quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A Lua na 12ª Casa, por Howard Sasportas

Como a Lua nas outras casas de Água, este posicionamento sugere uma abertura psicológica e uma vulnerabilidade inatas. Existe uma linha muito tênue entre aquilo que essas pessoas estão sentindo e o que os outros ao seu redor sentem. Como aspiradores de pó psíquicos, elas sugam o que está boiando na atmosfera. Podem acreditar que estão sentindo suas próprias emoções quando, na verdade, absorveram as de outrem. Sem preceder sua inata receptividade, elas deveriam saber desenvolver maneiras de aumentar as fronteiras de seus egos a fim de se proteger de uma invasão excessiva. Elas precisam dominar sua sensibilidade em vez de serem sufocadas por ela. Algumas terão necessidade de reclusões periódicas para restabelecer sua paz interior e seu equilíbrio.

As raízes dos problemas emocionais estão profundamente enterradas no inconsciente e não são facilmente acessíveis à memória consciente. Dificuldades psicológicas podem resultar de experiências da mais tenra infância ou mesmo pré-natais. Os reencarnacionistas diriam que aspectos duros em relação a uma Lua na 12ª sugerem que os problemas da vida atual estão diretamente vinculados a situações emocionais não resolvidas em vidas passadas. Isso poderia manifestar-se em dificuldades com a mãe, com os filhos e com as mulheres em geral, ou pode se revelar através da casa que tem Câncer na cúspide ou interceptado.
Em qualquer dos casos, a Lua na 12ª Casa indica muitas vezes um complexo ou inusitado relacionamento com a mãe. A 12ª Casa não conhece limites; a criança seria sempre muito receptiva aos sentimentos vivos da mãe e continuaria a ser assim, mesmo que fisicamente separada dela. Através de sonhos, mediunidade e visões, muitas pessoas com uma Lua na 12ª Casa continuam intimamente ligadas a suas mães, mesmo após a partida delas deste mundo.

Tais pessoas, por terem sentimentos e sonhos muito vividos, podem conciliar com muito cuidado suas emoções e transmitir um ar de mistério. Eventualmente, acontecem casos de amores secretos ou de ligações emocionais mantidas em segredo por um sem-número de razões.

Há uma capacidade natural de cuidar de pessoas que são limitadas ou estejam de alguma maneira aflitas. Como com o Sol na 12ª, algumas pessoas podem estar tão pressionadas por fobias e complexos profundos que têm grande dificuldade em levar uma vida normal no dia-a-dia. Em alguns casos, uma instituição terá de ser a "mãe delas". Às vezes, experiências de primeira infância em hospitais ou creches podem ter afetado significativamente seu caráter.

Em geral, a Lua na 12ª Casa indica um desejo bastante intenso de regressar a uma existência feliz como a intra-uterina. Quem teve duras experiências pré-natais ou quem foi privado da mãe ainda em tenra idade pode ter de cicatrizar tais feridas antes de conseguir aceitar uma encarnação e dizer "sim" à vida.

Do lado positivo, a Lua na 12ª indica muitas vezes um acesso direto a um grande depósito de sabedoria ao alcance da pessoa na hora em que sua visão intuitiva e os recursos internos são mais necessários. Alguns atuarão como recipientes para mediar imagens míticas ou arquetípicas para os outros. William Blake, com a Lua em Câncer na 12ª Casa é o supremo exemplo disso. Ele acreditava que o artista, não o sacerdote, é o nosso mais forte laço com Deus. Blake elaborou seu papel como mediador em seu poema Jerusalém. "Não descansarei enquanto não cumprir minha grande tarefa. Abrir os Mundos Eternos, abrir os imortais olhos dos Homens para dentro dos Mundos do Pensamento."

Os Gauquelin também acharam uma correlação entre a Lua na 12ª Casa e a carreira de escritores e políticos.

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