quarta-feira, 8 de junho de 2016

Revoluções Solares: A sobreposição da Casa XII anual nas casas natais, por Alexandre Volguini.

A XII Casa anual na I Casa natal é, geralmente, indício de preocupações e de descontentamento. Ainda assim, essa sobreposição parece favorecer os estudos de ordem oculta.

A XII na II significa inquietações acerca de dinheiro e predispõe às mentiras ou aos segredos a esse respeito. Essa configuração parece ser menos má que a configuração inversa, muito embora as suas significações sejam, muitas vezes, semelhantes às da II Casa anual na XII natal.

A XII na III toma perigosas as viagens e ameaça com acidentes, sobretudo com os maléficos. É também indício de aborrecimentos ou preocupações decorrentes de cartas ou escritos.

A XII na IV significa o enfraquecimento da saúde dos pais, inquietações acerca da residência, ou ainda aborrecimentos causados por imóveis. Se o nativo é proprietário, essa configuração predispõe a ter suas propriedades vazias ou anuncia a necessidade de fazer reformas caras. Do ponto de vista da saúde, essa configuração parece predispor a quedas e a doenças do estômago.

A XII na V predispõe aos amores secretos. Quando essa sobreposição é encontrada nos temas femininos no momento da gravidez, é preciso temer complicações de todas as espécies ou um parto muito doloroso.

A XII na VI denota preocupações a respeito da saúde e, muitas vezes, prejudica o rendimento no trabalho.

A XII na VII é uma configuração ruim para o entendimento conjugai ou para as associações. Com os benéficos, predispõe aos segredos recíprocos, às preocupações e inquietações que são ocultadas do cônjuge ou do associado para não angustiá-lo. Às vezes, essa configuração age como a sobreposição inversa da VII Casa anual à XII Casa natal.

A XII na VIII prenuncia as preocupações a respeito da morte ou o medo desta, seja pela pessoa em si (se o sujeito está doente), seja pelas pessoas próximas. Algumas vezes, é indício dos aborrecimentos causados por uma sucessão ou por más aplicações.

A XII na IX parece aumentar o fatalismo e a atitude filosófica nas provações (se estas últimas estão indicadas e se esta Casa não contém Marte); mas, se a XII Casa está fortemente ocupada, essa sobreposição é essencialmente aquela das infrações, frequentemente involuntárias, das leis e dos regulamentos; por conseguinte, a sobreposição dos processos judiciais, das complicações com a polícia ou das dificuldades com o fisco.

A XII na X mostra que as circunstâncias se opõem à liberdade de ação e que o sujeito é obrigado a seguir a rotina ou a contar com as reações do meio, com os costumes e usos, ou, ainda, que o nativo é obrigado a agir com diplomacia e através de subterfúgios para atingir seus objetivos. Algumas vezes, é o indício de obrigações ou dívidas de honra que pesam sobre a sua situação.

A XII na XI é maléfica para as relações e predispõe às decepções provenientes de amigos. Impõe-se a existência de prudência nesse domínio, pois, algumas vezes, essa sobreposição transforma os amigos em inimigos secretos e resulta em intrigas prejudiciais ao sujeito. Os signos positivos sobre a cúspide, com os benéficos, não parecem impedir essas ações dissimuladas e desleais, mas neutralizam os seus efeitos e levam à rápida descoberta de seus autores. Essa sobreposição pode ser igualmente interpretada como indício de impedimentos de realização das ambições e dos projetos.

A XII na XII acentua as indicações do tema natal.

Para concluir esta lista que "ajuda a memorizar" as significações das relações das Casas anuais e natais, acrescentamos que, em geral, várias sobreposições se relacionam com a mesma coisa ou com diferentes detalhes do mesmo acontecimento. Assim, por exemplo, numa Revolução Solar que corresponde à venda de um imóvel longamente aguardada, o Ascendente estava no Meio-do-Céu natal, a IV Casa anual se sobrepunha, na maior parte, à II natal, o Meio-do-Céu se colocava na Casa natal dos contratos, que é a VII etc.

Por outro lado, cada uma dessas sobreposições pode apresentar toda uma série de significados e matizes diferentes, que o astrólogo deve resgatar em cada caso particular, baseando-se nos signos, nos planetas, nos aspectos e nas regências que com eles se relacionam. Assim, por exemplo, a VIII Casa anual na V natal poderia anunciar, tanto a morte de uma criança ou de uma obra - e o fim de uma afeição —, quanto o emprego dos capitais numa especulação ou numa empresa de espetáculos, ou, ainda, a exacerbação da sensualidade; dessa maneira, essa sobreposição pode agir tanto no bom quanto no mau sentido. É impossível prever de antemão todas as combinações possíveis e sintetizá-las em fórmulas. O sentido preciso está relacionado com a síntese do tema, na qual a intuição e a dedução pessoais desempenham um papel importante. Neste contexto, não fazemos mais que indicar o sentido mais corrente dessas sobreposições.


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