quarta-feira, 19 de julho de 2017

Níveis da Análise Astrológica, por Marcos Monteiro

Os princípios básicos da astrologia são sempre os mesmos, mas os diferentes objetos e as diferentes escalas pedem técnicas e abordagens diferentes.

Não é a minha intenção esgotar o assunto, mas dar uma visão geral dos diferentes níveis de análise astrológica.

É mais fácil descrever as diversas aplicações como estando em diferentes níveis, num gradiente crescente de importância, que corresponde, mais ou menos, a uma escala de duração possível.


Mapas de Eventos

Este é o nível mais baixo.

Na base da escala, temos o mapa do céu para o momento em que um evento acontece.

É muito comum vermos análises de mapas de tragédias, ou do dia de eleições, ou eventos esportivos (jogos de futebol, corridas de cavalo ou Fórmula 1, por exemplo).

Basicamente, abrimos o mapa para o momento e o lugar em que o evento acontece e tentamos tirar alguma conclusão sobre ele.

O alcance desses mapas é muito limitado. Eles podem ser analisados em separado, ou com referência a algum outro mapa (neste caso, chamam-se “trânsitos” - as posições dos planetas no momento do evento, com relação ao mapa de alguma outra coisa, pessoa, país, etc).

De qualquer forma, as coisas analisadas aqui não tem coerência interna, são aglomerados mais ou menos fortuitos.


Astrologia Horária

O nível seguinte é o nível das perguntas. Elas têm uma coerência interna, são “organismos”, têm uma organização própria.

Sua duração e sua abrangência variam, é claro, de acordo com a situação. Mas a sua característica maior não é essa. Sua existência depende da existência do perguntado e do astrólogo.

A pergunta só “nasce” quando o astrólogo a aceita; então, sem astrólogo, sem pergunta horária. Da mesma forma, não há o que nascer se o perguntador não tem uma dúvida gestada.

Aqui, falamos de organismos mais simples, então as técnicas, embora não precisem se ajustar à efemeridade do nível anterior, têm que levar isso em conta.

De forma geral, abrimos um mapa para a hora e o lugar em que o astrólogo aceitou a pergunta do cliente, descobrimos quais casas significam quais partes da pergunta e analisamos a situação.


Astrologia Eletiva

A escolha do melhor momento.

Por um lado, eletiva está no mesmo nível de importância que horária; por outro, ela tem que levar em conta o mapa, ou os mapas, das pessoas envolvidas, e está no nível seguinte.

Na astrologia horária, a gente pergunta sobre as coisas (“Vou casar com Fulano?”; “Esta doença é grave?”; Eu vou conseguir este emprego?”). Aqui, queremos escolher o melhor momento para que uma coisa aconteça (o lançamento de um livro ou de uma revista, a fundação de uma empresa, de um website, um casamento, um corte de cabelo, a demissão de um funcionário, um determinado plantio ou colheita).

Dentro dos parâmetros dados (as datas/horas/locais possíveis), escolhemos o horário que nos dê o melhor céu disponível, fazendo referência, sempre, ao mapa da pessoa que quer escolher o melhor momento - porque o evento e a pessoa têm que se combinar bem.


Astrologia Natal

Este é o nível dos seres humanos. Esta é a área mais conhecida, o chamado “mapa natal” ou “mapa astral”.

Temos, agora, organismos cuja existência é independente do astrólogo.

Aqui, há dois tipos de análise.

A primeira é abrir o mapa do momento e da hora em que a pessoa (o nativo, no jargão astrológico) nasceu e dele tirar características gerais dele e do meio em que vive.

Personalidade, aparência geral, relacionamento com pais, irmãos, filhos, cônjuges, doenças, trabalho, essas coisas podem todas são analisadas com relação às suas possibilidades.

Não é possível pedir muita precisão neste tipo de análise. Eu gosto sempre de lembrar que o mapa natal não é o “seu mapa”, mas o mapa da hora e do momento em que você - e mais muita gente - nasceu. Se ele vale para todas as pessoas que nasceram naquele lugar e naquela hora, não pode ser detalhista demais.

O outro tipo de análise é, a partir deste mapa inicial, e usando as informações contidas nele, acompanhar a vida do nativo ao longo do anos, usando diversas técnicas de previsão.

Aqui entram o que chamamos de direções primárias (“primárias” porque usam o movimento primário do céu), progressões secundárias (chamadas assim porque se referem ao movimento secundário dos planetas pelos signos), revoluções ou retornos solares (mapas de quando o Sol volta à posição em que estava no momento do nascimento; é como um “mapa de aniversário astrológico”), revoluções ou retornos lunares (quando a Lua volta à posição em que estava no momento do nascimento), profecções, firdária e outros.

Essa parte é muito mais precisa. Primeiro, porque investiga um determinado período de tempo com mais aprofundamento, mas, principalmente, porque depende da situação da pessoa, do contexto. Para duas pessoas que tenham nascido no mesmo horário e no mesmo lugar, essas técnicas mostram os mesmos significadores astrológicos, mas podem se referir a eventos inteiramente diferentes.


Astrologia Mundana

Ou astrologia mundial: a análise dos grandes ciclos, dos eventos maiores, dos países, governos, do mundo; o nível mais alto.

Agora, estamos falando de objetos (que também têm coerência interna) que são maiores que o ser humano em vários sentidos: famílias, dinastias, países, impérios.

Uma área interessante deste nível é a astrometeorologia: prever o clima em certas regiões em um determinado período.

Aqui, há uma série de mapas diferentes a serem usados ao mesmo tempo. O mais comum é começar com o mapa do ingresso do Sol em Áries (o ano-novo astrológico) no local de interesse, usando o ingresso do Sol nos signos, o das lunações (lua nova, quadraturas, lua cheia), eclipses, aparições de cometas, conjunções entre Saturno e Júpiter, etc. Também se pode utilizar os mapas natais dos governantes e datas de inícios importantes.

Existem outros tipos de investigação astrológica, inclusive alguns que englobam alguns desses níveis (astrologia médica, por exemplo), mas essa visão geral introdutória já é o bastante para o meu objetivo.






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