segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Existência do Self e Destino, por Dane Rudhyar




Diz-se que no portal do templo de Delfos, na Grécia antiga, podiam-se ver inscritas as seguintes palavras: CONHEÇA-SE A SI MESMO. Realmente estas palavras eram a verdadeira nota fundamental de uma era e uma civilização que, pela primeira vez na história humana, procurou elevar o foco da consciência do homem ao nível intelectual. O grande problema vital para a civilização grega — e para a maior parte da cultura europeia que se desdobrou a partir da semente plantada pelos gregos — foi a questão do conhecimento: a natureza, as limitações e a extensão do conhecimento. Isto levou a um estudo do processo de desenvolvimento da esfera consciente e racional do ego; então, por reação complementar, com o cristianismo, levou ao desenvolvimento de um sistema de ética devocional — que por sua vez modificou-se para um sistema de ética racional.

Afirmamos que um novo problema vital, básico, está desafiando o "Novo Mundo" do Ocidente — com o que queremos aludir não apenas às raças que vivem no continente americano, mas a todos os homens dispostos a emergir dos padrões típicos do europeísmo clássico para um novo campo de existência. Acreditamos que o continente americano seta o símbolo desse novo domínio de existência, mas não o habitat exclusivo dos homens que nele nasçam. O novo problema vital para tais pessoas — individualmente — e para o continente americano — num sentido planetário — é o problema da cornpletação. E assim presenteamos os futuros construtores do templo dos "mistérios" americano com uma palavra-chave, que não é nova em si, é claro, mas nova como ponto focal para a consciência coletiva: COMPLETE-SE A SI MESMO.

Conhecimento e completação: duas palavras de tremenda importância, quando usadas como termos focais para civilizações inteiras! Num sentido, ao menos, elas podem ser vistas como correspondendo respectivamente a duas outras palavras poderosas: espaço e tempo. Conhecimento é espacial em sua essência, porque deriva do estabelecimento de relações de extensão contraste. Conhecimento intelectual baseia-se em análise e objetividade, no isolamento de fatores e elementos estudados, separados do todo a que pertencem e do qual tiveram de ser removidos por questões analíticas, experimentais ou até mesmo estéticas.

Por outro lado, a completação é cíclica e temporal — holística — em sua essência. E um processo que se desdobra no próprio núcleo do tempo e é condicionado pelas leis gerais da evolução cíclica. Não é analítica ou ética, nem mesmo racional ou predominantemente consciente. Não pode ser esquematizada por fórmulas exatas. Não pode ser definida corretamente para adaptar-se a todos os casos particulares ou individuais, mesmo seguindo um ritmo bem definível, com clímaces e fases de mutação computáveis. Além disso, esse processo de completação não lida com as partes de um organismo ou com os elementos de uma situação como fatores que possam ser separados. Não pode haver completação isolada de uma parte. Isto só pode ser uma consumação relativa ou ilusória.

Mas como cada parte é um todo, tal como cada todo pode ser considerado um parte de algum todo maior, existem momentos relativos de completação: "transições de vida" durante as quais a totalidade opera no interior de qualquer todo completado. Depois que isso acontece, esse todo percebe-se a si mesmo como parte de um todo maior — e o tempo e seus ciclos de completação continuam, sempre e cada vez mais. Mas cada completação, apesar de podermos analisá-la espacial e intelectualmente como puramente relativa — em termos de algum todo maior —, é, apesar de tudo, um absoluto. É absoluta à medida que a totalidade está operando absolutamente através do todo completado, pequeno ou grande. De fato, pequenez ou grandeza são valorações espaciais, de "conhecimento". Em termos de completação, cada todo completado na verdade é Deus real e absolutamente. Esta é a percepção muitas vezes simbolizada pelo termo agora eterno. Podemos chamá-la de percepção mística. O nome que receba importa pouco. Uma completação experimentada não tem necessidade de definição intelectual. Trata-se de uma experiência subjetiva totalizante, e ela é "um-com" o momento dentro do qual ocorre. Um momento como este é o que antes chamamos de momento-seminal — que o teósofo moderno expressa (e materializa) num sentido planetário como Manu-Seminal.

