas próprias, mas a sua deslocação pelos signos altera a manifestação dessa natureza.

É da combinação das naturezas dos cinco planetas e dos luminares com as doze qualidades básicas dos signos que nasce toda a diversidade de expressões da natureza; esta pode traduzir-se nas mais variadas formas: comportamento humano, variações climáticas, eventos mundanos, etc.


Planetas nos signos: como interpretar

Para determinar os efeitos dos planetas nos signos, há que combinar a natureza do planeta com a do signo em que este se encontra. O planeta terá a sua expressão e significação natural modulada pelas características do signo. O resultado será mais ou menos fluido, conforme a concordância entre as naturezas do planeta e do signo.

Nunca esquecer que o foco da interpretação está sempre centrado no planeta.
O planeta indica o que está em jogo (por exemplo, Marte indica a ação, a combatividade, etc.); o signo refere-se às características com que se expressa (por exemplo, Touro indica uma expressão sólida e lenta, enquanto Caranguejo representa uma expressão emocional e variável).

Tomemos como exemplo a Lua: a sua significação inclui entre muitas coisas os humores, tonalidades emocionais e sensibilidades do indivíduo.
Se estiver posicionada em Leão, essas tonalidades vão adquirir as características deste signo. Temos então um signo de Fogo, Quente e Seco, com uma expressão dinâmica, afirmativa e exuberante; um signo Masculino e Diurno, logo, extrovertido; um signo Fixo, de ações seguras e duradouras.

Desta forma, os humores e emoções representadas por uma Lua em Leão serão exuberantes e afirmativas (Fogo/Colérico), não passando despercebidas (Masculino e Diurno). A sua expressão será firme, podendo por vezes ser teimosa (Fixo).

A expressão do planeta é mais alegre e extrovertida, mas menos receptiva, pois a natural sensibilidade da Lua estará diminuída num signo Quente e Seco, que contraria a faceta Fria e Úmida (Fleumática) do luminar. Também a natural plasticidade da Lua será mais contida devido à fixidez do Leão.

Se considerarmos outro signo de Fogo como o Carneiro, verificaremos que as características de exuberância, afirmação e extroversão serão comuns. No entanto, uma Lua em Carneiro apresenta uma maior agitação e propensão à atividade pois o signo é Móvel (Cardinal). Do mesmo modo, uma Lua em Sagitário, um signo Duplo e de Fogo, adquire uma expressão mais adaptável, multifacetada e dispersa.

É também importante ter em conta o impacto dos planetas regentes dos signos (de que falaremos com mais pormenor adiante). Neste caso, o Sol regente do Leão, Marte, regente de Carneiro e Júpiter, regente de Sagitário.

Uma Lua em Leão apresentará características nitidamente afirmativas (Sol), em Carneiro uma atitude mais bélica e acutilante (Marte) e em Sagitário uma motivação "justiceira" (Júpiter).

Podemos também considerar os atributos secundários dos signos. Leão é um signo Feroz, o que indica uma expressão emotiva mais intensa e dominadora que nos restantes signos de Fogo. Por outro lado, Leão, Carneiro, e Sagitário são signos Bestiais, o que implica humores mais bruscos com um impacto social mais negativo. Dentre os signos de Fogo, Sagitário tem uma faceta dupla, pois é representado por uma figura metade humana, metade animal, o que o faz oscilar entre a brusquidão e a sociabilidade. Contudo, estas oscilações são suavizadas por Sagitário ser também um signo de Outono (mais calmo) e ter como regente Júpiter (planeta da moderação).

Se considerarmos, por contraste, uma Lua em Capricórnio, o resultado será muito diferente. Neste caso temos um signo Frio e Seco, de Terra, Melancólico, Feminino e Noturno e Móvel (Cardinal).

Aqui os humores e emoções significados pela Lua terão uma expressão mais discreta e contida (Feminino/Noturno), toldados por uma atitude pragmática, um tanto desconfiada e cautelosa (Terra/Melancólico), mas muito ativa e dinâmica (Móvel, Cardinal). Novamente temos um signo Quadrúpede, pelo que a sua expressão será algo brusca, como nos exemplos anteriores (embora moderada pelo elemento Terra e pela sobriedade do regente, Saturno).

