sábado, 18 de junho de 2016

Dharma, por Catherine Aubier

Segundo a tradição hindu, nosso carma nos atribui uma série de papéis, ou dharmas, que são simplesmente as diferentes circunstâncias da vida — tanto as pequenas como as grandes. Nosso primeiro dever consiste em assumir o dharma geral do nosso destino, e o dharma dos momentos, seja o de um rei, de um mendigo, artesão ou o de um sábio. E preciso desempenhar esse papel completamente, isto é, cumprir a ação adequada, dar a resposta certa, adaptada à situação em curso, assim como a nossas próprias possibilidades e limitações. Cada situação implica um dharma diferente — pai, esposo, empregado, amigo, etc...

Nenhum fenômeno, por mais insignificante que seja, pode ser isolado ou dissociado da totalidade do universo. A mínima partícula é uma consequência dessa fatalidade, é o resultado de tudo o que se desenrolou desde a origem do cosmo. Nesta interdependência universal, em que o mais irrisório incidente tem infinitas repercussões, o nosso dharma particular consiste, no fundo, em executar fielmente, passo a passo, a viva partitura pela qual nós viemos ao mundo — seja ela branca ou preta, fácil ou difícil.

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