A característica fundamental desta astrologia: ela é cristã.
Ela tem raízes e influências pré-cristãs, gregas, árabes e outras, mas é orientada pela visão de mundo cristã, assim como a nossa civilização, como eu disse acima.
Isso não quer dizer que astrólogos e estudantes de astrologia tenham que ser cristãos, da mesma forma que é possível viver dentro da civilização ocidental e ser ateu, ou ser praticante de outra religião, ou de nenhuma, como muitas pessoas fazem.
No entanto, o substrato comum a partir do qual a visão de mundo individual é construída é o conjunto dos valores da civilização ocidental, que são, no fundo, cristãos. Num exemplo grosseiro, mesmo a feitiçaria ocidental pressupõe a civilização (e a religião) cristã.
Esse arcabouço cristão está presente nos nossos valores, na base de como organizamos as coisas, e também está presente no simbolismo.
É importante salientar que não é um problema de valores morais, mas de antropologia e de cosmologia: o ocidente tinha uma ideia cristã do ser humano e do mundo, e a astrologia fincou raízes entre nós a partir dessas idéias.
A astrologia não é praticada no vácuo. Ela pressupõe uma visão de mundo, uma Tradição. A astrologia ocidental tradicional é tão cristã quanto a sociedade ocidental tradicional (e a deturpação moderna de uma se reflete na deturpação moderna da outra). O simbolismo astrológico brilha com um sentido muito mais claro quando se entende isso, quando se percebe em que ele se sustenta.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, pp. 11.
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