Já colocamos estas ideias nos capítulos "Astrologia ante o pensamento moderno" e "O individual, o coletivo e o criativo" etc. Mas foi necessário reformulá-las de um modo um tanto diferente, pois este dualismo fundamental de conhecimento e completação, de espaço e tempo, é a chave para a distinção mais importante que encontramos quando consideramos a aplicabilidade e a utilidade da astrologia. Por um lado, temos aquilo que é chamado de carta natal radical, que nos dá o padrão simbólico, ou hieróglifo, do ser como indivíduo — uma figura espacial. Por outro lado, temos as chamadas progressões ou direções, que visam determinar o desdobramento do ser individual durante o momento de sua vida terrena — um elemento temporal.

O estado confuso em que se encontra a teoria, e daí a prática astrológica de hoje, deve-se em grande parte à frequente falta de entendimento do relacionamento entre esses dois campos de determinação astrológica: espacial e temporal. Além disso, sistema após sistema de progressões ou direções é proposto — cada um obviamente mais satisfatório em muitos casos, muito insatisfatório em tantos outros. Muito dificilmente se faz uma tentativa de dar uma interpretação coerente, filosófica, do que "progressões" de fato significam e por que elas funcionam — quando funcionam. Este capítulo e o seguinte estarão devotados à sugestão de urna interpretação desse tipo, na esperança de ao menos elucidar vários pontos básicos e oferecer soluções para problemas que causam confusão.

A carta de nascimento (ou carta natal) de um indivíduo, indicando o padrão formado por corpos celestes circundando a Terra, com referência a horizonte e meridiano e em termos de longitudes zodiacais, é também chamada de mapa radical, sendo considerado como o fator raiz em toda interpretação astrológica. O termo raiz é um tanto incorreto, e semente seria uma palavra muito melhor, pois é na semente e não na raiz que está focalizada a "forma arquetípica" da futura planta. Mas essa distinção é puramente filosófica, sem nenhum peso prático nos assuntos que estamos considerando agora.

Uma carta de nascimento é a representação macrocósmica simbólica da plenitude potencial do microcosmo aperfeiçoado. Ela é a "planta" do homem realizado. Portanto, não passa de uma série de potencialidades, e delimita, por extensão, tudo o que poderia ser encontrado em potencial no homem aperfeiçoado. Por referir-se apenas à potencialidade, é inteiramente abstrata. Por ser uma representação formada por fatores macrocósmicos (planetas, horizonte etc.), é puramente simbólica. Não indica nada factual, nada concreto, nada rigorosamente "destinado". Delineia aquilo que seria se a personalidade amadurecesse à semelhança total do arquétipo, se a realidade condissesse corretamente com a potencialidade. Não há um único evento preciso na vida de um homem a ser encontrado como tal em sua carta de nascimento. O que se pode procurar são tipos mais ou menos delimitados de finalidades potenciais, com graus variáveis de "atualizabilidade" em certas épocas mais, ou menos, precisas da sua vida.

Em outras palavras, a carta de nascimento é urna série de fatores espaciais que determinam a estrutura arquetípica, ou forma, do homem todo — se ele vier a ser inteiro. Nada pode indicar absolutamente se um homem virá a se tornar inteiro ou se permanecerá, é o caso da maioria, como um esboço vago, com contornos mal definidos, absorvido em sua maior parte pela origem racial coletiva. No entanto, da carta como um todo muitas vezes surge um significado imponderável, que fornece aos astrólogos de percepção holística (ou com dons "psíquicos" herdados) uma chave quanto à posição última do nativo no final de sua vida; em outras palavras, quanto de sua vida será um sucesso e quanto será um fracasso. Mas fracasso e sucesso significam apenas isto: se o desempenho real de vida foi fiel ao "núcleo" da existência do self individual e do destino, ou se, em termos de filosofia hindu, o homem completou seu darnra ou não.

