sábado, 29 de outubro de 2016

A Lua na 1ª Casa, por Howard Sasportas



Qualquer planeta na 1ª Casa é ampliado como se seu volume tivesse crescido de acordo com esse princípio. De acordo com a posição da Lua no signo, a Lua nesta posição energiza as respostas emocionais, instintivas e sentimentais do indivíduo. A não ser que esteja fortemente modificada por outros aspectos no mapa, a pessoa vai irradiar qualidades lunares — sensibilidade, receptividade e uma espécie de abertura infantil para as quais os outros são naturalmente atraídos.

Enquanto o Sol na lª Casa quer ter um impacto dinâmico no ambiente, a Lua na 1ª Casa está mais inclinada á ser confundida com a mãe e com o que está ao redor. Todo bebê sabe instintivamente que conseguir o amor de quem cuida dele ajuda a assegurar sua própria sobrevivência e por isso adapta-se ao que a mãe gosta ou quer. Mas os que têm a Lua na lª Casa, mesmo mais tarde na vida, quando a sobrevivência não depende mais da presença de outra pessoa, podem normalmente agir como se sua vida ainda dependesse de serem aquilo que os outros querem que eles sejam. Em conseqüência disso, mostram uma habilidade semelhante à de um radar para captar e ler sinais que emanam dos que se encontram próximos. No entanto, a interpretação destes sinais é muitas vezes distorcida por um alto grau de subjetividade. Eles podem estar tão dentro de suas próprias necessidades, sentimentos e complexos emocionais que às vezes são incapazes de ver a vida e os outros de uma maneira objetiva. Em casos extremos, tudo o que importa é o que querem e não podem facilmente dar aos outros nada que não combine com isso.

Mesmo assim, a Lua na lª Casa confere uma inteligência quase animal, sabendo instintivamente o que fazer em certas situações. Eles conseguem "farejar" uma oportunidade, "sentir" o perigo ou "ouvir" uma encrenca.

A casa que tem Câncer interceptado ou na cúspide vai de alguma maneira estar ligada à Lua da lª Casa. Por exemplo, Derek Jacobi, cujas interpretações sutis e sensíveis fizeram dele um dos mais respeitáveis atores da Inglaterra, nasceu com a receptiva e naturalmente criativa Lua em Libra na 1ª Casa e Câncer interceptado na 10ª Casa, a da carreira.


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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A Lua e Câncer através das Casas, por Howard Sasportas



A Lua no céu não tem luz própria; ela apenas reflete a luz do Sol. Diferente do Sol, que mostra onde se requer esforço para se tornar um indivíduo consciente, a Lua é aquela área da vida na qual existe uma tendência natural para se curvar e adaptar ao que é oferecido. A casa da Lua é onde somos sensíveis e simpáticos às necessidades e influências de outras pessoas. É onde somos mais facilmente moldados, dispostos a hábitos e condições do passado e também a sermos restringidos pelas noções, expectativas, valores e padrões de nossa família e cultura. Alguns desses conceitos inatos podem ser valiosos e construtivos, enquanto outros poderiam prejudicar ou atrasar o progresso em novas direções. O domínio da Lua é a área da vida na qual nos refugiamos quando precisamos de descanso, de uma pausa ou de um santuário para o esforço de individuação e a abertura da consciência.

Somos arrastados para a esfera da vida cuja casa abriga a Lua, para além de nossa necessidade de pertencer a alguém, de ter conforto e segurança. Ela está onde achamos ou onde brincamos de ser Mãe: queremos segurança, compreensão ou uma âncora em seu domicílio, ou talvez ofereçamos aos outros comida e manutenção neste campo de experiência.

A Lua no céu passa por fases e ciclos; algumas vezes ela está cheia e aberta; outras vezes está fechada e escondida. Da mesma maneira, a posição de casa da Lua indica onde estamos mais aptos a encontrar situações duvidosas, onde passamos por fases, dependendo de nossas mudanças de humores, às vezes abertos e vulneráveis e, outras, fechados e afastados. Podemos mostrar um comportamento regressivo, infantil e inseguro nesta área. Certamente é onde ficamos em contato com o lado instintivo e emocional da vida e onde tendências e memórias úteis que mantêm a existência são mostradas. As mulheres podem ter um papel importante em nossas vidas pelo posicionamento de casa da Lua, um princípio básico feminino ou anima.

