sábado, 17 de setembro de 2016

Desigualdade de casas e signos interceptados, por Howard Sasportas



No sistema quadrante de divisão de casas, exceção feita no caso de o nascimento ser junto ao Equador, as casas têm tamanhos diferentes (sobretudo em se tratando de nascimentos em latitudes extremamente ao norte ou ao sul). Algumas casas podem chegar a 60°, enquanto outras podem ter 15° ou até menos. Muitos alunos perguntam se casas maiores são mais importantes. Até certo ponto, isso é provavelmente verdadeiro, uma vez que os trânsitos (o movimento diário dos planetas) passarão mais tempo nas casas maiores do que nas menores, agitando desse modo os assuntos dessa área de vida num período maior de duração. No entanto, uma casa pequena, especialmente se ali se encontram dois ou mais planetas, também pode ter uma influência importante. Mesmo vazia, o regente do signo na cúspide de uma casa pequena pode ser significativo pela posição ou pelo aspecto e, desta maneira, enfatizar os assuntos da casa em questão. Além disso, apesar de permanecerem menos tempo nas casas pequenas quando transitam por elas, os planetas muitas vezes "fazem seu trabalho" de maneira mais condensada e concentrada, dando lições para casas mais duras e rápidas.

Os alunos também costumam perguntar se signos interceptados (não na cúspide de uma casa, mas inteiramente envolvidas por uma casa) são menos importantes do que os signos da cúspide da casa. O signo da cúspide geralmente é mais importante, mas o signo interceptado vai ser fortemente sentido com relação aos assuntos dessa casa. Os efeitos dos planetas em signos interceptados parecem ser tão fortes quanto planetas nos outros signos. Alguns astrólogos clamam que quando um signo está interceptado sua natureza está introvertida ou dirigida para dentro. Não acho que seja este o caso.

Tendo esta norma geral em mente, vamos examinar agora mais especificamente as implicações dos diversos signos e planetas nas doze casas, bem como a discussão dos nodos lunares e do planeta Quíron, recentemente descoberto. Especificamente a este respeito, para economizar espaço e evitar repetições, exceto no caso do eixo Ascendente/Descendente (ou 1ª e 7ª cúspides de casas), não examinei em separado o significado de cada signo numa casa. No entanto, o leitor deve lembrar que o significado de um determinado planeta numa casa é semelhante à influência que o signo que o rege tem sobre uma casa. Por exemplo, se você tem Câncer na cúspide da 8ª (ou contido na 8ª), então deve ler a seção intitulada "A Lua na 8ª" para aprender mais a respeito do modo pelo qual Câncer na 8ª pode operar; por outro lado, se você tem Peixes na cúspide da 5ª, deve se reportar à seção intitulada "Netuno na 5ª" para ter uma idéia de como os princípios intimamente relacionados com Peixes podem se evidenciar nesta casa.

Há também o problema de que qualquer aspecto de um planeta numa casa partindo de outros planetas em outras casas vai modificar o efeito da combinação do planeta e da casa em questão. Por exemplo, se Vênus se encontra na 7ª Casa poderíamos esperar um relacionamento fácil e receptivo. Porém, se Saturno na 4ª Casa, digamos, estivesse em quadratura com a Vênus de 1ª Casa, teríamos a expressão de Vênus temperada com a natureza de Saturno. Às vezes, faço uma distinção entre um planeta bem aspectado numa casa ou um planeta mal aspectado. Por favor, tenham em mente que não é necessariamente o caso de que um planeta mal aspectado se manifeste de maneira negativa, embora seja requerido maior esforço ou luta para usar de maneira construtiva planetas mal aspectados. Para maiores esclarecimentos de como aspectos tensos podem ser usados de forma produtiva, o eitor é convidado a ler o excelente livro de Rose Christina Astrological Counselling (Aquarian Press, Wellingborough, 1982). Ela nos diz:

Por trás de cada aspecto (alias, como tudo num mapa natal) está o próprio indivíduo. Sua aparência, filosofia, condicionamento e experiência até o presente momento de sua vida, tudo vai conduzir ao modo como este aspecto funciona; é ele que o vive ou está tentando vivê-lo, e sua experiência no presente momento talvez não possa ser lida como um manual de interpretação, (pág. 87)

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Planetas junto à cúspide de uma casa, por Howard Sasportas


Geralmente, se um planeta cai alguns graus antes do fim de uma casa, portanto junto à cúspide da casa seguinte, seu efeito pode ser sentido nas duas esferas, tanto na casa em que se encontra como naquela da qual está próximo. A órbita de influência pode ser aumentada em pouco mais de 5º, contanto que o signo em que o planeta se encontra seja o mesmo da cúspide da próxima casa.

