Com relação ao primeiro e mais importante fato, ou seja, a fração da hora do nascimento, uma dificuldade normalmente surge; pois, em geral, somente a observação através de astrolábios horoscópicos no momento do nascimento pode, para observadores científicos, dar o minuto exato, enquanto que praticamente todos os outros instrumentos horoscópicos com os quais a maioria dos praticantes mais cuidadosos contam são, com frequência, passíveis de erro; os instrumentos solares, pela mudança ocasional de suas posições ou da inclinação de seu ponteiro; os relógios de água, por paradas e irregularidades no fluxo, por diferentes causas e por mero acaso.
Seria, então, necessário, que em primeiro lugar se desse um relato de como se pode, por raciocínio natural e consistente, descobrir o grau do zodíaco que esteja ascendendo, dado o grau da hora conhecida mais próxima do evento, o que se descobre pelo método das ascensões.
Devemos, então, tomar a sizígia mais recente anterior ao nascimento, seja ela uma Lua Nova ou Cheia; e, da mesma forma, tendo determinado precisamente o grau dos luminares, caso a Lua seja Nova, ou o grau do luminar que estiver acima da Terra, caso a Lua seja Cheia, observar quais estrelas o regem no momento do nascimento.
Em geral, o modo do domínio é considerado como caindo em uma destas cinco formas: triplicidade, domicílio, exaltação, termo e fase ou aspecto; ou seja, se o ponto zodiacal em questão está relacionado em um, ou diversos, ou todos os modos, com a estrela que seja a regente.
Se, então, descobrimos que uma estrela é familiar com o grau em todos ou na maioria destes aspectos, qualquer grau, determinado por observação precisa, que esta estrela esteja ocupando no signo pelo qual esteja passando, devemos julgar que o grau correspondente está ascendendo no momento da natividade no signo que esteja mais próximo, pelo método das ascensões. Mas se descobrirmos dois ou mais co-regentes, devemos utilizar o número de graus apresentado por qualquer um deles que esteja, no momento do nascimento, passando pelo grau que esteja mais perto do que esteja ascendendo, de acordo com o método de ascensões. No entanto, se dois ou mais estiverem próximos no número de graus, devemos seguir aquele que for mais proximamente relacionado com os centros e o séqüito. Se, no entanto, a distância do grau ocupado pelo regente até o grau do horóscopo geral for maior do que sua distância até o meio-céu correspondente, devemos utilizar o mesmo número para constituir o nível médio e portanto estabelecer os outros ângulos.
Do Tetrabiblos, Livro 2.
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