O outro astro cuja descrição é supérflua. Brilho amarelo/avermelhado quente, astro que determina o começo e o fim do dia pela sua presença, cuja luz dá vida às plantas e gera as condições para os animais viverem. No entanto, é também o astro que seca os lagos e esturrica as plantas, causa câncer na pele e mata animais e pessoas.
Ele dá e tira a vida, é benéfico de longe, mas sua proximidade excessiva mata. É ele quem decide o formato da Lua, se está de dia ou de noite — e, assim, se os outros astros aparecem. Ninguém aparece muito perto dele, seu brilho ofusca os outros corpos — e queima os nossos olhos.
Essa sua importância, essa superioridade óbvia o fez ser associado com tudo o que é real, superior, ao chefe, ao juiz, ao rei, ao imperador, a Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo, ao leão, ao ouro (o rei dos metais), ao mel (embora ele também esteja relacionado a Vênus, pela doçura, e a Mercúrio, por causa das abelhas), aos anjos (principalmente São Miguel), ao pai, ao presidente, à palmeira-real, ao urubu-rei, ao galo, ao marido, ao consorte, ao homem (em oposição à mulher). Está associado à vida adulta. A rainha, quando chefe, é representada pelo Sol (a Lua é a rainha no sentido de esposa do rei).
É solar tudo o que tem proeminência, é o "rei" ou "chefe" ou "pai", dependendo do contexto. O Espírito, o intelecto, o número um.
É, como já seria de se esperar, um planeta masculino, diurno, quente e seco (colérico).
Como símbolo do Um, é o planeta associado à aritmética nas sete artes liberais. Seu pecado é o orgulho, sua virtude é a justiça.
Completa o Zodíaco em mais ou menos um ano (na verdade, o ano é mais ou menos uma volta completa do Sol), sem mudar muito sua velocidade, nem se desviar da ecliptica, arrastando consigo Mercúrio e Vênus, modificando o formato da Lua e influenciando no movimento dos outros planetas.
Agora vamos para os planetas com trajetória relativamente independente do Sol (eles ficam retrógrados por causa dele, mas percorrem todo o Zodíaco, podendo fazer qualquer aspecto com ele, ao contrário de Mercúrio e Vênus. Também não mudam de forma de acordo com sua distância, como a Lua). São os chamados planetas superiores.
Esta diferença entre inferiores e superiores pode ser significativa em alguns contextos, mas o significado nem sempre é simples — os planetas "inferiores", dependentes, são associados às virtudes "teologais", que são mais "elevadas", por exemplo. De qualquer forma, estes planetas significam qualidades mais "dominantes", ou pelo menos que, ao dominar o ser humano, fazem menos estrago a ele. Pode parecer estranho Marte ser menos deletério que a Lua, mas é verdade; estamos falando do planeta em si, das suas qualidades essenciais, não seus defeitos.
Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, p. 113-4.
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