Para os que se propõem aprender Astrologia, é fundamental que os primeiros passos sejam firmes, pois serão eles que traçarão o rumo de estudos futuros. Por isso mesmo, o estudante deve ter uma ideia bem clara da natureza e especificidade do conhecimento que se propôs estudar; deve conhecer a sua História, a sua Filosofia e os seus Princípios.
E por isso fundamental clarificar desde a primeira hora alguns pontos importantes.
Antes do mais, há que reiterar aquilo que deveria ser óbvio: a Astrologia estuda-se. Tem leis, regras e postulados, que a definem enquanto corpo de conhecimento coeso e funcional. Estas regras têm de ser aprendidas pelo estudante, tanto no aspecto teórico como na sua aplicação prática. É um corpo de conhecimentos vasto, rico e sólido, que requer dedicação e tempo para ser devidamente assimilado.
Igualmente importante é saber reconhecer a Astrologia como um campo específico do conhecimento. O seu objecto de estudo é a correlação entre os movimentos celestes e os eventos terrestres. Para alcançar este objectivo dispõe de regras próprias (como já mencionámos), bem como de técnicas e instrumentos que lhe são específicos. E da correcta aplicação destas regras, leis e conceitos que nasce a interpretação astrológica.
O estudante deve conhecer bem estas regras e estas técnicas para saber distinguir o que é e o que não é Astrologia.
Outro conceito a ter em mente é que a Astrologia é autónoma. Não precisa de recorrer a outras áreas, nem para se definir nem para demonstrar funcionalidade. E um conhecimento coeso e auto-suficiente.
Finalmente, importa compreender que a Astrologia tem aplicações práticas. E certo que contém uma estrutura metafísica e filosófica de grande riqueza e profundidade, mas esta não a limita ao campo teórico nem ao domínio exclusivo do simbolismo. É um conhecimento vivo, passível de ser aplicado e testado. Na sua acepção mais vasta, a Astrologia é uma linguagem, uma descrição da realidade. Gera descrições objectivas, aplicáveis às mais diversas áreas de vida e capazes de abarcar todo o tipo de temas, dos mais mundanos aos mais transcendentes.
Helena Avelar e Luis Ribeiro, in Tratado das Esferas - um guia prático da tradição astrológica. Editora Pergaminho. Cascais, Portugal, 2007, pp. 16.
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