"O homem iluminado e sábio transcende sua carta porque percebe que ele é mais do que ela, que seu verdadeiro EU não está lá contido. Já a vida de nosso corpo e os acidentes que nos ocorrem são totalmente regidos pela carta natal. Isto leva a uma divisão mental: de um lado sabemos que estamos vivendo na matéria e sujeitos a suas leis, à dor, à queda, às privações, à necessidade de abrigo e alimento, até o final da duração de nossa vida corpórea, mas ao mesmo tempo outra parte de nós é livre e vive nos céus.
Estar encarnado supõe adversidade e tormentos fisicos e psicológicos. A Iluminação consiste em não se acorrentar ao que ocorre, sejam sofrimentos ou glórias: tudo isso ocorre a nós enquanto corporificados neste mundo da Necessidade e da Ignorância, mas o que nos ocorre não tem poder sobre o que somos nós.
Os acontecimentos ou acidentes tocam apenas a parte material onde estamos circunscritos. O ser iluminado observa os acidentes da carta e sabe que há algo em si intocável.
Enquanto tudo se passa em nossa vida, gloria, poder, derrocada, perda, sofrimento, a alma universal da qual somos parte, paira como Deus sobre as águas."
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, São Paulo, 2011, p. 16.
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