sábado, 2 de julho de 2016

A Fórmula do "Novo Mundo", por Dane Rudhyar





Estas as Weltanschauungen, ou visões de mundo, chinesa e hindu. Afirmamos ser possível um terceiro tipo de integração universal, que enfatizaria não o Um-que-é-no-começo nem o "processo" que chamamos vida — mas a soma total última, a consumação, a reunião de todos os elementos no "círculo de totalidade". Um sistema como esse obviamente integraria algumas das características das filosofias chinesa e hindu típicas. Incorporaria além disso a ênfase peculiar que a cristandade dá à "personalidade" e ao processo de crucificação — uma ênfase aparentemente ausente do sistema chinês. Finalmente, esse sistema precisaria abrigar a nova mentalidade científica à medida que esta envolve uma abordagem crítica e analítica do mundo dos fenômenos naturais e uma tentativa de assim aprofundar a compreensão do processo de mudança.

Um sistema como esse, uma tal atitude diante da vida, está se formando lentamente diante de nossos olhos. Faltam-lhe apenas alguns fatores básicos de coordenação, uma visão mais ampla, livre dos preconceitos europeus, um temperamento verdadeiramente estético e criativo — e um impulso espiritual coletivo que pode estar reunindo seu momentum agora mesmo, a partir do colapso da velha civilização europeia. Pioneiros em praticamente todas as esferas de atividade humana estão contribuindo para a construção de uma nova visão de mundo como essa. Talvez o termo holismo seja tão bom quanto qualquer outro para caracterizar essa nova atitude diante da vida, se o sentido do termo for ampliado além da definição do general Smuts. Temos usado a frase "filosofia da totalidade operativa". Em nosso capítulo anterior, definimos a concepção verdadeiramente "estética" da vida e sua relação com a nova psicologia, especialmente como formulada por Jung. Num capítulo anterior, tocamos no assunto da nova atitude da ciência, cujas descobertas talvez venham a fazer mais pelo estabelecimento da nova filosofia de viver e ser do que qualquer outro fator. Precisamos mencionar não apenas aqueles movimentos nos campos da organização, da política e da jurisprudência social que balbuciam as primeiras sentenças da nova linguagem humana, mas, acima de tudo, a imensa pressão dos fatores econômicos, a influência de nossas máquinas e de nossa tecnologia, que serão o fator prático determinante das mudanças materiais.

Então existe a nova consciência religiosa e o poder de movimentos que lidam com ocultismo e misticismo — até mesmo espiritualismo. Nos livros de Alice Bailey, as características do novo tipo de consciência, emergindo aqui e ali em toda parte, e as implicações mais amplas do trabalho em grupo numa base mundial estão 'descritas com clareza irrefutável. Seu estudo das atividades do que ela chama Novo Grupo de Servidores do Mundo, apesar de ser feito com base em ideias ocultistas que podem desconcertar muitos, é uma expressão magistral de uma visão que abrange o todo da humanidade.

No entanto, o que é preciso é uma apresentação simbólica simples de princípios vitais tal como a encontramos no antigo I Ching: uma fórmula geral que relacione, centralize e cristalize todas as novas ideias e ideais; que formule de maneira nova e significativa as forças básicas que em todos os campos procuram um novo tipo de ajustamento. Compreendendo a magnitude óbvia da tarefa, pareceria presunçoso até tentar. No entanto, o que é mais simples do que os princípios básicos do I Ching? Nossa civilização está sobrecarregada de complexidades. Ela precisa de algumas poucas ideias simples e sintetizadoras, que por fim possam coordenar estruturalmente o labirinto assustador de nosso conhecimento intelectual. Precisa de um, ou de alguns poucos símbolos significativos para integrar toda a massa de materiais, dados e ciências que superlotam nossas enciclopédias. Isto pode ser encontrado neste presente momento? E difícil dizer. Mas de qualquer modo podemos contribuir com uma sugestão em direção a uma solução final. Por outro lado, os conceitos que se seguem serão de valor essencial para nós na determinação das bases do simbolismo astrológico. E não esqueçamos que o simbolismo astrológico, como simbolismo, poderá vir a ter um papel muito importante para tornar concretas e inteligíveis algumas das ideias mais profundas envolvidas na filosofia da nova civilização.

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Extraído do livro Astrologia da Personalidade, de Dane Rudhyar. 

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