A esfera de experiência associada com uma casa leva naturalmente à seguinte. Um planeta no fim de uma casa e junto à cúspide da seguinte, pode trazer à tona a justaposição destas duas áreas de vida. Por exemplo, se Vênus está perto do fim da 6ª Casa e junto à cúspide da 7ª, uma pessoa pode se apaixonar e se casar (7ª) com alguém que ele ou ela conheceu numa situação de trabalho (6ª). Se Mercúrio está entre a 10ª e 11ª Casas, relações profissionais (10ª) podem transformar-se em amizades ou contatos com novos grupos de pessoas (11ª).

O astrólogo muitas vezes trabalha com uma hora de nascimento aproximada ou estimada, em que um planeta junto da cúspide de uma casa poderia por certo pertencer à casa adjacente. Do mesmo modo, dados os tipos de discrepâncias que ocorrem dependendo do sistema de casas usado, um planeta junto à cúspide num dos sistemas pode cair na casa vizinha, utilizando-se um outro método. Por essas razões, alguns astrólogos acreditam que um planeta posicionado no meio de uma casa tem uma influência mais confiável por que está estabelecido com certeza nesse domínio.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Casas cheias, por Howard Sasportas


Uma casa pode conter mais de um planeta. Na verdade, algumas casas estão cheias, quer dizer, três, quatro ou mesmo mais planetas podem cair dentro de uma casa.

Neste caso, cada um dos princípios, anseios, impulsos ou motivações sugeridas pelos diversos planetas vão se expressar através desta área de vida.

Obviamente, se a natureza dos planetas for contraditória, tal como os efeitos expansivos de Júpiter versos as cautelas e os efeitos limitantes de Saturno, teremos nesta esfera da vida maiores tensões e complexidade.

Qualquer casa que contenha dois ou mais planetas assumirá um significado extraordinário no plano de vida ou nos propósitos desta pessoa.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Casas vazias, por Howard Sasportas



Quando dou aula de astrologia para principiantes, sempre ouço a pergunta: "O que significa uma casa vazia?" Alguns estudantes se atrapalham muito com uma casa vazia — isto é, uma casa na qual não se encontra nenhum planeta. "Minha 5ª Casa está vazia. Será que isso significa que não vou ter filhos?" "Minha 3ª Casa está vazia. Será que isso significa que não tenho cabeça?"

Por haver somente dez planetas para preencher as doze casas, invariavelmente algumas estarão vazias. Isso não significa que nada está acontecendo nesta área da vida, nem necessariamente implica dizer que a área de vida em questão não seja importante.

Falando francamente, é incorreto dizer que uma casa está vazia, mesmo que não haja nenhum planeta nessa casa; ainda assim, haverá um signo (ou signos) ali localizados que irão influenciar essa esfera de experiência. Assim, o primeiro passo para interpretar o que está acontecendo numa casa vazia é relacionar as qualidades do signo ou signos ali encontrados com a área de vida associada com a casa em questão. O segundo passo refere-se ao planeta que rege o signo da cúspide da casa vazia. Em que casa se encontra o planeta regente? Em que signo se encontra o planeta regente? Quais os aspectos que o planeta regente recebe? Deste modo, recolhemos uma série de informações sobre a casa em questão. O terceiro passo deve examinar o planeta que rege qualquer outro signo encontrado nesta casa (não somente o signo da cúspide). Onde se encontra este planeta por casa, signo e aspecto?