O mesmo raciocínio deve ser aplicado aos restantes planetas e signos.
Repetimos: de nada vale memorizar os significados dos planetas em cada signo; o que é verdadeiramente importante é compreender os princípios astrológicos que estão na origem desses significados.

Nota: embora cada planeta tenha sempre um significado genérico (Marte significa a ação, Vênus a afetividade, Mercúrio o entendimento, etc.), o que é verdadeiramente relevante na interpretação é o significado específico que cada planeta adquire no horóscopo. A posição por signo diz-nos apenas as qualidades com que o astro se expressa; não nos indica a sua função ou importância no contexto geral do horóscopo. Esta informação é-nos fornecida pela posição por Casa e pelas regras de delineação (que serão referidas adiante). A interpretação por signo é apenas feita pelos principiantes, como exercício de treino.


Caracterização e descrição através dos signos

As características que enumeramos de seguida têm diversas aplicações. Por exemplo, num horóscopo natal, descrevem os traços comportamentais de um indivíduo; num mapa horário, dão indicações acerca da pessoa sobre quem se fez a questão; noutros mapas horários descrevem ainda as "personagens" representadas por planetas situados no respectivo signo.



Tabela de Expressão e Comportamentos dos Signos
















































Nota: Os comportamentos indicados pelo signo devem ser sempre combinados com a natureza do planeta que os veicula. Por exemplo, o comportamento entusiástico representado por Carneiro será expresso de forma diferente por Saturno, mais cauteloso e retraído, ou por Marte, mais assertivo e dinâmico.


Noutros contextos astrológicos, como num horóscopo mundano ou horário, um planeta pode representar ações ou objetos inanimados. Nesses casos, os atributos que acabamos de utilizar representarão as características dessa ação ou objeto.

Tomemos novamente a Lua como exemplo. De uma forma genérica, uma ação representada pela Lua seria rápida (pois a Lua é o planeta mais rápido), de grande visibilidade (é um Luminar), com uma forte componente emotiva (simboliza a natureza emocional), mas efêmera (tem uma natureza volúvel).

Se estiver posicionada em Leão representa também uma ação exuberante e intensa (Fogo) mas controlada ou contida (Fixo). Em Capricórnio, significa uma ação mais rápida e súbita (Cardinal) mas discreta, planificada e objetiva (Terra).

Se nos referirmos a um objeto, a Lua pode representar (entre muitas outras coisas) um copo ou taça (receptividade).

Se posicionada em Leão, temos uma taça vistosa e luminosa (Fogo), possivelmente dourada (Sol), mas de aparência pesada (Fixo), cuja função será de adorno ou de símbolo de status. Uma Lua em Capricórnio representa uma taça de material mais escuro ou discreto (Terra), pouco valiosa ou antiga (Saturno), de uso fácil (Cardinal ou Móvel) e com uma função prática (Terra).


Regências e associações dos signos

A posição por signo pode também dar indicações mais complexas, como uma direção espacial (Este, Norte, Oeste, Sul) ou descrever lugares, como uma parte da casa, um território, uma nação, etc.

Por exemplo, o posicionamento em Leão indica, no que diz respeito ao interior de uma casa, uma lareira ou um lugar onde existe fogo, enquanto o Capricórnio representa lugares perto do chão e soleiras de portas.

Tal como os planetas, os signos estão associados a vários aspectos da vida e do quotidiano. Cada signo rege (ou está associado a) partes do corpo, lugares, cores, plantas, animais, etc. Para este livro, selecionamos as correspondências de maior aplicação prática; as restantes podem ser facilmente encontradas na maior parte das obras de referência.


Partes do corpo

Muito utilizadas em Astrologia Médica, estas associações servem para determinar o local do corpo sujeito a enfermidades e também para detectar marcas e sinais, em descrições físicas.

Tabela das Partes do Corpo Associadas aos Signos

Fisionomia

É sobretudo usada para descrever características físicas humanas. Tem aplicações práticas sobretudo na Astrologia Natal, Horária e Médica.

Importante: estas descrições estão relacionadas com o signo ascendente e não com o signo solar; além disso, podem ser alteradas por planetas que estejam situados na Casa I ou que formem aspectos ao Ascendente (neste caso, os planetas somam novas características a esta estrutura básica).

Tabela das Características Fisionômicas dos Signos

Direções do espaço

São utilizadas em Astrologia Horária para encontrar animais ou pessoas perdidos, dando uma indicação geral da direção que tomaram.

