Primeiramente, ele está, num dado momento, atravessando parte do tríplice Processo Retrógrado. Ele está:
- saltando à frente de si mesmo, tentando viver o futuro agora;
- no processo de viver o futuro experimentando sentimentos como se já tivesse estado lá;
- repetindo mentalmente a primeira fase e, assim, revivendo, realmente, a expectativa de um futuro que já aconteceu.
Quando o indivíduo está na Fase I (saltando à frente de si mesmo para tentar viver o futuro agora) lhe é quase impossível usar o planeta Retrógrado negativamente, pois está tentando usar toda a sua energia para se impulsionar para a frente. Desta maneira, durante esta Fase ele irradia exteriormente, para que possa se magnetizar em direção a todas as pessoas e condições que proporcionarão a experiência do futuro.
Durante a Fase II (quando está realmente vivendo a experiência) ele frequentemente não tem consciência da Fase I, onde ele, na realidade, a anteviu; mas experimenta mais sensações de déjà-vu do que os indivíduos com planetas em movimento direto. Em outras palavras, ele tem a sensação de saber que já viveu isto antes, mas não sabe exatamente como, quando ou por quê. É esta ambivalência que cria uma vibração cruzada onde ele está atuando negativa e positivamente ao mesmo tempo. Parte dele está irradiando positivamente seu desejo de completar a experiência, enquanto a outra parte está negativamente procurando absorver a compreensão do porquê da experiência parecer repetitiva. Naturalmente, é durante esta fase que o indivíduo é menos compreendido pelos outros.
Finalmente, na Fase III, onde está mentalmente repetindo a expectativa de um futuro que ele já viveu, fica completamente fora de sincronização de tempo com o resto do mundo, pois se esforça para reabsorver os indivíduos e as circunstâncias que o trarão de volta ao seu passado. Nesta fase, ele é mais compreensível, mas também é como se tirasse energia dos outros, pois praticamente não a irradia.
E interessante notar que as Fases I e II — a tentativa de viver no futuro e a vibração cruzada de futuro-passado — são tão íntimas do indivíduo que a Astrologia dificilmente as percebe como características dos Retrógrados. Ao contrário, tem sido sempre a Fase III do Processo Retrógrado (a característica de rever o passado ou demorar-se nele) a que sempre foi a mais visível. Talvez isto aconteça não apenas porque é nesta fase final que o indivíduo gasta a maior parte de seu tempo, mas também reage de uma maneira perceptivelmente diferente da sociedade em geral.
Olá, tudo bem? Eu adoro seu blog, sou astróloga e muitas vezes ele me ajuda a clarear algumas ideias. Eu gostaria de esclarecer uma dúvida, se me permite: não consigo entender essa analogia das fases 1, 2 e 3 com o movimento do planeta. Quero dizer, por exemplo (e peço que me acompanhe em meu raciocínio): eu tenho mercúrio R no meu mapa natal.
ResponderExcluirO movimento de retrogradação tem 3 partes, certo? A parte 1, que é quando o planeta está "voltando" pelos graus da casa/signo; a parte 2, que é quando ele "para", antes de voltar ao movimento direto; e a fase 3, que finalmente quando ele assume movimento direto. Tento relacionar isso com as fases ditas acima e não consigo compreender.
Fico pensando: a fase 1 seria o movimento 1 (em que ele está voltando pela casa) e assim sucessivamente?
Se sim, você não acha que a fase 3 (que na verdade ele está "repassando por onde já passou") está mais "parecida" com o movimento 1, onde ele está de fato "voltando" pela casa, parecendo "mastigar e regurgitar para mastigar de novo" o que já foi vivido?
Penso nisso porque me parece ter uma diferença entre a experiência vivida em movimento direto e movimento retrógrado. Ao meu ver, quando o planeta está retrógrado, ele já viveu aquilo ali e agora está voltando para analisar. O que você pensa sobre isso? Como enxerga? Adorarei poder trocar mais perspectivas com você. Parabéns pelo seu site, ele é fantástico. Um abraço e felicidades!