No mapa mostrado, a 6ª Casa está vazia. Seguindo os três passos assinalados acima, muito pode ser aprendido acerca desta casa. Sagitário se encontra na cúspide da 6ª Casa. Num certo nível, isso poderia significar que Eliot deveria desenvolver habilidades (6ª) de natureza sagitariana, técnicas para expandir ou aumentar a visão de outras pessoas, por exemplo. O regente de Sagitário é Júpiter, localizado na 11ª Casa de grupos. A formação de grupos poderia então ser o lugar apropriado para empregar suas habilidades (o regente da 6ª na 11ª). Uma vez que Júpiter está em Touro e em conjunção com Marte, seu temperamento mostra-se apto a liderar (Marte) os grupos que ele consiga estabelecer (Touro). Nós, porém, não podemos esquecer que Capricórnio também está na 6ª Casa. Por isso, a posição de Saturno no mapa vai exercer uma influência em relação à 6ª Casa. Saturno encontra-se em Libra bem próximo da cúspide da 4ª-5ª Casas. Novamente, temos a idéia de que o trabalho (6ª) possa ser feito no lar (Saturno na 4ª regendo Capricórnio na 6ª). Saturno está tão próximo da cúspide da 5ª Casa que poderia também ter alguma influência nesta casa; uma das associações com a 5ª Casa é com crianças e, assim, voltamos para a conexão entre trabalho (6ª) possivelmente ligado de algum modo a crianças (Saturno junto à cúspide da 5ª Casa rege Capricórnio na 6ª). Anteriormente já tínhamos chegado à mesma interpretação examinando Vênus na 10ª e sua influência. Tudo o que é importante no mapa costuma manifestar-se de várias maneiras. Isso às vezes é chamado de "regra de três".

Obviamente, uma casa que contenha diversos planetas é muito importante mas não deveríamos depreciar o significado das assim chamadas casas vazias. Caso o planeta regente do signo da cúspide de uma casa vazia seja o ponto focai de um tipo especial de mapa, tal como a alça de um balde ou o primeiro planeta de um mapa em forma de locomotiva, veremos então que os assuntos da casa em questão podem aparecer de maneira proeminente na vida deste indivíduo. A casa vazia também pode conter o elemento que falta à quadratura T e isso aumentaria a relevância desta área da vida contribuindo para maior equilíbrio da psique da pessoa.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Regência das casas, por Howard Sasportas



Há ainda outro fator a ser considerado na análise da influência dos planetas e dos signos nas casas. Quando um planeta se encontra em determinada casa, existe uma conexão entre os assuntos dessa casa e a casa ou casas nas quais o(s) signo(s) que o planeta em questão rege está(ão) posicionado(s). Por exemplo, no mapa mostrado, Vênus está na 10ª Casa; porém, como Vênus é o regente tanto de Libra como de Touro, Vênus da 10ª Casa vai ter influência nas casas onde se encontram Libra e Touro. Nesse caso, Libra está associada à 4ª Casa (23° deste signo ali se encontram) e à 5ª Casa (o 23° de Libra se encontra na cúspide). Touro inteiro está interceptado na 11ª. Assim sendo, Vênus na 10ª Casa (carreira) através de sua regência de Libra e Touro vai ter relação na 4ª (lar), na 5ª (crianças) e na 11ª Casas (grupos). Este homem trabalhou (10ª) reunindo grupos (11ª) em sua própria casa (4ª), tentando ajudar pais a se relacionarem melhor (Vênus) com seus filhos (5ª).

Resumindo: um planeta tem uma influência sobre:

1. A casa na qual se localiza.

2. A casa em cuja cúspide se encontra o signo regido por esse planeta.

3. A casa na qual qualquer número de graus do signo regido pelo planeta se encontre (mesmo que o signo regido pelo planeta não se encontre na cúspide).

Em geral, o peso da influência dos vários fatores pode ser tomado na ordem dada acima.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Norma geral para interpretar os signos nas casas, por Howard Sasportas


O posicionamento de signos é ligeiramente mais complicado que o posicionamento planetário em relação às casas. Em primeiro lugar, sempre vai haver um determinado grau de certo signo na cúspide ou ponto inicial de cada casa. No exemplo mostrado na Figura 15, o 11° grau de Câncer está na cúspide da 1ª Casa. O 29° grau de Câncer na cúspide da 2ª Casa, o 20° grau de Leão na cúspide da 3ª Casa, e assim por diante. Nós associamos os princípios de Câncer com o que a 1ª Casa representa. O princípio de Câncer também vai influenciar a 2ª Casa (mesmo que só um grau de Câncer fique na 2ª, ainda assim ele é associado com esta casa devido à posição da cúspide). Os princípios de Leão operariam na 3ª Casa e assim por diante.