Self e destino. Estes dois termos podem se referir respectivamente à carta radical e às progressões que dela derivam, também podem se referir a espaço e tempo, conhecimento e completação. O self deve ser conhecido, o destino deve ser completado. Abstratamente, ambos são idênticos em forma. Mas a vida de um homem pode ser mera caricatura do seu destino, ou mero esboço com contornos imprecisos. Destino, do modo como entendemos o termo, não leva nenhum significado de determinismo absoluto e factual. E uma escala de desdobramento com o propósito de manifestar concretamente a planta que a condição de self representa. Já enfatizamos este ponto, mas ele precisa se reenfatizado. Existência individual como self é uma série de potencialidades; no máximo um pequeno modelo que o arquiteto faz do edifício acabado. Mas enquanto o arquiteto desenha o projeto e determina a escala de operações e fornecimento dos materiais da construção, não pode prever se um terremoto, uma guerra, uma greve ou qualquer fator coletivo desse tipo, que transcende tanto o arquiteto como o plano, virá a perturbar a escala. Mas se o edifício é concluído, ele deverá ser uma incorporação real dos planos — a não ser que ocorra uma tragédia espiritual, tal como a morte do arquiteto.

O self é um fator espacial. Abstratamente refere-se ao espaço interno de existência pura, um fator de relacionamento puro contendo tantas "dimensões de espaço" quantos os elementos relacionados. Concretamente refere-se à estrutura externa do corpo — quer dizer, essencialmente, ao esqueleto (o fator Saturno) e à aparência individual (o Ascendente). Sendo um fator-espaço, o self é suscetível de ser conhecido através da análise da forma e de uma síntese que libere significado. É o fator-seminal do ser manifestado. A mónada — a unidade de energia, ou vida — é o poder raiz. Destino é a escala de crescimento da planta É o processo através do qual o self é manifestado. Portanto ele é condicionado primeiramente pela forma do self (forma-semente, a carta natal), mas também, secundariamente, pela natureza do ambiente social e cósmico no qual se dá o crescimento.

Em outras palavras, enquanto o destino é essencialmente a escala individual de crescimento, também está sujeito a modificações não determinadas pelo indivíduo (sua forma ou seu passado), mas que são os resultados do destino do todo maior (raça, planeta, cosmos) do qual o indivíduo é parte. O relacionamento interno básico deste todo maior com o indivíduo é indicado por vários fatores na carta de nascimento do indivíduo, mas a pressão externa transitória da coletividade sobre o indivíduo é um outro fator pertencente à evolução (não ao ser) do todo maior. Isto é visto naquilo que a astrologia chama trânsitos.

O destino é a existência como self no devir. A completação é o conhecimento demonstrado e operacionalizado através da totalidade do organismo fisiológico e psicológico de quem conhece. Portanto, a completação depende do conhecimento. A plenitude da completação está em função da profundidade e da extensão do conhecimento. Portanto, o conhecimento representa simbolicamente o Leste; a completação representa o Oeste. Todo o conhecimento vem do Leste, mas a completação ocorre no Oeste. Isto é assim não só em termos simbólicos e astrológicos, mas também concretamente. Em toda unidade de civilização, o conhecimento surge no Leste e a completação é alcançada no Oeste. A Índia foi a fonte do conhecimento, que foi completado no mundo a Leste do Mediterrâneo. O conhecimento grego, por sua vez, foi completado na integração francesa. O conhecimento europeu está sendo completado na América. O conhecimento do Atlântico atinge a completação no Pacífico. Tudo o que é necessário para formar este quadro é acrescentar que o poder espiritual e regenerador vem do Norte e toma forma como religião no Sul, como fica demonstrado no fato de todas as civilizações enfraquecidas até agora terem sido superadas e regeneradas pelas invasões dos "bárbaros" (homens regeneradores que constituem uma força genuína, sem consciência formada) do Norte — na Índia, na Europa, no México. Além disso, as religiões mais estabilizadas encontram seu centro permanente no Sul e se propagam para o Norte: veja o budismo espalhando-se da Índia para a China e o Japão; o catolicismo estabelecendo-se em Roma; o islamismo movendo-se da Arábia para a Pérsia, o Norte da Índia, a Espanha etc.

