segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Júpiter e Sagitário através das Casas, por Howard Sasportas

O planeta Júpiter é associado com o deus romano do mesmo nome e o deus grego Zeus. Na mitologia grega, Zeus era o majestoso deus do céu, reinando sem limites de espaço. Residindo no éter superior do ar e no alto dos montes, Zeus era tomado por onisciente, um deus que via e sabia tudo. De sua alta perspectiva, ele olhava a vida na Terra e distribuía o bem e o mal, embora fosse tomado como compassivo e benevolente. Sua ronda diária incluía proteger os fracos e os inocentes, soltando raios sobre as aldeias para seu próprio bem, afastando catástrofes que poderiam acontecer no céu ou na Terra, e brigando com sua ciumenta esposa Hera, que acabava sempre cerceando suas atividades. De alguma maneira, porém, ele achava um jeito de conseguir espaço em sua atarefada agenda para um bom número de casos extraconjugais. Agindo sob o impulso do momento, e com um ardor igual a seis mil unidades de vitamina E por dia, ele corria entusiasticamente atrás de várias deusas, de mulheres mortais, e ocasionalmente de rapazinhos de pele delicada. Nem sempre tinha sucesso, mas nem por isso deixava de ter grande prazer em perseguir seus objetivos mutáveis, transformando-se num touro hoje, num cisne amanhã e numa chuva de ouro no dia seguinte. Ator consumado, adorava interpretar muitos papéis. Produzindo muitos filhos como resultado de tão intensa atividade, ele confiava a outras pessoas o trabalho de criá-los.

O problema é: como reunir tudo isso numa só casa? Não é necessário dizer que a casa do mapa onde se encontra Júpiter é uma área de vida na qual vamos ter muita necessidade de espaço a ser preenchido e explorado. É nesta posição que não estamos contentes com rotina e monotonia; pelo contrário, somos propulsionados a vivenciar a vida de maneira mais ampla e completa. Quer haja ou não uma Hera para nos limitar não somos necessariamente infelizes com aquilo que já temos nesse âmbito; só que sempre queremos mais, e sempre há mais um passo a ser dado. Júpiter sempre está mais interessado naquilo que pode se encontrar mais adiante do que na realidade que tem nas mãos.

Como é possível imaginar, os problemas da casa de Júpiter geralmente tendem a querer estender-se demais nesta área. Onde temos Júpiter no mapa, nunca sabemos o que é o bastante até que conhecemos o que é mais do que bastante. Além disso, Júpiter via a vida de tão alto que nem sempre examinava as coisas mais de perto, como deveria. Um aspecto difícil de Júpiter numa casa poderia indicar que tomamos uma atitude baseados em julgamentos ou perspectivas ma1ªinterpretados, certamente como resultado de sermos otimistas ou muito entusiasmados a respeito de uma possibilidade. E como o deus promíscuo, esta pode ser a esfera em que semeamos a semente mais criativa, mas nem sempre é onde ficamos para esperar e vê-la crescer. Nós começamos algo, mas antes que tenhamos consciência do resultado, outra coisa já cativou a nossa atenção.

Não podemos esquecer o importante papel de Júpiter como guardião da lei e da religião e como nobre protetor do povo. A população rezava a ele pedindo proteção, ajuda, inspiração, benevolência e preservação. Sua presença numa casa nos faz felizes, positivos e ansiosos nesta área da vida como se com ele ali nos tornássemos fascinantes e protegidos. E quando acalentamos esses sentimentos positivos e boas vibrações não é de surpreender que sejamos normalmente bem-sucedidos na esfera de Júpiter. Há, no entanto, o perigo de podermos nos sentir frustrados quando acontece que o nosso grande entusiasmo calha de não ser tão maravilhoso quanto havíamos imaginado. Normalmente, entretanto, mesmo quando somos abandonados na casa de Júpiter, ainda assim ele nos faz cair de pé.

O planeta Júpiter representa o símbolo da capacidade da psique, e nós normalmente impregnamos de grande significação os acontecimentos e as experiências da casa em que Júpiter se encontra. Isso pode dar vida a histrionismos; é também através da casa de Júpiter que vislumbramos um padrão, uma ordem ou um significado mais amplo para a vida. Neste campo, procuramos leis e regras mais elevadas, nas quais a existência possa basear-se e pelas quais possa ser guiada. Conscientemente ou não, procuramos por Deus ou ansiamos por encontrar enquadrada na experiência "a Verdade" com V maiúsculo.

Júpiter era invocado como o Grande Preservador da vida e aquele que evitava guerras e pragas. Muitas vezes nossa própria sobrevivência pode depender de sermos capazes de atribuir um significado simbólico a algum acontecimento ou perceber seu significado numa perspectiva mais ampla. O psicólogo humanista Viktor Frankl confirmou esta função de Júpiter nele mesmo com base em suas experiências num campo de concentração. Quando preso em Auschwitz, ele pôde observar que aqueles que podiam conceber algum sentido de significação na agonia que estavam tendo que passar eram os mais capazes de sobreviver.

Embora os aspectos de Júpiter possam distorcer nossa clareza ou racionalidade de como vemos a "verdade", os negócios da casa em que este planeta se encontra nos oferecem a crença em algo maior, a esperança em algo melhor e o sentido de que a vida não é apenas uma coleção de meros acontecimentos mas tem uma intenção cheia de sentido e propósito. Quando nossa fé na vida começa a faltar é olhando para os domínios de Júpiter que podemos renovar nossa inspiração para continuar.

Júpiter vai influenciar toda casa em que se encontre o signo de Sagitário. Do mesmo modo, o efeito de Sagitário numa casa confere o mesmo sentido que Júpiter tem numa casa.

Nos livros de astrologia mais antigos, Júpiter é considerado, junto com Netuno, o co-regente de Peixes. Por este motivo, Júpiter pode ter alguma relação com a casa em que o signo de Peixes se encontra. Eu, pessoalmente, acredito que Netuno desempenha muito bem seu papel de único regente de Peixes, sem precisar da ajuda de Júpiter.

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