Em muitos livros, a cada casa geralmente se atribui um campo de experiência que descreve uma certa disposição de circunstâncias na vida de uma pessoa. Por exemplo, um significado tradicional da 4ª Casa é "o lar", da 9ª Casa é "viagens longas" e uma das áreas cobertas pela 12ª Casa são as "instituições". Os textos nos dizem que se queremos saber como é a vida de uma pessoa em seu lar, temos de examinar a 4ª Casa desta pessoa. Se queremos saber o que vai acontecer a uma pessoa numa viagem longa precisamos analisar a 9ª Casa e se quisermos descobrir como uma pessoa vai passar em hospitais ou prisões temos de considerar os posicionamentos na 12ª Casa. Embora muitas vezes correta, esta maneira de interpretar as casas é simplória, aborrecida e não ajuda em nada. No Capítulo 1, enfatizei que o significado primordial de uma casa tem de ser compreendido — o significado mais profundo do qual saltam todas as inumeráveis associações e possibilidades ligadas a esta casa. A referência à 4ª Casa como casa "do lar" tem uma razão e esta razão deve ser entendida. A 9ª Casa é associada a "grandes viagens" porque o fato de viajar é um dos processos mais comuns associados à vivência da 9ª Casa. "Hospitais e prisões" marcam pouco a superfície da 12ª Casa. Na Segunda Parte deste livro quebraremos a casca de cada casa para erradicar todas as suas mentiras e "atingir" a semente carnuda e arquetipal.
Planetas e signos numa casa revelam bem mais do que "o que nos aguarda lá fora". Posicionamentos numa casa descrevem uma paisagem interior — as imagens inatas que carregamos e que são então "projetadas" nesta esfera. Nós filtramos o que está acontecendo no exterior através das lentes subjetivas do(s) signo(s) ou planeta(s) numa casa. Se Plutão está na 4ª Casa, mesmo que alguém faça algo "bacana" para nós em nosso lar isto pode ser sentido como perigoso, clandestino e ameaçador. Porém, o mais importante é que os signos e planetas nas casas sugerem a melhor maneira e a forma mais natural pela qual "deveríamos" conhecer esta área da vida a fim de desdobrar e realizar nossas potencialidades inerentes. Como escreve Dane Rudhyar, "cada casa de nosso mapa simboliza um aspecto especial de (nosso) dharma".
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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.
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