sexta-feira, 12 de maio de 2017

"Tipos" de Astrologia, por Helena Avelar e Luis Ribeiro

É muito importante fazer a distinção entre os ramos e os "tipos" de Astrologia. Como foi descrito acima, os ramos distinguem o objecto de estudo enquanto os "tipos" resultam da adição de uma filosofia ou uma crença à prática astrológica.

Assim, em vez de uma Astrologia, proliferam actualmente múltiplas variantes, algumas mais coerentes e válidas que outras. Temos então astrologias psicológicas, humanistas, holísticas, transpessoais, kármicas, esotéricas, vivenciais, etc.

Na maior parte dos casos, as diferenças são mais aparentes que reais. Na prática, apesar das designações sonantes, estas variantes acabam por ser muito idênticas, divergindo apenas no nome e na crença pessoal de cada astrólogo. As técnicas e a metodologia mantêm-se sempre as mesmas; além disso, a maioria destas abordagens limita-se à Astrologia Natal, com poucas incursões nos restantes ramos.

Muitas destas variantes apelam a uma suposta compreensão esotérica/espiritual do mapa natal, alegando que a Astrologia Tradicional é "meramente materialista". Trata-se de um absurdo, como facilmente compreenderá quem estudar a Tradição. A Astrologia assenta em princípios metafísicos que englobam qualquer faceta da vida do ser humano incluindo, naturalmente, a espiritualidade.

Numa outra perspectiva, existem abordagens que podemos ainda considerar de teor astrológico, mas que em termos técnicos divergem consideravelmente do núcleo tradicional da Astrologia. Contam-se entre elas a Cosmopsicologia, desenvolvida pelo astrólogo alemão Reinhold Ebertin (1901-1988), cujos princípios técnicos são muito diferentes dos da Astrologia Tradicional, tomando por base de interpretação as relações matemáticas entre os planetas (proporções de distância, etc.). São também de assinalar a Astrologia Uraniana, criada pelo alemão Alfred Witte (1878-1941), que usa oito planetas hipotéticos (sem existência real), e o Método Huber, criado pelo casal suíço Louise (n. 1924) e Bruno Huber (1930-1999), mais semelhante à prática tradicional, mas que recorre a uma técnica interpretativa própria (figuras geométricas, cores, etc.).

Helena Avelar e Luis Ribeiro, in Tratado das Esferas - um guia prático da tradição astrológica. Editora Pergaminho. Cascais, Portugal, 2007, pp. 21-2.

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