A casa com o signo de Câncer na cúspide ou interceptado tem uma influência similar à da Lua numa casa. A casa que tem Câncer também vai estar de alguma forma ligada à casa na qual a Lua se encontra. O filósofo Bertrand Russell, por exemplo, nasceu com Câncer na cúspide da 9ª Casa e a Lua em Libra na 11ª. Sua filosofia e sua maneira de encarar a vida (9ª) eram muito condescendentes e combatiam pela (Lua) causa do humanitarismo e da liberdade de pensamento (11ª Casa).

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O Sol na 12ª Casa, por Howard Sasportas



Existe uma discrepância arquetípica entre o princípio solar e a essência da 12ª Casa. O dever do Sol é estabelecer, esclarecer e perpetuar uma identidade separada, enquanto a 12ª Casa envia forças que tentam dissolver, minar, desestruturar e subverter as fronteiras do ego individual. Resolver este conflito requer que o sentido de Eu da pessoa estenda sua esfera de ação além da mais simples e normal capacidade de conscientização. Com o Sol na 12ª Casa o ego precisa desempenhar seu papel como servidor da alma.

Quem tem o Sol na 12ª Casa deve aprender a manipular as margens entre o pessoal e o universal, entre o consciente e o inconsciente, entre o ego individual e o self coletivo. Isso é um desafio; o ego pessoal precisa ser bastante flexível para permitir a entrada desses elementos, porém não muito frágil a ponto de ser sobrepujado por eles.

No esforço para manter uma identidade sólida e firme a pessoa pode rejeitar a existência de um inconsciente pessoal ou coletivo conjuntamente. Em nome do esclarecimento e da razão são erguidas barreiras para proibir a entrada de qualquer coisa vaga, irracional, mística ou transpessoal. A patrulha dos limites do dia segue as ordens do ego com o máximo de alerta e vivacidade, mas os guardas da noite são notoriamente ineficientes. Logo que eles adormecem no trabalho tudo o que ficou oculto ou afastado da consciência escorrega e invade. (Foi Robert Frost quem escreveu: "Existe aí algo que não admite barreiras.") Na manhã seguinte, a patrulha do dia está de volta ao trabalho e os intrusos são expulsos novamente. E, conforme a coisa prossegue, grandes reservas da energia psíquica são gastas para manter uma parte de nós mesmos afastada da outra parte. Alienados dos aspectos de nossa própria maquilagem, não é de surpreender que soframos tantos conflitos e doenças, isso para não mencionar o sentimento de que somos rejeitados pelas outras pessoas. Ao Sol na 12ª, no entanto, é dada a oportunidade de juntar os dois lados do self — o pessoal e o universal, o consciente e o inconsciente, numa tentativa de ajudá-los a serem amigos um do outro.

A coalizão entre as forças do ego e as ocultas, o reino mais profundo da psique, é potencialmente muito fecunda. Quem tem o Sol nesta casa pode agir como um canal ou um médium para a expressão de imagens míticas ou arquetípicas do inconsciente coletivo, seja através da arte, da poesia, da dança, da música ou de alguma forma de trabalho psíquico. Sua sensitividade e abertura para aquilo que está além dos requisitos do self individual torna-os servidores efetivos e curadores que respondem às necessidades dos outros. Eles podem ser usados como veículos para invocar mudanças em nível coletivo. De algum modo, a identidade pessoal encontra e incorpora algo maior e mais universal.

De acordo com as tradicionais associações da 12ª Casa, quem tem o Sol nesta posição pode ter de empregar muito tempo consigo mesmo. Tão receptivos aos outros, eles absorvem continuamente influências do ambiente exterior. Períodos de afastamento e de retiro ajudam-nos a se desprender daquilo que pegaram e a conseguir novamente o sentido de seus próprios limites. Algumas vezes, crises e confinamentos precedem uma experiência de despertar e de iluminação. Outros poderão estar tão confusos e desviados pelas forças inconscientes, ou por elementos de fora, que levar uma vida normal no dia-a-dia é por demais embaraçoso.