Logo, o que foi dito acima pode explicar a razão pela qual consideramos as cartas natais como o símbolo de conhecimento e poder (self do indivíduo, enquanto as progressões se referem à completação, à re-ligião (etimologicamente, aquilo que re-liga) da sua vida. Interpretar a carta natal é relativamente (muito relativamente!) simples, porque nela estamos lidando com uma estrutura contida em si mesma. Certos fatores da carta referem-se verdadeiramente ao mundo exterior, à herança e ao ambiente coletivos, mas essa referência sempre deve ser considerada em termos da pessoa individual. O que se mostra não é o estado do ambiente coletivo (como nos trânsitos e revoluções solares) pressionando a pessoa individual, mas o conhecimento e poder de adaptação desse indivíduo ao coletivo presente em seu ser total.

Em outras palavras, tudo que se encontra no mapa natal ou radical se refere ao ser total do indivíduo, isto é, à soma total das potencialidades que seu ser contém. E podemos aqui acrescentar que essas potencialidades, enquanto delimitadas quanto d sua estrutura, são praticamente infinitas quanto d profundidade de suas conexões. Equivale dizer: a forma de meu ser — meu self individual — é básica; e aqui mudança ou desenvolvimento significa apenas uma aproximação cada vez maior do "corpo" (ou dos corpos) externo à forma-seminal arquetípica, que é imutável durante todo um ciclo planetário. Mas os conteúdos de meu ser — a soma das conexões que estabeleci com o universo, -o total de minhas assimilações — são relativamente ilimitados. Os limites são traçados apenas pelo fato de a pessoa humana, sendo parte do todo maior que chamamos Indivíduo planetário, ser condicionada pelo desenvolvimento harmonioso desse Indivíduo planetário. Isto refere-se ao que o ocultista chama de "círculo-limite".

Em termos científicos, poderíamos dizer que, como o número de células cerebrais e nervosas não é infinito, a soma total de suas conexões e correlações possíveis não é infinita. Mas o homem comum de hoje opera relativamente tão poucas dessas conexões possíveis, que as possibilidades de expansão dos conteúdos de seu ser são praticamente ilimitadas — apesar de a forma de seu self individual permanecer um fator constante. De modo semelhante, o esqueleto é um fator quase constante na raça humana, aproximando-se cada vez mais, por progressão muito lenta e cíclica (que inclui períodos de retrocesso), daquilo que chamaríamos de Forma Arquetfpica do Homem. Mas o homem pode mudar os conteúdos do seu corpo comendo um ou outro tipo de comida (dentro dos limites daquilo que a Terra produz), comendo demais ou de menos etc.

Por outro lado, em "progressões", estamos lidando com uma proposicão muito complexa, porque lidamos com o processo da vida em si. E isso significa mudança perpétua e, portanto, ao menos teoricamente, imprevisibilidade. O processo vital é o fluxo constante do nascimento, da completação e da quebra do relacionamento, e nunca pode ser absoluta e precisamente esquematizado. Ele contém, necessária e inevitavelmente, um coeficiente de indeterminância, que em simbolismo numérico é o valor fração pelo qual Pi (3,14159 ...) é maior do que 3, e no simbolismo terrestre astrológico o valor da fração 365 (ou 366 1/4) dividido por 360.

Self e relacionamento são duas polaridades de ser, correspondendo, no simbolismo astrológico, aos horizontes Leste e Oeste. O primeiro constitui a forma de ser; o segundo refere-se aos conteúdos do "corpo" manifestado do ser — em todos os níveis. O self per se é imutável (durante um ciclo do Todo maior no qual ele ocorre). .O relacionamento está num estado constante de fluxo, e é fundamentalmente imprevisível à luz do self, que é um dos múltiplos fatores que constituem essa torrente de relações. O mundo oriental enfatizou o elemento da existência do self; o mundo ocidental, o do relacionamento — duas concepções opostas, que nunca poderão conciliar-se racionalmente, apesar de poderem ser integradas no comportamento criativo da personalidade.

