Eis um problema que deriva diretamente da definição precedente relativa ao destino. Na verdade, a questão é a mesma: Nós somos determinados? Qual é o papel de nosso livre-arbítrio?
Com um mínimo de reflexão, temos que admitir que o ser humano, desde seu nascimento, encontra-se condicionado por fatores que não têm nada a ver com a astrologia: escolhemos nascer brancos, pretos ou amarelos, em uma fazenda, um castelo ou uma habitação popular, de pais ricos ou pobres, intelectuais, funcionários ou comerciantes? E não é tudo: intervêm igualmente a época (período de paz ou guerra), o clima e, acima de tudo, a hereditariedade, a genética, etc.
A astrologia, envolvendo-nos com as condições do céu no momento de nosso nascimento, acrescenta aí um condicionamento suplementar.
Nosso livre-arbítrio consiste justamente em nos elevarmos acima desses condicionamentos, conhecendo-os e conhecendo-nos, para nos libertarmos melhor deles. Aliás, é evidente que a astrologia nos predispõe a uma forma de reação, sem, no entanto, impingi-la a nós. Segundo a tradição, "astra inclinant, non necessitant" (os astros predispõem, mas não determinam). Além disso: "O sábio domina seus astros".
Poder-se-ia concluir que a evolução para um melhor conhecimento de si mesmo e a busca de uma certa sabedoria anulam a noção de fatalidade. E está claro, também, que os indivíduos de personalidade fraca encontram um certo conforto moral em acusar o destino pelos reveses que a vontade ou a reconsideração permitiriam evitar.
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