Todo povo de que já ouvi falar, desde nômades até construtores de impérios (por exemplo, os babilônios, os persas, os árabes, os indianos, os judeus, os chineses, os índios do Alto Xingu, os gregos antigos), teve algum tipo de astrologia.
Este livro não trata dessas astrologias todas. Nenhum livro seria capaz de falar delas com propriedade; nenhum escrito por mim, pelo menos. Vou falar da astrologia ocidental, a que foi praticada na civilização ocidental durante praticamente toda a sua existência (e a única que conheço o suficiente para achar que o leitor possa ganhar alguma coisa prestando atenção no que tenho a dizer).
Ela tem raízes babilônicas e egípcias, foi bastante influenciada pelos gregos, romanos e árabes, mas parece ter nascido (como algo distinto das outras astrologias) no início da era cristã, sofrendo desenvolvimentos e passando por épocas de florescimento e decadência, até o presente.
Ou seja, a história da astrologia ocidental espelha a história do ocidente cristão.
Há diferenças de técnica entre os babilônios e os gregos, entre os gregos e outros gregos, entre os astrólogos antigos e os medievais, entre os medievais dos diversos países, entre estes e os da(s) Renascença(s)... não há dois astrólogos que trabalhem exatamente igual um ao outro, assim como não há dois mecânicos que mexam exatamente da mesma forma em um carro.
Mas parece haver uma continuidade de princípios e da noção do que seja a arte, e mesmo da técnica em linhas gerais. Ou seja, ao longo desses dois milênios, os astrólogos parecem sempre estar falando sobre a mesma coisa e se referindo ao mesmo quadro geral. Além, é claro, de terem a mesma ideia sobre o que o seu oficio oferece ao público.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, pp. 10-1.
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