Tabela das Direções Espaciais Associadas aos Signos

São utilizados em Astrologia Horária para encontrar objetos, animais ou pessoas desaparecidos, auxiliando a descrição do local onde se encontram.

Tabela dos Locais Descritos pelos Signos

Países e regiões

Estas regências são primariamente utilizadas em Astrologia Mundana para determinar os locais onde os eventos serão mais notórios. Tal como no caso dos planetas, há que ter em conta que muitas destas atribuições são muito antigas e que nem sempre equivalem às atuais fronteiras dos países. Além disso, registram-se algumas variações pontuais, de acordo com as várias fontes. Em Astrologia Natal ou Horária, estas correspondências servem para determinar a afinidade entre indivíduos e locais; são particularmente úteis em situações de viagem ou negócios.

Tabela de Correspondência entre Signos e Países/Regiões

Cidades

Este tipo de atribuições é em tudo semelhante à dos países e territórios. E provável que muitas delas tenham origem na fundação das próprias cidades, correspondendo o signo indicado ao Ascendente da cidade. Por vezes há vários signos atribuídos à mesma cidade.

Tabela de Correspondência entre Signos e Cidades






Extraído de: Helena Avelar e Luis Ribeiro, in Tratado das Esferas. Editora Pergaminho. Cascais, Portugal, 2007.
Pode ser adquirido em nova edição aqui: https://www.facebook.com/prismaedicoes/








segunda-feira, 19 de junho de 2017

Bom e Mau: Valores na Astrologia Tradicional, por Benjamin Dykes

Para Deus, todas as coisas são lindas e boas e justas;
Mas para os humanos, algumas coisas são justas e outras injustas.
- Heráclito, Fragmento 85

Os astrólogos tradicionais costumam falar sobre algo bom ou ruim, ou planetas e suas influências como sendo benéficas ou maléficas. Este é uma ducha de água fria para muitos astrólogos modernos. Mas quando falamos de bens e males, lidamos com importantes conceitos éticos e filosóficos: qual é a natureza do bem e do mal? Algumas coisas são bens e males aparentes? Os bens e os males normais podem realmente afetar nossa capacidade de ser feliz? E como podemos aplicar essas noções em um contexto de aconselhamento? Se nos recusarmos a reconhecer esses valores, será mais difícil conectar-se com pessoas que estamos tentando ajudar.

Neste capítulo, falo sobre duas maneiras gerais de pensar sobre o bem e o mal, e no próximo capítulo vou mostrar como eles se aplicam em contextos de aconselhamento: em uma abordagem mais convencional para a felicidade (Aristóteles), e em uma abordagem "espiritual" (estoicismo).


1. Valores funcionais e condições planetárias

Os filósofos tradicionais tinham algumas maneiras comuns de identificar o que fazia algo bom - e para alguns deles, o bem era praticamente equivalente a ser alguma coisa. Aqui estão algumas qualidades gerais que uma situação ou dinâmica ou pessoa deve ter para ser boa:


  • Conhecível
  • Unificado ou organizado
  • Consistente
  • Presente
  • Equilibrado


Note-se que essas qualidades não tornam algo muito bom. Eles mostram se algo desempenha bem suas funções. Seus opostos sugerem que está funcionando mal: coisas obscuras, desorganizadas, inconsistentes, ausentes e desequilibradas. É nesse espírito que os textos tradicionais falam sobre os planetas em boas ou más condições, ou estão fortes ou fracos. Então, quando examinamos um mapa, olhamos para ver se os planetas estão em boa ou má condição funcional. Isso nos ajuda a saber se as pessoas e os eventos que eles indicam são consistentes, suaves e úteis, ou indisciplinados, cheios de extremos, e assim por diante.

A tabela a seguir dá uma ideia geral do que essas categorias típicas significam em termos de funcionamento planetário. Não se preocupe se ainda não entender todos esses termos, vou apresentá-los mais tarde.

