Com muita freqüência, consideramos o efeito de Plutão de uma forma que me atrevo a qualificar de transcendental, e há razões para assim fazê-lo. Plutão nos confronta com uma realidade que geralmente supera nossa capacidade de reação; contudo, em função disso, cometemos o erro de esquecer que quase todos nós nos movemos num nível de elementaridade básico. A quem nos consulta a respeito de um problema provocado pela ação de Plutão, falamos da "grande oportunidade que se lhe apresenta" e menosprezamos a gravidade de seu problema e o fato de que esse problema não se manifesta necessariamente de forma transcendente, mas, de preferência, de modo comum. Plutão coloca a maior parte de nós num beco sem saída, ou seja, num determinado nível evolutivo - o da maioria de nós -; a pessoa conta com poucas opções para decidir por si mesma; tudo lhe chega já estabelecido e a única solução de que dispõe é agüentar a situação da melhor maneira que puder.
As pessoas que não se orientam para realidades mais transcendentes - realidades que ultrapassam o plano pessoal - e que, em decorrência disso, tentam compreender as ações do destino apreendem sempre a experiência plutoniana como algo maligno, e sua tendência natural é escapar à prova, o que, evidentemente, não está ao seu alcance.
Nesses casos, é praticamente inútil falar de "oportunidade", ainda 'que, filosoficamente, seja correto.
Talvez fosse mais útil avisar, embora seja penoso, de que a tormenta se aproxima.
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