Várias formas de instituições fazem parte de suas vidas. A vocação poderia envolver trabalhos em hospitais, prisões, museus, bibliotecas etc. Alguns livros sobre astrologia sugerem que quem tem o Sol na 12ª Casa teria usado seu poder para fins egoístas em vidas anteriores. Agora eles têm de usar seu poder para ajudar outras pessoas ou viver a experiência de ficar à mercê da autoridade alheia. Orgulho e arrogância ocultos ou a crença inconsciente de que o mundo lhes deve algo e que deveria inquestionavelmente reconhecê-los como especiais, podem causar problemas.

O Sol é um princípio masculino e, na nebulosa 12ª Casa, poderia significar alguma confusão junto ao pai ou outros homens na vida, ou então sacrifícios que serão feitos com relação a eles. Às vezes existe um forte laço psíquico com o pai.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O Sol na 11ª Casa, por Howard Sasportas



Quem tem o Sol na 11ª Casa consegue um sentido de identidade mais convincente através de atividades sociais, humanitárias ou políticas. A frase "nenhum homem é uma ilha" é lugar-comum, porém tem um significado especial para este posicionamento.

De algum modo, a identidade deveria ser guiada (dirigida) para algo maior do que o self individual. Reconhecimento pessoal poderia ser conseguido por causas grupais e não é nada incomum alguém com este Sol galgar uma posição de proeminência e direção em vários tipos de organizações. A natureza das experiências vividas através de situações grupais, a facilidade com que uma pessoa funciona ou se adapta nesta esfera, podem ser vistas pelos aspectos ao Sol nesta casa. A pessoa poderia ser um canal pelo qual novas correntes ou tendências que se revelam coletivamente poderiam se manifestar. O escritor americano Upton Sinclair que lutou por uma nova legislação de proteção à força trabalhadora contra a maldade das grandes indústrias, nasceu com o Sol conjunção Marte em Virgem na 11ª Casa.

Ocorre o perigo de que a identidade poderia ser perdida alinhando o self com um grupo, uma crença ou uma causa. Neste caso, não acontece o "Você é aquilo que come" mas sim o "Você é aquilo com que o grupo o alimenta". Quem tem o Sol na 11ª Casa precisa fazer uma nítida distinção entre o que eles acreditam e aquilo que o grupo lhes diz que tem de acreditar. (Nem todos os vegetarianos precisam pensar a mesma coisa!)

As amizades são importantes para desenvolver plenamente o Sol nesta casa. Quem tem esse posicionamento pode ter um impacto marcante sobre amigos íntimos; inversamente os amigos poderiam abrir novas fronteiras e ser de grande valia na realização de metas e objetivos. Como com grupos e crenças levados ao extremo, uma espécie de divina providência poderia ser projetada nos amigos.
É aconselhável que pessoas com o Sol na 11ª Casa façam um esforço consciente para estabelecer metas praticáveis em termos de aspiração. De certo modo, seus esforços para realizá-las contribuirão para uma formação mais sólida e concreta do sentido de identidade, propósitos e poder. Um dos ingredientes vitais para a própria cura é ter uma razão para viver.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O Sol na 10ª Casa (Leão no Meio-do-Céu), por Howard Sasportas




Com o Sol na 10ª Casa a identidade volta-se para a carreira e para as conquistas profissionais. A 10ª Casa descreve as qualidades presentes dentro de nós que queremos que os outros notem; neste caso, o Sol se empenha para ser visto emanando poder, força e autoridade com relação ao signo em que se encontra. O Sol em Gêmeos nesta posição, por exemplo, quer o poder de seu intelecto reconhecido; o Sol em Peixes deseja ardentemente o reconhecimento de seu poder de cura, de encantar ou inspirar etc.

