Quando falamos no quaternário, temos quatro elementos e quatro triplicidades (quatro "trincas" de signos com o mesmo elemento).
Os signos de fogo são quentes e secos. São signos masculinos, ativos, diurnos. No clima, significam tempo quente e seco, Sol, calor. Não são férteis (variam entre estéreis — Leão — e pouco férteis — Sagitário e Áries). O fogo não se mistura, não conecta — os signos de fogo não significam conexão, comunicação, nem compensação.
Áries é o signo de fogo infantil, ou jovem. Leão é fogo adulto ou maduro. Sagitário é o fogo velho.
Os signos de Terra são femininos, noturnos, frios e secos. Significam frio mas sem chuva. Também não são férteis (Virgem é um dos três signo; completamente estéreis do Zodíaco, junto com Leão e Virgem); a "terra' não é a terra preta adubada, o elemento terra é frio e seco, não é propício para coisas crescerem — é mais fácil pensar em uma pedra. Significam recolhimento, separação, quebra de conexões, repouso.
Touro é o signo fixo da Terra, é a terra jovem, porque é na juventude que gozamos a vida sem preocupações, que fruímos a vida. Virgem é o signo adulto ou maduro da terra, porque esse repouso, esse debruçar-se sobre uma ideia para extrair tudo dela, é típico da maturidade. Capricórnio é a terra velha. É hora de recolher as coisas, de entrar em casa e manter-se aquecido. É o signo que traz a "novidade" final — a velhice, o repouso do fim da vida, suportando as dificuldades.
Os signos do ar são masculinos, diurnos, ativos, quentes e úmidos. No clima, significam vento — são úmidos, mas dificilmente significam água. São signos vocais — Aquário é de voz fraca, Libra e Gêmeos, de voz alta (Virgem também, apesar de não ser signo de ar, é de voz alta, pela influência de Mercúrio). São signos humanos (mais uma vez, junto com Virgem). São signos de conexão, socialização, atividades humanas — uma imagem (simplificada) seria: Gêmeos é uma escola infantil, Libra uma reunião diplomática, Aquário uma reunião de cúpula.
Gêmeos é o signo infantil do ar. Libra é o ar adulto; chama a atenção para si mesmo — as idéias, impressões e experiências aprendidas em Gêmeos são articuladas num discurso coerente. Aquário é o ar velho. Signo fixo, da influência do pensamento no mundo. Aqui, tudo já foi aprendido, confrontado, pesado e medido: o plano está pronto.
Essa é, no fundo, a ideia da "Era de Aquário". Embora a noção de "eras" seja uma coisa estranha (se baseia na precessão dos equinócios, é um negócio muito mal definido), a era de Aquário até combina com a nossa época — a era das ideologias, da desinformação, do excesso de informações inúteis, dos governantes inacessíveis, etc.
Os signos de água são frios e úmidos, femininos, noturnos e férteis. Significam chuva, umidade, tempo frio e úmido. A água, aqui, não é a das garrafas na geladeira, mas a do oceano — frio, úmido, inconstante, incontrolável: o desejo humano, as emoções. Os três são signos férteis e mudos.
Câncer é a água jovem. É quando a água chama a atenção para si — o choro da criança, a visão de uma mulher grávida. Escorpião é a influência da água sobre o mundo, a água adulta: o adulto já tem discernimento sobre seus desejos e sabe o que quer. É o signo oposto a Touro, porque Touro é fruição, repouso, enquanto Escorpião é êxtase e tensão. Touro quer permanecer em si, Escorpião quer sair de si. Peixes é a água velha — é o signo que fecha o ano (astrológico); depois que as emoções nasceram, foram testadas no confronto com o mundo, Peixes é o signo no qual elas são lembradas, saboreadas e realizadas. É o signo oposto a Virgem, aqui ninguém ensaia e pratica a mesma coisa até à exaustão, até a perfeição.
Existem outras divisões dos signos (entre os signos que não são nem estéreis nem férteis, há uma graduação entre moderadamente férteis e moderadamente estéreis; Aries, Touro, Leão e Peixes são chamados de mutilados ou aleijados, Aries, Touro, Leão, Sagitário e Capricórnio são bestiais, etc), que não são tão básicas. O fundamento da maior parte dessas outras divisões são, no fundo, o que expliquei acima.
A caracterização dos signos é extremamente importante para se entender o resto do modelo astrológico — os aspectos, os planetas, etc.
O mais importante, por outro lado, é entender o que são os signos. É imprescindível ter em mente que a atribuição de personalidades aos signos é, no melhor caso, um exagero didático. Leão não é vaidoso, Touro não é tranqüilo, Gêmeos não é falante — signos não são pessoas, nem seres animados de qualquer forma.
Os signos têm relações — chamadas de dignidades e debilidades — com os planetas, que serão explicadas quando eu tratar destes astros.
Vamos ver, antes, um tipo de relações que os signos têm entre si que se refletem nas relações que os planetas podem ter entre si: os aspectos.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, p. 97-9.
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