O último dos planetas e o mais afastado da Terra também é o mais lento. Ele demora vinte e nove anos e meio para dar a volta ao Zodíaco. Sua luz é fraca, vários autores já a compararam a uma vela no escuro, amarelada e apagada.
Ele é o planeta da contração, do fim, da morte. Da velhice, dos limites, das portas. É o planeta associado ao tempo, à cor preta. É frio e seco, masculino e diurno.
O metal associado a ele é o chumbo — pesado, opaco.
Também é o planeta da perseverança, da disciplina, da organização. É o planeta da paciência, do estudo metódico, da rotina.
E dos mortos, dos cadáveres, dos carniceiros, do couro, do carvão, das cavernas e dos cemitérios.
Ele também pode significar o pai, como o Sol; mas, enquanto o pai é o Sol por ser o líder e o modelo, Saturno são os limites.
Os alimentos associados a ele são as raízes (porque crescem embaixo da terra), alimentos fermentados ou fungados, vinagre, endívias, alimentos azedos ou amargos, alimentos escuros e frios.
Plantas saturninas crescem na sombra, em pedras ou em cemitérios, ou nascem de coisas mortas, por exemplo samambaias, fungos, são venenosas ou causam torpor, como a papoula e a cicuta. Animais saturninos são negros e repulsivos, ou vivem à noite, ou comem carniça, são lentos e de couro grosso, ou vivem sob a terra, ou rastejam: a toupeira, o burro, o rato e o camundongo, o morcego, o crocodilo. Ou sugerem estudo, introspecção, ponderação, como o corvo (que, além disso, também é escuro).
Das artes liberais, a associada a Saturno é a astrologia, a arte que "sintetiza" em si as outras três (ritmo, número, espaço) — e a que está associada à qualidade do tempo. A virtude associada é a temperança, impor limites aos próprios excessos; a temperança é o velho resmungão interior, o estraga prazeres que nos salva. O pecado capital associado é a avareza.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, p. 119-20.
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