domingo, 30 de abril de 2017

Há a idolatria direta aos astros (rezar para Júpiter, dar oferendas a Vênus, pedir aos planetas que resolvam seus problemas, etc.) e há a idolatria indireta: culpar as influências dos astros pelos nossos erros ("Mercúrio me fez chegar atrasado"; "Eu queria ser fiel, mas a Vênus peregrina do meu mapa não me deixa"; ou "Como é que posso ser calmo tendo esse Marte?"). O erro aqui é dar poder, autonomia, aos planetas, como se fossem deuses. Pode parecer que pouca gente os idolatra diretamente, mas a astrolatria indireta é comum, até mesmo hoje em dia: por exemplo, muita gente procura consultas natais ou horárias com uma vaga esperança de que "os astros" possam melhorar a sua vida; ou tentam fazer algo para aplacar a influência nefasta de um planeta sobre alguma coisa. Os planetas são símbolos, as limitações e vantagens mostradas no mapa estão na situação que ele representa. É mais fácil, em alguns casos, dizer "o planeta X influencia a aparência", ou "esse aspecto garante que o evento vá acontecer", mas isso tudo são figuras de linguagem. Eles só simbolizam, não influenciam.

Marcos Monteiro, in Introdução à Astrologia Ocidental, Edição do Autor, 2013, pp. 26-7.

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