Este fato constitui o princípio geral de indeterminância, que amplia o princípio especial de indeterminância de Heisenberg, afirmando que nunca se pode determinar precisamente, ao mesmo tempo, a localização e a velocidade de uma partícula subatômica. Localização, aqui, simboliza o self; velocidade significa o processo: espaço e tempo, mais uma vez. Em astrologia, também precisamos nos concentrar ou na determinação do self ou em prognósticos. Cada fator requer um tipo especial de ênfase e um tipo especial de astrólogo.

Mapa de nascimento e progressões relativamente não-mapeáveis. Ao menos em certa medida precisamos escolher nossa polarização e a categoria à qual pertencemos. A pessoa altamente individualizada normalmente terá mais facilidade para a caracterização do self através do simbolismo natal, enquanto a pessoa muito influenciada por fatores coletivos e raciais, sendo deles uma expressão, sentir-se-á naturalmente mais atraída por prognósticos e terá mais sucesso com eles, com a "astrologia horária" e a previsão do futuro. É claro que esses dois pontos de vista podem ser integrados numa personalidade altamente dotada, mas sempre será definida uma ênfase num ou no outro. Com relação a isso, a situação é parecida com o que se refere à extroversão e à introversão psicológica. Sempre há urna tônica num modo ou noutro, mas a delimitação da natureza dessa tônica às vezes é dificultada porque "em cada tipo enfatizado existe uma tendência especifica em direção d compensação para a unilateralidade de seu tipo", uma tendência biologicamente eficiente, já que é um esforço constante para a manutenção do equilíbrio psíquico.

O mesmo é verdadeiro quanto à precisão da resposta real de uma pessoa às indicações contidas em seu mapa natal ou no cálculo de progressões e trânsitos. Algumas vidas serão mapeadas com muita precisão, pelas implicações encontradas na carta de nascimento naquelas "direções", que apenas espalham a estrutura da carta natal no tempo. Outras parecerão precisamente governadas por trânsitos, "progressões' secundárias", revoluções solares, e parecerão não se "encaixar" muito adequadamente com a interpretação de um mapa natal.

A conclusão natural seria que pessoas introvertidas e altamente individualizadas vivem fiéis a seus mapas de nascimento e não tanto às suas progressões; enquanto o oposto se aplica a pessoas extrovertidas e coletivamente influenciadas. Mas isso não é sempre assim. Pois uma pessoa fortemente introvertida, em virtude de sua falta de facilidade de viver em sociedade, pode estar à mercê da sociedade — irremediavelmente condicionada externamente pelas solicitações feitas por outros, quanto mais ele, ou ela, se recolhe e tenta ser estritamente um "indivíduo". Por outro lado, um extrovertido típico pode ser inconscientemente puxado em direção a assuntos "espirituais", para compensar sua extroversão, e ele, ou ela, pode ser totalmente impotente e compelido por tudo que ocorre em seu self interno e em suas tentativas de ser "individual" e "diferente". Por isso, os trânsitos muitas vezes são cruéis para os introvertidos e as direções "primárias" ou "radicais", terríveis para os extrovertidos. O problema é tão complexo quanto o é a vida. Não ver por que isto deva ser assim e depreciar a astrologia porque isto é assim, são sintomas de um julgamento pobre e de uma falta total de compreensão da natureza e do funcionamento da astrologia.

Para compreender completamente a maneira pela qual a interpretação astrológica pode ser construída a partir dos vários elementos fornecidos pelo mecanismo do simbolismo astrológico, precisaremos seguir um percurso que a princípio não é facilmente seguido, mas parece ser a única maneira de levar os fatores conflitantes de posições radicais, progressões, direções e trânsitos a algum tipo de quadro integrado. Portanto, se o leitor suportar e nos seguir no labirinto de conceitos geralmente não relacionados, poderemos ser capazes de apresentar à sua mente uma visão do mecanismo total de uma carta de nascimento de suas consequências, em espaço e tempo — uma visão que indubitavelmente não é fácil de manter em mente, mas que, se consultada consistente e constantemente, colocará ordem e significado onde, presumivelmente, antes havia apenas caos ou coisas vagas.

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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar.




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