Algumas condições planetárias

A ideia é que cada planeta está tentando fazer o que é bom: está tentando governar uma casa, se destacar e ser proeminente, ter um senso de propriedade e competência, avançar com sua agenda e assim por diante. Mas se está em uma situação funcionalmente ruim, de alguma forma isso é dificultado. Muitas vezes, os posicionamentos funcionalmente ruins também resultam em eventos convencionalmente ruins (ou impedem bons eventos). Mas vou guardar isso para mais tarde. Meu ponto de vista é que essas condições planetárias refletem os assuntos reais na vida. Na vida, contamos isso como "bom" quando nos sentimos competentes, visíveis, honrados e podemos avançar; mas contamos como "mau" se sentimos que a vida tem algo errado, quando os nossos corpos estão doentes, somos desconhecidos e ignorados, são fracos ou incompetentes, inseguros e não podemos nos comunicar como queremos. Essas condições funcionais dos planetas devem refletir isso. Devemos agradecer este vocabulário, porque nos ajuda a entender nosso mapa e nossas vidas com mais precisão!

É em parte por esses tipos de idéias que consideramos a noção de planetas benéficos e maléficos. Os planetas benéficos são aqueles cujas naturezas normalmente mostram paciência, gentileza, utilidade, equilíbrio, crescimento, diversão e coisas fáceis. Os planetas maléficos tendem a extremos e coisas funcionalmente difíceis: obstáculos, presunção, desequilíbrio ou extremos, encargos, coisas mais graves, ameaças. Claro que essas características são muito gerais e abstratas: um planeta maléfico em boas condições pode ser muito bom, mostrar habilidades de liderança e autoridade; um planeta benéfico em condições ruins pode ser preguiçoso, errático, inculto, e assim por diante. O objetivo é que esse vocabulário nos ajuda a vincular as condições do mapa às condições de vida.

Planetas benéficos e maléficos

2. Valores morais e as casas

Outro uso importante de valores se aplica às casas. Os significados básicos das casas tipicamente descrevem o que chamarei de valores morais "convencionais": pessoas e experiências que têm bondade ou maldade moral normal e que contribuem para uma vida convencionalmente feliz ou infeliz.

Dê uma olhada na figura abaixo, que dá significados tradicionais comuns. Se começarmos na primeira casa e nos movendo no sentido anti-horário, vemos uma série de coisas que normalmente consideramos moralmente boas e benéficas: saúde e vida, bens, família, prazer, relacionamentos, espiritualidade, reputação e carreira e amigos. Mas também vemos várias casas que contêm coisas convencionalmente "ruins" ou prejudiciais: escravidão e doença, controvérsias ou contenções, morte, medo, inimigos, tristeza. Várias dessas casas estão "adversas" ao Ascendente.

Significado básico das casas

Se olharmos para as casas dessa maneira, especialmente se considerarmos os planetas nelas e governando, e as condições planetárias, estamos realmente analisando os resultados esperados de forma normal para uma vida feliz ou infeliz. Existem planetas maléficos na quinta casa, ou o senhor da quinta casa está em condições precárias? Isso pode refletir situações difíceis com os filhos - o que normalmente chamaríamos de ruim. Existe um benéfico na décima primeira, em boas condições? Isso indicaria situações convencionalmente favoráveis ​​para amizades: amizades duradouras, amizade com pessoas boas e assim por diante.

Esta abordagem é bem possível de nos ajudar a entender o que está acontecendo nas experiências normais das pessoas. Não aplicamos técnicas de previsão, e não examinamos estratégias de aconselhamento para lidar com dificuldades. Mas antes que possamos fazer isso, devemos poder nos conectar com as pessoas sobre o que eles normalmente experimentam como bons ou ruins. Muitos astrólogos modernos tentam evitar falar sobre coisas ruins em particular (seja funcionalmente ruim ou moralmente mau). Mas muitas vezes observei que os clientes - e os astrólogos na vida cotidiana - apreciam a honestidade sobre esses bens ou males convencionais. Muitas vezes, os clientes já sabem o que está dando errado, e eles serão melhor atendidos quando reconhecemos isso de forma astrológica.


Benjamin Dykes, in Traditional Astrology for Today - An Introduction, Cazimi Press, Minneapolis, Minessota, EUA, 2011. Capítulo 4. Tradução de Claudio Fagundes.

O livro está à venda aqui:
https://www.amazon.com/Traditional-Astrology-Today-Benjamin-Dykes/dp/1934586226/ref=sr_1_4?ie=UTF8&qid=1497110339&sr=8-4&keywords=benjamin+dykes