As indicações fornecidas pela presença do Meio-do-Céu nas doze Casas natais podem ser resumidas da seguinte maneira:
O Meio-do-Céu situado na I Casa natal aponta geralmente uma indicação muito boa, que permite ao sujeito agir por si mesmo, à vontade, sobre o destino, bem como orientá-lo no sentido desejado. Tal sobreposição pressagia sempre uma ação pessoal que, de uma maneira ou de outra, será útil no futuro; com ela, as oportunidades são grandes. Essa posição é freqüentemente encontrada nos anos em que o sujeito decide a sua carreira ou começa um empreendimento que orienta a sua existência para uma nova direção. Observemos que a diferença entre essa sobreposição e a do Ascendente anual na X Casa natal consiste no seguinte: no segundo caso, o sujeito deverá agir pessoalmente, buscar os meios e as ocasiões, gerar as circunstâncias, ao passo que, se o Meio-do-Céu se encontra na I Casa natal, a sorte o favorecerá mais, ele encontrará ajuda, fundos, proteções etc; em uma palavra, as coisas virão a ele de uma maneira ou de outra. Em suma, trata-se geralmente de um ótimo índice, melhor que o do Ascendente anual na X Casa natal.
É bom lembrar que a Revolução Solar de H. P. Blavatsky correspondente à fundação da Sociedade Teosófica tem esta orientação do Meio-do-Céu.
O Meio-do-Céu anual na II Casa natal prenuncia um ano bem ou mal retribuído, seguindo as boas ou más disposições dessas duas Casas. É o índice de que as finanças desempenham um papel muito importante e devem ser analisadas de modo atento, ainda que a II Casa não contenha nenhum planeta.
O Meio-do-Céu anual na III Casa natal prenuncia uma posição que exige muitos deslocamentos ou que está ligada aos escritos. Se a Revolução Solar é benéfica, essa sobreposição pode conduzir à melhoria da posição social como conseqüência de uma pequena viagem de negócios ou do recebimento, através de carta, de uma proposta importante. Nos temas femininos e nos temas das pessoas sem profissão, essa orientação marca geralmente a situação de dependência em relação ao meio ambiente.
O Meio-do-Céu na IV Casa natal implica sempre as questões relativas às terras, aos pais ou ainda ao lar. Com freqüência, trata-se do índice da concretização de um empreendimento de longa duração. Como a IV é a Casa do final das coisas, essa orientação marca muitas vezes o ano da aposentadoria. Afligida, essa orientação ameaça com a perda da situação, sobretudo se os dois Meio-do-Céu, natal e anual, se encontram em oposição (a 8 ou 9o de aproximação).
O Meio-do-Céu na V Casa natal é geralmente um bom presságio, que pode significar uma posição relacionada com as artes ou com os esportes, um êxito por parte das, ou para as, crianças, ou ainda noivados úteis para a situação (sobretudo nos temas femininos). Da mesma forma, entre as mulheres, essa posição marca freqüentemente o ano em que a atividade incessante e principal é dedicada à criança. Algumas vezes, é indício de uma vida muito mundana. Nos temas dos estudantes, essa orientação relaciona-se com os exames. Mas, se a Revolução Solar está afligida, existe o perigo da destruição de todas as esperanças do nativo (por causa da oposição do Meio-do-Céu à XI Casa natal).
O Meio-do-Céu na VI Casa natal é um indício de posição subordinada aos outros ou dependente dos outros. Se a Revolução Solar pressagia uma doença, trata-se de indício da repercussão da má saúde sobre a posição do sujeito. Se essa orientação é reforçada pela presença de Saturno no Meio-do-Céu, mostra o sujeito mais ou menos escravo de seus negócios, já que estes últimos restringem seu livre-arbítrio e sua liberdade de ação, opondo-se à realização da maioria de seus desejos.
O Meio-do-Céu na VII Casa natal, bem-disposta, esta sobreposição pode significar uma mudança de situação através do casamento, de uma associação ou de um contrato de negócios. Maldisposta, pode provocar as mudanças advindas de divórcio, de uma ruptura de associação ou ainda de um processo. Nos temas femininos, marca freqüentemente a dependência da mulher diante das mudanças que se produzirão nos negócios do marido.
O Meio-do-Céu na VIII Casa natal, bem-disposta, esta sobreposição permite anunciar uma entrada de dinheiro, algumas vezes uma herança ou um ajuste de contas favorável. Maldisposta, leva a temer um falecimento que terá repercussão sobre os negócios, ou aborrecimentos em função de dívidas ou de obrigações financeiras. A questão "das dívidas" desempenha quase sempre um papel bastante importante no decorrer do ano marcado por essa sobreposição.
O Meio-do-Céu na IX Casa natal indica que a posição do sujeito exigirá uma viagem ou que ele influenciará a sua situação. Algumas vezes, essa configuração prenuncia a importância dos negócios do nativo referentes ao estrangeiro ou um êxito proveniente do exterior. Encontrei essa posição do Meio-do-Céu no momento da nomeação de uma pessoa como cônsul, nos temas de escritores no momento da tradução de suas obras para línguas estrangeiras, assim como nos numerosos detidos, em 1940-1944, pelas autoridades de ocupação (neste último caso, essa posição do Meio-do-Céu era geralmente "reforçada" pela presença do Ascendente na XII Casa natal e por fortes dissonâncias planetárias).
Se o Meio-do-Céu da Revolução Solar coincide com a sua posição natal, trata-se, em geral, de uma boa indicação no que diz respeito a profissão, ocupação, fama ou fortuna. Como dissemos acima, a conjunção dos ângulos marca um ano mais ou menos importante.
O Meio-do-Céu na XI Casa natal indica uma situação dependente, pelo menos em parte, dos amigos e das relações. Em geral, trata-se de um indício muito bom da realização de seus projetos e aspirações no decorrer do ano. Algumas vezes, essa configuração leva a viver e a trabalhar mais no futuro que no presente, bem como a sacrificar o imediato por uma causa longínqua.
Por último, o Meio-do-Céu na XII Casa natal prenuncia geralmente um ano de grandes provações na, ou pela, situação social, o perigo de difamação, de escândalo ou de dificuldades para encontrar ou manter um emprego. Os maléficos ou os maus aspectos recebidos pela cúspide desta Casa agravam essas significações. Se o número das boas e das más configurações é quase igual, só é possível interpretar esta sobreposição como indício de que o sujeito está descontente com a sua sorte.
Extraído de VOLGUINE, A: "A Técnica das Revoluções Solares.
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