No entanto, se olharmos melhor veremos que existe uma variedade de modos com que um signo pode aparecer numa casa:

1. Uma parte de um signo pode estar numa casa, mesmo que ele não esteja na cúspide dessa casa. No exemplo acima, Câncer se encontra na cúspide da 2ª, mas muito do signo de Leão também se encontra aí. Por isso, a 2ª Casa vai ser associada não só à influência de Câncer, mas também à de Leão. Normalmente a influência do signo na cúspide é considerada mais importante mesmo que mais do signo seguinte esteja presente nesta casa.

2. Se, como no caso do sistema quadrante de divisão de casas, o mesmo signo cai em duas cúspides sucessivas de casas, então um dos outros signos vai estar interceptado em outra casa. Isso quer dizer que uma casa começa com um signo na cúspide, tem o signo seguinte interceptado ou totalmente contido nessa casa e tem o signo seguinte completando a casa. Existem então três signos influenciando uma casa interceptada (novamente o signo da cúspide é tido como a influência mais importante). No exemplo dado, Câncer e Capricórnio estão ambos na cúspide de duas casas (a 1ª e a 2ª e a 7ª e a 8ª, respectivamente). Em consequência disso, podemos procurar outras casas com signos interceptados. Neste caso, a 5ª Casa começa aos 23° de Libra na cúspide, tem Escorpião inteiro interceptado nela e termina nos primeiros graus de Sagitário. Situação semelhante acontece com os signos opostos na casa oposta, a 11ª.

A norma para interpretar um signo (ou signos) numa casa é semelhante àquela utilizada para interpretar um planeta numa casa, exceto que é preciso lembrar que o signo na cúspide da casa é considerado mais importante que outros signos que possam estar nesta casa:

1. O signo ou signos numa casa encontram sua mais natural área de expressão no campo de experiência a que esta casa se refere.

2. O signo ou signos numa casa indica os tipos de experiências que permitem ao nativo realizar melhor seu potencial neste campo de vida.

3. O signo ou signos numa casa também sugere o tipo de energias que a pessoa está predisposta a esperar nesta área da vida.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.


domingo, 11 de setembro de 2016

Norma geral para interpretar os planetas nas casas, por Howard Sasportas



Seria ideal que cada fator no mapa fosse interpretado à luz de todo o mapa. Só então o verdadeiro significado desse posicionamento poderia ser julgado com relação ao mais amplo conceito do presente e do futuro de um indivíduo. No entanto, como um passo ou uma ajuda no processo de sintetizar completamente todos os fatores importantes no horóscopo, esta parte do livro explora as possíveis interpretações dos diversos planetas e signos através das casas. Os significados sugeridos não são absolutamente conclusivos, nem devem ser tomados como um evangelho; entretanto, espera-se que a informação dada (a maior parte dela tirada de experiência pessoal) gerará mais idéias e pensamentos das várias e numerosas ramificações de cada posição.

O que exatamente um planeta (ou planetas) situado(s) numa casa mostra(m) ou sugere(m)? Para responder a isso, precisamos lembrar que o mapa natal astrológico retrata simbolicamente de que forma os desejos e as ansiedades estão aptos a se expressar. Como a semente de uma planta ou de uma árvore, ele contém uma cópia fiel daquilo que a pessoa completamente desenvolvida pode se tornar. O mapa conta-nos algo sobre a natureza da semente, bem como oferece algumas indicações gerais sobre o processo de desenvolvimento da semente. Com base nisso, o mapa natal pode ser entendido como uma série de instruções mostrando como uma pessoa pode efetivar seu potencial da maneira mais natural possível.

Tendo em mente este princípio, podemos inferir três regras básicas para interpretar um planeta numa casa:

1. Quando um planeta está localizado numa casa, a função ou atividade representada pelo planeta encontra sua mais natural área de expressão no campo de experiência a que esta casa se refere. O signo no qual o planeta se localiza dá maiores informações sobre como essa atividade pode ser exercida.

2. O contrário também é verdade: a área de vida mostrada pela casa na qual um planeta cai é mais fácil de manipular e manusear de acordo com o tipo de atividade representada pelo planeta que ali se encontra.

3. Um planeta numa casa também mostra a natureza do princípio arquetípico com que nascemos, já esperando encontrar através dessa área de vida ou experiência. Nesse tipo de energia, temos uma predisposição inata para perceber ou encontrar esse domínio. A priori, é a imagem desta esfera da vida que existe desde o nascimento.

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Extraído do livro As Doze Casas, de Howard Sasportas.