sexta-feira, 27 de maio de 2016

Aspectos Plutão — Sol, por Puiggros


Em todos os aspectos entre esses dois planetas, encontra-se implicado o princípio de poder, que se faz sentir no plano pessoal e que se manifesta das maneiras mais variadas. Todos os símbolos de autoridade, particularmente o do pai, entram nessa relação.

O uso controlado desse poder desenvolve a autoconfiança, fator que confere ao indivíduo valor e força interior; ele tem capacidade de liderança e geralmente assume essa responsabilidade. Seguro de suas metas, esse indivíduo sabe o que quer e busca seu objetivo com convicção, talvez de forma indireta e pouco manifesta, mas com uma sutil agressividade.

As opiniões dos outros e os acontecimentos ou circunstâncias externas o afetam pouco, ou nada, em termos de sua realidade mais íntima.

Sereno e imperturbável, sua calma interna prevalece em qualquer circunstância.

Não se modifica facilmente e, caso sofra uma forte pressão, na maioria das vezes simplesmente se imobiliza.

Apresenta instinto de lutador e seu forte desejo de progresso se conjuga com uma apreciável habilidade para eliminar antigos padrões de comportamento passíveis de retardar esse progresso.

Deseja o poder e a autoridade, mas também o reconhecimento de seus contemporâneos.

Dotado não somente de magnetismo pessoal, intuição e habilidade criativa, como também de ambição, determinação, espírito aventureiro e paixão pelo perigo, esse indivíduo manifesta a urgente necessidade de remodelar-se, de regenerar-se. Está em constante processo de transformação pessoal. Dirige-se, na maioria das vezes de forma inconsciente, para um objetivo que, embora nada tenha de claro, fatalmente o atrai de modo obsessivo.

Vontade poderosa, sentimentos intensos e um halo de segredo no que se refere às suas motivações e a seus desejos, os quais, caso não tenha feito um profundo exame de si mesmo, o indivíduo não sabe definir.

O misterioso o atrai e ele experimenta curiosas conexões e "coincidências" com pessoas e circunstâncias; ainda que não revelem uma explicação racional aparente, essas conexões e coincidências são captadas e de certa maneira compreendidas pelo indivíduo, já que se amoldam perfeitamente a seu padrão de comportamento.

Passa periodicamente por fortes crises de identidade, que se manifestam em mudanças radicais do conceito que faz de si mesmo e da forma como age. Essa pessoa se vê forçada a fazer essas mudanças, intui que deve efetuá-las ou, pelo menos, sente a necessidade imperiosa de levá-las a efeito; em contrapartida, as pessoas que a rodeiam são incapazes até mesmo de tecer conjecturas acerca de alguma das razões ocultas dessas modificações, fato que provoca situações de grande tensão, quando não de ruptura absoluta.

Com o aspecto Plutão — Sol, essa pessoa se encontra basicamente voltada para sua própria transformação e para a expressão adequada do princípio de poder; ela está aprendendo que o poder real sempre provém do interior e que as táticas autoritárias e dominadoras não são, de modo geral, as mais apropriadas.

Deve compreender que a autoridade que busca conseguir depende do autodomínio e não do domínio sobre os outros.

Mal expressa, essa energia torna o indivíduo arrogante e rude, desprovido de qualquer tipo de consideração para com os outros. O excesso de autoconfiança o conduz ao egocentrismo e ao egoísmo, criando nele a tendência ao histrionismo, ao exibicionismo e ao perfeccionismo. Temperamento violento, arrogância, irritabilidade e sobrestimação de suas forças.

Contudo, é possível que tais manifestações não passem de uma fachada que oculta um profundo complexo de inferioridade.

Em outra ordem de coisas, se o aspecto é conflituoso, especialmente a quadratura, essa pessoa apresenta grandes dificuldades e problemas em relação à figura do pai, coisa que, no caso de temas femininos, se estende também aos outros homens.

Pai autoritário e rude. Falta de comunicação e de amor, sentimento de ver-se privado dessa figura de autoridade, ressentimento e separação psicológica, quando não a própria perda física do pai. Isso gera cicatrizes psicológicas profundas, que dificultam muito o estabelecimento de uma clara identidade pessoal.

No caso da oposição, há uma tendência a projetar esse problema nas relações com o companheiro e/ou a manifestar-se de forma tirânica e despótica, possessiva e dominadora. Ou, pelo contrário, a pessoa sofre todas essas manifestações da parte do companheiro. De qualquer modo, esse aspecto é absorvente e um dos dois —ou ambos — se consome em favor do outro. Desilusões e congestões emocionais. Possessividade, ciúme e solicitações excessivas e pouco racionais, frequentemente inconscientes, dirigidas às pessoas a quem o indivíduo está intimamente ligado.

O antídoto para essa situação parece ser o progresso pessoal e a prática da objetividade e da generosidade.

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