O Sol na 10ª Casa tem muita pressa em ser admirado como alguém. Tem que haver um certo grau de ambição e esta deve ser satisfeita se nele alguém pretende realizar seu propósito de vida. Exemplos de pessoas nascidas com este posicionamento incluem o executivo John DeLorean (Sol em Capricórnio) que trabalhou incansavelmente para ser alguém; o ator Mickey Rooney (Sol em Libra), um astro infantil que chegou no topo da carreira e se manteve ali; e o general Rommel (Sol em Escorpião) cuja astúcia como marechal-de-campo lhe valeu o apelido de "raposa do deserto". Mulheres com este posicionamento que não conseguem satisfazer suas próprias necessidades de realização através de uma carreira, podem ser atraídas por homens com muito prestígio ou sucesso como companheiros (a síndrome das esposas de Hollywood). Para ambos os sexos, conflitos entre o lar e a vida pessoal versus realização pública e profissional são mostrados por oposições da 4ª Casa ao Sol na 10ª. O tipo de esforço próprio, dedicação e perseverança necessários para subir a escada do sucesso, muitas vezes limita a liberdade e a espontaneidade para se movimentar em outras direções. Outro perigo com este posicionamento é que o sentido de identidade ou de valor pessoal pode estar ligado demais a seus títulos ou posição no mundo. Se isso for perdido eles ficarão completamente desolados e aniquilados.

Se a 10ª Casa é tomada como a mãe, o Sol nesta posição a toma muito importante. A criança com o Sol ali poderia projetar sua própria identidade e poder na mãe; as necessidades e os desejos da mãe se tornariam as necessidades e desejos da criança. Inversamente, este posicionamento indica às vezes uma mãe que requer que a criança seja seu espelho, impondo sua própria individualidade sobre o rebento, como no clássico exemplo dá "mãe de palco". ("Eu sou uma atriz frustrada, então meu filho vai entrar numa escola para atores.") Normalmente há uma conspiração ali: a criança idolatra e adora a mãe e oferece o self para ela. "Você me quer para mostrar aos outros e eu quero ser o melhor para você." Em determinado ponto, quem tem o Sol na 10ª Casa precisa examinar quanto está fazendo por si mesmo e quanto está sendo feito para ganhar o amor de sua mãe. Leão no Meio-do-céu ou contido dentro da 10ª Casa implica em vários significados iguais ao Sol nesta posição.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

domingo, 23 de outubro de 2016

O Sol na 9ª Casa, por Howard Sasportas



Quem tem este posicionamento deveria empenhar-se em aumentar sua compreensão e perspectiva da vida. Isso pode ser conseguido através de viagens, boas leituras, vôos de imaginação ou através da pesquisa filosófica nos "por quês" e "comos" da existência. A capacidade de perceber significados e padrões mais profundos que acontecem nas esferas coletiva e pessoal da vida, vitaliza e potencializa o Sol nesta casa.

Com qualquer ênfase sagitariana, a vida é bem melhor vista como uma jornada ou uma peregrinação. É verdade que alguns podem acreditar, como o escritor espanhol Cervantes, que "a estrada é melhor que a pousada". Em vez de engolir sem mastigar qualquer crença, a compreensão obtida pelo descobrimento de diferentes grupos, filosofias ou religiões pode ser destilado numa visão pessoal da verdade. Compartilhar e trocar suas descobertas com os outros os ajuda a se distinguirem.

Existe o perigo de se tornar tão preocupado com "o grande quadro e os aspectos abstratos da vida" que eles perdem contato com a realidade do dia-a-dia. Obsessivos a respeito do que o futuro lhes poderá trazer, a imediata participação na vida "aqui-e-agora" é de alguma maneira desordenada. Eles podem estar tão preocupados planejando a vida e projetando o futuro que esquecem de vivê-lo. Às vezes estão cheios de bons conselhos para os outros, mas nunca se lembram de aplicá-los em seus próprios compromissos.

Esta posição enquadra uma série de vocações. Eles podem ser ótimos num trabalho de relações públicas, onde promovem um conceito ou uma visão que inspira aos outros. São bons em vender viagens - enaltecendo as virtudes de férias na África (mesmo que nunca tenham estado lá). Dão excelentes gerentes e instrutores, dirigindo e organizando os outros a alcançarem alguma meta comum. Incendeiam os outros com seu entusiasmo e visão, e muitas vezes espalham conhecimento ensinando, escrevendo ou publicando.

O filósofo e escritor alemão Thomas Mann nasceu com o Sol na 9ª Casa. Ele acreditava que os seres humanos "eram uma grande experiência... e seu fracasso seria o fracasso da própria criação". E dizia ainda que mesmo que este ponto de vista não fosse verdadeiro, seria melhor "para o homem que se comportasse como se o fora". O Sol na 9ª Casa precisa de algo em que acreditar.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.