Dorifória é uma forma particular de aspecto em que um plane-:a (doriforo, o portador da lança) forma para com outro, geralmente o Sol e a Lua, quando são respeitadas por parte de cada um algumas condições de força envolvendo todos os princípios fundamentais da teoria astrológica: dignidade, fase (isto é se está oriental sendo superior ou ocidental sendo inferior), movimento (o movimento rápido tem mais dignidade que o lento), aspecto e posição por casa e sect (haym para os árabes e para os gregos hairesis).
A partir do planeta que se aplica e daquele que recebe a dorifória traçam-se julgamentos sobre os pais, a sorte, as honras e sucesso do nativo. Existem muitas formas de dorifória, mas as mais eficazes são aquelas dos planetas superiores recebendo um trígono de um luminar, estando eles orientais ao Sol e ocidentais à Lua, em locais cardeais ou sucedentes, e ainda tendo dignidades celestiais no signo.
Ptolomeu explica a dorifória como se o Sol e Lua tivessem planetas atendentes, escudeiros, mais ou menos fortes. A dorifória é encontrada em homens heróicos num sentido quase místico, como um César ou um Messias. Neste caso, segundo Ptolomeu, é esperado que os luminares estejam em signos masculinos e angulares, acima da Terra e idealmente que o Sol receba aspectos dos planetas superiores, que devem preferivelmente estar em ângulos e em signos compatíveis, e a Lua dos inferiores, idealmente em ângulos e em signos compatíveis também.
As dorifórias começam a diminuir seu efeito quando um ou ambos luminares aparecem em signos femininos ou em casas sucedentes, assim corno seus atendentes fora de ângulos.
Morin de Villefranche cita diversos casos de dorifória. Ele entende que se um planeta se levantar antes do Sol sem estar combusto e for do mesmo sect ou se puser após a Lua, sendo do mesmo sect que ela, há dorifória. Quanto mais planetas nesta condição mais forte seria a dorifória, ainda mais se a dorifória se fizer com os luminares angulares. Ele chama a este tipo de dorifória por corpo. É um conceito interessante.
Clélia Romano, in Fundamentos da Astrologia Tradicional, Edição do Autor, 2011, p. 65-6. http://www.astrologiahumana.com/
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